Pra você guardei o amor escrita por Maria


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas bonitas.
O capítulo continua, mas é que estou com uma preguiça mortal de terminá-lo hoje, então vou postar um pedacinho.

Vou responder os comentários de vocês um por um, prometo. Só que hoje não.
Alguém disse que essa era sua fic favorita! Obrigada! Me deixa muito feliz.



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O dia nem havia amanhecido direito e Cora já estava no hospital seguida por toda trupe composta por Zelena, Robin e Roland. Henry já estava muito melhor, a febre não havia voltado e ele já comia tranquilamente. Um pequeno milagre. Literalmente.

É claro que a criança se apegou rapidamente ao restante da família Mils o que possibilitou que Regina e Emma pudessem ir para casa tomar uma banho e se trocar. Nesse mesmo dia Henry teve alta e voltou ao lar das irmãs.

Era impressionante como o relógio parecia correr mais rápido que o normal. Logo o ano novo estava aí e Cora, que sempre fazia festa em sua mansão, queria convencer irmã Cecília a fazer uma grande celebração no orfanato. Regina disse que seria inútil, mas acontece que ninguém conseguia dizer não a Cora Mills. E com a Madre não foi diferente.

Tudo estava pronto naquela tarde fria de trinta e um de dezembro. As crianças estavam eufóricas, provavelmente nunca haviam participado de algo parecido. A mulher envolvera a todos na arrumação, dos menores aos maiores, isso por si só, despertou tanta euforia que se no fim não acontecesse a festa, tudo teria valido a pena.

O colorido tomava conta do refeitório que foi feito de salão. Cora achava só branco para a comemoração muito sem graça, principalmente quando teriam tantas crianças celebrando. As cores se assemelhavam a alegria. Era disso que se tratava essa noite, trazer à vida dessas crianças, um pouco mais de felicidade.

Para onde Madre Cecília olhava havia sorrisos. Seja das crianças, dos adolescentes ou mesmo das outras irmãs. Era como se rir fosse algo obrigatório, como se fosse uma condição Sine qua non, ingrediente sem o qual não pudessem passar por aquela noite. É claro que a Madre sorria também. Seria eternamente grata àquelas pessoas que dispuseram de seu tempo para compartilhar com todos eles um pouquinho do seu coração.

—Um doce pelo seu pensamento. – Regina parou ao lado de Emma que estava de pé no pátio olhando para dentro do salão através de uma das grandes janelas. Ela sorriu para a morena.

—Não é nada de mais. – Respondeu.

—Se não fosse nada demais você estaria lá dentro, onde está quente e confortável, fazendo qualquer bobeira com aquelas crianças arrancando-lhes sorrisos. E não aqui fora nesse frio congelante olhando pela janela como se fosse uma coruja de butuca. – Regina não ia desistir tão facilmente assim.

—Às vezes eu odeio que me conheça tão bem. – Emma disse distraidamente, sua face se contorcia em um sorriso que claramente demonstrava que o que dissera não passava de uma mentira deslavada.

—Não odeia nada. – Regina bateu seu ombro em Emma que sorriu mais amplamente.

—Certa de novo. Não odeio nada em você. Não conseguiria, mesmo se me esforçasse muito. – Seu rosto ficou sério antes de completar. – Mas nesse momento eu gostaria de odiar. – Soltou uma risada baixa que mais parecia um suspiro. Ainda não desviara os olhos da janela.

—O que te atormenta? Compartilha comigo. – Regina passou seu braço pelo de Emma demonstrando para a loira que estava ali por ela, como ela sempre esteve para Regina.

—Não é que eu não queira compartilhar com você. Não me entenda mal. – Colocou sua mão na mão que Regina segurava seu braço a apertando levemente como uma forma de carinho - Mas é que enquanto eu mantenho isso em minha cabeça é como se eu pudesse evitar a se tornar real.

—Sério estranha agora você está me preocupando. – Emma tirou seus olhos da janela e focou Regina pela primeira vez.

