Aquela, definitivamente, não era uma manhã qualquer. Era a manhã que, praticamente, todos os jovens colegiais do Japão e do mundo partiam pra Tóquio pra tentar o maior vestibular do país e um dos mais difíceis do mundo, para se tornarem verdadeiros universitários: A Universidade de Tóquio.

Cerca de 99,9% dos estudantes acham que quando entrarem na universidade é que a vida "boa" vai começar. Que é festa, bebida e azaração 24 horas por dia, que não precisaram mais entregar tarefas de casa e nem precisariam mais dar satisfações aos professores ou aos pais por faltar aula.

Como são tolos!

Sinto decepciona-los, mas não é nem um terço do paraíso que vocês imaginam. Quer dizer, isso dependendo do curso que você escolher. E seja inteligente nessa escolha porque dependendo do curso, você vaivirar madrugadas estudando pra provas e nem terá uma nota tão alta assim, passará dias programando um seminário e o maldito do professor ainda vai olhar no fundo dos seus olhos e dizer que estáfaltando alguma coisa, irá perder peso ou ganhar mais peso, se humilhará por mísero centésimos de pontos pra poder passar de semestre, enfim, sinceramente eu poderia passar horas citando o lado ruim da faculdade e sobre a desilusão que cada jovem passará ao vê que não é o paraíso do pecado como todos imaginavam em seus sonhos adolescentes.

Mas, também, não é tão ruim assim.

É na universidade que a sua independência começa, você pode ir morar com os seus amigos ou pode ir pra uma república e fazer novos. Também há festas, não vou negar isso, alguns congressos da faculdade são melhores que qualquer Tomorrowland, porém é apenas uma ou duas vezes ao ano. E por mais difícil que seja, fazer o que você gosta é uma das coisas mais gratificantes do mundo. Vê a cara de orgulho de seus pais é uma das sensações mais prazerosas da vida. E no final todo o sacrifício e noites de sono perdidas... valerão a pena.

Depois disso, sim, sua vida adulta começará. Responsabilidades maiores, casamento, filhos, enfim, vocês já devem saber disso tudo.

Não estou querendo desestimular ninguém a fazer uma faculdade, só estou preparando quem ainda tem a mente fraca e acha que só de farra se chega a formatura.

Não, não é mesmo! Infelizmente, diga-se de passagem.

Por isso, não tomem nenhuma decisão impensada. Se você decide seguir uma carreira por um sonho, ambição ou orgulho, e não tem talento pra isso, você irá se esforçar o dobro pra conseguir compreender certas coisas.

E isso inclui até o atual Melhor Aluno do Japão e Gênio da família Uchiha, Sasuke!

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Já era a quinta vez que bocejava em menos de 10 minutos.

— É nisso que dá optar por um curso que não tem nada a ver com você! - Eu já estava no imenso jardim da Universidade de Tóquio, onde seria realizado o vestibular, sentado em um banco com meu amigo enquanto não dava o horário da prova.

— Acho que eu tô andando demais com o cara que não recusa desafios! - Esticou-me no banco pela milésima vez. Tinha quase virado a noite estudando os últimos capítulos da apostila de medicina. "Droga, tô exausto!". Comecei a massagear a nuca pra tirar um pouco daquela tensão.

— Talvez seja isso, mas é estranho vê você assim, tenso! Geralmente é tão despreocupado com essas coisas quanto eu. Nem parece o gênio Uchiha e aluno número 1 do Japão! Ainda acho que esse título deveria ser meu. - Ainda com a mão na nuca, virei-me na direção dele com um olhar nada amistoso.

— Vá se danar, Shikamaru! Você sabe muito bem que se eu tivesse tido um pouco mais de uma semana pra estudar um assunto que nunca tive menor afinidade, eu não teria me esforçado desse jeito! - Shikamaru sorriu sarcástico.

— Não tá mais aqui quem falou! - Despreocupadamente, Shikamaru pegou um cigarro e o ascendeu. Deu uma tragada antes de prosseguir e falar. — Mas é aí que surgi a pergunta que não quer calar e que nem eu consegui formar uma teoria sobre isso: Porque diabos Uchiha Sasuke faria medicina? - Sorri vitorioso! Era quase impossível esconder algo de Nara Shikamaru. Ele era o tipo de cara que fechava os olhos por um segundo, pra pensar sobre qualquer assunto, e já tinha a resposta que queria. E quando ele não conseguia isso, ele ficava frustrado e fumava o dobro do que costumava fumar.

Esse já era o segundo cigarro em 10 minutos.

— Como se eu fosse te dizer. Faz tempo que não vejo você frustrado por não saber uma resposta! Tá sendo interessante pra mim essa experiência! - Shikamaru revirou os olhos pro meu sorriso convencido. - Vou deixar você pensar um pouquinho mais sobre isso, creio que terei pouco tempo para me deliciar até você descobrir a resposta. - Shikamaru deu de ombros e deixou esse assunto morrer.

Já eu...

Foi impossível falar nesse assunto e ela não me vim a cabeça, por isso, um suspiro foi inevitável! Apoiei os dois braços na parte superior do bando e lancei a cabeça pra trás me perdendo em pensamentos sobre ela.

Já haviam passado-se cinco dias desde a ultima vez que a vira. Cinco dias que eu evitava Itachi como o diabo evitava a cruz. Ainda não queria ouvi-lo, não enquanto eu ainda não tava pensando com lógica e sim com a raiva. Aquele dia ainda me assombra, toda vez que lembro de Neji com Hinata no ombro e Itachi beijando ela, o ódio volta com força total. E aquele sim pode ser considerado um dia inesquecível. Em primeiro lugar: foi naquele dia que descobri que Hinata não era um anjo como eu pensava. Segundo, ela tem o corpo, o rosto, o cabelo, o sorriso e a voz mais linda que uma mulher conseguiria ter, na verdade, ela nem podia está na categoria humana, estava mais no limite entre anjo e demônio. E em terceiro... "Suspiro" Eu e meu irmão estávamos apaixonados pela mesma mulher.

Pra ser sincero, eu nem sei bem se isso que estou sentindo é paixão. Tá mais pra atração, encanto... Desafio! Já cheguei até a me perguntar: E se ela não tivesse aparecido lá naquele restaurante com o Neji? Será se teria me interessado tanto assim nela ou o fato de seu "rival" está com ela foi que o "incentivou" a essa provável "paixão"?

Quem eu tô tentando enganar? Neji já ficou com metade de Tokyo e eu nunca me importei com isso. Mas por outro lado, também é muito surreal Itachi, Neji e eu interessados numa mesma mulher. Sim, Neji sim! Só um cego não veria isso.

Qual era a probabilidade disso acontecer? Com que frequência o destino gosta de brincar com a cara de irmãos? 0,0001%? Então porque entre milhões e milhões de irmãos no mundo... Tinha que ser logo com nós dois? Logo nós que éramos bem mais que irmãos: Éramos melhores amigos, cúmplices e parceiros de crime! Tínhamos uma bela história de companheirismo e amor, então... Porque diabos isso tinha que acontecer? Logo agora que Itachi tinha voltado e nós tínhamos a chance de recuperar o tempo perdido.

Não dá pra acreditar!

"Que ironia" Suspirei novamente. "Nós que sempre tivemos as mulheres que queríamos em nossos pés... Estávamos interessados na mesma!" Sorri para os céus! "Que bela ironia heim?" E suspirei novamente.

Fui interrompido de seus devaneios por uma risada estrambólica que a muito não ouvia. Tinha sido um mês tão sossegado de férias, mas como, infelizmente, tudo que é bom dura pouco, diante de meus olhos, entrando pelo portão principal da Universidade de Tókio... Estava Uzumaki Naruto! E, junto dele, estava Haruno Sakura e uma ruiva que eu não conhecia, mas já tinha ouvido falar.

