Com amor, Hinata escrita por Bolinho de Arroz


Capítulo 1
Epílogo - Com amor, aqui vou eu.


Notas iniciais do capítulo

Atenção: Capítulo longo, mas vale a pena.

Tentei descrever mensagens durante essa estória. Se ficar alguma dúvida sobre, por favor me dê um toque.

Boa leitura!

P.s: Pode conter leves erros ortográficos.



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18 de maio, sexta-feira - NEW YORK, EUA.

Bom dia Hinata, como vai? Espero muito que tenha dormido bem.

Estou indo para o trabalho agora, a reunião vai ser cedo, e não quero chegar atrasado... De novo.

Aliás, você não me disse como foi a sua reunião semana passada. Estava tão interessado na sua história sobre a feira e a velha que lhe roubou o saco de tangerinas que acabei esquecendo-me de perguntar. Desculpe por isso, sim?

Bem, acho melhor ir indo, as ruas de New York já devem estar lotadas demais.

Falamo-nos mais tarde. (Assim espero muito!).

Com amor,

Sasuke.

Enviado às 07h10min – A.M.

 

Sorri antes de beber mais um pouco de café. Deixando a xícara de lado, comecei a me concentrar no notebook.

 

18 de maio, sexta-feira - CHICAGO, EUA.

Bom dia! Eu dormi muito bem, obrigada!

Sonhei com você... NÃO na maneira maliciosa, é claro. Não que eu não te considere atraente, é claro. Você é lindo... E é claro que sabe disso.

Enfim, sobre a reunião; nada que valha seu tempo. Meu chefe fechou um comercial novo com a Adidas. Bom pra mim, que trabalharei até mais tarde para concluir a tempo (ironia mandou um abraço). E esta tudo bem você não se lembrar, não é como uma obrigação... Mas obrigada por isso, de qualquer maneira.

Ainda estou fervendo de raiva com a velha das tangerinas. Espero que estejam bem azedas.

Também tenho que sair correndo, afinal, as ruas de Chicago são quase tão movimentadas como as da sua cidade amada.

Mande-me uma mensagem quando sair da reunião.

Espero que não tenha chegado atrasado... De novo.

Com amor,

Hinata.

Enviado às 07h48min – A.M.

 

Fechei a página do chat assim como o notebook, guardando-o na mochila.

Terminei o café enquanto via as notícias na televisão. Algo sobre um novo parque que não me interessava muito.

Olhei o relógio na parede da sala, suspirando. Não vejo tão mal me atrasar um pouco desde que passei a noite passada fazendo hora extra até às 23h15min da noite.

Se Sasuke soubesse iria sentir pena, nunca o vi falando que teve horas extras a fazer no trabalho.

Quero dizer... Falando não, digitando...

Enfim.

Direcionei-me até o guarda-roupa, pegando uma camisa social preta e uma calça jeans com lavagem escura. Espiei o tempo pela janela do apartamento pra me certificar da necessidade de uma blusa.

Por fim vesti um casaco marrom que eu tinha pegado da lavanderia ontem e deixei jogado em cima da cama com o intuito de guarda-lo (desvantagem de não ter tempo para organizar a própria casa).

Lavei a xícara de café e comi mais uma torradinha. Aproveitei que estava com tempo (tecnicamente) e guardei as compras da feira.

Exceto pelas tangerinas. Longa história.

Calcei os saltos, guardei todas as necessidades que precisava na mochila, assim como peguei meu celular até então esquecido.

Fechei a porta e me direcionei ao elevador, vendo as mensagens de texto que recebi hoje mais cedo, mas que decidi ignorar porque era realmente muito cedo.

“Bom dia Hinata, será que pode trazer café daquela maldita loja que nosso chefe tanto adora? Ele acordou com a peste dentro do corpo. O que não é uma novidade (te deixo avisada). Já disse que o odeio hoje? Cruzes. Vejo-te no escritório.

Com amor,

Da Ino que também precisa e adoraria um café.”.

 Revirei os olhos, sentindo aquela indigestão de estresse já correndo pelas veias.

Hoje será um daqueles dias.

—-- --- ---

18 de maio, sexta-feira - NEW YORK, EUA.

Eu cheguei atrasado à reunião. Mas não foi tão ruim dessa vez porque trouxe rosquinhas pros investidores. Ponto pra mim! (ou não, pois me custaram os olhos da cara).

Só de saber que tive o privilégio de aparecer no seu sonho já faz meu dia ficar 99% melhor. 100% se fossem algo malicioso, confesso.

