Pra você guardei o amor escrita por Maria


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Passando para agradecer todos que destinaram um pouco do seu tempo para ler essa fic.
Obrigada!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/693482/chapter/3

Os dias passaram voando e faltavam apenas dois para completar um mês e Emma não conseguira nada. Teria que sair dos dormitórios da universidade e ainda não tinha para onde ir. Alias, ter, até tinha, achou alguns apartamentos para alugar, mas eram tão distantes que ela teria que acordar muito cedo e pegar várias conduções até ali.  Fora que não parecia uma área muito segura.

—O que é que eu vou fazer, vou virar uma sem teto!?!?! – Emma choramingou enquanto trocavam de sala e iam para o auditório. Ela já estava beirando o desespero.

—Eu já te dei a solução loirinha! – Neal disse – minha cama está sempre à sua disposição. – Emma apenas revirou os olhos para aquela cara de convencido.

—Se até depois de manhã você não conseguir nada, você fica na minha casa até achar um apartamento – Ana falou – é pequena e só tem dois quartos, mas não me importo de dividir o meu com você. – Emma apertou seu braço e sorriu sincera. Estava ferrada. Ana era um doce, mas sua irmã era um pouco instável.

Tinham chegado ao auditório e escolheram uma fileira do meio para sentar. Hoje teriam debates com alunos de outros cursos. Seria uma aula nucleada. Os amigos adoravam os debates. Ruby amava porque segundo ela os caras dos outros cursos eram mais gostosos, para desespero de Neal que tinha certeza que era o biscoito mais crocante de qualquer pacote.

Depois de acomodados Emma retirou seu tablet da bolsa e nem reparou quando um pequeno papel foi ao chão. Ruby que estava ao seu lado percebendo que a amiga não tinha visto, pegou o papel.

—Regina Mills, Engenheira. Empresas Mills. – Disse lendo o cartão chamando a atenção dos outros – sabíamos que queria alugar um apartamento não que queria comprar um ou entrar para o ramo imobiliário Emma!

—Hã? – A loira simplesmente disse encarando a ruiva.

—Esse cartão caiu da sua bolsa – Ruby passou para ela – de quem é?

Emma encarou o cartão de Regina chocada. Nem lembrava mais dela. Olhou para cima perguntando a Deus se aquilo era algum tipo de sinal.

—Então Emma, esse cartão é o que? – A ruiva era um pouco impaciente.

—Esse cartão é uma loucura – todos olhavam para ela – e provavelmente a resolução para o meu problema. – sorriu vitoriosa, enquanto que os outros não entenderam nada. Mas ela não teve tempo de explicar, pois o professor havia chegado e o debate iria começar.

—-**--

Regina quase deixou a xícara cair da mão quando a pessoa se identificou na chamada. Havia saído da empresa para tomar um café e esfriar a cabeça quando seu celular tocou. O número não estava em sua agenda e pensou em recusar, mas ele tocava insistentemente. Por fim atendeu.

—Mills. – Não estava com muita paciência, então sua voz, naturalmente rouca ficou mais grossa ainda. Arrogante.

Emma quase desistiu de falar.

—Se... se.. senhora Regina, é Emma...., aquela do prédio, não sei se a senhora lembra de mim. – Regina lembrava. Vinha tendo pesadelos com essa criatura desde aquele fatídico dia.  – eu gostaria de saber se a proposta que me fez ainda está de pé. – Terminou em um fio de voz.

Regina ficou muda por instante e quase engasgou. Ela havia ligado. E agora? Ela queria mesmo dividir um apartamento? Aquilo não foi só um impulso por que ficou com pena da garota? Por que seu coração está dando solavancos tão grandes?

—Regina? – Emma perguntou incerta. – Alô?

—Desculpa, oi! – Regina respondeu saindo do transe momentâneo.

—Se não for um bom horário eu ligo outra hora, ou se a senhora desistiu da ideia eu não ligo nunca mais. – Riu sem graça, cruzando os dedos para que a outra não tivesse desistido. Era uma de suas últimas esperanças.

—Não, desculpe, é que fiquei surpresa que ligou.

—Acredite senhora, eu mesma estou surpresa por ter ligado. Poderíamos conversar?

—Claro. Você poderia agora? – Regina perguntou olhando para o relógio, já eram quatro horas da tarde e não estava a fim de voltar para a empresa hoje, seu pai estava insuportável.

—Posso sim. – Emma disse, mas depois se arrependeu ao olhar suas roupas – onde você está? – Talvez desse tempo de trocar.

—Sabe onde fica a livraria pública? – Perguntou. Emma sabia e ficava do outro lado do rio, teria que atravessar a cidade inteira.

 _Sei sim. – Não daria mesmo tempo de trocar de roupa.

—Estou em um café em frente.

—Se tiver sorte – o que não costumo ter, pensou – chego aí em vinte minutos.

