Mudanças (Naruhina) escrita por princesahyuuga1


Capítulo 32
Naruto e Hinata - pt. 2


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, leitores queridos!
Tudo bom com vocês?

Eu nem acredito que este é o último capítulo da nossa fic. T.T

Vivi tantas coisas boas por causa dela, compartilhei momentos divertidos e emocionantes com vocês. ADORAVA e continuo adorando ler cada comentário. Agora, no entanto, nossa fic chega ao fim. 3

Eu quero agradecer a todo mundo que vibrou, sofreu e surtou comigo a cada capítulo. Vocês são incríveis! ♥ Sério mesmo!

Não sou muito boa com despedidas, então deixo aqui junto ao último capítulo de "Mudanças" um capítulo extra, um epílogo. Eeeee! o

Espero que gostem do capítulo de hoje. Fiz com todo o coração.
Bjs!

P.S.: Para quem já está com saudade, tem outra fic naruhina minha. Se chama "Inesquecível". Só clicar no meu perfil e ver.

P.S.S.: Desculpe os erros de digitação e ortografia, se existirem. Terminei de escrever o último capítulo agora (01:53) a.m.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/692720/chapter/32

NARUTO POV

Assim que entrei no templo acompanhado de meus pais o burburinho se espalhou entre os convidados.

— Mas não pode ser!

— São eles mesmo!?

— Mas como isso é possível?

— Yondaime e Uzumaki Kushina? As lendas de Konoha???

— Ohhhhh!!!!

O falatório se espalhou como fogo em palheiro. Todos ficaram em polvorosa com a presença dos meus pais. Não era para menos. Além de serem incríveis e serem MEUS pais, em teoria, estavam mortos.

— É Edo-tensei? – alguém perguntou.

— Oeee – eu chamei a atenção de todos. O casamento era meu afinal de contas – Os céus me deram a bênção de ter meus pais, Namikaze Minato, o Yondaime, e Uzumaki Kushina, presentes no dia mais importante da minha vida. Eu não tenho palavras para descrever o quão grato estou por este presente. Kami-sama sabe o quanto estou feliz por eles estarem aqui comigo e vocês também. Por isso, peço a todos que sejam compreensíveis. Não houve Edo-tensei algum. Jamais faria algo deste tipo. Eles estarem aqui foi a vontade dos céus.

Eu disse com convicção e empolgação. Olhei para os rostos de todos e pude ver como estavam emocionados com a situação. Meus amigos mais próximos, Sasuke, Sakura, Sai, Shikamaru, Chouji, Ino, Tenten, Rock Lee, Kiba e até mesmo Shino (tirara os óculos) estavam de olhos lacrimejantes, mas sorriam. Estavam visivelmente felizes por mim.

Minha mãe estava agarrada ao meu braço esquerdo tentando inutilmente esconder as lágrimas que caiam torrencialmente enquanto meu pai me acompanhava do lado direito com uma expressão tranquila e contente. Notei que meu temperamento era muito parecido com o de dona Kushina, enquanto Hinata era mais parecida com meu pai. Tranquila e serena, ela me colocaria nos trilhos quando eu perdesse a noção – o que acontecia com frequência! Eu ri sozinho.

— Está feliz, filho? – minha mãe perguntou.

— Mais do que eu poderia ousar desejar.

Ela me agarrou ainda mais forte e disse enérgica:

— Estou tão empolgada, ttebane!!!

— Se acalme, Kushina! Parece até que é você quem vai se casar! – Meu pai cochichou.

— Oe, é o casamento do meu bebê, ttebane!!! Tenho direito de ficar empolgada!!! – ela respondeu, um pouco revoltada.

O templo inteiro caiu na risada, até mesmo o sacerdote xintoísta não aguentou e riu junto. Fiquei vermelho de vergonha, mas confesso, achei graça. Minha mãe me olhava de maneira carinhosa, coisa que nunca tive. Aproveitaria ao máximo aquele momento.

Meu pai e minha mãe se juntaram a Iruka-sensei que tinha sido escolhido como meu nakoudo (casamenteiro). E então as flautas que eram sopradas com minha entrada ganharam ritmo diferente.

A noiva estava entrando. Minha hime estava vindo finalmente! Respirei aliviado, tentando expulsar toda a tensão do meu corpo. No entanto, novas sensações me acometeram. Senti meu coração tremular loucamente e eu mesmo me sentia mole e quente. Estava abafado aquele templo, não?!

Esperei angustiado os segundos rastejarem até que ela entrasse. Primeiro veio Hanabi toda serelepe e depois dela, Neji.

Arregalei os olhos, abismado. Será que liberaram Neji também?

Claro que sim! Por que não liberariam? Pensei.

