Pra você guardei o amor escrita por Maria


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Então, aconteceu!!! Finalmente. Adorei os comentários de vocês, fiquei realmente receosa de sair do ritmo/toque/sentido que tem essa história, mas parece que agradou.

Queria poder dizer que deixei vocês saboreando esse momento fofo por algum tempo porque eu quis, mas a verdade é que essa semana eu trabalhei feito uma condenada e eu tinha pouco mais de 800 palavras escritas desse capítulo aqui, então estou aqui desde às 8 da manha para poder postar isso hoje para vocês. Desculpe qualquer erro, se tiver algum bem grotesco conserto depois.

Amo cada comentário. sejam bem vindos os leitores que eram fantasmas e apareceram, as meninas que leram toda a fic rapidamente para chegar até esse ponto, sejam bem vindas e que vocês continuem por aqui comentando e fazendo uma escritora feliz!!!!

Acho que me empolguei, sem mais delongas, segue a tão temida conversa!!!!!



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Quando os primeiros raios da manhã invadiram aquele quarto com uma luz não muito forte duas mulheres ainda dormiam profundamente espalhadas pela cama aproveitando aqule momento de paz que há muito na viviam. As folhas das arvores chacoalhavam levemente já começando a cair deixando as calçadas amarelas.

A loira foi a primeira a despertar lentamente, sua respiração ia e vinha tranquila, um sorriso sereno estampava seu rosto. Quando seus olhos finalmente se focaram ela percebeu que aquela parede que ela olhava não era a do seu quarto. Seu corpo entrou em alerta instantâneo e ela podia ouvir seu coração batendo feito um tambor em seu peito. Desviou seu olhar para baixo e tinha certeza que aqueles lençóis também não eram seus e eles não estavam cobrindo todo seu corpo que estava nu.

O pânico a dominou por poucos segundos antes de tudo voltar em sua mente tendo ela agradecido estar deitada. Um sorriso enorme tomou seu rosto e ela mordeu o lábio inferior quando a onda de alívio a inundou. Mexeu seu corpo um pouco, o sentindo prazerosamente dolorido. Céus. Pensou. Ela tinha dormido com Regina, no quarto de Regina, na cama de Regina e o mais importante, mas não menos assustador de tudo, nos braços de Regina, que, aliás, parecia estar longe demais dela.

Emma não queria se movimentar para não acordar a morena que dormia ao seu lado. Ela tinha medo da realidade que teriam que encarar assim que despertassem, da conversa que teriam que ter. Mil dúvidas pairavam na cabeça da loira que puxou o lençol mais para cima sentindo o cheiro de Regina impregnado neles, inspirou fortemente. Elas tinham cruzado a linha. Emma havia lhe confessado seu amor, em meio a briga claro, mas a morena pouco tinha dito além de frases desconexas e sussurradas enquanto seus corpos mexiam juntos. Só a lembrança desses momentos fez Emma arrepiar até a sola do pé.

E se Regina não a amasse? Sentiu sua respiração falhar com esse pensamento. Mas a loira não podia negar que os olhares de Regina e seus toques eram tão cheios de paixão, de carinho e cuidado, e diziam tão mais que palavras. Porém, sua mente lembrou, ainda havia Kathryn. Emma sentiu as lágrimas beirarem seus olhos e respirou profundamente.

Foi quando a campainha tocou uma vez cortando os pensamentos da loira. Quem seria a essa hora? Emma fechou os olhos fingindo não ter ouvido aquele som estridente, como se ao voltar a dormir quem se atrevesse a lhes incomodar essa manhã iria embora. Mas a campainha tocou novamente. Emma sentiu Regina se movimentar atrás dela chegando mais perto, tão perto que a mão da morena passou por sua cintura enquanto seu nariz encostou-se à parte de trás de seu pescoço.

—Baby, pede para eles pararem de fazer esse som horrível. – Regina disse contra seu pescoço, sua voz rouca e extremamente sexy amplificou o efeito do que sua respiração já havia feito contra a pele da loira. Emma soltou um riso fraco. Baby.

