Acampamento Imortal escrita por Vallabh


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje é dedicado a minha beta incrível, Cam!
Obrigada por não desistir de mim T_T



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— O que você está dizendo? — Me xingo mentalmente por ter deixado minha voz sair tão assustada.

— Você sabe do que eu estou falando, todos aqueles pesadelos, eles serão reais. Você pode tentar fugir o quanto quiser, mas o que está profetizado sempre acontecerá. — Ela diz, voltando a se virar para o tear e o manuseando. — Se não acredita em mim, pergunte aos seus companheiros.

— O que... o que ela está falando? — pergunto, sem ter coragem de encará-los, não sei quantas outras mentiras sou capaz de suportar.

— Luna, esse não é o momento — Tobias finalmente fala, coçando a barba por fazer, ele parece extremamente calmo.

— E quando vai ser o momento? Porque eu acho que se eu não tivesse descoberto tudo isso agora, vocês não iriam me contar por vontade própria.

— Não, não iríamos. — responde e não vejo um pingo de vergonha ou arrependimento na sua resposta. — Existem momentos na vida em que precisamos fazer escolhas. Entre mantê-la viva e mentir para você não precisei pensar muito na hora de fazer a minha escolha, imagino que o Kaique também não, muito menos o Thoth ou o Dionísio.

— Há quanto tempo vocês sabem disso?

— A vida toda?! — Kaique diz e parece que aquele que eu já considerei meu melhor amigo está à beira de um colapso nervoso. — Por Zeus, Luna! Desde que eu consigo me lembrar essas mentiras e conspirações fizeram parte da minha vida, chegou um momento que se tornou natural viver assim e me desculpe se eu não me sinto arrependido por isso, mas esse foi o preço que eu aceitei pagar para lhe ter na minha vida. — Ele passa as mãos pelo cabelo e suspira exacerbado.

Não sei o que fazer ou o que pensar. Parece que toda a minha vida nunca me pertenceu, que eu sempre fui uma boneca nas mãos de outros. Por mais que queira sair daqui e deixar esses dois para trás, sei que preciso deles para chegar até o local onde vou ter todas as minhas respostas, o acampamento. Se eles são tão fantoches quanto eu, então o Thoth ou qualquer outro membro do conselho devem ser responsáveis por isso.

— Nós vamos sair daqui e voltar para o acampamento, mas irei deixar bem claro que quando pisarmos no solo da floresta, será cada um por si. Quando essa prova acabar eu não quero olhar para vocês novamente. — digo, os encarando nos olhos e nenhum dos dois ousa contestar. — Espero que sejam capazes de lidar com o preço das suas escolhas. Vamos embora.

Viro-me e começo a caminhar para fora desse lugar e a única coisa que ressoa na minha mente é o barulho do tear das moiras. Tobias e Kaique me acompanham e permanecem calados.

— Por aqui. — Tobias diz, tomando a frente.

Não digo nada, apenas o acompanho. Devemos estar caminhando há quase uma hora quando avisto uma casa no topo de uma colina, a vegetação desse local é diferente da que ficava próxima à casa das Moiras, a grama é mais verde e a brisa tem cheiro de mar. Tobias caminha em direção à entrada da casa, quando chega na frente da porta ele tira uma chave do bolso e coloca na fechadura, abrindo a porta em seguida.

— O que você está fazendo?

— A casa é minha, tem um carro reserva no galpão. — fala, apontando para a estrutura de metal à direita do local. Como a noite está escura, só a luz da lua não foi o suficiente para me fazer enxergar o local, também percebo um lago próximo a casa, o que explica o cheiro da brisa. — A chave do carro está aqui dentro, não precisam entrar, eu só irei pegar o que preciso e sair em seguida. — Apenas concordo com a cabeça enquanto o Kai resmunga um “Ok”.

— Ele está demorando muito, não acha? — Kai pergunta depois de um tempo que Tobias entrou e realmente já faz um tempo que o mesmo saiu.

— Ele deve está procurando a chave, talvez não estivesse onde ele imaginou.

— Faz sentido, vou entrar para ver se ele precisa de ajuda. — Meu futuro ex amigo diz e fica me encarando.

— O quê? Não vou entrar com você, então se quiser ir, pode ir sozinho. — Ele apenas suspira e se dirige pra dentro da residência.

