Eu caminhava na beira da praia, contemplando o horizonte sereno e transparente, sentindo a maresia como rosa perfumada, meus pés afundavam na areia amarela, tão macia e molhada, por um instante acreditei estar nas nuvens. Escutei um barulho em minhas costas, não precisava me virar para saber quem era, era o meu Jacob, reconheceria seu cheiro em meio a uma multidão. Virei-me, perdi-me em seus olhos, eles me olhavam diferente, seu olhar que outrora era amigo e protetor, irradiavam paixão, desejo, cada parte do meu corpo se arrepiou. Jacob passou suas mãos quentes em meu cabelo carinhosamente, se inclinou até mim, e...

—Vamos acordar minha princesa!

—Alice. -Reclamei cruzando os braços. –Depois, por favor!

—Seu primeiro dia de aula. –Alice abriu um lindo sorriso. –Sua roupa esta pronta!

—Não, não, não! Não vou virar seu brinquedinho... –disse irritada. Acordar-me há essa hora e ainda querendo me fazer de Barbie.

—Minha mãe entrou no quarto interrompendo nossa conversa.

—O que você sonhou? -Senti meu rosto arde.

—Nada mãe! Por quê? – perguntei fingindo falta de interesse.

—Seu pai esta irritado com algo que você sonhou. –Pude sentir todo o meu corpo contorcer de vergonha. Esqueci-me de completamente das habilidades de meu pai.

—Alice, pode me arrumar? –Eu não precisava ver o futuro como minha tia, para saber que ela iria expulsar minha mãe, me dando tempo para pensar em algo menos constrangedor para conversarmos.

Sendo exatamente o que aconteceu, depois da tortura pela qual fui obrigada a passar, Alice me levou até os outros, mostrando sua “obra de arte”. Rosalie foi a primeira a me elogiar:

—Você está linda, bebê.

—Eu não sou mais bebê. -Fechei a cara.

Minha família já estava acostumada com o primeiro dia de aula, fingiram entusiasmo para me deixar um pouco mais à vontade, por ser meu primeiro ano na escola eu estava muito ansiosa. Até parecia que acabei de nascer, literalmente. Família grande, precisamos nos dividir em dois carros, preferi ir com a Alice e Rosalie, queria um pouco de privacidade com meus pensamentos que logo fugiram para o Jacob, ele estava com o pai em La Push, não queria ser egoísta mais sentia muita falta do meu melhor amigo e lobisomem, fiquei feliz por ele ter vindo morar com a gente, tivemos que nos mudar longe de Forks, para começarmos uma nova historia, ficaria desesperada em não o ter por perto.

Já havia algum tempo que não via o Jack com os mesmos olhos, quando ele chegava perto de mim o meu coração disparava e isso é um grande problema quando se mora em uma casa cheia de vampiros, com audição sobre humana. Mas, ele somente me via como sua irmã mais nova, para ser protegida, essa é minha historia, tenho cinco anos e corpo e mente de uma pessoa quase adulta. Minha mãe engravidou de mim, quando ainda era humana, me transformando em uma aberração biológica, não sou nem vampira e nem humana, fica difícil me definir como alguma criatura, porque só conheço outra pessoa igual a mim, Nahuel e nunca mais nos vimos, desdá batalha contra os Volturis.

Ao descer do carro, senti um par de mãos quentes me abraçando, me virei assustada gritando de excitação, era o Jacob, me esquecendo de onde estava o abracei, deixando transparecer toda falta que ele me faz.

—Que saudade seu cachorro, por que não avisou que vinha? –perguntei ainda o abraçando.

—Surpresa. –beijou meu rosto carinhosamente, me fazendo arrepiar.

Por um instante, esquecemos que havia outras pessoas a nossa volta, e ficamos nos olhando, como se nada mais importasse.

—Oi Jacob! –Fomos interrompidos pelo meu pai.

—Oi Edward! -Jacob olhou torto para o meu pai e depois sorriu. -Que saudade de vocês.

Jack cumprimentou o resto da minha família, todos já sabiam da sua chegada e não me disseram nada, estavam escondendo o jogo.

—Jack, você já vai começar o ano com a gente? –Perguntei esperançosa.

—Vou minha Ness! –Disse me abraçando. Meu coração quase saltou pela boca. Agora estava tudo perfeito.