Nosso Tempo escrita por Larissa Verlindo


Capítulo 3
Passado


Notas iniciais do capítulo

Que milagre é esse? Nem eu sei responder. IAUEHAIUEHAE' Sei lá, só fiquei com vontade de escrever de novo para essa fanfic. Felizmente, né?! Tava com dó de apagar ela.

Talvez eu tenha perdido um pouco a mão para escrever, mas o importante é tentar. Espero que ainda tenha alguém que leia essa história. ♥



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Consigo notar os ombros do garoto se encolhendo mais e mais a cada novo olhar que está nele. Também posso ver a vermelhidão em suas orelhas, e imagino que suas bochechas devem estar em um tom pior. Eu meio que entendo. Chamar atenção nunca foi algo agradável para mim, embora eu acabe fazendo isso muitas vezes por ser estabanada demais.

— Pode se apresentar? — O professor sorri para ele. É um incentivo e uma tentativa de ajudar alunos transferidos, mas só piora tudo. Poucas pessoas gostam de ter de se apresentar para a turma, e posso sentir que ele não é uma dessas pessoas. Apesar disso, sua voz não sai eufórica ou gaga de nervosismo quando ele responde.

— Meu nome é Nicolas. Mudei para a Capital recentemente.

Ao meu lado, ouço Rachel suspirar. Tento segurar a revirada de olhos porque meu pai odeia quando faço isso, mas é quase impossível. Rachel é a típica adolescente romântica: tem mil crushes, está sempre pronta para adicionar mais um à sua lista de paquera e chora por eles não lhe darem a devida atenção.

— Só isso? — Quíron pergunta, ansioso por tirar mais algumas informações do garoto. Ele só dá de ombros, como se não tivesse muito o que falar ou não quisesse. — Certo, então. Se tiver alguma dificuldade na matéria por ter se transferido depois do primeiro mês de aula, é só me procurar ou aos representantes da turma. — Quíron aponta para mim e para Will Solace, que estava ao lado do garoto.

Nossos olhares se encontram quando ele se vira para trás, buscando onde é a outra direção em que Quíron aponta. Há um sorriso pequeno e até meio desanimado em meus lábios e não tenho certeza se ele consegue notar isso. Espero que não, porque não é assim que uma representante deve agir. Mas só de pensar em ter de ajudar mais alguém com Biologia já me sinto dez vezes mais desanimada – ter de ensinar meu irmão, Jason, é mais cansativo que ensinar uma turma inteira porque posso jurar que ele é uma porta em qualquer coisa que não envolva contas matemáticas. Ninguém merece gente de exatas.

O garoto – Nicolas – responde com um sorriso igual ou tão pior quanto o meu. Seu rosto ainda está corado, o que o deixa meio fofo. Rachel parece pensar o mesmo, porque mais um suspiro sai de sua boca.

— Obrigada.

Quíron sorri e recomeça a falar sobre a célula procarionte. A turma segue seu exemplo, voltando a prestar atenção apenas nele. Por um minuto, continuo olhando para o aluno novo e consigo ver seus ombros relaxarem por não ser mais o centro das atenções. Então, volto a desenhar o esquema da célula no meu caderno.

Minha célula está parecendo uma batata podre.

**

Annabeth e eu estamos sentadas nas escadas que levam até a sala de informática, tentando comer com algum tipo de calma e sem ter que dividir a comida com o resto da nossa turma de amigos. Não que sejamos egoístas, mas nosso lanche é o resto dos salgadinhos da festa do primo dela. E é uma regra não dita não dividir sobras com quem não é especial. Principalmente quando essas sobras são salgadinhos de requeijão e mini croquetes.

O frio do azulejo da parede penetra pela minha blusa fina de verão e deixa minhas costas geladas. O que é bom, porque está fazendo, pelo menos, uns 30 graus. Levo mais um salgadinho de requeijão à boca.

— Você não deveria estar lá também? — Annie me pergunta, apontando para um Will Solace animado levando o novato para um tour no colégio. Dou de ombros e tomo um gole do suco de laranja, sentindo o olhar reprovador da minha amiga. Era ela quem deveria ser a representante da turma, não eu. Annie é a pessoa mais responsável, enquanto eu sou a pessoa mais estabanada, esquecida e atrasada.

— Will parece estar se saindo bem sem mim, e salgadinhos são uma opção melhor que ir em um tour chato e desnecessário.

— Tsc. Sinceramente, como você virou representante?

— Me pergunto o mesmo. — Sorrio para ela. — Mas devo lembrar que a senhorita votou em mim também?

— Nunca mais posso reclamar sobre as pessoas não terem noção para votar. — Annie brinca antes de mastigar outro salgadinho. Concordo com ela. Votar em mim é o cúmulo do erro, embora eu me esforce para ser uma representante boa.

Levando do degrau e estico meu corpo, alongando meus braços e pernas – mesmo que eu pareça uma lombriga fazendo isso, principalmente depois de comer – e me preparo mentalmente para os próximos períodos cheios de cálculos.

Ninguém merece exatas.

**

Meu pai é o tipo de homem que trabalha muito e gosta disso. Ele adora passar horas e horas no seu escritório, no centro da cidade, analisando finanças e qualquer outra coisa do tipo. Nunca entendi muito bem com o que ele trabalha realmente, mas sei que envolve muitos números. E muitas horas de trabalho. Ele não se importa com isso, mas eu sim, porque detesto números e operações matemáticas e detesto ter de esperar.

Zeus Grace também detesta esperar, mas adora deixar os outros esperando. Principalmente eu.

Me jogo no banco de madeira em frente ao colégio, colocando minha mochila entre as minhas pernas, no chão. O céu está mais claro que nunca e sem nenhuma nuvem. É bonito, mas meu hobbie é procurar formatos em nuvens – por mais infantil que isso pareça –, então fico um pouco desapontada.

Enquanto eu tiro uma foto do céu com meu celular, sinto alguém se jogar ao meu lado no banco. É o garoto novo e ele também está olhando para o céu. Com a luz do sol, o cabelo dele parece ainda mais escuro, com alguns reflexos azulados, e as bochechas estão avermelhadas, mas não por vergonha, e sim pelo calor.

O celular vibrando na minha mão faz com que eu me dê por conta do que estou fazendo. Olho para o celular, tentando esquecer a vergonha de o estar encarando na cara de pau. É uma mensagem do meu pai.

Chegando.

Cinco minutos depois, eu estou entrando no carro do meu pai. E o garoto permanece sentado, olhando para o céu.

Não sou mais a última a ir embora.


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Notas finais do capítulo

Aqui, vimos a primeira vez que nossos amorzinhos se viram barra "conheceram". Gostaram? Espero que sim. :v

AH! OLHA SÓ! Sendo sincera, não lembro se respondi ou não os comentários porque já faz MUITO tempo e eu não dei uma olhada IUAHIUHEIAUHE' Mas em algum momento vou respondê-los, juro. De qualquer forma, gostaria de agradecer por eles. Muito obrigada e espero que não desistam de mim! ♥



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