—É só a gente fingir que não está acontecendo nada. – Emma respondeu.

—Ótimo. – Regina se apertou mais contra Emma que sorria bobamente.

A paz parecia ter voltado a reinar no quarto, mas antes que as mulheres pudessem finalmente voltar ao mundo do inconsciente um som foi ouvido novamente, mas não era a campainha. Esse era continuo e com certeza mais irritante. Emma começou a se mexer para entender de onde vinha o barulho.

—Ignora. – Regina ressonou percebendo a movimentação da loira.

—Querida – Emma disse fazendo a morena sorrir involuntariamente – É seu telefone. – Disse se virando dentro do abraço de Regina que tentava a todo custo manter a loira no lugar. – Pode ser a Zelena. – Disse tentando convencer a morena de afrouxar o aperto enquanto ela escalava Regina para chegar ao outro lado da cama. 

—Ela não vai morrer se eu não atender. Volta vai... – Respondeu sem abrir os olhos tentando fazer Emma voltar para seu lugar, mas a loira insistente estava se esticando toda enquanto a morena lhe fazia cócegas. Então Regina sentiu Emma enrijecer sobre seu corpo e finalmente abriu os olhos para ver aqueles olhos verdes a mirarem magoados. – O que foi Emma, quem é? – Quis saber a morena já temendo e Emma lhe entregou o celular no mesmo instante que ele voltara a tocar aparecendo o nome de Kathryn na tela.  –Oh. – devolveu um olhar culpado para a loira, o pânico começando a se instaurar em seu interior.

Emma começou a se mover de cima de Regina para sair da cama, mas Regina se recusava a soltá-la.

—Me solta Regina. – Ela disse com uma voz controlada, sem emoção alguma, e principalmente, sem olhar para a morena.

—Emma, por favor, não. – Regina tentava parar a loira enquanto segurava o celular que insistia em tocar.

—Atenda. – Foi tudo que Emma disse e Regina não teve outra opção.

—Alô. – Disse quando atendeu a chamada – hey Kath – Regina falou e se arrependeu no segundo seguinte quando viu os olhos de Emma marejarem ao ouvir a morena chamar a mulher pelo apelido – Você está aqui? – perguntou surpresa e olhou para Emma novamente que se levantava da cama enrolada no lençol e não olhava para ela. Regina queria se amaldiçoar, tinha esquecido que Kathryn queria conversar com ela, mas ela não imaginava que a vontade era tanta que a mulher chegaria tão cedo, ela não imaginava que a conversa com Emma acabaria dessa forma. Céus, a morena ia explodir de tanta tensão – Hã, não eu estou aqui sim, desculpe, é que eu acabei de acordar, aguarde um momento só. – Disse desligando e pode ver uma lágrima descendo pela bochecha de Emma antes dela marchar para o corredor e antes que Regina pudesse reagir ouviu a porta do quarto da loira bater. – Droga. – Esbravejou.

Pegou a primeira roupa que viu pela frente e foi atender a porta tentando entender quando a vida dela virara essa tremenda confusão. Iria dispensar Kathryn o mais rápido possível para conversar com Emma, e depois beijar Emma, e amar Emma até elas perderem as forças. Explorar cada pedacinho daquela pele alva até decorar cada caminho, cada marca.

Emma estava com raiva. Muita raiva. E uma quantidade infinitamente maior de ciúmes. E depois vinha a raiva de novo. Como Regina podia tocá-la daquela forma, amá-la daquela forma marcá-la daquela forma e depois simplesmente chamar a outra mulher de Kath? Kath? As lágrimas desciam furiosas por suas bochechas e encontravam seu caminho pelo pescoço alvo. Ela tinha sido burra, e oferecida, e fácil, e...e..., Emma não tinha palavras para descrever-se. Ela foi para cama com Regina sabendo que a mulher era comprometida. Suja. Era assim que ela se sentia.

