Completa-me escrita por BlackLady2


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que algumas pessoas ficaram magoadas em ver Warner magoado - as Warnettes, pelo menos - então vamos tentar entender os mistérios por trás da magoada Juliette.
Quanta mágoa...



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Por Kenji Kishimoto

Cara, o que havia de errado? Qual era o problema com ela? Eu não conhecia aquela pessoa. Aquela não era a Juliette.

Nem cheguei a passar em frente ao prédio. Segui caminhando pelas ruas estranhamente alaranjadas devido às luzes, me perguntando para onde eu seguia. Adam e Warner me viram andar para longe, mas não me chamaram para perguntar nada nem se ofereceram para me acompanhar. Mais que tudo, eles também queriam um pouco de solidão. Eu sabia disso. Eu queria.

O vento frio rodopiava ao meu redor e batia intensamente em meu rosto, deixando meu nariz gelado. Desejei ter mais que apenas luvas e blusa de mangas compridas. Um cobertor, talvez.

Estava confuso com pensamentos, bons e ruins, quando me deparei com o barman ruivo do bar. Recordei-me que Adam comentara talvez conhecer o mesmo, que ele não era estranho. Ele não me viu e eu garanti que não iria ver ficando invisível. Ele só suspeitaria que alguém estaria ali se notasse minha respiração aparente na brisa gélida. Ele caminhava de forma apressada, procurando não olhar para os lados, mas falhando miseravelmente. Sua cabeça não parava de virar para trás. Apertei o passo, chegando mais perto dele.

Ele dobrou em uma rua que eu achei perigosamente familiar.

— Desculpe a demora. Eu tive que esperar até eles saírem do bar para poder vir te encontrar – disse ele.

— Não se preocupe – respondeu a voz de Juliette, encoberta pela escuridão – O que importa é que você veio. Onde está?

— Está aqui – ele puxou um pacote amarelo de papel do bolso e entregou a ela – Está tudo aí, mas se quiser contar...

— Confio em você, Josh.

— Para onde vai?

— Como assim?

— Eles sabem que você está na cidade. Acha seguro continuar aqui?

— Eles não podem me obrigar a voltar para o Setor 45.

— Mas você pode se obrigar.

— Como assim? – repetiu ela.

— Sabe o que eu quero dizer. Você o viu, falou com ele. Vai me dizer que não sentiu nada?

— Senti: raiva, mágoa, aversão...

— Certo. Já entendi – ele chegou mais perto dela – Sabe que pode contar comigo, não é?

— Sei – ela o abraçou, saindo da escuridão – Eu não posso dizer que tudo mudou.

— O que não mudou?

— Aquele sentimento. Eu queria tanto abraçar a todos eles. Mas quando eu vi Aaron, quase perdi o controle. Quase me permiti sentir amor por ele de novo.

— Não pode escolher não senti amor. Você o ama e, eu tenho certeza, sempre vai amar. Mesmo com tudo o que ele fez, você não vai parar de querer ele assim.

— Mas já se passou tanto tempo! Eu deveria ter esquecido tudo.

— Você ouviu o que eu disse? Você não pode escolher não amar.

— Posso, sim. E vou.

— Vai o que? Enterrar seu coração em rancor? Achar que é certo consigo mesma? Acha que é certo com Maria? Ou com Kat? Não é justo forçá-las a morar com um alguém tão amargurado.

— Tudo bem, eu já sei. Eu não disse que vou deixar de amá-las.

— Disse, sim. Disse que vai deixar de amar. Não disse quem.

— Eu vou deixar de amar Aaron. Satisfeito? É específico o suficiente para você?

Ele sorriu e soltou-a – Vamos esquecer isso, tudo bem? Preciso te falar uma coisa importante.

— O que?

— Eles estão procurando você. Querem você morta.

— Eu sei.

— E não vai fazer nada?

— O que sugere?

— Vá embora. Suma daqui. Você pode ir para onde quiser. Tem dinheiro o suficiente para viver por vários anos sem trabalhar.

— Você sabe que eu não posso viver onde quiser. Lembra: eu sou aquela que matou o Supremo Anderson; e ainda há setores que não foram alcançados...

— Então vá para os que já foram. Não ponha sua família em risco por orgulho.

— Não é orgulho, Josh. É necessidade. Eu preciso livrar essas pessoas de quem as rouba.

— Os líderes daqui podem fazer isso.

— Mas não sem ferir alguém. Eles viriam com armas e o outro lado revidaria. Alguém morreria em meio à confusão. Sabe disso.

— Não entendo por que se preocupa tanto com os daqui.

— Eu já estive aqui antes, Josh, e vi esse lugar na miséria. Eu não lutei contra tanta gente para deixá-lo ser destruído de novo. Não vou deixar meus esforços terem sido em vão.

— E quanto a Kat? E Maria?

— Darei um jeito de guardá-las. O lugar onde estou é seguro e ninguém sabe onde fica. Só você.

— Eu sabia que voltaria um dia – ele, Josh, falou – Me pediu para garantir um lar para vocês, se voltasse. Eu só cumpri uma promessa.

— E eu agradeço. Você foi mais que um anjo na minha vida, assim como Maria. Não sabe o quanto lhes sou grata.

— Não precisa ser. É isso o que os amigos fazem – ele a abraçou novamente – Eu tenho que ir. Voltar para o bar antes que notem minha ausência.

— Já notaram – declarou Juliette – Ninguém faz drinques como você – ela lhe deu um beijo na bochecha repleta de sardas avermelhadas – Boa noite, Josh.

— Boa noite.

Juliette recuou para dentro de um espaço abaixo de um prédio comercial ainda abandonado e eu segui, deixando de lado a vontade de ir atrás do ruivo. Ela desceu as escadas de uma saída de emergência e meu ar sumiu e meu pulmão desabou e meus olhos não acreditaram quando cheguei ao destino de Juliette.

A antiga casa de Adam e James.

Por isso era tão familiar. Por que eu já estive aqui. Anos atrás, quando os capachos de Warner me espancaram e eu fui atrás de Adam e Juliette, para levá-los em segurança até o Ponto Ômega, vim parar aqui. Lembrei-me de quando Adam chegou até mim, aliviado, logo após vender este recinto.

— Eu consegui – declarou ele – Eu me livrei daquele lugar.

— Achei que gostava do espaço.

— Era bom, mas não trás boas lembranças. Eu queria tanto me desapegar de lá que vendi por menos da metade do que pretendia.

Mal Adam sabia que o desconto absurdo que ele fez foi para Juliette. Ela era a quem pertencia aquele lugar. Deus, ele estava tão próximo dela e nem se deu conta.

Ela digitou uma senha de quatro dígitos no teclado e a porta, ainda de aço espesso, se destrancou sozinha. Ela abriu e entrou num espaço escuro e silencioso e fechou, me deixando para fora.

Senti vontade de entrar e vasculhar tudo, mas não seria uma boa ideia. Ela achava que eu não sabia onde encontrá-la além de um bar lotado de pessoas psicopatas que curtiam vê-la sugando outras vidas. Eu estava um passo a frente. Um passo, não. Dois.

Por que eu sabia onde ela se escondia.

E por que havia visto a senha.

Quatro dígitos: 1014.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu sei que não e muito esclarecedor, mas comentem suas sugestões e críticas. Elas nos fazem seguir com a história e satisfazer sua curiosidade.
Obrigado por acompanharem minha fic.
Beijos.
BL.



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