Imperfect Utopia escrita por Bruno hulliger


Capítulo 16
Esse não é o meu verdadeiro EU




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  Sthephanie parecia uma maníaca com uma adaga. Seus olhos se contorciam de raiva, juntamente com o resto de sua cara. Sua postura enquanto corria para me atacar era desengonçada, mas não a fazia ser menos assustadora.

  Domado pelo medo, corri com todas as minhas forças para direções aleatórias (tentando enganar ela). Em vão. Tentei sair pela grande porta de entrada, mas ela foi mais rápida e bloqueou minha única saída. Mas afinal, por que eu estou fugindo...? Esse não sou eu. Esse não é o meu verdadeiro eu. Ela é quem deve ter medo de mim...

  Parei de correr e fiquei estático por alguns segundos. A maga deve ter estranhado meu comportamento, pois ela também parou. Eu me virei para a sua direção lentamente, e comecei a andar em sua direção, fiz isso completamente despreocupado. Ela me olhava um pouco incrédula. Ela devia estar pensando “por que ele está vindo até mim? Ele devia era estar fugindo!”. Continuei andando despreocupadamente.

  “Isso! Ela baixou a guarda. Agora é só questão de um pouco de técnica” pensei. E quando finalmente cheguei perto o suficiente, eu ataquei!

  Em uma ação rápida, me movi para sua suas costas e usei nela o golpe chave-de-fenda. Assim como qualquer outra pessoa comum, Sthephanie ficou desesperada, ela não conseguia respirar, nem se mover. E no meio desse desespero, sua dagger ficou inutilizável.

  -- Não se debata tanto... – falei. – Isso vai acabar daqui a pouco... ARGH!... – desmaiei... Por que eu tinha desmaiado? Tudo o que eu senti foi um forte golpe na cabeça. Isso deve ter me feito desmaiar.

  -- Ai... Onde?... – tentei falar, mas eu estava tonto, minha visão não se focava, e meus outros sentidos também estavam um pouco atordoados.

  -- Você está no quartel-general.

  Tentei focar a visão, mas não consegui. Meu ouvido zumbia e parecia que meus tímpanos iriam estourar a qualquer momento. Além disso, meus pulmões respiravam com dificuldade, e falar era uma missão basicamente impossível.

  -- ACORDE!!!

  Recebi um tapa do rosto, e isso me fez deduzir: quem falava comigo era Mary.

  -- Onde...? Como.....? – insisti.

  -- Francamente... Você é do pior tipo de espião, sabia? Depois que você nos prendeu no porão, alguns alunos notaram a nossa falta... Bem, mais ou menos... Já que nós não estávamos explodindo nem atirando em nada, eles acabaram notando que nós havíamos sumido. Então um deles veio até a cabana, nos encontrou no porão e nos libertou.

  Meus olhos doíam como nunca acontecera antes. Parecia que eu iria desmaiar. Mas Mary me deu outro tapa, o que me deixou mais tonto ainda.

  “Ei, nós devíamos soltar ele?” perguntou uma voz, acho que era o Isaac.

  “NÃO! Você está maluco Mijão?! Maria nunca concordaria com isso... Nós devemos torturá-lo, não é Mary?” Disse Jonathan; ou pelo menos parecia ser a voz dele.

  -- Vocês poderiam se comportar como pessoas ao invés de animais, pelo menos uma vez na vida?! – disse Mary. Sua voz era inesquecível, mesmo estando um pouco... Estranha.

  Meus olhos, com muito esforço conseguiram focar a visão. A líder estava à minha frente, Isaac e John estavam à esquerda e direita, respectivamente. Eu não a vi, mas provavelmente Alice devia estar em algum canto mais escondido da cabana, observando tudo.

  -- De qualquer forma, – prosseguiu a capitã – quem te mandou aqui para nos espionar? O governo?

  Fiquei em silêncio, até porque, eu ainda não conseguia falar. Ela continuou:

  -- É óbvio que sim... Como eu fui burra!... – ela segurou a gola do meu uniforme. -- Você é IN-SU-POR-TÁ-VEL!

  Não me importei com esse comentário. Afinal, eu também concordava com ela.

  “O que nós vamos fazer com ele?” insistiu Jonathan.

  -- Nada... – respondeu Maria, e essa foi uma resposta que chocou John, que devia estar doido para me ver sofrer.

  -- Mas...

  -- Nada de “mas”! – repreendeu Mary. – Retirem-se, por favor. Eu quero ter uma conversa em particular com ele.

  Minha visão ainda estava um pouco embaraçada para ver ao longe, mas pude ver, muito bem, os três -- Alice também estava lá -- se retirando pela porta lateral da cabana. Isaac olhou para trás na hora de sair, seu rosto era de decepção, e infelizmente ele olhava para mim. Maria também fixou seus olhos em mim, mas ela fez isso com um olhar impiedoso de um predador, que está prestes a atacar sua presa á qualquer momento.

  Ela sentou-se em sua velha cadeira. Apoiou os braços na escrivaninha e me fez uma única pergunta: “por quê?” infelizmente a resposta não me era agradável: “eu fiz isso, porque fui obrigado.” Mas felizmente eu não conseguia mexer os lábios, então ela teria de esperar um pouco até eu recobrar todos os sentidos.


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