Apenas para constar, saiba que tenho sonhos doces com você todas às noites.

E sim, foi uma cantada ruim.

E sim, eu sei que sou um Deus.

Não guarde rancor da pobre senhora, vai saber se ela não é alérgica às tangerinas.

Falando em comida, já deve estar almoçando, espero eu.

Torço também para que não tenha comido um daqueles asquerosos cachorros quentes cheios de gordura que você insiste em amar. Ou pior, que tenha se esquecido de almoçar com tanto trabalho pra fazer. (vou te matar se o fizer).

Falando em comida (2), estou morto de fome! Vou ver se acho algo fitness, saudável, comida-de-riquinho-do-estômago-fraco que você tanto adora caçoar.

P.S.: Ainda vou lhe fazer comer meus pratos saudáveis.

Com amor,

Sasuke.

Enviado às 13h30min – P.M

 

18 de maio, sexta-feira – CHICAGO, EUA.

Estou me sentindo extremamente culpada. Não que tenha comida o cachorrão - mil vezes melhor que sua ridícula e nada gostosa lasanha de brócolis ou sabe Deus o quê -, mas porque me esqueci de almoçar!

Mas tenho uma desculpa (antes de querer me matar)... As coisas andam corridas por aqui. Meu chefe está com a pressão da Adidas em suas costas e isso faz com que ele coloque o dobro da pressão em cima dos funcionários, precisamente, eu e Ino.

Ela quase jogou café quente em suas costas hoje mais cedo. Sorte que a impedi. Imagina o que seria de mim sem a Ino para me fazer dar risadas? Ela é a única desse lugar com essa habilidade!

Vou aproveitar que Kiba vai sair para almoçar as 14h00min e vou junto pra pegar uma carona. Benefícios de se ter um amigo motorista. E SÓ tenho esse benefício, antes mesmo do Sr. Fitness me acusar de amizade colorida para variar.

Sobre o sonho, já foi ótimo sem nada pervertido. Vou ignorar sua piada infame e aceitar somente a cantada, sendo ruim ou não.

Voltando ao assunto de suas comidas inte-ecas; seria você me convidando para almoçar/jantar/morrer de fome, pois não há sustento algum com trigo integral?

Estou no aguardo da sua próxima desculpa.

Com amor,

A Hinata faminta por um cachorro quente.

Enviado às 13h40min – P.M

 

Carreguei a mensagem de humor para disfarçar o meu desespero pela resposta. Não consigo mais controlar o meu desejo de vê-lo – não de experimentar a comida – mas preciso que seja recíproco.

Preciso sentir que ele está nessa relação tão profundamente quanto eu estou.

Olhei para o teto, pensativa. Já faz algum tempo (praticamente um ano inteiro!) que Sasuke e eu nos conhecemos virtualmente.

Será que algum dia poderei o ver cara a cara? Ou estou perdendo tempo com tudo isso?

Balancei a cabeça, negando esses pensamentos mais uma vez. No momento, devo me concentrar na fome monstruosa que se instalou na minha barriga.

Levantei-me da cadeira, pegando a pilha de papeladas que precisava entregar à Ino e sai da minha sala, junto com meu celular e um tanto de dinheiro.

Enquanto andava pelo corredor em direção da sala da minha amiga, liguei para o número do Kiba, perguntando-o da carona.

Ele alegremente aceitou.

Para a minha sorte, claro.

Bati na porta, mas sem esperar a resposta entrei, dando de cara com uma Ino praticamente deitada em cima da mesa (pelo menos metade de seu corpo) babando por cima dos papéis.

E é por isso que não passo a noite em claro em alguma balada aleatória enquanto deveria aproveitar o horário disponível dormindo – Ou conversando com um Sasuke com insônia.

Bati com os papéis na mesa, fazendo-a saltar.

— Pelo amor, Hinata! Quer me matar de susto?

— Por quê? – Indaguei indo em direção às cortinas, ajeitando-as para dar claridade à sala – Achou que fosse o Gaara?

Ino choramingou, como se esse nome fosse uma praga. Com os olhos ainda semifechados passou a folhear a papelada que trouxe.

— Acredita que ele veio até aqui mais cedo para me perguntar se posso ir comprar o seu almoço?! – Bateu com o punho na mesa – Será que ele acha que eu ainda sou uma secretária? Eu subi de cargo há dois anos, Hinata! DOIS ANOS!

— Bem... – Olhei-a sorrindo - Você foi?

— Claro que sim – Ela se levantou, arrumando a saia – Não quero perder meu emprego. – Dei risada assim como ela.