— Yo, Sasuke! Shikamaru! - Ele se aproximou abraçando a ruiva pelo ombro.

— Sasuke-kuuum! - Sakura gritou e acenou pro Uchiha com um enorme sorriso. Sasuke respirou fundo e deu um curto sorriso de canto.

— Fiquei sabendo que você vai ser meu colega de classe novamente! Fiquei surpreso, mas feliz! – Naruto me deu um largo sorriso.

— É... Até eu ainda estou surpreso! - Até que tentei sorri com mais entusiasmo, mas um sorriso torto, sem mostrar os dentes, foi tudo que consegui.

— Também fiquei muito feliz, Sasuke-kum! Você será um médico incrível! - Aquilo sim me fez abrir mais o sorriso. Desde que decidi fazer medicina, aquele foi o primeiro elogio e incentivo que recebi. E isso sim me deixou feliz.

— Obrigado, Sakura! - E essa foi uma das raras vezes que disse uma resposta sincera pra Haruno Sakura. Sakura sabia disso, por isso corou e desviou os olhos dos meus sorrindo boba.

— Naruto... Você não vai me apresentar seus amigos? - Embora a ruiva tivesse falado "amigos", seu olhar estava fixo apenas no meu olhar inexpressivo.

— Verdade! - Disse Naruto com o sorriso maroto de sempre e com a mão atrás da cabeça. - Sasuke, Shikamaru, essa é Karin, minha tia! - A ruiva deu um tapinha no peito do sobrinho.

— Não fale que eu sou sua tia, Naruto! Me faz parecer velha! - Ela se aproximou de nós que ainda estávamos no banco. - Sou irmã mais nova de Kushina, da Inglaterra. - E sem muito entusiasmo, nós nos levantamos pra cumprimenta-la. - Não sabia que no Japão existiam tantos garotos bonitos! Fiquei até mais animada pra morar aqui. – Sentamo-nos novamente. Karin tentou iniciar um dialogo, mas sem muito sucesso. Por algum motivo, isso tirou um sorrisinho sínico de Sakura.

— Naruto-Kuuum! - Um grupinho com 3 garotas chamaram o loiro, que foi com o sorriso costumeiro falar com elas.

— Vou com você Naruto! - Sakura sorriu pra gente e seguiu o loiro. Vendo que não ia ter mais sucesso que aquilo, no momento, Karin se despediu e também seguiu o loiro! Quando o trio escandaloso saiu, respiramos aliviados.

Não, nós não tínhamos nada, absolutamente nada, contra Naruto. Só éramos de mundos diferentes. Mundos não, Galáxias! Naruto é tipo de amigo que você quer por perto quando tá desanimado, não há ninguém mais animado e divertido que o loiro, porém ele era demasiado chamativo e extravagante, completamente diferente do que Shikamaru e eu gostávamos: PAZ e sossego! E com Naruto isso era extremamente complicado.

É por isso que nós não somos tão amigos. Na verdade, Shikamaru era o único amigo que considero de verdade. Nós entendíamos o silêncio um do outro e gostávamos disso. Também somos extremamente inteligentes, por isso os diálogos corriam com facilidade. Sim, eram tipos diferentes de inteligência: Shikamaru era absurdamente dedutivo, observador e estrategista. Nada, repito, NADA passava despercebido aos seus olhos. Já eu tinha Memória Eidética, vulgo memória fotográfica. É provavelmente por isso que eu era considerado o melhor aluno do Japão de todos os tempos. Superando até o Gênio Hyuuga. Aprendia tudo com uma facilidade assustadora e era curioso de uma forma que chegava até a ser não saudável. Tudo eu queria aprender, em tudo queria se arriscar e sempre tinha sucesso. E a faculdade de medicina será perfeita pra saciar essa curiosidade por novos conhecimentos.

— Hey, Sasuke! Se eu fosse você eu tomaria cuidado!

— Hum? - Shikamaru sorriu e fez um gesto com a cabeça pra que eu olhasse na direção que ele tava apontando. Encontrei Naruto encostado em uma arvore, com um pé apoiado na arvore e as mãos no pouso, de forma descolada, e uma garota conversando bem pertinho com ele. A garota tinha um sorriso malicioso e brincava com os botões da blusa do Uzumaki.

— Ou irá perder seu posto de pegador! - continuou Shikamaru.

— O que me surpreende mais não é nem isso, é aquilo! - Shikamaru olhou na direção que eu mostrei e também se surpreendeu ao vê que Sakura olhava pra onde o loiro estava quase fuzilando a menina com o olhar. - Parece que Naruto finalmente conseguiu fazer Sakura nota-lo! - Shikamaru deu uma risada!

— Sakura só quer garantir que terá alguém esperando ela quando não der certo com você de jeito nenhum! E ela pensava que Naruto estaria lá!

— Eu também achava isso! Mas desde que Naruto voltou da America... Ele voltou outra pessoa! Olha aquilo! - Naruto agora segurava com uma mão na cintura fina da garota e sua outra mão estava no queixo dela. - Alguns meses atrás Naruto tinha vergonha até de chegar perto de uma garota, só tinha olhos pra Sakura, mas agora... - Deixei o resto da frase subentendida. Shikamaru fechou os olhos por uns 3 segundos e quando os abriu, disse:

— Ele perdeu a virgindade! - Arregalei os olhos surpreso por essa conclusão tão... Repentina! Um sorriso foi automático. Sabia que Shikamaru não dava nenhuma resposta sem fundamento, tinha até medo da velocidade com que aquela mente trabalhava. - Vou dar a resposta rápida: Pra um homem se tornar um pegador do dia pra noite só pode ter acontecido duas coisa: Ou ele quer provar algo a alguém ou descobriu o "lado bom" da vida! E sendo do Naruto que nós estamos falando... Podemos descartar a primeira possibilidade. - Como em poucas vezes na vida, dei uma bela risada.

— Ainda bem que você não é meu inimigo! - Isso era verdade.

Desde... Sempre que a maior vontade de Shikamaru é ser Delegado e ninguém que o conheça duvida que ele será o maior delegado do mundo. Essa profissão já está nele. Seria até um insulto se alguém com o poder dedutivo que ele tem seguisse outra carreira. Nada passa despercebido por seus olhos. Shikamaru é o tipo de pessoa que só precisa olhar uma única vez pra uma pessoa, pra saber se é culpado ou não.

"Sua expressão facial e corporal, diz mais sobre você que uma hora de conversa vazia!" Essa era uma das frases que ele mais gostava de falar. O que me fez pensar: "O que Shikamaru dirá quando encontrar Hinata? Que é um anjo ou um demônio? Será que eu fui tão burro quando a vi pela primeira vez e deduzi que seria um anjo ou ela enganaria até o especialista Shikamaru?" Suspirou novamente e joguei a cabeça pra trás, voltando a fitar o céu. "Demônio. Perigo. Pecado”. Foram essas as palavras que Itachi usou pra defini-la! Não consigo associar essas palavras a ela! Outro suspiro seguido de um sorriso malicioso. "Quer dizer, fora o pecado porque eu já consegui pensar em, aproximadamente cinco pecados que a gente poderia cometer! E a traição é um deles". Passei a mão pelos cabelos, parando na nuca pra poder puxar os cabelos já arrepiados de lá." Que droga!".

— Não conte com isso, Uchiha! Se o Hyuuga me oferecer uma casa de praia com tudo que eu tenho direito pra poder só ficar deitado o dia todo olhando as nuvens... - Shikamaru virou pra mim com o sorriso mais sínico da história. - Eu conto a ele que você tá apaixonado! - E pela segunda vez, naquele dia, Shikamaru me fez arregalar os olhos.