Começo a caminhar em direção ao lago para aproveitar o vento, a noite está quente e sinto minha pele começar a ficar grudenta. Sento em uma pedra próxima a margem do lago e me viro para a casa do Tobias. A noite escura não me permite ver bem os seus detalhes, mas dá pra perceber que é bem cuidada, as paredes de fora são de madeira e pelo brilho que refletem com a luz da lua provavelmente são envernizadas também. É um pouco maior que a casa das Moiras, mas nada muito grande, também tem uma chaminé no teto, porém essa não expele fumaça. Saio dos meus pensamentos quando escuto um barulho de algo quebrando dentro da casa. Concentro-me um pouco e consigo escutar barulho de vozes alteradas, provavelmente alguma briga de irmãos. Irmãos... Santo Zeus, que coisa surreal. Pondero se decido entrar ou deixá-los se entenderem, não tenho vontade nenhuma de me meter em briga de família, mas sei que isso pode virar algo sério e quero chegar ao acampamento ainda hoje. Respiro fundo e desço da rocha, caminhando para a cabana, atravesso a porta e agora os gritos são mais audíveis, mas ainda não consigo entender direito o que dizem. A sala está vazia, não presto muita atenção na decoração e sigo pelo corredor que contém duas portas e termina em um cômodo, que imagino ser uma cozinha. A primeira porta está aberta e é de lá que as vozes vem, caminho até lá, mas paro antes de chegar à porta quando escuto algo que me deixa em alerta e atiça a minha curiosidade.

— Eu não tive nada a ver com a morte dela, eu já falei isso várias vezes, Kaique!

— Você pode falar quantas vezes quiser, eu não vou acreditar! — Ele faz uma pausa e quando volta a falar sua voz parece mais calma. — Ela estava melhorando e então de repente eu recebo uma ligação do hospital informando que ela teve uma parada cardiorrespiratória e faleceu, justo no dia em que você foi visitá-la. Como eu posso acreditar que não foi sua culpa?! POR QUÊ?! POR QUE VOCÊ TINHA QUE IR VER ELA?!

— PORQUE ELA PEDIU! INFERNO! — Tobias ser altera e escuto barulho de algo quebrando novamente, quando ele volta a falar parece cansado. — Imagine a minha surpresa ao receber uma ligação do hospital informando que a mulher que se intitulava minha mãe gostaria de me ver!? Eu não pretendia ir, mas curiosidade falou mais alto e eu acabei indo.

— Por que ela queria lhe ver? Isso não faz sentido.

— Concordo plenamente, no fundo eu tinha esperança de que ela quisesse se desculpar por rejeitar o filho mais velho e abandoná-lo. Como eu fui ingênuo. — Ele solta uma risada e é possível sentir o ressentimento em sua voz quando volta a falar. — Acredita que eu cheguei a ficar surpreso quando ela começou a me ofender e me culpar por todas as desgraças que aconteceram na vida dela e do seu querido filho, mas eu cheguei a ficar com pena quando vi sua reação ao escutar que, na verdade, o seu querido filhinho também não presta. Ela chegou a me chamar de mentiroso quando falei que todos os gastos hospitalares dela eram pagos com o dinheiro que o filho dela ganhava para ser amigo da filha do Thoth. — Sinto minhas pernas fraquejarem quando escuto a última frase, não é possível, Kaique é meu amigo, nós somos amigos desde sempre, ele não aceitaria dinheiro pra isso. Meu peito dói e não consigo respirar direito, sento no chão e fico tentando puxar o ar.

— Co- como você sabe disso?

— Pelo amor de Zeus, Kaique, você acha que eu sou idiota? Você realmente queria que eu acreditasse que você bancava todos os gastos hospitalares dela, seu estilo de vida nada barato, sem comentar no carro que você comprou aos dezoito anos, tudo isso com o simples salário de estagiário nos estabelecimentos do acampamento? Me poupe.

— Quem te contou?

— Ninguém, eu invadi o escritório do Dionísio em um dos dias em que ele estava fora, estava procurando qualquer coisa que pudesse usar contra você. Eu só queria te desmoralizar publicamente, na época eu ainda tinha certo ressentimento por não ser aceito por vocês, pela minha família. Mas imagine a minha surpresa ao esbarrar com a folha de pagamentos do mês sobre a sua mesa e ver o seu nome lá. Depois disso só precisei insistir um pouco e o próprio Dionísio assumiu que você recebia uma pensão pra “cuidar” da Luna.

