Completa-me escrita por BlackLady2


Capítulo 15
Capítulo XV


Notas iniciais do capítulo

Ai, gente, demorei muito! Desculpe, meu tempo está apertado, mas aqui está.
Bora ler!!



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Por Kenji Kishimoto

A dúvida me acompanhou enquanto caminhava rumo ao quarto de Juliette. Uma dúvida que, inacreditavelmente, mais ninguém parecia ter. Uma desconfiança pura e instintiva.

Uma dúvida sobre Kat.

Sobre o anjinho louro que não compreendia a dimensão do que estava vivendo. E, se eu estivesse certo, complicaria ainda mais sua curta vida. Perguntei-me quanto anos ela tinha. Bati na porta do quarto e Juliette abriu.

— Bom dia – desejou-me ela amarrando o longo cabelo com um elástico.

— Bom dia. Castle me pediu para vir buscá-la.

— Que bom, eu não sabia para onde ir.

Escutei um soprano falar com Juliette e, segundos depois, Kat apareceu na porta. Prendi a respiração. Era impossível. Era improvável. Aquela menina não era capaz de ser tão parecida...

Tão parecida com Warner.

Minhas suspeitas apenas cresciam com cada olhada, a cada vez que eu a encontrava. O mesmo dourado nas madeixas onduladas. Os mesmos olhos verdes. Até mesmo quando sorria, o que era bem raro, apareciam covinhas como as de Warner.

Bem, não que eu tivesse reparado nas covinhas de Warner...

— Sabe sobre o que Castle quer falar comigo? – perguntou Juliette, desviando minha atenção.

— Ele quer falar conosco sobre o ataque de ontem e sobre o que faremos para acabar com esses furtos que os... Como é o nome deles?

— Mockers.

— Isso, que esses Mockers estão cometendo.

Juliette concordou com a cabeça e se despediu da menina que, me abismando, deu-lhe um abraço. Caminhamos lado a lado até a sala de Castle, em silêncio. Nunca tão organizado, o lugar estava repleto de livros de vários tamanhos e cores e com papeis espalhados pelo chão e sobre a mesa. Adam e Warner estavam sentados em frente a Castle, que já parecia ter dito algo de importante.

— Achei que nos esperariam – comentou Juliette.

— Eu não estava falando nada de muita importância – respondeu Castle – Bem, já que estamos todos aqui, vamos encontrar uma solução para tudo isso. Eu já encontrei que tem ligação com o grupo que anda roubando os mantimentos aqui no Setor. Esses são mais fáceis de capturar, uma vez que eles sempre estão por perto. Alguns nomes são bem conhecidos, outros trabalham conosco a pouco tempo.

— Não podemos prendê-los agora – falou Adam – Se nós os prendermos, os outros saberão que descobrimos tudo.

— Não acha que eles já descobriram? – perguntou Juliette.

— Porque acha isso?

— Porque vocês estavam lá quando o ataque à minha casa aconteceu. Eles viram vocês e...

— E agora estão mortos – completou Warner – Nenhum sobrou daquele ataque, Juliette. Ninguém pode falar que havia mais alguém ajudando você a se defender. Ninguém viu. E, quem viu, não pode mais falar.

— Acha mesmo que eles irão engolir a história de que eu venci só aquele exército? Eles não são burros, talvez ainda não ligaram vocês a mim, mas não vai demorar para acontecer.

— Não acho que isso vá acontecer – opinei – Pense bem: você mata por dinheiro, nós tomamos conta das pessoas. Se você pedisse ajuda para nós, teria que abrir mão do dinheiro que o povo te paga. Chamar a gente seria fazer você perder um trabalho e ainda ser presa por assassinato em massa.

— Kenji tem razão, Juliette – apoiou-me Adam – Eles jamais ligariam você a nós. Eles acham que você valoriza apenas o próprio nariz. Nunca deixaria de ganhar dinheiro por pobres coitados.

Juliette apertou a mão em punho e parecia pronta para socar Adam, mas respirou fundo e relaxou – Se é o que pensam, tudo bem. Vamos logo ao que interessa: como vamos acabar com aquela corja?

— Tive algumas ideias, mas precisarei de ajuda para amadurecê-las. Pensei em usar os motoristas como isca.

— Isca?

— Sim. Veja, se mandarmos outros motoristas para aquela área, ganhamos tempo para nós e para a população de lá. Enquanto isso, organizamos formas de invadir onde eles habitam. Local que ainda é desconhecido. Infelizmente, não podemos interrogar nenhum dos motoristas. Como Adam disse: se um descobre que já sabemos de tudo, logo todos os outros descobriram também. Precisamos agir em silêncio.

— Talvez usar as pessoas de lá – sugeri – Eles com certeza os veem todos os dias. Podem nos informar de cada passo deles.

— A última coisa que eu queria era ter que envolver aquelas pessoas nisso.

— Não temos escolha, Castle – argumentou Warner – Precisamos de toda ajuda possível.

— Eu sei. Então, Kenji, você fica responsável em falar com as pessoas de lá. Peça-lhes ajuda, mas não comente muito. Quanto menos souberem melhor. Instale câmeras, microfones, sensores de movimento, qualquer item que possa nos beneficiar a acabar com todos eles. Adam, fique de olhos nos motoristas. Veja que horas eles chegam, que horas vão embora, o que comem, o que veste, tudo. Qualquer detalhe pode ser importante, então não hesite em me falar nada. Warner, mude a posição e as rotas de cada caminhão e de cada motorista, mas não faça alarde para que não desconfiem. Ponha quem nos é de maior confiança na distribuição dos alimentos e roupas naquela área. E, Juliette, você cuidará de repassar cada pista que encontrar em cada trabalho. Eu...

— Espere – levantou-se Warner – ela continuará com essa matança?

— Claro. Quanto menos as coisas mudarem, mais fácil será pegá-los de surpresa.

— Mas, Castle...

— Sem mas, Warner – ele virou-se para Juliette e continuou – Não gosto disso, mas é claramente necessário para o bem de todos. Tente tirar qualquer coisa deles antes de... fazer o que deve fazer. Não ande muito pela área de arrecadação e distribuição para que ninguém de lá te veja. Se precisar de qualquer coisa: roupas, comida, carro, armamentos; procure a qualquer um de nós. Bem, vão, e voltem assim que acabarem. Preciso saber de cada passo que derem.

Retiramo-nos rapidamente, saindo quase ao mesmo tempo da sala bagunçada de Castle. Me ofereci para levar Juliette até seu quarto, mais por curiosidade do que por educação. Uma pergunta roía minha garganta e eu não a seguraria por mais tempo. Assim que chegamos lá, antes que Juliette pudesse escapulir para dentro do quarto, agarrei seu pulso e girei-a para que olhasse em meus olhos.

— O que você...

— É mentira, não é?

— Do que você está falando?

Olhei-a bem seriamente, desejando ser Warner para saber se ela mentiria ao responder.

— Kat é filha de Warner, não é?


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi sugestão de Amante Imortal, que enxergou certa dúvida no coração de Kenji.
Espero que tenham gostado.
Qualquer sugestão ou crítica é bem vinda.
Beijos.
BL.



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