A loira checou a hora. Se corresse, daria tempo de fazer o que era seu plano original. Ir embora. Não havia mais volta para a amizade das duas, não depois dessa noite. Seu corpo estremeceu ao lembrar-se dessa noite. Provavelmente a melhor de toda sua vida. Olhou a mala pequena fechada em cima de sua cama tentando se recordar do que colocara ali dentro. Dane-se. Pensou. Passou a mão na mala vermelha, pegou sua bolsa e rumou para a porta. Quando passou pela sala sentiu seu mundo cair de vez ao ver Kathryn prensar Regina na parede em um beijo avassalador. Passou pela porta igual a um foguete agradecendo aos céus pelo elevador estar aberto.

Regina tentava se soltar do aperto de sua ex-namorada que havia pegado-a de surpresa a prensando na parede quando ouviu a porta da frente bater preenchendo-a com desespero. Reuniu toda sua força e empurrou Kathryn enquanto gritava Emma, mas quando ela finalmente conseguiu abrir a porta não havia nenhum sinal da loira. Sua loira. Idiota, mas sua.

—Regina – Kathryn estava atrás dela – por favor, eu preciso de você! Não faz isso comigo, eu te amei desde o primeiro momento. A gente se dava tão bem meu amor, o que aconteceu?

—Para. – Regina gritou virando para ela. – Para de fazer isso com você. Qual a parte do “nós terminamos”, “nós não podemos ficar juntas”, “eu sou apaixonada por outra pessoa”que você não entendeu? Desculpe-me por ter feito você pensar que eu te amava, eu fui uma covarde, ou qualquer outra coisa pela qual queira me chamar. Mas eu não te amo. Eu amo a Emma, sempre amei, sempre vou amar e se eu não for atrás dela nesse instante eu vou perdê-la, porque se aquela loira idiota coloca aquele cérebro lindamente brilhante para funcionar na hora da raiva ela sempre chega a conclusão errada. Então por favor, vá embora.

Regina não esperou qualquer resposta pela parte de Kathryn, correu para pegar a chave de seu carro no quarto empurrando a mulher que ainda se encontrava parada no mesmo lugar para fora. Ela não esperou pelo elevador, desceu as escadas correndo o mais rápido que suas pernas conseguiam até a garagem. Abriu sua Mercedes e saiu cantando pneu rumo ao aeroporto.

Quando Regina chegou à imensidão que era aquele maldito lugar percebeu que não tinha ideia de que companhia aérea que Emma estaria viajando, quando finalmente viu em um quadro um voo para o Brasil já era tarde demais. Os passageiros já haviam embarcado.

Emma chegou no último minuto para o embarque, quase não conseguindo despachar a mala antes de entrar no avião. Todas as forças que estavam mantendo ela firme evaporaram no segundo em que a loira recostou na poltrona. Minutos e muitas lágrimas depois os passageiros foram informados que a aeronave não poderia decolar por problemas técnicos que seriam resolvidos o mais rápido possível.

Enquanto esperava no avião Emma leu, ou ao menos tentou. Foi várias vezes ao banheiro somente para esticar as pernas. Reclinou a poltrona. Tentou cochilar. E voltou a ler de novo. Colocou seus fones de ouvido e deixou-se levar pelo ritmo das músicas. Minutos ou horas depois um ritmo familiar tomou conta da loira, uma música que há muito não ouvia. Seu corpo começou a vibrar e sua mente passou a correr em uma velocidade incrível.

Pra você guardei o amor que sempre quis mostrar. O amor que vive em mim vem visitar. As imagens de Regina e vários momentos que compartilharam passavam pela cabeça de Emma como um filme em projeção. O carinho, o cuidado, o entrelaçar de dedos ainda inocente, mas tão significativo. No giz do gesto o jeito pronto, do piscar dos cílios que o convite do silêncio exibe em cada olhar. A cabeça de Emma voou para a noite compartilhada. Os olhares. Céus. Que olhares. Nem todas as palavras do mundo seriam suficientes para escrever o que aqueles olhares expressavam. Guardei sem ter porquê, nem por razão ou coisa outra qualquer. Além de não saber como fazer pra ter um jeito meu de me mostrar. Achei vendo em você, explicação nenhuma isso requer. Se o coração bater forte e arder no fogo o gelo vai queimar. Emma já não respirava mais.