Minha hime também merecia ter os seus por perto nesse momento. Foi então que vi uma mulher mais madura, porém, muito parecida com Hinata caminhando a seu lado. Só podia ser... a mãe dela! A mulher andava cautelosamente ao lado de minha noiva, enquanto Hiashi dava o braço para Hinata se apoiar. Ao centro dos dois, estava ela. Toda linda, toda minha.

Um verdadeiro anjo na Terra que eu tive a sorte de amar.

O kimono branco combinava muito com Hinata, pois, ela toda emanava pureza. Ainda que tivéssemos consumado nosso amor antes da cerimônia, não é isso que determina a bondade e pureza da alma de uma pessoa. Hinata era um anjo. O meu anjo. Trazia luz à minha vida, aos meus dias. De agora em diante, eu protegeria esse amor com toda a minha força.

A cada passo que ela dava em minha direção, eu me lembrava de todos os momentos que passamos juntos. Dos bons aos maus.

Lembrei-me de quando éramos crianças e eu a defendi contra um grupo de meninos que praticavam bullying contra ela por causa do Byakugan. Também lembrei de quando éramos pré-adolescentes, gennins ainda, e ela me reconheceu como “um fracasso orgulhoso”! Aquele foi o primeiro elogio que recebi na vida. Depois disso, várias memórias de nós, adolescentes, infelizmente na guerra, lutando para sobreviver e de como Hinata permaneceu ao meu lado sempre que eu fraquejei. E agora, aquela mulher linda caminhava a meu encontro, para se unir a mim em definitivo e para sempre.

Eu nunca mais tiraria os olhos dela.

— Uzumaki Naruto, é bom cuidar bem da minha filha. Deixo-a a seus cuidados – Hiashi disse, sério como sempre.

— Eu cuidarei e protegerei Hinata para todo o sempre, Hiashi-sama. Até depois.

Ele anuiu.

Eu estiquei o braço para minha Hime que sorriu doce para mim. Havia lágrimas em seu belo rosto, então as sequei com a ponta dos dedos. Sorri de volta, tão embriagado pela presença dela que nada mais importava.

O sacerdote deu uma tossida, me chamando a atenção. Cocei a nuca constrangido. Hinata deu um riso suave. Então começou a cerimônia.

Primeiro, bebemos 3 cálices de sake que representam o Céu, a Terra e o Homem. Também simbolizam o novo vínculo familiar e respeito pelas nossas famílias. Eu estava um pouco mais acostumado com a bebida (fui aluno do Ero-sennin e era muito próximo de vovó Tsunade. Não tinha nem como não ser familiarizado com a bebida...), já Hinata fez careta quando sorveu da bebida. Me segurei para não rir. Ela era uma criatura adorável!

Em seguida, o sacerdote disse que era a hora do juramento do noivo. Eu tinha de dizer umas falas decoradas, mas como eu sou eu, falei o que me veio do coração:

— Hinata – minha voz estava cadenciada, visivelmente emocionado – Por muito tempo achei que estava destinado a ser triste e sozinho. Apesar de forçar uma alegria que não existia dentro de mim, sempre me esforcei muito para ser feliz... para merecer ser feliz. Então, eu dava o melhor de mim, me esforçava a exaustão para que nenhum dia passasse em vão e eu pudesse dizer que dei o meu melhor. Todos os dias eram um esforço enorme para ser feliz – fiz uma pausa, engolindo antes de prosseguir. – E então um dia, eu conheci o amor. Um amor real, resiliente, forte e eterno. Um amor que me preenchia por completo, que me iluminava toda a escuridão da minha alma. Eu soube naquele momento que não precisaria mais me esforçar para ser feliz porque ali, naquele momento, eu passei a ser feliz de verdade. Amar era tão fácil quanto respirar e me foi dado esta dádiva – fiz outra pausa, emocionado com minhas próprias palavras. Tinha medo de me enrolar e não conseguir dizer tudo o que precisava então me apressei a continuar: - Você é em todos os sentidos, o meu local ensolarado** e eu não desejo estar em outro local senão ao seu lado. E eu juro, Hinata, ou não me chamo Uzumaki Naruto, que para sempre vou te amar, respeitar e proteger.

HINATA POV

As palavras de Naruto entraram na minha alma e ficaram gravadas. Eu nunca mais esqueceria esse dia, nem suas palavras. Sabia que ele nunca voltava atrás em nada que prometia. Aquele homem me amaria para sempre – da mesma forma que eu o amava.

Eu mal podia acreditar que o poder do meu amor fazia tanto efeito sobre ele. Quer dizer, nós estávamos casando e ele me salvou lá na Lua, mas ouvir isso da boca dele em frente a testemunhas era mais do que eu podia pedir. O meu amor silencioso de anos finalmente o alcançou.