— Do que você tá falando? Acho que seu espirito de Sherlock Holmes lhe subiu a cabeça e você enlouqueceu de vez! - Tentei parecer o mais natural possível, mas foi em vão. Shikamaru gargalhou.

— É sério que você tá tentando me enganar, Sasuke? – Acho que estou um pouco corado, tanto por ser descoberto quando pelo ele está caçoando com a sua cara. -Se bem que nem precisa ter minha inteligência pra deduzir que você tá apaixonado, meu amigo, só precisa te conhecer um pouquinho! Você já suspirou sete vezes nesses 22 minutos que estamos sentados aqui. E não foi só hoje que eu reparei nisso, essa semana toda você tá meio que... Divagando demais. E você sempre foi o cara mais pé no chão que eu já conheci. - Shikamaru pôs a mão no bolso e pegou outro cigarro. Terceiro cigarro em 22 minutos. Shikamaru ascendeu o cigarro, fechou os olhos e soltou a fumaça longe. — Posso? - Sabia exatamente o que Shikamaru quis dizer com essa pergunta: "Vou descobrir quem é sua garota, ok?" Suspirou dessa vez em derrota. Então peguei o cigarro de Shikamaru e deu uma tragada soltando a fumaça elegantemente.

— Porque não?! - Shikamaru sorriu vitorioso. Fechou os olhos e juntou as mãos, do jeito que ele sempre faz quando vai precisar pensar um pouco mais sobre alguma coisa "complicada". Sete segundos depois ele abriu os olhos. - Você demorou! - Foi o que eu disse.

— Mas acho que já tenho minha resposta!

— Acha?

— Sim! Você precisará me confirmar uma coisa pra eu ter certeza! Posso começar? - Dei outra bela tragada soltando a fumaça pra cima. Shikamaru considerou aquilo um sim.

— Espera... Vou precisar de outro cigarro! - Joguei o filtro do cigarro no lixo e quando voltei Shikamaru já estava com outro cigarro e o isqueiro na mão me entregando. Eu não tinha o vício de fumar igual Shikamaru, mas não nego que gosto muito. Principalmente quando estou tenso, como agora.

— Já tem certeza que eu vou adivinhar?

— Tenho! - Disse já ascendendo o cigarro. - E então? A prova já vai começar! Você tem... 15 minutos! - Shikamaru sorriu, respirou fundo e começou.

— Como eu já conheço Uchiha Sasuke à sete anos e nunca o vi apaixonado antes, vou formular essa teoria partindo do pressuposto que só o vi uma única vez realmente interessado por uma garota, e como essa garota é, nada mais nada menos que, Yamanaka Ino... Cheguei a duas conclusões: 1° Uchiha Sasuke é atraído por beleza extrema, então "sua garota" deve ser tão linda que deve cegar quem a olha por muito tempo! – Sorri. Ponto pro Shikamaru. - E 2°, ela deve ter personalidade forte, já que o motivo de você não ter continuado com a Ino foi a superficialidade dela! - Permaneci em silêncio. - Isso nos leva a 3° conclusão: Ela não é de Tóquio, isso é meio óbvio! Então podemos eliminar as meninas da escola, do seu bairro e as que vão as festas que a gente frequenta. Afinal você já está aqui a sete anos e nunca se apaixonou por nenhuma. E é aqui que entra minha dúvida, mas não quero que me responda agora. Vamos logo a 4° conclusão: Por que Uchiha Sasuke não está com essa garota já que ele é irresistível pra todas as mulheres? - Revirei os olhos e sorri. - Só consegui pensar em duas resposta: Ou ela já é comprometida ou você está apaixonado por um homem! - Direcionei um olhar assassino pra ele, Shikamaru levantou as mão em sinal de Paz. - Descartamos, então, a segunda resposta. Então... A garota é comprometida! Huuuuuum... E desde quando isso é um empecilho pra Uchiha Sasuke, se eu já o vi comprar briga por muito menos que paixão? - Abri um sorriso malicioso, soltando a fumaça do cigarro. - E aí chegamos a 5° conclusão: A garota é namorada de alguém importante pra você! Como eu sou seu "único" amigo e não tenho namorada... Então só pode ser...

— A garota do meu irmão! - Baixei a cabeça levando a mão a nuca.

— Exatamente! E como eu não faço ideia de quem é a garota do seu irmão, vou precisar que você me tire aquela dúvida! – Dei de ombros mandando Shikamaru continuar, e ele o fez. - A quanto tempo ela tá no Japão? - Sasuke franziu a testa.

— Uma semana! - E Shikamaru abriu o sorriso mais vitorioso do mundo.

— De acordo com os jornais e com as fofocas locais... Somente 3 belíssimas garotas, de nossos ciclos sociais, chegaram em Tóquio essa semana em uma área de 5 Km, mais uma vez partindo do pressuposto de você não ter se afastado mais que isso. Essas são: Uzumaki Karin, Sabaku no Temari e Hyuuga Hinata! – Fui o mais inexpressível possível pra não dar a resposta de mão beijada. - Como dessas 3 eu só conheço a Karin, não daria minha resposta baseado na beleza e por isso usei minha esperteza! - Shikamaru deu um sorriso travesso. - Meu caro amigo... A minha dúvida não foi só pra esclarecer o tempo que ela estaria aqui. - Agora que eu estava confuso mesmo. - Karin eu já sei que não é porque, assim como eu, você acabou de ser apresentado a ela, e não deu muita atenção, diga-se de passagem. Então sobraram duas: A Sabaku no e a Hyuuga! - Foi a vez de Shikamaru ascender um cigarro pra comemorar sua vitória. - Dessas duas, somente uma chegou ao JAPÃO, a outra já morava aqui, só se mudou pra Tóquio pra fazer o vestibular. - "PQP". Shikamaru gargalhou com a minha cara. Caí na armadilha dele. - Sua garota é Hyuuga Hinata! - Shikamaru olhou no fundo dos meus olhos e imediatamente soube que tinha acertado em cheio! Ergueu o punho simbolizando sua vitória e eu baixei a cabeça, mas mesmo assim sorri.

— Você não é humano Nara Shikamaru! - Com certeza Shikamaru tinha levado aquilo como o maior elogio da face da terra. — Você está certo. Me apaixonei por Hyuuga Hinata desde a primeira vez que a vi. Satisfeito?

— Você não faz ideia do quanto! O poderoso Sasuke Uchiha derrubado por uma mulher? Ha ha ha.. Não poderia está mais feliz! Você é humano, afinal! Parabéns!

— E se eu não tivesse caído na sua armadinha? Você pararia na dúvida entre as duas?

— Claro que não! Eu conheço você, Uchiha! Sei que só está apaixonado pela namorada do irmão é desafio pouco. Você tinha que está apaixonado pela namorada do irmão, prima do seu maior rival e irmã da Hanabi! Só pra provar quem é que manda! – Nós gargalhamos! - Mas me conta aí, tô curioso! Como é que ela é? - Já havia tomado fôlego pra falar, mas Shikamaru me conhecia bem demais. - Não, não me venha com aquela filosofia barata que ela parece um anjo e bla bla bla... - Revirei os olhos. — Eu quero saber como ela é fisicamente! Quero saber como é a garota que esta fazendo você suspirar igual uma virgem! - Dei um soco de leve no ombro dele.

— Ela é uma Hyuuga, Shikamaru, só por isso já da pra você ter noção da beleza dela.

— É aí que você se engana, meu amigo! Hanabi quer transar com você desde... Sempre, e mesmo assim você nunca se apaixonou por ela. E nem por Neji, eu acho! - Lancei outro olhar assassino pra ele. - Tô frescando, cara! Você vai falar ou não?