Seus pensamentos foram cortados pelo som que saía do alto falante do avião avisando aos passageiros que estava tudo pronto para começar os procedimentos para decolagem. Emma foi tomada pelo desespero ao perceber que ela não podia ir embora. Tinha que enfrentar Regina, Kathryn e até o diabo se assim fosse necessário. Ela amava aquela mulher e algo lhe dizia que o sentimento era recíproco. Ela não podia ir embora. Amaldiçoou-se por sua impulsividade, por chegar sempre à conclusão errada. Emma levantou de seu lugar desesperada.

—Senhora, por favor, sente-se. Vamos começar os procedimentos para decolar. As portas serão fechadas. – A aeromoça falava-lhe com toda calma enquanto Emma queria sacudi-la.

—Não. Eu preciso sair. Eu quero sair daqui. Eu preciso sair. – Tentava passar pela mulher.

—Senhora, acalme-se. Nós já vamos sair. Por... – Mas ela não terminou de falar porque Emma conseguiu passar por ela correndo em direção à porta, outra aeromoça tentou impedir sua saída, mas a loira estava determinada.

—Me solte eu preciso sair daqui. – O aperto da mulher não afrouxou – eu preciso sair, por favor, estou passando mal. – Ponto. Emma usou sua melhor expressão, aquela que ninguém resiste e a mulher a soltou e ela voltou a correr pelo túnel de acesso à aeronave – não esperem por mim. – gritou antes de desaparecer em uma curva.

Então ela correu, sua bolsa batia em seu lado, mas ela não se importava. Correu pelo aeroporto, depois na calçada, ela iria correndo para casa, mas um taxi apontou na rua e ela quase se jogou na frente dele. O motorista estava há um dedo de ter medo daquela mulher que o pedia para correr o mais rápido que ele conseguia. O carro mal havia parado na frente do prédio e Emma já havia aberto a porta, jogado o dinheiro pela janela e partido em disparada para cima.

Demorou uma eternidade para Emma achar a chave da porta. Seu coração parecia bater em cada centímetro de seu corpo. Assim que a porta abriu percebeu que todo seu corpo tremia. Ela não sabia o que iria encontrar. Ela só queria dizer para Regina que a amava. Que tinha sido uma tola por lutar contra esse sentimento.

Em um segundo ela escaneou o lugar encontrando a morena olhando para o aparador de costas para ela. Ela sabia o que estava ali. Uma foto das duas. Seu interior remexeu. Então Regina virou para ela e seus olhares se cruzaram.

—Emma? – a morena disse em uma voz tão fraca, seus olhos vermelhos e inchados denunciavam que ela tinha chorado. Emma correu até ela deixando a bolsa cair por seus ombros até bater no chão e pulou em seu colo quase derrubando as duas no chão pegando Regina totalmente de surpresa.

—Desculpe-me. Desculpe-me. – Emma apertava Regina contra seu corpo. – Eu sou uma idiota. Me perdoa. – A morena soltou uma risada se desequilibrando e quase levando as duas no chão. Então Emma soltou um pouco Regina a encarando e quase caiu com o choque. Os olhos vermelhos, inchados, cabelos desgrenhados – você esta bêbada? – As bochechas de Regina assumiram um tom vermelho enquanto seu olhar caiu para a mesa ao lado e a loira pode enfim reparar na garrafa de vinho aberta e já pelo fim.

Emma começou a rir pela cara da morena e Regina aumentou o bico fazendo a loira rir mais ainda.

—Venha querida – Emma começou a puxar Regina – Você precisa de um banho – a morena tropeçou nos próprios pés. – e de um café bem forte.