— Ele não é ruim – Eu disse na tentativa de fazê-la mudar de pensamento, mas inutilmente – Só que definitivamente não sabe ser delicado.

— Delicado? – Bufou, agora passando um batom rosa e ajeitando sua franja na frente do espelho. Sim, um espelho que ela havia (exigido) posto na parede da sala – Faça-me rir. Peguei comida apimentada, porque sei que ele odeia. Quero ver aquele cabelo pegar fogo. – Ela sorriu maleficamente – Literalmente.

— Não vou mais lhe dar o luxo de odiar Gaara na minha frente – Abri a porta – Já não aguento mais essa briga de cão e gato. Ou você pede demissão, o que eu não deixarei nunca que faça, ou precisará falar com ele sobre as coisas que te incomodam.

Ela calçou os sapatos (porque todas as mulheres que tem a própria sala andam por ela descalças, aos desinformados de plantão), pegou a bolsa e atravessou a porta.

— Não irei fazer nem a primeira e muito menos a segunda opção. Falar com ele é como falar com uma porta.

— Falar com quem é igual a falar com uma porta? – Ino congelou, e eu somente olhei para trás, vendo nosso querido – e até então xingado – chefe se aproximando.

— Kiba! – Ino riu, forçadamente. – Gostou da comida?

— Não comi, ela era apimentada. Estou indo buscar algo agora. – ele a olhou como se quisesse jogar toda a culpa em cima dela. Com razão.

— Se quiser vir conosco, Gaara... Estamos indo almoçar também. Kiba nos dará uma carona. – Ofereci, na tentativa de ser gentil. Não tinha nada contra ele, mas Ino me olhou como se fosse me jogar de um penhasco.

— Engraçado... Estão indo almoçar com alguém que a poucos chamaram de burro – Ele não riu, então não sabia se deveria considerar realmente como uma piada ou não – Vou com vocês, já que preciso falar com Kiba de qualquer maneira.

Suspirei, já imaginando as risadas forçadas de Ino durante todo o almoço.

Mas não me sinto culpada, o pobre homem havia sido enganado pela minha melhor amiga. Ou pelo menos tentado.

Gaara - 1X0 – Ino

—-- --- ---

18 de maio, sexta-feira – NEW YORK, EUA.

Está caindo o maior temporal do ano. Sinto todos os meus ossos congelando. (não é realmente parte do assunto, mas queria te dizer isso por nenhum motivo especial.).

Odeio Kiba. Você sabe. E ainda assim foi almoçar com ele.

Se sinta eternamente culpada por me fazer infeliz – além de ter se esquecido de almoçar, de novo!

Irei mesmo ter que te mandar uma mensagem todos os dias somente para se lembrar de almoçar?

Não que isso me incomode. Mas Kiba sim. Simplesmente pare de vê-lo.

Enfim.

Almocei sushi hoje, estava ótimo. E, novamente, vou te pedir para parar de comer esses cachorrões. Qualquer dia terá uma indigestão.

Mudando de assunto...

Estou desapontado por duas coisas na sua mensagem; A primeira é que não consigo acreditar que Ino – a palhaça – é a única que te faz dar risada enquanto trabalha (para que eu sirvo, então?). A segunda é sobre seu chefe. Espero que ele te dê uma folga, pois não quero que fique doente de exaustão. Estou sinceramente preocupado.

P.S: Tudo tem seu tempo, querida.

Com amor,

Sasuke, o eterno ciumento.

Enviado às 15h08min – P.M. – Aparelho móvel.

 

 

18 de maio, sexta-feira – CHICAGO, EUA.

Nosso tempo está se esgotando.

Com pouco amor,

Hinata.

Enviado às 15h15min – P.M – Aparelho móvel.

 

Deixei-me levar por alguma palhaçada que Kiba dizia enquanto almoçávamos todos (inclusive Gaara, para o desespero de Ino).

Mas ainda assim a mensagem de Sasuke me atormentava.

—... Hinata realmente é uma funcionária que me é importante e estimada na empresa. – Peguei essa pequena frase que Gaara soltou no assunto, pois citou meu nome. Estava tão distraída que não percebi que o rumo do assunto havia mudado.

— Realmente! – Kiba exclamou, dando um sorriso patrocinado por alguma pasta dental de tão branco; sua marca registrada. – Hinata é uma ótima pessoa, em tudo!

— Ficarei com ciúmes – Ino interviu, piscando para o moreno.