— Não é bem assim, não vou mentir, no começo era só pelo dinheiro, mas as coisas mudaram.

— Não me interessa. Na verdade, eu tenho que te agradecer por isso, porque foi depois de descobrir isso que eu decidi que não seria igual a você e que não queria mais fazer parte dessa família podre. Uma mãe que abandona o filho e o culpa pela rejeição do homem que amava e um irmão que recebia dinheiro pra ser amigo de alguém, ou será que ainda recebe?!

— CALA A BOCA! — Escuto Kaique gritando e tenho vontade de fazer o mesmo, me sinto sufocando, escuto barulho de coisas quebrando dentro do quarto, mas não me importo, minha vista embaça com as lágrimas não derramadas. Minha mente começa a ficar nublada, os sons vão ficando mais longe e tudo começa a perder o foco. Sinto dor quando meu corpo perde as forças e caio pro lado, batendo com a cabeça no chão. Minha vista escurece e a última coisa que escuto antes de apagar é meu nome sendo chamado pelos dois homens que me colocaram nessa situação.

Recobro a consciência e quando abro os olhos percebo que estou dentro de um carro, estou deitada no banco de trás com a cabeça apoiada no colo do Kaique, ele está com a cabeça apoiada na janela, olhando para fora, relembro tudo que escutei antes de desmaiar e me sento de uma vez, me afastando para o outro lado do banco.

— Luna. — Ele se assusta com a minha movimentação e tenta me tocar.

— Não chegue perto de mim! — Me esquivo do seu toque, quando o encaro percebo que ele tem um corte no supercilio e no lábio inferior. — O que aconteceu?

— Você desmaiou no corredor, como você não acordava e estávamos ficando sem tempo decidimos pegar a estrada. — Tobias responde, ele está sentado no banco do motorista na frente do irmão, pelo retrovisor percebo que também tem um corte fino na maçã do rosto, baixo o olhar para suas mãos no volante e vejo que também possui machucados nelas. Provavelmente os dois devem ter brigado em algum momento.

— Luna, sobre o que você escutou...

— Kaique, acho que agora não é o melhor momento.

— Eu só quero saber o quanto você escutou?

— O suficiente, mais alguma pergunta? — digo, o encarando.

— Eu sei que você disse que agora não é o momento pra isso, mas, por favor, me dê a chance de explicar as coisas direito.

Não digo nada, me sento direito colocando o cinto de segurança e olhando a paisagem da noite escura. Respiro fundo e decido perguntar o que está rondando nos meus pensamentos desde que escutei a conversa entre os irmãos.

— Você ainda recebe?

— O quê?

— O dinheiro, Kaique, você ainda é pago para me fazer companhia?

— Não.

— Quando você parou de receber?

— Antes de tudo eu preciso que você entenda o contexto no qual tudo aconteceu, eu era apenas uma criança de cinco anos que estava sendo obrigada a se afastar da mãe e morar em um lugar estranho, passando por horas de treino exaustivo, além de ter que me tornar amigo de uma garota completamente estranha pra mim, eu odiava aquilo. No começo quem recebia o valor era a minha mãe, a nossa situação financeira começou a melhorar e ela me disse que, se eu continuasse sendo seu amigo as coisas ficariam muito melhores para a gente, então eu continuei, mas com o tempo eu comecei a me apegar de verdade à você. Eu pedi para não receber mais o dinheiro depois do seu aniversário de 16 anos, quando você fez aquela tatuagem mundana e me disse aquilo, eu percebi que não podia mais continuar com aquilo, eu não queria ficar do seu lado porque era pago pra isso, você havia se tornado minha família também.

No meu aniversário de 16 anos Thoth permitiu que eu fosse à cidade com o Kai e lá nós encontramos com o John, um semideus que tinha um estúdio de tatuagem em um bairro comercial de Ottawa. Nesse dia eu fiz minha primeira tatuagem, “Ohana”, na época eu havia ficado encantada com o significado da palavra após assistir um desenho da Disney. É uma tatuagem simples, feita com letra cursiva, fica um pouco abaixo da sexta costela do lado direito. Quando estávamos voltando para o acampamento eu falei para o Kai que ele e o Thoth eram minha família e que a tatuagem era uma forma de nunca me esquecer daquilo, que era realmente importante na minha vida. Agora refletindo, percebo que aparentemente apenas eu pensei assim durante todos esses anos.