Emma levou-a até o quarto, sentou-a na cama foi até o banheiro e ligou a água da banheira medindo a temperatura. Passou direto indo para a cozinha colocando a máquina de café para funcionar. Voltou ao quarto indo até a morena que esperava pacientemente, como se fosse uma criança de castigo, começou a levantar sua blusa a retirando completamente, levantou a morena da cama começando a retirar seus shorts e levou-a até o banheiro. Retirou por fim seu lingerie.

—Com cuidado. Vai. – dizia enquanto ajudava a mulher a entrar na banheira. – Segure aqui e não vá afundar pelo amor de Deus. Vou buscar seu café e eu preciso de você viva para me ouvir. – A morena assentiu vendo Emma sair.

Não demorou muito para a loira voltar com uma xícara em suas mãos, a morena ainda estava na mesma posição segurando nas bordas como lhe havia sido indicado. Ela pegou a xícara e começou a tomar o café, o silencio passeava em volta delas enquanto o café ia esvaziando. Emma havia sentado na borda da banheira e observava a mulher dentro d’água. Assim que Regina terminou o café ela parecia estar melhor. Emma pegou a xícara de volta e levou para a cozinha votando logo em seguida para a mesma posição. Elas passaram a se encarar, ninguém sabia como começar.

—Então... – A morena disse primeiro, mas Emma a cortou.

—Desculpe-me por ter saído assim. Eu ... eu fiquei com raiva porque sua namorada apareceu e tomei essa decisão estúpida, mais uma vez – Regina pensou em falar, mas Emma não deixou – por favor, me escuta. Eu já te disse, eu me apaixonei por você. E eu tentei lutar contra isso, mas foi infinitamente mais forte do que eu. Eu desejei pela primeira vez que você tivesse mentido quando disse que não tinha se apaixonado por mim. Nossa isso doeu tanto, saber que você não me correspondia – sua voz falhou – E aquela mulher ela me irritava tanto, e então ela disse que se eu fosse embora vocês iriam morar aqui e eu enlouqueci – as palavras saiam da boca de Emma como uma enxurrada – e ontem você veio irritada, e eu estava irritada e resultou na noite de hoje e... – ela suspirou – e teve o hoje de manhã e eu simplesmente surtei quando vi você beijando ela – Regina pensou em interromper de novo, mas deixou a loira continuar com seu pensamento – e enquanto eu estava sentada naquele avião eu tentei fugir de todos os meus pensamentos, porque se tem uma coisa que eu faço bem é fugir, mas eles simplesmente me dominaram, você me dominou, e eu só conseguia pensar em você, em nossos momentos e de repente aquele avião começou a me sufocar e eu só pensava que podia ter perder e nessa loucura toda, com as portas prestes a fechar, eu só tinha certeza de uma coisa, que eu não estava disposta a te perder. – as lágrimas beiravam os olhos de ambas as mulheres – E aqui estou eu, e eu quero que você saiba que eu continuo disposta a não te perder, mas quero que você saiba também que você tem todo direito de querer ficar com a Kat...

Emma não conseguiu terminar de falar porque de repente foi puxada pela cintura para dentro da banheira tendo sua boca coberta pelos lábios macios de Regina em um beijo quase furioso que foi prontamente correspondido.

—Como você pode ser tão idiota? – Regina perguntou ainda segurando o rosto da loira próximo ao seu roçando seus lábios. – Como você pode achar que eu quero ficar com Kathryn se eu me apaixonei por você desde a nossa primeira semana morando juntas? – Emma arregalou os olhos.

—Vo...você se apaixonou por mim? – Emma perguntou tentando assimilar essa informação, não acreditando no que ouvia. – Você – apontou para morena – é apaixonada por mim? – apontou para ela mesma.

—Por que está tão surpresa? – Regina perguntou.