—É uma coisa estranha, mas quando se está com medo de alguma coisa, e se daria tudo para retardar o tempo, ele tem o mau hábito de correr. – Emma disse como se recitasse um poema e sorriu – Antes que pergunte, ou ache que pulei para o mestrado de filosofia, citei Harry Potter. – Regina riu. Como sempre Emma podia fazer os momentos tensos mais leves. - Estive pensando sobre o tempo e em como ele passa rápido demais. – Voltou seu olhar para dentro do salão, onde podia ver as pessoas se divertindo alheias aos seus sentimentos tão perturbadores.

—Esse é o dever do tempo Emma, passar. – A morena sabia que tinha algo mais e esperou a loira estar pronta para falar.

—Falta menos de um ano Regina, quando eu vim para cá eu não imaginava nada disso. – Parou novamente. Regina sentiu um frio correr pela sua espinha e que nada tinha a ver com a neve que caia graciosamente por todo o pátio. Ela sabia do que Emma estava falando, ela não precisava dizer por extenso cada palavra. Regina simplesmente sabia. É claro que ela já havia pensado no fato de Emma, talvez, ter que ir embora e agora sabia por que a loira estava relutante em dizer, ela mesma não ousava pensar no assunto com medo dos pensamentos tomarem vida e fugissem de seu controle.

—Disso o que? – perguntou.

—Eu não imaginava que não iria querer ir embora. Eu não imaginava que iria encontrar crianças que eu fosse me apaixonar perdidamente. O que vai acontecer com Henry e Sophia se eu tiver eu voltar? Eles vão esquecer-se de mim? Eu não quero que eles me esqueçam. E... e...

—E?

—E eu não imaginava ter você na minha vida. – Regina sorriu e apertou o braço da loira, suas emoções borbulhando. Às vezes Emma fazia e falava coisas que faziam o coração de Regina agir como um estúpido ginasta olímpico dando piruetas.

— Você sabe que não precisa voltar. – Regina tentou conter o desespero de sua voz, mas falhou terrivelmente fazendo a loira ter a mesma sensação.

—É uma probabilidade que tenho que considerar Regina. Se eu não conseguir a bolsa do doutorado, vou ter que voltar para casa. – A voz de Emma não passava de um sussurro. Ela não queria voltar. E se tivesse mesmo, queria levar Regina e as crianças com ela. Esse pensamento era tão absurdo que a loira teve vontade de gritar.

—Não. Não tem. – Regina podia ser tão teimosa quanto Emma. – Sabe que tem a empresa.

—E você sabe que jamais usarei um centavo seu. – A loira não queria que sua voz soasse tão repreensiva, mas soou.

—Por favor, não deixe esse seu orgulho bobo atrapalhar seus sonhos.

Emma não respondeu Regina e as duas permaneceram em silêncio, cada uma com seus pensamentos. Cada uma tentava imaginar como seria sua vida sem a outra e faziam um esforço enorme para não chorar.

De repente a agitação tomou conta do salão. Todos começaram a contagem regressiva. O ano ia virar. Emma inclinou-se para Regina a abraçando com força. A morena tomou um susto, mas manteve o abraço apertado de Emma e juntas puderam ouvir a contagem chegar ao fim.

                Lá dentro todos se abraçavam, os gritos eram ouvidos até do lado de fora. E fogos explodiam por toda a cidade enquanto as duas permaneciam embaladas pelos braços uma da outra.

                _Reza a tradição que o que a gente faz na virada do ano, perdura para o ano inteiro. – Emma disse apertando mais a morena em seus braços. – Feliz ano novo Regina.

                _Feliz ano novo Emma.

—-**--

                A notícia de que Regina Mills havia aberto uma empresa por sua própria conta se alastrou como uma faísca em uma trilha de pólvora por todos os Estados Unidos.  As coisas ficaram bem loucas.

                Emma dividia seu tempo em estudar para o mestrado, estudar para a prova do doutorado, as tardes no orfanato e o restante das tardes na empresa. Não que ela entendesse coisa alguma de arquitetura, imobiliários e afins, mas ela entendia de ser educada e prestativa. Coordenava os visitantes, ajudava agendar as reuniões, dividia o serviço entre Regina e Zelena e principalmente, revisava todos os contratos antes de Regina assina-los.

                Na mesma velocidade que janeiro veio, ele se foi. Nesses trinta dias Regina teve que contratar mais cinco pessoas. Quando fevereiro chegou ao fim o segundo pavimento do imóvel teve que ser aberto com mais escritórios e outras cinco pessoas também foram contratadas.