— Ela é completamente diferente da Hanabi, Nara! Ela tem um sorriso capaz de fazer meu coração parar. Tem olhos hipnotizantes. Seus cabelos parecem duas cascatas negras...

— ... Tem um baita corpo escultural, postura altiva demonstrando superioridade, andar elegante e orgulhoso, é bonita pra cacete... - Shikamaru me interrompeu, parei com o cigarro na boca. Olhei pra Shikamaru com a testa franzida e as sobrancelhas arqueadas, não sendo correspondido.

— Tá dando até pra adivinhar a aparência e personalidade das pessoas agora? - Perguntei em tom de brincadeira, mas era verdade.

— Não, meu amigo! Isso ainda é impossível para mim. Mas é algo a se trabalhar. Obrigada pela dica! - Shikamaru ainda olhava para a frente.

— Então o quê? - Perguntei tirando o cigarro da boca e soprando a fumaça.

— Ela tá aqui! 

Em um instante inicial, sem saber como reagir, eu excitei. Primeiro veio a negação: "Shikamaru só pode tá de brincadeira com minha cara!" Logo em seguida, a aceitação "Se bem que ela realmente deve tá aqui, afinal eu só tô aqui por causa dela." E em seguida, a dúvida " Mas Shikamaru não a conhece! Pode ser qualquer garota e ele deve achar que é ela. Mas, mesmo sem conhecê-la, eu saberia quem é Hyuuga Hinata que o povo fala".

Decidi a acabar logo esse tormento, virei e olhei na direção que Shikamaru ainda olhava fixamente. Senti meu coração bater cada vez mais rápido. Foi quando nossos olhares se encontraram e eu vi seus olhos se iluminarem ao sorrir para mim. Tudo que consegui pensar foi: "Linda!". Tinha colocado meu corpo inteiramente no automático e graças a isso, sorri por mero reflexo a sua aproximação. "Linda" era tudo que eu ainda pensava.

Mas, infelizmente, não era só eu que estava pensando isso. Os olhares de todas as pessoas ainda no jardim estavam fixos nela. E foi essa pouca lucidez que me fez recobrar a consciência e sair do automático. Ela não estava sozinha, estava acompanhada de Kiba. Os dois caminhavam de braços dados. O Inuzuka visivelmente convencido por está sendo vitima de tantos olhares invejosos e Hinata sorridente, ainda olhando pra mim. Dei uma ultima tragada no cigarro pra tirar a aparente tensão que estava sentindo, sem soltar a fumaça, e joguei o filtro fora.

Foi quando ela nos alcançou. A mulher que não saíra de minha cabeça durante esses dias, estava diante de mim com um belo sorriso caloroso. E se antes eu tinha dúvidas de estava apaixonado por aquela garota na minha frente, essas dúvidas evaporaram como gelo no calçamento quente no sol de meio dia.

— Sr. Uchiha! - Ela fez uma pequena reverencia. Dei um sorriso torto, soltando a fumaça que ainda estava presa na boca. Quando levantei-me, o garoto rebelde que estava sentado naquele banco, deu lugar ao cavalheiro Uchiha, que eu treinei pra ser. Estiquei gentilmente a mão direita e segurei a mão esquerda da Hyuuga levando-a lentamente aos lábios e me curvando um pouco. Não sabia como Hinata interpretaria aquele gesto, mas gostei da expressão que vi em seu rosto quando voltei a olha-la.

— Srta. Hyuuga! - Dei meu melhor sorriso cortês e sedutor. - Que prazer revê-la!

— Igualmente! - Ela dobrou um pouco os joelhos, segurando um vestido imaginário. — Tinha esperança de encontra-lo aqui! - Fiquei surpreso, muito surpreso mesmo. Mas não ia estragar aquele momento tão... Sedutor, com uma expressão boba.

— Tinha esperança que me encontrasse! – Pisquei diante daquele lindo sorriso, tão encantador e malicioso ao mesmo tempo. - Shikamaru... Quero que conheça Hyuuga Hinata! - Shikamaru levantou-se e imitou os gestos de Sasuke, segurando a mão de Hinata e levando-a aos lábios.

— É um prazer conhece-la, Srta. Hyuuga!

— O prazer é todo meu! - Foi quando ela "lembrou" de Kiba - Creio que vocês já conheçam Inuzuka Kiba, certo? - Nós desviamos o olhar, exclamando expressões entediadas e sem entusiasmo. Hinata deu uma risada. - Vou considerar isso um sim! - Depois disso a voz rasgante de Uzumaki Naruto nos interrompeu.

— HINATAAAAAAAA! - Viramos em direção de onde vinha a voz. Naruto vinha correndo em nossa direção. Quando Hinata o viu, abriu o sorriso mais iluminado do mundo e também correu pra acabar de vez a distancia entre eles.

— Naruto! - Ele a abraçou forte pela cintura, tirando-a do chão e a rodando-a 3 vezes no ar e quando ele parou de rodá-la deu-lhe um selinho. Todos que estavam no jardim observavam a cena. Pasmados.

— Você veio mesmo! - Naruto colocou a jovem no chão e segurou seu rosto com firmeza, comprovando que era ela mesma quem estava ali.

— Eu falei que eu vinha! - Ele sorriu e a abraçou de novo. Hinata correspondeu o abraço na mesma intensidade. — Você tá maior? - Hinata segurou Naruto pelos ombros e o afastou um pouco dela. Naruto corou e coçou o cabelo. — Você tá diferente!

— Para com isso! - Naruto estava tão envergonhado que não sabia onde enfiar a cara. Hinata sorriu.

— É sério! Tá com a pele mais dourada, olhar mais intenso, sorriso sedutor... - Ela pôs a ponta dos dedos no peitoral dele. - E bem maior! - Mesmo corado, Naruto sorriu feliz por receber tantos elogios da morena. — Andou malhando, Naruto-kum?

— Acho que qualquer homem, após perder em uma luta pra uma mulher, criaria vergonha na cara. - Hinata gargalhou. — Bem lembrado... Você tá me devendo uma revanche! - E a gargalhada de Hinata, tornou-se um sorriso desafiador.

— Quando e onde você quiser. - Naruto piscou pra ela. Olhou em nossa direção e perguntou. - Não sabia que você conhecia os meninos! - Ela lembrou-se de nós e puxou Naruto pra onde estávamos.

— Conheço Kiba desde... Sempre, eu acho! Kiba era meu melhor amigo quando eu morava aqui. E quando eu voltei isso não mudou, né? - Hinata piscou pra ele e o Inuzuka piscou de volta. — Sasuke eu conheci a alguns dias. Ele é irmão do meu ex... - Ela pensou um pouco. — Namorado!

— Sério? Que mundo pequeno! Por que você nunca me disse que namorava um Uchiha? - Hinata coçou a garganta.

— Bom, nós não costumávamos falar muito da minha vida no reformatório!

— É verdade!

— Continuando... Shikamaru eu acabei de conhecer. - Hinata fixou o olhar no dele. - Ele parece ser um cara observador. - Hinata manteve o olhar fixo, sem sorriso, sem duplo sentido. Era como se Hinata quisesse dizer alguma coisa ao Shikamaru pelo olhar. E ele entendeu.

— E de onde você conhece esse Baka, Hinata? - Kiba fez a pergunta que todos queriam saber. Naruto fez careta.

— Conheci essa pessoa na Conferencia de Medicina na América! - Ela o abraçou pela cintura! - Foi divertido, né? - Naruto a abraçou de volta com um sorriso malicioso.

— Foi sim! Falando nisso... Você já encontrou o...