—Por.. porque bem, você é sempre tão inteligente, independente, forte, intimidante, fancy e linda. Céus, você é tão linda. – ela olhou para o corpo nu de Regina fazendo a morena corar - E eu bem, sou só a Emma. – Suas bochechas coraram enquanto desviava o olhar. Regina colocou a mão em seu queixo levantando o rosto dela.

—Você é só a Emma? – Regina riu – Se eu começasse a listar tudo que você é nós iríamos derreter dentro dessa banheira. – ambas riram – desculpe por ter mentido para você de novo, mas eu sou tão medrosa, eu tinha tanto medo de você correr de mim de novo. – elas ficaram um tempo sem dizer nada, somente se olhando – eu quase posso te ouvir pensando.

—Você tem namorada. – Ela disse tão baixinho que Regina quase não ouviu.

—Não tenho e há mais de uma semana. – Emma a olhou surpresa - Mas eu não consegui falar com você. Eu terminei com Kathryn assim que eu percebi que eu tentava transferir a ela o que eu sentia por você. Aquele dia depois da festa de Zelena, aquele negócio do cordão e ela insinuar que ficaríamos com o apartamento caso você fosse embora... nosso relacionamento acabou no instante em que você bateu aquela porta. Daí pra frente eu só esperei o dia certo para acabar com tudo.

As duas ficaram somente se olhando por um tempo, como se quisessem decorar cada pedacinho de seus rostos, tentando ajeitar todos os seus pensamentos. Elas ainda tinham tanto para conversar, mas elas também tinham tempo.

—Você me molhou toda. – Emma disse depois de um tempo, seus pés ainda estavam para fora da banheira.

—Tire essas botas. – A loira abriu as botas com certa dificuldade pela posição em que se encontrava, as retirou e puxou suas pernas para dentro da banheira se ajeitando no colo da morena. – Quando você percebeu? – Perguntou assim que a loira se ajeitou.

—Acho que sempre esteve lá, começou a ficar pior quando disse que não tinha se apaixonado por mim, mas o ápice de tudo foi quando me falou que estava namorando Kathryn. Eu nunca imaginei que pudesse doer tanto. – As lágrimas voltaram aos seus olhos e Regina a abraçou.

—Desculpe, por tudo que eu fiz você passar, mas eu jamais imaginei que você pudesse ter se apaixonado por mim. Estava tão acostumada a ter essa coisa platônica por você, que depois de tudo eu decidi seguir em frente. Desculpe por ter mentido.

—Ficou no passado. Tudo isso é passado. Talvez se tivesse me dito naquela época eu realmente tivesse fugido. – suas mãos foram para o rosto de Regina – posso te fazer um pedido? – A morena somente assentiu – isso ainda é tudo novo para mim, eu não sei se minha família um dia vai aceitar, eu não estou cem por cento certa de que eu estou aceitando isso, então se por acaso eu soltar sua mão no meio da rua, pegue-a de volta, se eu por acaso duvidar por um segundo de nós me faça lembrar do que sentimos uma pela outra? – Regina não ousava piscar - O que eu quero dizer é – sua voz tremia ligeiramente – não desista de mim, por favor.

—Querida, eu vou fazer melhor que isso. Eu vou te amar, cada momento, cada segundo. Minha mão jamais vai soltar da sua. Estarei ao seu lado, sempre, até quando você me permitir.

Emma puxou Regina para ela a beijando apaixonadamente se perguntando como poderia ter se viciado naquele beijo tão rapidamente. A morena a correspondeu prontamente, ambos os corpos molhados até os ossos, mas um calor surpreendente passando entre eles. Então Regina parou o beijo para desgosto da loira que deu um muxoxo.

—Acho que tem alguém aqui – dizia sedutoramente enquanto suas mãos invadiram por baixo da camiseta de Emma – com roupas demais.

Ambas as mulheres caíram na gargalhada antes de seus corpos se encontrarem mais uma vez, deixando a conversa para uma outra hora.


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Notas finais do capítulo

Vocês não acharam mesmo que não teria drama né? Drama é meu nome do meio.
Beijos e comentem!!!