— Mas logo depois a minha mãe ficou doente, e os gastos aumentaram e por mais que eu tivesse uma boa quantia guardada não era o suficiente para arcar com tudo, então eu continuei recebendo, mas somente para bancar o tratamento dela. Depois que ela morreu eu conversei com o Dionísio e parei de receber de vez.

— Entendi. — Respiro fundo e tento digerir todas as informações que recebi nas últimas horas. — Saber que você passou quase onze anos da sua vida sendo pago para ficar ao meu lado não é algo fácil de digerir, mas eu não posso ser hipócrita de dizer que nunca errei e aprendi com os meus erros. Você errou, mas se arrependeu e corrigiu a situação. Estou encerrando esse assunto entre nós, mas isso não muda os fatos, vocês dois participaram desse teatro no qual eu fui feita de fantoche todos esses anos e isso eu não consigo perdoar. Então quando chegarmos ao acampamento, cada um seguirá seu caminho.

Nenhum dos dois se pronuncia, então vamos em silêncio o restante do caminho, cerca de 20 minutos depois o Tobias anuncia.

— Chegamos.

Ele para o carro e nós saímos, estamos no topo de uma colina muito parecida com a do jardim suspenso que nos trouxe até aqui, a madrugada escura não me permite enxergar muita coisa ao redor, Tobias liga a lanterna do seu celular e caminha na frente. Ele para de frente para o portal e fala uma frase que me traz um certo desconforto agora.

— Para a casa dos semideuses. — O portal começa a ganhar vida e a luz branca ilumina todo o ambiente. — Vamos? — pergunta, olhando para nós. — Nos vemos no acampamento.

Ele atravessa o portal e eu vou logo atrás, sendo seguida pelo Kai. Sou arremessada na terra da floresta do acampamento e nunca me senti tão feliz por sentir o cheiro dessa terra. Me sento e percebo que caímos na frente do painel de classificações. O nome do Tobias atualiza em penúltimo lugar, o meu é atualizado logo abaixo do dele, porem o do Kai é riscado. Isso significa que a próxima prova é a última e apenas um filho de cada Deus participaria, Tobias foi o primeiro a chegar ao acampamento, então ele se classificou como filho de Posseidon e, consequentemente, Kai foi desclassificado.

— Vocês dois! — chamo os dois que ainda estão sentados olhando para o painel. — De pé, nós temos que ter um longa conversa com os anciões dessa merda aqui. O que estão esperando? Eu não vou falar novamente.

Os dois se levantam calados e começam a me seguir. Entro na tenda do conselho e agradeço por estarem todos lá, isso vai facilitar bastante as coisas.

— O que você pensa que está fazendo, Luna? Não pode entrar aqui assim!

— Calado, Apollo, meu assunto não é com você! — Não tenho mais paciência para essa hierarquia estupida. Ele me encara assustado, assim como Dionísio, porem Ártemis e Thoth não demonstram nenhuma surpresa.

— Agora nós sete teremos uma longa conversa e vocês vão me explicar que merda de profecia é essa e porque vocês acharam ter direito de manipular a minha vida durante todos esses anos! — Dionísio se movimenta desconfortável na poltrona que está sentando logo atrás de Thoth e encara os garotos atrás de mim. — Não precisa matá-los com os olhos, não foram eles que me contaram. Imaginem só a nossa sorte ao sermos jogados em Atenas durante a prova desse torneio idiota, e ainda esbarrarmos na cabana das Moiras lá.

— Por Zeus, como isso aconteceu? — Ártemis parece realmente surpresa pela primeira vez.

— Eu adoraria saber também, assim como também gostaria de saber o porquê delas me chamarem de Leptynis. E por mais que eu quisesse muito culpar esses dois aqui por tudo isso, eu sei que eles são tão fantoches quanto eu. Então, qual dos quatro vai começar a me explicar essa merda toda?

— Luna, se acalme um pouco.

— NÃO! — Um trovão ecoa do lado de fora, assustando a todos. — Eu cansei de ter calma, eu quero respostas e quero agora!

— Tobias! — Ártemis se levanta e começa a ir até ele.