— NARUTOOO... - Uma voz feminina chamou a atenção de todos e interrompeu Naruto. Sakura vinha andando com uma cara nada amistosa. - A prova vai começar em 5 minutos. Vamos? - Ela enlaçou seu braço ao dele. Naruto fez um gesto com a sobrancelha pra Hinata e imediatamente.

— Verdade! Hina-chan, Sasuke, vamos nessa? Nós vamos pra mesma sala, afinal!

— Vamos, Naruto! - Sakura tentou puxar Naruto sem sucesso. Ele permaneceu parado, esperando os amigos.

— Você vem, Kiba? - Perguntou Hinata desvencilhando-se dos braços de Naruto e indo até o amigo. Eu já ia caminhando pro lado de Naruto.

— Não, Medicina veterinária é em outra sala. Encontro você depois, pra gente almoçar, ok? - Ele lhe deu um beijo na testa.

— Ok! - Hinata sorriu e correu pro nosso lado, ficando entre mim e Naruto. - E Shikamaru?

— Shikamaru fará direito! - Quem respondeu foi Naruto.

— Legal! Ele tem um ego bem investigativo mesmo! Será um bom delegado! - Olhei pra ela com a sobrancelha arqueada.

— Como você sabe que ele será delegado? - Hinata franziu o cenho.

— Porque tá na cara! - Continuei sem entender. - Direito seria muito pouco pra alguém como ele. Ele gosta de coisas mais complexas. - Hinata prendia o cabelo em um rabo de cavalo. — Desde o momento que ele me viu entrando pelo portão dessa Universidade que ele observa cada movimento meu, mas não é com desejo nem nada do tipo, é somente tentando saber quem eu sou. - Hinata sorriu. E foi nesse momento que cheguei a conclusão que Hinata é quase tão esperta quanto Shikamaru. - Gostei dele. Deve ser interessante conversar com ele.

— Você não faz ideia! Mas isso também é o defeito dele! Ele não consegue manter muitos amigos, por ser difícil esconder um segredo dele. - Segurei a porta da sala pra Hinata entrar. - As pessoas geralmente não gostam disso. - Hinata parou no meio da porta, quase encostada em mim, até prendi a respiração.

— E isso não incomoda você? - Ela perguntou olhando profundamente nos olhos negros.

— Muito pelo contrário! Me poupa o trabalho de ter que conta-lo!

— Isso significa que você não tem nada pra esconder? - Assim como Shikamaru, Hinata parecia tá tentando me desvendar.

— Dele não! Você esconderia coisas do seu melhor amigo? - Hinata deu uma risada irônica.

— Se eu não escondesse coisas do meu melhor amigo... Provavelmente eu não teria um!

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Depois de três horas, fui o primeiro a entregar a prova e sair de sala. Muitos fizeram expressões de surpresa, impressionados com a velocidade que o “Gênio Uchiha” já tinha acabado a primeira fase da prova, afinal faltava mais de uma hora pro tempo de prova acabar, já pra outras pessoas isso não foi a novidade e, sim, o filho do maior engenheiro e empresário do pais ter optado por medicina! Isso sim pegou as pessoas de surpresa!

Alonguei-me estalando as costas e o pescoço que estavam tensos de ficar tanto tempo sentado. Não pretendia ficar tanto tempo fazendo a prova, mas foi inevitável. Hinata ficou em meus pensamentos insistentemente. A última frase que ela tinha me dito antes de entrar na sala, insistia em ficar ecoando em minha cabeça. "Ela tem olhos parecidos com os dele!" Isso era um fato. "Olhos de quem sabe o que é o inferno!" Fitei o céu. "Que segredos você esconde, Hyuuga Hinata?" Suspirei pela milésima. Como eu queria um cigarro agora. Fui até o refeitório da universidade. Ainda teria mais de 3 horas até a segunda fase da prova, a fase difícil: Específica e Redação.

— Hey, Ojisan. – Aproximei-me do balcão onde um homem, já um pouco velho, estava folheando qualquer coisa em cima do balcão, aproveitando a paz enquanto os alunos não invadiam aquele lugar e acabavam com seu sossego.

— Ooooh... Então você é o primeiro? - O velho lhe sorriu. — Parabéns! - E com minha arrogância costumeira, só respondi com um "hum" desinteressado. - E como todos os primeiros é um maldito de um arrogante! - Franzi a testa e o velho revirou os olhos. - É uma espécie de maldição ou é um contrato que vocês assinam? 

— Se você estiver me comparando com aquele Hyuuga, já pode parar! E, além disso, não vim aqui bater um papo! - Escorei-me no balcão. - Só estou atrás de uma coisa. - O homem respirou fundo.

— Ok, ok e o que o jovem lordzinho deseja? – Arqueie uma sobrancelha. "Que velho atrevido!". Mas não podia discutir com esse homem, afinal, pra coisa que eu tava atrás, esse velho teria que gostar de mim.

— Alguma coisa pra aliviar a tensão! - E só pelo olhar que lhe dei, o velho sabia exatamente de que se tratava.

— Desculpe! - Ele virou de costas. — Não vendemos esse tipo de coisa aqui! - "¬¬' Avá" pensei. Qualquer pessoa com um pouco de Inteligência em meu lugar pensaria a mesma coisa. Afinal ali era uma universidade! É lá que se encontra a maior quantidade de jovem por metro quadrado e não teria nada pra "aliviar a tesão"? "Faça-me um favor!" Mas eu sabia exatamente o que o velho queria com aquele joguinho. Dei um sorriso arrogante e o velho virou-se quando me ouviu batendo no balcão.

— Qualquer coisa serve! - Afastei um pouco a mão deixando o velho visualizar a ponta de uma nota de 50 dólares. A cara do velho se iluminou. Sabia que tinha sido uma quantia exagerada pra uma carteira de cigarro, mas eu estava com pressa, determinado a ter o que queria e podia pagar por isso. Também iria estudar aqui durante anos, provavelmente precisarei desse velho mais futuramente, então tratei logo de ganha-lo pelo bolso. Disfarçadamente o velho pegou a nota que lhe foi oferecida. Foi até a parte de dentro e quando retornou estava com uma caixinha vermelha em mãos.

— Esse é perfeito pra tirar tensão de provas de vestibular! - O homem colocou o maço de cigarros no balcão e empurrou pro mim sorrindo. Pelo menos é uma marca de cigarro boa. Sorri satisfeito.

— Então eu também vou querer um! - Estremeci ao ouvir aquela voz. Cheguei até a pensar que já estava alucinando, mas quando virei em direção a voz, deparei-me com a mulher mais linda da face da terra: Hyuuga Hinata!

Ela sorriu e aproximou-se com a característica postura superior e andar elegante. Quando ela me alcançou e sentou ao meu lado no balcão, lhe dei um sorriso extremamente malicioso.

— Então a princesa Hyuuga é uma fumante! - Hinata também me correspondeu com um sorriso malicioso.

— Só nas horas vagas. Ou na companhia de outras pessoas fumante, como o príncipe Uchiha! - Demos risadinhas. De Príncipe e Princesa nós só tínhamos mesmo a aparecia. Abri a carteira de cigarros, primeiro entregando o dela pra depois pegar o meu. Peguei o isqueiro, liguei e me pegando completamente de surpresa ela se inclinou em minha direção e acendeu o cigarro dela ao mesmo tempo que eu acendia o meu. Ela deu uma tragada e soltou a fumaça elegante e com um belo sorriso no rosto. Quase que eu deixava cair o cigarro. "Será se essa mulher tem um pingo de noção do efeito que ela causa em mim?" - Nossa... Isso é bom! Já tinha esquecido essa sensação! - Imitei o seu gesto só que de uma maneira menos elegante e mais descontraída. Hinata me observava.