                Quando março deu o ar da graça, qualquer valor que Regina tivera investido na empresa já havia sido coberto por pelo menos três vezes. Era um sábado com clima ameno, sinal de que o inverno estava chegando ao fim. O branco daria lugar ao colorido das flores que preencherão os jardins durante a primavera enchendo os caminhos de vida.

                _Chega. – Zelena disse enrolando uma planta e colocando em imenso tubo. – Essa foi a última. Regina soltou um suspiro de alivio. Ela também já não aguentava mais.

                _Nunca imaginei que as coisas seriam loucas assim. – Seu sorriso conseguia se sobrepor por qualquer marca de cansaço que pudesse haver em seu rosto.

                _Eu achei que ia demorar um pouco para ficar assim. Graças a Deus que estava errada. – Ambas gargalharam. – Cadê aquela loira? Será que ainda está enfiada naqueles contratos?

                _Provavelmente. Ela lê aquilo mil vezes. Ainda bem, porque não tenho um pingo de paciência. – Regina massageava as têmporas quando a porta se abriu revelando uma Emma com vários papéis em suas mãos. Óculos de armação preta pousava em sua face, acessório que raramente ela usava, seus cabelos presos em um alto rabo de cavalo a deixavam com um ar tão infantil que contrastava de forma até engraçada com a expressão concentrada com a qual se aproximava da mesa de Regina.

                _Não morre tão cedo. – Disse Zelena rindo da mulher que não tirava os olhos dos papéis. Regina riu.

                _Hã? – Emma disse ao perceber o silêncio da sala e ao levantar seu olhar pode perceber dois pares de olhos divertidos a fitando. – Vocês falaram comigo? – Perguntou.

                _Só disse que não morria tão cedo,pois acabei de falar de você.  – Zelena disse e Emma fez uma careta engraçada.

                _Vocês deviam estar trabalhando e não falando de mim. – Falou com falsa indignação.

                _Pelo amor de tudo o que é mais sagrado! – Zelena apontava as mãos para os céus – Você e Regina foram feitas da mesma matéria prima? Senhor, eu mereço uma folga. Vocês sabiam que a escravidão já foi abolida? – Regina e Emma não aguentaram a cara de Zelena nem seu tom tão choramingado e caíram na gargalhada fazendo a ruiva bufar indignada.

                _Regina, - Emma voltou a ficar com ar profissional – você pode assinar todos esses contratos aqui. – entregou uma pilha de papel para a morena – Esses dois aqui pode mandar refazer, foi copiado e colado da internet, - Regina arqueou as sobrancelhas – a não ser é claro que você agora se chame Madeleine Anne Beaumont e queira assinar como tal. – A loira disse divertida fazendo Regina rolar os olhos – E por fim esse contrato aqui, só precisa de ajuste nessas duas cláusulas que eu marquei e a nova redação está aqui atrás. - Emma passou as folhas para que Regina pudesse ver. – Do mais, é só esperar os novos. – Disse dando um sorriso que poderia rachar sua face, como uma criança que termina todo o dever e vai mostrar seu caderno caprichado para a professora.

                Regina olhava para ela abobada e Zelena fazia um esforço enorme para não enfiar o dedo na garganta e vomitar. Sério, a ruiva queria bater nas duas pela melação. Ao invés disso começou a bater palmas tirando as duas do transe.

                _Parabéns, você será a funcionária do mês loirinha. Vamos colocar sua foto no hall de entrada por tanta eficiência. – Emma já estava acostumada com as tiradas de Zelena e acabou por rir e entrar na brincadeira.

                _Só permito a exibição dessa face desenhada pelos deuses se você tirar minha foto focando meu lado direito – ela disse enquanto jogava a cabeça de lado soltando o rabo de cavalo – é meu melhor perfil. – As três explodiram em sonoras gargalhadas.

                Uma coisa Regina não podia negar enquanto seu estômago doía de tanto rir, parecia que Deus tinha feito Emma com o mais delicado dos pincéis.

 

CONTINUA... :]


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Notas finais do capítulo

Desculpem a preguicinha!! Comentem e façam ma escritora feliz!!!