—Ok.

Regina desligou o celular, mas permaneceu um tempo olhando para ele. Ela havia ligado, talvez ela não fosse de Oz, e talvez não fosse verde. Sorriu, afinal se tivesse sido tão doida, ao menos não era doida sozinha.

Regina se descobriu ansiosa pelo encontro e já estava na terceira xícara de café quando viu uma massa de cabelos loiros e soltos vindo em sua direção. Emma estava de jeans novamente, meio detonado, desta vez com uma camiseta branca e uma jaqueta de couro vermelha por cima. Sorriu para a figura que se aproximava, parecia uma boneca selvagem.

                A corrida foi relativamente rápida e logo Emma estava indo em direção ao café. Reconheceu de cara a mulher morena, sentada com uma xícara em sua frente. Seus cabelos alinhados e seu sobretudo preto bem ajeitado em seu corpo. Como sempre.

Ela lhe viu e lançou um sorriso que Emma retribuiu, não antes das pernas tremerem de medo dessa mulher tão elegante.

 

Narrado por Emma Swan

 _Olá. – Eu disse ainda meio tímida para a mulher na minha frente. Ela se levantou e tomou minha mão em um cumprimento leve.

—Olá. – Disse sorrindo.

—Então... – comecei a dizer enquanto sentávamos, mais parei. É coisa demais para eu absorver. Ou eu moro com uma completa estranha que pode ou não querer morar comigo, que pode ou não ser uma maníaca psicopata coletora de corpos, ou eu moro em um lugar que tenha que pegar um metrô e um ônibus para ir estudar, ou eu divido temporariamente meu quarto com Ana e sua irmã maluca.

—Então? –  Regina me olhava curiosa esperando eu falar. Eu ri sem graça. Aliás, tudo o que eu faço é sorrir sem graça na presença dessa mulher que esbanja auto confiança.

—Então Senhora... – Regina levantou as mãos e eu fiquei muda.

—Primeiramente, é senhorita, tudo bem que você é uma menina, mas senhora é demais para mim. – Ela disse com uma falsa cara de indignação.

—Eu não sou menina – retruquei meio birrenta e ela arqueou as sobrancelhas olhando para mim – eu só gosto de me vestir confortavelmente. – devo ter feito bico porque ela começou a rir e eu acabei rindo junto.

—Tudo bem. Tudo bem! – Ela levantava as mãos em sinal de rendição.

—Então senhorita Regina, eu gostaria de saber se sua proposta de dividir o apartamento está de pé? – Perguntei.

—Achei que o apartamento fosse fora do seu orçamento. – Ela respondeu simplesmente bebericando seu café e me olhando por cima da xícara. Desejei um café também, aliás, melhor não. Estou tremendo tanto que derrubaria o café todo. Mulher afiada essa Regina.

—É... é é só... – Eu gaguejava. Droga, as palavras parecem que sumiram da minha cabeça.

—Era só uma desculpa que estava dando para uma doida que nunca havia te visto e te oferecia um apartamento para dividir, acertei? – Ela perguntou calmamente. Não havia nenhuma acusação ali. Eu não tinha porque mentir.

—Era exatamente isso. – Respondi com a voz baixa desconcertada. Devo estar ficando vermelha.

—O que mudou agora? Porque eu continuo sendo uma mera estranha com uma oferta mais estranha ainda. – Ela continuava dizendo.

—Bem... mudou que eu só tenho três opções, ou eu vou morar no fim do mundo, ou eu vou morar com a irmã da minha amiga, e ela me dá medo – Regina riu – ou eu vou aceitar a proposta estranha da pessoa estranha. – falei como se fizesse muito sentido.

—Entendi. – Ela ria descaradamente do meu desconforto. Eu acenei com a cabeça e ficamos em silêncio. – eu realmente estou surpresa por me considerar uma opção, naquele dia parecia que tinha visto uma bruxa.

—Eu não diria bruxa, a senhora – ela arqueou a sobrancelha – desculpa, a senhorita é muito bonita e elegante para ser uma bruxa - ela parecia surpresa -  mas confesso que me que me dá medo também, mas um medo bom não aquele medo tipo pavor sabe... – parei de repente de falar percebendo que eu não fazia muito sentido, Regina me olhava um pouco assustada, mas sua face era puro divertimento - Eu iria jogar seu papel fora, mas joguei dentro da mochila e esqueci-me dele. Hoje quando já ia morrer de desespero me perguntando o que ia fazer ele apareceu.

—Destino? – Ela perguntou.

—Não. Essa coisa de destino parece muito história de bruxa e conto de fadas. Prefiro dizer que foi um sinal divino. – Nós rimos. – E então?

—Bem Emma, minha proposta está de pé, só resta saber se você vai aceitar. - Regina me falou e abriu um sorriso.

..**...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem! Please. Cada vez que leem e não comentam, um escritor morre.