— Por que? Seu pai não sabe que a herdeira dele fuma?

— Não, ele não sabe! Mas esse não é o real motivo e sim o seu irmão! - Arquiei a sobrancelha. - E eis que suje a pergunta: Itachi sabe que o irmãozinho caçula fuma? - Sasuke fitou o cigarro em suas mãos.

— Não! Ainda não tive tempo de conta-lo esses pequenos detalhes. Além disso, não sabia que Itachi tinha aversão assim ao cigarro. - Olhei pra Hinata, com um pedido mudo pra que ela o explicasse isso. Ela deu de ombros.

— Eu também não sei bem, mas é algo relacionado ao cheiro lhe trazer lembranças ruins do passado. - Então eu entendi.

— Entendo! Faz até sentido, pra falar a verdade! - Uma recordação do passado me veio a cabeça e eu a sacudiu pra espantar esses fantasmas. Dei uma tragada no cigarro e soltei a fumaça pra cima pra limpar a mente.

— Ainda bem que você não tem essa aversão. - Voltei a olhar pra Hinata que me olhava com um sorriso nada inocente. Arqueei uma sobrancelha.

— Por que? - Ela me deu um sorriso mais malicioso já vi na vida. Quase levo a mão ao coração pra controlar os batimentos.

— Porque você fica muito sexy fumando! - Dei uma risada sincera e desviei os olhos dos dela. Já ela não tirou os olhos de mim. Se fosse uma garota qualquer, eu diria que ela tava me cantando, mas não sei o que esperar de Hinata.

— Bom... Já disseram que eu era sexy por vários motivos, mas por está fumando... - Voltei a olha-la e quando olhei no fundo daqueles olhos perolados, eu tive certeza de uma coisa: Fumaria com mais frequência. — É a primeira vez! - Hinata deu uma risada gostosa.

— Não acredito nisso! Então você não fuma com frequência na frente das pessoas!

— É... Mas estou disposto a mudar isso! - Hinata franziu a testa.

— Por que? - Sorri torto. Pus o cigarro na boca e sugou o filtro, depois soltei a fumaça lentamente. Em seguida voltei a fitar a jovem ao meu lado e meu sorriso torto transformou-se em pura malícia.

— Porque uma bela garota me achou sexy! - Não se sabe de onde eu tirei essa coragem, mas ainda pisquei pra ela. Hinata levantou uma sobrancelha olhando-me com uma cara meio irônica.

— Então você costuma mudar quando uma bela garota lhe acha sexy? - Foi minha vez de olha-la com certo cinismo.

— Não, se não seu seria uma metamorfose ambulante! - Hinata revirou os olhos, mas com humor. Abri o sorriso mais convencido que consegui.

— Você é modesto! - Disse Hinata irônica e brincalhona. - Combina com sua aparecia! - Sorri o máximo que meu orgulho Uchiha permitiu e ela me acompanhou.

— Uchiha Sasuke modesto? Em que universo paralelo nós estamos? - Hinata virou em direção a voz, mas eu nem precisei virar pra saber quem era.

— Você demorou, Shikamaru! - Shikamar bocejou, seguido por um sorriso curto. Colocou as mãos nos bolsos e aproximou-se da gente.

— Talvez... Eu tenha cochilado um pouco demais! - Ele parou e sentou-se ao lado da jovem de olhos perolados. - Srta. Hyuuga! - Ele a cumprimentou tirando um chapéu imaginário. - Que felicidade reencontra-la tão cedo. - Ela sorriu.

— Também fico feliz em revê-lo e dessa vez sem seu olhar investigativo sobre minha pessoa! - Shikamaru riu e também acendeu um cigarro.

— Desculpe se a aborreci! Isso costuma acontecer com frequência! - Disse dando a primeira tragada no cigarro.

— Você não me aborreceu. - Hinata deu a ultima tragada em seu cigarro e, calmamente, soltou a fumaça. — Mas me deixou curiosa! - Com certa petulância em seu gesto, Hinata apagou o resto do cigarro no próprio balcão e o olhou de uma maneira selvagem que quase fez Shikamaru se engasgar com a fumaça de seu cigarro. - O que você descobriu? - Recompondo-se, Shikamaru soltou a fumaça e baixou a cabeça balançando-a negativamente.

— Nada! - Voltou a olhar nos olhos atentos da Hyuuga, um tentando decifrar o outro. - Você é difícil de desvendar!

— Não se subestime, Shikamaru! Nem pense que eu sou facilmente dobrável! - Shikamaru deu uma risada debochada.

— Longe de mim pensar isso de você! Reconheço uma pessoa perigosa quando vejo uma... E você certamente é uma! - Os dois se encararam intensamente. Em nenhum momento Hinata se surpreendeu com essa argumentação de Shikamaru, já eu...

— Shikamaru, o que...

— Tudo bem, Sasuke! Ele está certo! - E como Hinata não olhou pra mim, não pode vê minha expressão perplexa. - Mas isso é algo que não é muito difícil de adivinhar, Shikamaru, sei que você é capaz de bem mais que isso!

— E é exatamente isso que está me frustrando, minha cara Hinata! Você sabe que eu sou capaz de mais, eu sei que eu sou capaz de mais, todos sabem disso, mas, com você, não está fluindo como deveria. Isso quase não me deixa concentrar na prova, passei 1/3 do tempo juntado informações, mas fora as informações que são notáveis, Nada! A única coisa que eu sei sobre você, que a grande maioria das pessoas já não saibam, não tem nada a vê com a minha inteligência, e, sim, com meu instinto!

— Na maioria das vezes o instinto é o melhor amigo de um homem! É melhor segui-lo! - Shikamaru sorriu soltando a fumaça.

— Não! Não se ofenda Sasuke, mas meu melhor amigo sempre foi minha perspicácia! Confio nela mais do que tudo nesse mundo! Quero saber porquê você é perigosa e vou descobrir isso! - Disse ele dando de ombros como se não tivesse falando da pessoa que está diante de seus olhos. Hinata deu uma risadinha. O refeitório estava começando a ficar movimentado.

— E como você pretende fazer isso? - E mais uma vez Shikamaru deu de ombros.

— Quem sabe? Teremos muito tempo pra nos conhecermos, Srta. Hyuuga! Você vai deixar sua guarda aberta em algum momento... E eu vou está lá! - Dessa vez foi inevitável e Hinata teve que gargalhar. Isso não intimidou o Nara.

— Interessante! Eu realmente gostei de você, Shikamaru! Por isso... Só me resta te desejar boa sorte!— Ela se inclinou pra mim, pegou a carteira de cigarro e tirou mais um. — Posso? - Só confirmei com a cabeça.

— Obrigado, mas não precisarei de sorte pra descobrir isso!

— Eu sei! - Ela acendeu o cigarro. - Não é por isso que eu estou lhe desejando sorte! - Ele franziu a testa e ela se levantou com um sorriso cínico. - É pra depois que descobrir! - Se aquilo foi uma ameaça ou não, ele não sabe, mas Shikamaru sentiu a pele erriçar com aquelas palavras.

— Ei - Hinata já ia se afastando dos dois quando eu a segurei pelo pulso. — Pra onde você vai?

— Kiba prometeu me levar pra almoçar no Mcdonald's! Ele já deve tá me procurando. Se os cavalheiros me derem licença... - Sorri.

— Estou tentado a não abdicar de sua companhia!

— Não se preocupe, como disse nosso amigo Shikamaru, teremos muito tempo pra desfrutar da companhia um do outro. Já o Mcdonald's...

— Huuuum... Então eu estou sendo, literalmente, dispensado pelo Mcdonald's? - Hinata deu uma risadinha.

