Em poucos dias que havia voltado sai com algumas pessoas, os homens tem um certo "fetiche" por mulheres de aparência delicada e quase infantilizada, na verdade isso é meio nojento, mas pra mim era muito fácil, bastava chegar em algum lugar, começar a beber e logo aparecia alguém para conversar e convidar para sair dali.
Raziel por sua vez, sempre se mostrou distante, não queria conversar e me queria o mais longe possível. Ele estava feliz com a sua família perfeita, inclusive haviam até mesmo adotado uma criança.
Não tardou muito para eu conhecer alguém realmente interessante e passasse a ficar mais tempo na casa dele que na minha, seu nome eu não me recordo agora, na verdade os relacionamentos que tive a partir dali foram todos tão traumáticos e desnecessários que podemos dar o nome de Luke a todos eles.
Os Lukes de minha vida eram um looping eterno.
Luke (leia-se todos os relacionamentos que tive) era gentil comigo, em sua maioria alto, forte, atlético, lutavam artes marciais e assim podíamos treinar juntos, os cabelos compridos e a pele ou clara ou moreno.
Eram relacionamentos que me faziam perder o folego, todos eles vinham de uma linhagem de homens bons na cama, amantes quentes e que me tratavam bem até certo ponto.
Basicamente todos eles sabiam o que fazer para conseguir me deixar leve.
Alguns jantares, uma lingerie sexy, vinho, alguns toques suaves em locais estratégicos e pouco tempo depois estavámos um sobre o outro fazendo a unica coisa capaz de me fazer desligar do mundo por algum tempo.
Eu já tinha uma longa lista de atividades sexuais em locais exóticos: em tatames de treino, em cima de troncos no bosque, na grama do quintal de casa, em cima do fogão, pia ou mesa, no elevador, banheiro e cozinha de bar. Mas nada era tão incrível quanto o clima romântico que um jantar e um vinho forneciam.
Não por querer, mas cada vez que eu via Raziel, que eram em espaços de tempo até bem longos, eu estava com um novo Luke, e isso desencadeava sempre brigas horríveis. Desde "olha o que você está fazendo da sua vida", até "você merece o que passa, não consegue ficar sozinha", eu até gostava daquilo, porque só o desmascarava mais ainda. Ele não estava tão feliz quanto parecia, na verdade seu marido era um tampão, assim como os Lukes da minha vida eram o meu tampão. A diferença entre nossos relacionamentos é que eu ficava com outros em busca de alguém que me fizesse melhor do que ele fez, ou as vezes apenas para magoa-lo, e ele estava casado para tentar me esquecer e me mostrar que o perdi.
Todas as vezes que brigamos por causa de quem eu saia, nenhuma se compara a quando eu estava com um determinado "Luke" e a nossa vida sexual era realmente intensa, na verdade nós transpirávamos sex appeal juntos, e isso era explicito desde como eu andava, à como ele me segurava, mas eu não estava feliz naquele relacionamento, e Raziel sabia disso, porque eu contei.
Raziel não poupou palavras ao dizer "É só isso que importa pra você, sexo. Você me deixou por causa disso", e ele sabia que não era por isso. Mas aquele ataque dele me marcou pra sempre. A ferida que ele fez em mim com aquilo só me afundou ainda mais.
Ele estava magoado e eu também, mas a partir daquele dia, por mais infeliz que meus relacionamentos fossem, eu ia até o altar com eles.