La Vie En Rose escrita por clariza


Capítulo 1
Sain et Sauf


Notas iniciais do capítulo

ALO ALO VCS SABE QUEM EU SOU???
Depois de meses bem tristes, aqui voltou eu com mais uma fic gostosinha cheirosinha saindo do forno.
Aqui, pra quem leu a minha outra fic, a arte da guerra, está o meu universo alternativo,nos anos 40, como eu prometi.
Então eu espero que gostem, pelo amor de Steve Rogers não me flopem.



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O primeiro dia naquela cela foi o mais difícil. Ela estava sozinha naquele cubículo um por um ainda usando as roupas do dia anterior e grossas paredes de concreto a separavam dos seus irmãos, ela podia ouvir o choro de Greta e a voz baixa de Max tentando a consolar, ela não podia consolar a irmã, mal podia se consolar, ela sempre tão inteligente dessa vez não sabia o que fazer além de sentar e esperar Oskar iria voltar, era apenas uma questão de tempo. O dia se passou arrastando comprido, enquanto a angustia me consumia como um lobo selvagem ataca a sua presa, encurralando a aterrorizando antes de finalmente cravar seus dentes na carne do animal, minha cabeça doía, nos meus braços haviam ainda as marcas de como eu fora arrancada da minha casa e levada para aquele lugar, o vestido azul estava rasgado em algumas partes o meu rosto deveria estar inchado e eu sentia o gosto de sangue em minhas mãos frequentemente enquanto os meus dentes nervosos apertavam as laterais da minha bochecha. A noite eu não consegui dormir, o som de gostas de chuva ecoavam por toda a extensão do complexo onde estávamos, dolorosamente lentas que estavam me levando a loucura.

O segundo dia, Greta tinha parado de chorar e quando eu espremi o meu rosto pelas grades eu vi que a mão dela estava para fora, segurando a mão de Max, ficou feliz por eles terem um ao outro e ao mesmo se sentiu terrivelmente solitária, os gêmeos tinham uma ligação especial desde que nasceram, tinham até uma linguagem própria quando eram pequenos. Os soldados passavam pelo corredor a cada cinco horas e cada vez que eles passavam ouvia Greta se desesperar, ela era uma típica menina de 16 anos, praticamente uma criança, criada a leite de pera, ela não suportava pressão. Para ela a vida era como num livro de contos de fadas, em que ela era uma princesa que nada dava errado em sua vida, eu me culpava em parte por isso, desde que mamãe havia morrido de tuberculose quando ela tinha cinco anos eu havia assumido o papel de mãe, cuidando e penteando os seus cabelos, contando histórias sobre fadas e que se ela fosse uma garota boa, eventualmente ela se casaria com um homem bom que a amava acima de tudo e teria lindos bebês, Greta era uma princesa dormindo em cem colchões com uma ervilha no meio deles que machucariam as suas costas delicadas, ela não sobreviveria a aquele lugar.

Max era mais forte, desde pequeno se espelhava em Oskar, saia por horas para a floresta perto da nossa casa onde aprendia sobre caça e armas com nosso irmão mais velho, ele queria ser um soldado e assim como Oskar nos defender do nazistas, ele ficou devastado quando derretemos as nossas menorás de prata e as estrelas de Davi que enfeitavam a nossa casa numa tentativa de esconder a nossa verdadeira religião quando o antissemitismo virou uma coisa real, quando ele teve de jogar fora o hamsá ele passou horas escondido na floresta, não aceitava que fossemos perseguidos pelo simples fato de acreditarmos em algo diferente,não acreditava que alguém fosse nos perseguir pela crença enfiada por um baixinho de que éramos inferiores.

Eu sempre fui um pouco mais parecida com papai, interessada em como as coisas funcionavam e descobrir coisas novas, muito mais focada em passar horas no laboratório cercada de formulas químicas do que coisas que garotas da minha idade gostavam, uma estranha observando a normalidade através de uma janela.

―Effy? Está ai? ― ouvi a voz seca de Max me chamar ―Está acordada?

Eu me levantei da cama, indo em direção as barras da cela.

―Sim, está tudo bem? Greta está bem?

―Está tudo bem, ela está dormindo ― ele hesitou ― Precisamos sair daqui.

―Eu sei ― respondi, segurando as barras de ferro frias entre as minhas mãos. ― Mas se fugirmos não temos a aonde ir e temos que pensar em papai, se fugirmos a caveira vermelha pode puni-lo.

―Greta não vai conseguir ficar aqui Effy, dois dias e ela já está definhando, não sabemos quando Oskar conseguirá aliados para nos resgatar, nos estamos tendo tratamento privilegiado pois não sabem que nós somos evrei.

Ele disse a palavra em búlgaro, nossa língua natal, seria estupidez falar judeu em alemão, eles nos dariam tratamento pior do que já estávamos recebendo.

―Temos que ter fé ― Max soltou uma risada nasalada, ele era profundamente religioso enquanto eu era a pior judia sobre a face da terra, nunca muito ligada aos nossos símbolos religiosos. ―Em Oskar, ele nunca iria sem nós Maxxie, ele vai voltar.

―Isso eu tenho certeza, mas quando Eff?

―Eu não sei Max. Eu gostaria de ter a resposta e que isso fosse agora, mas eu estou tão perdida quanto você, eu posso ser mais velha, mas isso não muda nada, eu não sou uma guerreira ou estrategista, sou tão fraca fisicamente quanto Greta, mesmo se escapássemos onde conseguiríamos ajuda? Certamente não com os meus dotes domésticos, nós podemos sair, mas morreríamos no meio do inverno ou acha que sobreviveríamos com lobos? Nós temos mais chances aqui esperando do que lá fora por nós mesmo.

―Effy... ― Max começou a argumentar no mesmo instante em que o som desesperado saia da cela de Greta, ela parecia acordar repentinamente de um sonho ruim e havia caído da cama minúscula que haviam nas celas, ela suspirou, num tom de choro ―Gret? Tudo bem?

―Sim, tudo bem, eu só tive um pesadelo ―ouvi os seus passos se aproximarem para a beirada meio trôpegos ― Eles não nos deram nada para comer? Estou faminta.

―Ainda não, mas logo darão não é necessário que se preocupe, papai deve estar cuidando para que sejamos melhor atendidos aqui enquanto Oskar não vier nos buscar ― respondi, sentindo a minha própria barriga protestar com fome.

―Tudo bem Freya, você pode falar comigo no mesmo tom que fala com Max, não como se estivesse pisando em ovos, eu posso lidar com isso.

―Eu sei que pode, só não quero que precise. ― rebati.

―Já estou numa prisão, creio que não há muito o que fazer sobre não me preocupar, sei que será difícil o nossos resgate, podemos passar anos aqui, não precisa se preocupar, eu tenho que aprender a lidar com isso.

―Ótimo ― respondi, tentando manter o meu tom firme ― Precisamos que seja forte para sairmos daqui, o qual familiarizada está em usar os grampos como arma de ataque?


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Notas finais do capítulo

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