—Não se ofenda, Mister Uchiha! Seu próprio irmão mesmo já foi trocado por mim várias vezes! - Soltei o pulso dela.

— Oh, isso é algo que eu gostaria de passar na cara dele! "Sua própria namorada já o trocou várias vezes!" Isso daria até primeira página dessas revistas de fofoca!

— Hã? Então ele não te contou?

— O quê? - Hinata deu uma tragada no cigarro com um sorriso dissimulado.

— Itachi nunca foi meu namorado! - Arregalei os olhos.

— E porque Itachi mentiria pra mim?

— Não disse que ele mentiu. Só... Usou mal a palavra que nos definiria como casal.

— E que palavra seria adequada? - Ela começou a caminhar dando as costas pra eles. Cheguei a pensar que ela não responderia, mas sem olhar pra trás e só soltando a fumaça pra cima, ela respondeu.

— Amantes! - Ela fez um pequeno gesto com a mão de "tchau" e se foi sem me dá a mínima chance de fazer as milhões de perguntas que estava em minha cabeça naquele momento. Virei pra Shikamaru buscando algum entendimento, mas ele estava com minha mesma expressão incrédula.

— Só tenho uma coisa a dizer, meu amigo: Você tá lascado! - Disse Shikamaru com um sorrisinho debochado. Passei as mãos pelos cabelos, completamente sem palavras. Olhou pro balconista do refeitório que mantinha um sorriso discreto.

— O que você tem aí pra tirar a tesão pós mulher? - O velho deu uma risadinha.

— Até que eu devo ter alguma coisa aqui, mas só funciona se for mulheres normais! - O velho se encostou no balcão próximo a nós e, agora, os três fitavam a porta pela qual a Hyuuga havia saído. — Mas pra aquela alí, meu amigo... Comece a rezar!

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"Furacão! Isso, essa é a palavra certa! Ou seria Tsunami? Talvez fosse um Terremoto! Sei lá, mas o que quer que fosse... Era Devastador e disso eu não tenho dúvidas porque foi isso que ela fez com minha vida e, aposto, que com todos que já cruzaram seu caminho. Até Shikamaru estava sem palavras! Não dava nem pra acreditar nisso!"

Estava perdido nesses devaneios enquanto deveria está fazendo uma redação! Mas tanto a prova em si como a redação estavam demasiadamente fácil e não mereciam uma atenção redobrada. Principalmente quando o próprio tema da redação já me fazia lembrar ela: A tragédia do Japão. O drama de uma população traumatizada pela extensão da tragédia desencadeada pela natureza.

Sim, assim como Hinata aquilo também tinha sido devastador e surpreendente.

"Como é que algo pode surgi tão de repente, do nada, e mudar tanto a vida de uma pessoa? Bom, eu sei que no caso das Tsunamis afetou BEM mais pessoas que Hinata, mas eu não conheço o passado de dela. Eu não sei quantos caras ela deixou "vidrado" como eu, eu não sei quantos ela namorou ou quantos amante ela teve. Pra falar a verdade, assim como Shikamaru, eu não sei absolutamente nada dela."

E já está na hora de mudar isso!

Por isso que, quando terminei a prova ás 4 horas da tarde, o primeiro novamente, por sinal, eu estava determinado a confronta-la. "Sei que não tenho o direito de exigir que ela me conte sua vida, mas ela feriu o orgulho do nome Uchiha quando disse que Itachi tinha sido seu amante!”.

Tudo bem, essa foi a pior desculpa do mundo. Escorei-me em uma arvore, pus a mão no bolso e pegou um cigarro.

"Como se fosse algum sacrifício ser amante dela!" pensei. Antes que eu pudesse ascender o cigarro a avistei e parei automaticamente, com o isqueiro ligado a centímetros de encostar no cigarro que estava na minha boca.

Hinata tinha acabado de passar pelos portões da faculdade e estava, agora, no jardim. Ela olhou pra cima e sorriu pro sol tirando a jaqueta bege que ela estava usando e amarrando nos quadris. Isso quase fez meu queixo cair e junto com ele o cigarro que ainda estava na minha boca.

"Uau!" Ascendi o cigarro e soltei a fumaça pra baixo, escondendo o sorriso bobo que se formava no meu rosto. Respirei fundo, pra afastar o frio na barriga, olhei na direção dela novamente e dei um assobio pra chamar sua atenção.

E vocês não tem ideia de como o sorriso dela se iluminou ao me vê. Pode até ser coisa da minha cabeça, mas que foi lindo, e foi pra mim. Senti um sorriso irreprimível desbotar em meu rosto. Ela correu em minha direção com passos saltitantes e eu encontrava-me altamente despreparado pra aquela Hinata tão... tão... Menina. Cheguei até a pensar que ela pularia diretamente para os meus braços, mas no ultimo segundo ela parou. Parecia até um pouco corada.

Mas eu não me enganaria com aquele sorriso! Sabia pouco sobre ela, mas o que eu sabia não era nada bom. "Ela é manipuladora!", foi meu pensamento, e eu nunca fui facilmente manipulável. Mas... Não negaria que fui facilmente enfeitiçado por aquele sorriso. Desde a primeira vez que a vi! Ela parecia tão distante naquele dia.

Como ela conseguiu se aproximar tão depressa? Tão naturalmente? Eu não sabia lidar com essa espontaneidade dela! As garotas perto de mim costumam agir como robôs, tentando de tudo pra me impressionar. Mas com Hinata era diferente. Era natural. Nada forçado! E mesmo com ela tão perto, eu não conseguia pensar em uma única palavra sensata pra lhe dizer.

— "Olá, Hina! Como foi sua prova?" - Disse ela. Franzi a testa visivelmente confuso. — É um bom jeito de iniciar uma conversa! - Só agora me dei conta que Hinata já estava parada aqui já fazia certo tempo e eu feito um idiota divagando em pensamentos sobre como ele era fantástica.

— Hina? - Perguntei arqueando a sobrancelha esquerda, tentando dá a volta por cima naquela situação. — Já estamos nesse nível de intimidade? - Hinata deu uma risadinha linda.

— Teoricamente... Já conheço você a 5 anos! Acompanha-me até a saída, cavalheiro? – Sem nem ao menos responder, desencostei-me da arvore e começamos a caminhar até o portão principal da faculdade.

— Como assim me conhece a 5 anos? - Ela sorriu e, sem pedir licença, pegou meu cigarro e levo-o aos lábios dando uma boa tragada com um belo sorriso nos lábios.

— Nunca duvide do amor do seu irmão por você, Sasuke! - Ela me devolveu o cigarro. Imediatamente levei o cigarro a boca, como um perfeito adolescente que tentava buscar o sabor dos lábios da amada de qualquer jeito, como se aquilo fosse quase um beijo. — Ele falava tanto de você... Que eu tenho a impressão que já te conheço todo esse tempo. Acho que sei tudo sobre você. Sei até qual é sua cor preferida!

— Ninguém sabe isso!

— Eu sei! - Ela me olhou desafiadora e eu aceitou o desafio!

— Duvido! - Passei o cigarro pra ela que aceitou com bom grado.

— A cor da Noite! - Arregalei os olhos, visivelmente chocado! Ela sorriu triunfante

— Itachi sabia disso?