— Sabe que as duas são minhas bonecas, não é? – Todos riram – ou quase, pois Gaara era sério por natureza (ou tímido, como eu gostava de pensar.).

— Obrigado – Disse um pouco vermelha – Mas confesso que sinto falta de um descanso. Parar de ser boa em tudo. – Quando percebi, tampei a boca imediatamente.

Eu acabei mesmo de dizer na frente do meu chefe que precisava de férias?!

 O silêncio se instalou na mesa. Sempre fomos impessoais uns com os outros, como amigos. Mas percebi que havia ido longe demais! Parecia que estava sendo ingrato ao trabalho, quando era justamente o contrário.

Trabalhar com mídia social sempre fora minha meta.

— Bem... – Gaara finalmente pigarreou. – Quando irá querer pegar uns dias de folga?

Deixei o garfo cair, com a minha almondega ainda presa a ele.

Fazia quatro anos que eu vendia minhas férias ou intercalava para pegar um dia ou outro em determinadas épocas menos movimentadas do ano. Mas nunca um período de dias seguidos.

— Gaara, eu não quis... – ele me interrompeu, levantando a mão.

— Já venho te devendo há um tempo umas férias. – Ou quatro, quis dizer – Não quero que fique gasta de exaustão.

Pensei em Sasuke nesse exato momento, mesmo sem querer.

— Mas e o escritório...? – Indaguei ainda desconfiada.

— Eu realmente preferiria que você fosse depois de terminarmos o comercial da Adidas. – o ruivo disso, voltando a cortar sua carne – Assim, poderei ao menos entregar com tranquilidade, sabendo que tem seu dedo nele. No resto, passarei a liderança para Ino até você voltar. – ele finalmente olhou para os outros dois que se mantinham tão quietos e tão surpresos quanto eu. – Se ela achar que consegue aguentar é claro.

Ela assentiu, lentamente. Depois olhou pra mim, mas não pude dizer se estava irritada com a recém-responsabilidade ou feliz que eu finalmente poderia descansar.

Logo após, Kiba soltou algumas outras piadas enquanto terminávamos o almoço nos fazendo deixar essa questão de lado.

Mas por fim nosso acordo ficou selado dessa maneira, na mesa de almoço mesmo. Nada formal; Eu iria tirar férias logo após o comercial (provavelmente daqui a uma semana), e voltaria 20 dias depois.

Sorri, esquecendo que estava brava com Sasuke, ou cansada de trabalho.

Eu poderia finalmente relaxar por um tempo.

—-- --- ---

18 de maio, sexta-feira – NEW YORK, EUA.

Pensei que tínhamos conversado sobre isso.

Por favor, não fique brava.

Já estou com saudades de você.

Com MUITO amor,

Sasuke.

Enviado às 19h31min – P.M – Aparelho móvel.

 

18 de maio, sexta-feira – NEW YORK, EUA.

Hinata, por favor, me responda.

Enviado às 23h46min – P.M – Aparelho móvel.

 

18 de maio, sexta-feira – NEW YORK, EUA.

Por favor, não faça isso comigo...

Enviado às 24h30min – P.M – Aparelho móvel.

 

18 de maio, sexta-feira – NEW YORK, EUA.

Por favor...

Enviado às 02h00min – P.M – Aparelho móvel.

 

 

Já era de manhã.

Reli as mensagens antes de começar a mesma rotina de ontem, mas dessa vez, sem responder à Sasuke imediatamente.

Passei a noite em claro pensando sobre isso. No nosso relacionamento, quero dizer.

Eu estava apaixonada. Como há muito tempo não estive.

Sasuke me fazia bem em todas as maneiras. Eu adorava nossas conversas, todo seu jeito diferente de me responder, sua personalidade tão compatível com a minha inclusive sua aparência e inteligência.

Eu queria vê-lo. Isso não é errado.

Morávamos a doze horas de viagem. Uma distância de 1.270 quilômetros.

Nada que um avião não pudesse ajudar.

Realmente, conversamos sobre isso. Mas sempre levou ao mesmo rumo, a mesma resposta: não tínhamos tempo.

Eu não podia largar meu trabalho para vê-lo e ele tão pouco podia fazer o mesmo. Nas vezes que cogitei os fins de semana Sasuke sempre recuou, então não forcei.

Mas completamos um ano disso amanhã. Isso significado algo, certo? Tem que significar.

Preciso conhecê-lo.

—-- --- ---

19 de maio, sábado – CHICAGO, EUA.

Estive pensando muito sobre isso... Então seja sincero:

Você quer me conhecer algum dia?