— Eu estou bem, foi apenas uma tontura, deve ser o estresse dos últimos acontecimentos. Pode ficar aí. — Ele está pálido e se apoia em um dos mastros que sustenta a lona da tenda.

— Tudo bem, se você quer saber, eu irei contar, mas espero que esteja preparada para assumir as consequências das suas decisões.

— Thoth. — Dionísio chama e parece ter um aviso velado em seu tom de voz.

— Está tudo bem, meu amigo, você escutou também, as coisas estão fugindo do nosso controle, tudo que podemos fazer agora é tentarmos nos preparar para o que está por vir.

— Espero que você esteja ciente das consequências disso também, Thoth, estamos prestes a começar uma guerra com o próprio Olimpo. — Apollo parece não gostar da ideia, contudo também parece conformado com a escolha do Thoth.

— Eu tenho ciência de tudo isso, Apollo, quanto tempo ainda temos antes do fim da prova?

— Cerca de 50 minutos.

— Creio que seja suficiente, sentem-se, garotos. — Ele diz, indicando as cadeiras na frente da sua mesa. Porém Tobias se senta ao lado de Ártemis, no sofá à direita, Kaique no sofá com Apollo à esquerda, e eu me sento de frente para Thoth. — Há 25 anos o Oráculo Delfos teve uma visão, uma profecia, a herdeira do trono iria se erguer e dominar os céus e o inferno, e ela teria a ajuda do herdeiro de Posseidon para conquistar tudo. Zeus ficou enlouquecido com a possibilidade de ser destronado, então ele decidiu executar a sua primogênita, contudo o oráculo o advertiu que, se a vida da herdeira fosse ceifada, a era dos Titãs retornaria e toda a Terra seria aniquilada. Então ele decidiu aprisionar Perséfone no submundo na tentativa de impedi-la de realizar a profecia. Mas ninguém imaginou que a Deusa primogênita de Zeus se apaixonaria por Hades e os dois resolveriam ficar juntos, alguns anos depois essa união resultou em uma criança. Foi nesse momento que Zeus percebeu que a profecia não se referia à Perséfone, e sim a criança que acabara de nascer, filha da união entre o Olimpo e o Submundo.

— Thoth...

— Está tudo bem, Ártemis, está na hora deles saberem a verdade. — Ele passa a mão pelos cabelos e parece cansado. — Assim que a criança nasceu foi capturada e levada pro Olimpo, foi quando eu fui chamado para o Olimpo, recebi a missão de ser guardião da criança, Zeus me informou que iria mandar a criança para a Terra e que iria designar outros três deuses para me acompanhar, juntos teríamos que cuidar da garota e encontrar o filho de Posseidon citado na profecia. Ártemis foi escolhida como forma de punir Posseidon, Apollo decidiu acompanhar a irmã e, por último, Dionísio. Juntos tivemos a ideia de montar o acampamento, seria mais fácil de manter os semideuses que queríamos por perto. Com o tempo, a pequena herdeira da profecia começou a desenvolver poderes muito fortes para a sua pouca idade. Quando encontramos os filhos de Posseidon, decidimos realizar um ritual de selagem de poderes, todos os seus poderes foram selados dentro do primogênito de Posseidon. Durante todos esses anos, nós vivemos para protegê-la e impedir que o mundo acabe.

— Você... O que isso significa?! — Ele termina de falar e me encara, mas não consigo falar nada direito, foi muita informação.

— Isso significa, Luna, que você não é uma semideusa, você é uma Deusa do Olimpo, filha de Perséfone e Hades, a herdeira do Trono de Zeus. Durante todos esses anos você não conseguiu desenvolver nenhum dom, pois todos os seus poderes foram selados dentro do Tobias, mas por algum motivo eles começaram a se manifestar e nós não sabemos o porquê de isso ter acontecido.

— O que aconteceu com a Perséfone?

— Foi aprisionada no Tártaro logo depois do seu nascimento e está lá até hoje. — Dionísio responde e consigo sentir uma nota de tristeza em sua voz.

— E por que tem alguém querendo me matar?

— Nem todos concordam com a forma como Zeus conduz o Olimpo, se você morrer será o fim da nossa existência.

Eu... sou uma deusa e a existência do universo depende da minha vida?! Como isso é possível??!


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Notas finais do capítulo

É eita atrás de eita na vida da Luna...

XOXO!



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