— Não! Mas ele me contava muitas histórias sobre você! - Ela parou de repente, fazendo-me parar. Estávamos no portão de entrada da faculdade e entendi o porquê ela parou: Neji a estava esperando no carro. — Na verdade... Ele sempre nos comparou muito! – Ficamos de frente um pro outro. Ela deu uma tragada no cigarro antes de devolvê-lo. — Acho que é por isso que ele gosta tanto de mim. - Revirei os olhos. - É sério! Quando ele me viu a primeira vez... A primeira coisa que ele disse foi que meus olhos lembravam você! - Hinata parecia um pouco envergonhada, tava adoravelmente corada. - Quando eu perguntei o porquê, ele disse que você sempre gostou da cor prata e preta, que eram suas tintas preferidas na hora de pintar desde antes de você começar a andar! E que sempre manchava suas roupas e se sujava todinho só pra cobrir um papel de preto com umas manchas prateadas. – Foi a minha vez de corar e ela sorrir. - Mas em outras histórias envolvendo você, ele disse que, embora você sempre tenha sido popular com os amigos e as garotas, você preferia passar a noite na varanda ou no teto de sua casa observando o céu, sozinho.

— Igual a você?

— Não! Eu não era popular. Comecei a ter esse costume porque, diferente de você, eu era muito solitária. Tinha perdido minha família, meus amigos, meus bichinhos... Não tinha outra escolha a não ser ficar sozinha e ouvir o silêncio da noite! E mesmo depois que eu comecei a me enturmar com a turma do reformatório, eu continuava a ir, toda noite, visitar minha melhor amiga: A lua! - E mais uma vez... Foi impossível conter um sorriso. Hinata tem um sorriso lindo demais pra não ser correspondido. - E foi aí que eu comecei a pensar sobre você. Pensei: Ele não deve gostar do prata e do preto, como pensa Itachi. Ele gosta do céu, das cores que o céu fica a noite... Igual a mim! - Ela baixou a cabeça parecendo envergonhada. Nunca em toda sua vida senti uma necessidade tão grande de abraçar alguém como estava naquele momento. - Era isso que você pintava: as cores da noite! Não eram só manchas prateadas numa folha preta, era o céu! E mesmo sem te conhecer, já gostava de você! — Ela sorriu sem jeito e corou bastante, batendo os dedos indicadores um no outro. "Meu Deus... Que Linda!”.

"Sera que eu tô sonhando?" Ela parada na minha frente, tão vulnerável, tão meiga, tão... Entregue. Era algo que nem em meus melhores sonhos com a Hyuuga eu conseguiria imaginar. Principalmente ela dizendo que gostava de mim. Aquilo era demais e eu não resisti ao impulso de tocá-la! Encurtou a distancia que me separava dela e estendi a mão pra tocar seu rosto, fazendo-a levantar a cabeça e encontrar o meu melhor sorriso.

— Isso significa que eu estou certa? - Tirei uma mecha de cabelo do rosto dela. Os ônix e as perolas se encarando.

— Significa que estou em desvantagem! Você sabe uma coisa sobre mim que mais ninguém sabe, nem meu irmão. Eu não sei nada sobre você!— Hinata soltou a fumaça do cigarro quase no rosto dele. Caramba, estávamos realmente próximos.

— Você não vai querer saber meu passado, Sasuke! Muita gente prefere não saber e ficar com a imagem que cada um forma sobre mim.

— Não sou muita gente!

— Isso é verdade! - Neji buzinou pela decima vez e Hinata, sem tirar os olhos de mim, simplesmente levantou a mão pedindo pra Neji esperar. - O que você quer saber? - Ri irônico

— Eu mentiria pra você se dissesse que quero apenas saber algumas coisas sobre você. Você me intriga desde o primeiro momento que a vi entrando naquele restaurante com esse abutre. - Isso fez Hinata sorri. - Eu quero saber tudo! - Ela corou um pouco. - Não quero te apressar a nada, como você mesma disse: teremos um longo tempo pela frente. Mas... Se eu não souber a história do amante... Não conseguirei dormir em paz. - Hinata gargalhou.

— Por que?

— Porque eu nunca imaginaria Uchiha Itachi sendo amante de uma "garotinha" bem mais nova que ele! - Isso fez Hinata sorri novamente, mas não durou muito tempo.

— Não quero lhe contar essa história! - Já ia perguntar o porquê, mas ela levou dois dedos a minha boca. - Se eu fosse lhe contar os meus motivos você me jugaria! Eu não tinha nenhuma outra razão pra trair meu namorado do que por prazer, luxuria e desejo! - Ela ainda mantinha os dedos nos meus lábios. - Não seria uma história nada romântica né? Mas... - Ela baixou a mão. - Se você perguntar ao seu irmão, e quando ele lhe contar as razões dele, com certeza você terá uma bela história de amor e é essa a imagem que eu quero que você tenha de mim! - Ela ficou na ponta dos pés e me deu um beijo, demorado, no rosto. Ela segurou meu rosto. – Até mais, Sasuke! – E ela me deu as costas indo em direção aonde Neji a esperava.

— Não sou ninguém pra julgar você ou o meu irmão, Hinata! - Ela parou. - Eu mesmo já tive várias amantes e já fui amante! - Ela somente virou um pouco a cabeça.

— Você já foi amante da namorada do seu melhor amigo, que você considera como um irmão e ele te considera tudo na vida? - Neguei com a cabeça. "Que tipo de monstro faria uma coisa dessa?"  Hinata olhou nos meus olhos. - Pois o seu irmão já! - Arregalei os olhos perplexo. Hinata sorriu triste e desviou os olhos dos meus pra evitar o meu olhar. — Viu? Você está me julgando!

Eu queria para-la. Eu realmente queria, mas não o fiz. Talvez porque, realmente, tivesse julgando-a. Ou talvez porque não consegui pensar em nenhuma palavra pra dizê-la e meu corpo se recusou a mexer-se. E quando finalmente sai de seu estado de choque, ela já tinha ido, com Neji.

Um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente. Eu estava confuso tentando criar, assim como Shikamaru, teorias que explicassem cada um dos porquês que estavam me atormentando! "Ela não amava Itachi! Se fosse amor ela não teria continuado com o outro e mantido Itachi só como amante. Por quanto tempo será que isso durou? Como aconteceu? Por que? E Itachi? AAAAAAAAAAAAAAAAAAWRR" Passei as mão pelos cabelos, deixando-os mais arrepiados que nunca.

Foi quando senti uma mão firme pousar em meu ombro. Não precisava nem virar pra saber quem era.

— Não queime sua cabeça com isso, Sasuke!

— E o que você sugere que eu faça? 

 - Eu sou seu amigo, não sou? Deixe isso com quem realmente entende desses assuntos! - Arqueei uma sobrancelha pro sorriso metido dele.

— E desde quando você entende mais de mulher do que eu?

— De mulher não, meu amigo: De Enigmas! O fato dela ser mulher é o que menos importa pra mim! - "Faz sentido!" Pensei. - E ela me desafiou, Sasuke! Sabe quanto tempo faz que ninguém me desafia?

— 7 anos!

— Exatamente! Agora, sabe quanto tempo faz que alguém ganhou um desafio de mim?

— É... Muito tempo?

— Nunca! E ela não será a primeira! Não vai mesmo! - Sorri e segui meu amigo em direção ao estacionamento. Shikamaru jogou a chave da Pajero DAKAR verde lodo pra mim que peguei por reflexo. — Você dirige! Eu preciso pensar! - E ele sentou no bando do carona. Revirei os olhos e sentei no assento do motorista. Também precisava pensar, mas meus pensamentos não iam tão longe como os do Nara.

Por exemplo, naquele momento tudo que eu estava pensando era: "Como você conseguiu viver 5 anos com essa mulher e não enlouqueceu, Itachi?"

— Shikamaru? - Shikamaru estava encostado na porta do carro, aparentemente dormindo, mas eu sabia que ele não estava. Só estava pensando.

— Hum? - Ele apenas abriu o olho esquerdo.

— Vamos beber! - Shikamaru fechou o olho novamente e sorriu.

— Ótima ideia!