Enviado às 09h02min – A.M

Sua resposta veio tão rápido quanto um piscar de olhos.

Sim.

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O comercial foi entregue com sucesso. Estou oficialmente de férias amanhã. O que significa que tenho que pegar um voo com destino a New York na segunda-feira.

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Já fiz minhas malas. Não sei qual era o tempo de lá, mesmo pesquisando muito, então resolvi intercalar roupas para o inverno e roupas para o verão.

Ino me ajudou a empacotar o que eu precisava enquanto dizia sobre os perigos de New York – como se a nossa cidade não fosse bem mais perigosa. Nas duas vezes que ela foi para lá, havia sido descaradamente humilhada com tentativas de beijos. (em uma balada local, o que não era de se espantar).

Kiba prometeu me levar até o aeroporto. Na verdade, praticamente me obrigou a aceitar a carona, alegando que jamais me deixaria entrar em um avião sem as devidas precauções. Não entendi bem esse motivo, mas aceitei.

Falando em Kiba, estou eternamente grata por ter me ajudado a encontrar o endereço de Sasuke com as informações que lhe passei. Já falei que ele trabalha com informática? Bem, é muito útil.

Eu não contei a Sasuke. Queria fazer uma surpresa. E claro, uma parte de mim se recusou a contar por medo de ser recusada.

Mas não considero isso um problema. Afinal, não há nada melhor do que partir atrás da pessoa por quem você está apaixonada.

É romântico como nos filmes. E nos filmes isso sempre acaba em final feliz.

Certo?

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28 de maio, segunda-feira – NEW YORK, EUA.

Bom dia Hinata!

Apesar de voltarmos a nos falar, sinto que não estamos conversando tanto como antigamente. Que falta disso. É um vício bom. Por isso acho melhor resolvermos esse “problema” logo.

Respondendo a sua mensagem anterior: não, não tenho nenhuma reunião está manhã, o que significa que ficarei trabalhando em casa (como um verdadeiro preguiçoso que você sabe que sou.).

Mas por que essa pergunta tão repentina?

Enviada às 09h10min – A.M

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Estou parada em frente à porta número 21 do apartamento da Rua Joey Ramone. No prédio onde Sasuke mora.

Agora é 09h20min, o que significa que fazem 10 minutos que Sasuke respondeu minha mensagem pelo notebook/computador.

O que significa que ele está teoricamente do outro lado dessa porta que estou encarando. 

Ai meu Deus.

Respirei fundo. Pensando em todos os motivos que me fizeram vir até aqui, e com muita coragem bati na porta, abrindo o maior sorriso que meu coração podia dar.

Ouvi um ou dois passos e finalmente a porta foi aberta.

Por Sasuke.

O meu Sasuke.

Queria chorar. Ele era exatamente como imaginei e vi em fotos – para o meu grande alívio.

Não sabia o que fazer, pois ele me encarava sem dizer nada.

Espera... Por que só eu estou sorrindo?

Sasuke olhou para trás, como se respondesse a uma pergunta de alguém (e só então percebi que estava sem camisa, uau).

— Então... – Sua voz era incrivelmente melhor do que eu me lembrava, já que as conversas por telefone sempre saiam chiadas e sem jeito...

Olhei-o com expectativa. Agora queria rir, falar tudo o que sentia, abraça-lo e até beijá-lo. Tudo ao mesmo tempo. Mas esperei-o dar o primeiro passo.

Sasuke abriu a boca novamente para falar.

— Eu te conheço?

Meu mundo caiu.

Pisquei uma, duas vezes. Prendi a respiração. Minha voz não saia.

Ele não me reconheceu?

— Hãn... – Tossi. Talvez não mandasse fotos o suficiente para que o meu rosto se tornasse memorável. Tudo bem. – Sou eu... Hinata.

Ele arqueou a sobrancelha, ainda quieto.

Eu não sabia o que fazer.

— Hinata Hyuuga. Nós... – Antes que eu pudesse terminar a frase uma mulher com o cabelo rosa e vestindo uma camisa masculina extremamente indecente apareceu logo atrás de Sasuke, colocando a mão sobre seu ombro casualmente.

— Aconteceu alguma coisa? – Ela se direcionou a ele. Quando o viu balançar a cabeça negativamente se virou para mim. – Eu e meu namorado podemos lhe ajudar em algo?

Namorado? Não.

Sasuke é meu namorado.

Eu...

Eu fui enganada...?

Estou acabada.

Para sempre.

 


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Notas finais do capítulo

Comentem para a evolução da fanfic.



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