Eu podia não ser a mesma Hinata, mas meu amor por ele era o mesmo. Imenso. Olhava de volta para ele, os olhos encharcados de emoção. E embora nenhuma palavra tenha saído de minha boca, eu sabia que ele entenderia que meu sorriso queria dizer apenas uma coisa: eu amo você.

NARUTO POV

O sacerdote se recuperou de minha declaração apaixonada e continuou a cerimônia. Trocamos alianças e foi com emoção que eu ouvi ele dizer que éramos, enfim, casados.

Caminhamos até a entrada do templo onde jogaram arroz em nós. Um símbolo para desejar prosperidade. Olhei para minha hime, e como já tinha quebrado tantos protocolos, que mal tinha quebrar mais um?!

Tomei o rosto dela como se fosse uma joia preciosa e a beijei com todo o amor que tinha. E, para meu total deleite, ela me correspondeu. Ainda que suas bochechas estivesse super coradas, ela me beijou de volta. O amor dela por mim ultrapassava a vergonha que sentia. Sorri, completamente feliz.

— Baka, não fique se pegando na frente dos outros! – Era Sakura-chan que vinha a meu lado e me dava um cascudo.

Massageie a cabeça no local da pancada e reclamei baixinho.

— Não bata no meu marido!

— Não bata no meu filho, ttebane!

Minha esposa e minha mãe disseram ao mesmo tempo.

Sakura ficou completamente constrangida. Poucas foram as vezes que a vi sem graça como agora.

— Hehe... me desculpe...

— Da próxima vez te meto um cascão, menina! – minha mãe disse, bufando.

Não ajudou Sakura, o fato de olhar para a cara de Hinata em busca de apoio. Minha companheira de time ficou tão assustada que saiu de perto. Confesso, eu ri por dentro. Eu amava Sakura-chan como uma irmã, mas às vezes ela era realmente irritante.

— HINATA!!!! – De repente minha mãe gritou se virando para minha esposa. A raiva de segundos atrás já tinha desaparecido completamente. – Como você é linda, ttebane!!! Eu nem acredito que finalmente esse baka do meu filho percebeu a moça linda que era apaixonada por ele desde criança.

Hinata ficou extremamente vermelha pelo comentário, mas abraçou minha mãe, surpreendendo até mesmo a mim.

— É um prazer conhecê-la, Uzumaki-sama – minha esposa disse com reverência. – Arigato por ter dado luz a razão da minha existência.

Minha mãe a abraçou apertado nessa hora. Temi que quebrasse minha hime ao meio! Minha mãe não era conhecida exatamente por sua delicadeza.

— Eu nem acredito que o baka do meu filho quase te perdeu para ficar correndo atrás daquela lambisgoia de cabelo rosa que bate nele! Humpf!

Hinata riu ainda abraçada a minha mãe. Agora minha hime tinha ganhado uma aliada...!

Sakura era contida por Sasuke e vovó Tsunade, a rosada ficou irada pelo comentário. Meu pai ficou constrangido, mas riu, achando graça de tudo. Olhou para Sakura e voltou o olhar calmo para mim, me confidenciou baixinho:

— Também prefiro essa com quem se casou, filho – e piscou para mim.

Fiquei envergonhado me lembrando da última vez que estivemos juntos, na guerra, eu havia dito (mentido na verdade) que Sakura era minha namorada. Eu era um baka mesmo!

— E deixe de formalidades, Hina-chan! Pode me chamar de Kushina. Agora você é praticamente minha filha, ttebane! – disse minha mãe, chamando minha atenção novamente à cena. Dona Kushina se afastou do abraço e começou a apertar as bochechas de minha esposa – Eu não vejo a hora de ver meus netos, ttebane!! Quero que sejam kawaii como você!!! Olha isso! Fofinha!

— Ka-chan!!! – eu supliquei, embaraçado.

— Kushina, pegue leve... – Meu pai intercedeu por mim.

— Oeee. Mas é verdade, ttebane! Já imaginou um filho desses dois? Meu kokoro não aguenta! Vê se me faz um neto hoje na lua de mel, hein, Naruto!

— Ka-chan... – eu implorei, mortificado de vergonha. Não sabia onde enfiar a cara.

Meu pai estava na mesma situação. Constrangido era eufemismo. Já Hiashi... eu não tive coragem de encará-lo por mais de um segundo. Me fitava com um olhar assustador que honestamente, mesmo à distância, senti como se pudesse me fuzilar com eles. Para minha surpresa, minha sogra intercedeu por todos nós:

— Eu também mal posso esperar por um netinho ou netinha, minha linda! – Hana disse, fazendo Hinata sorrir feliz.

— Imagine ter esses olhos lindos! – disse minha mãe fitando Hinata intensamente.

— Eu queria que eles tivessem esse cabelo lindo que você tem, Kushina-san. Isso sim!

Hinata não sabia, mas aquele elogio foi a coisa mais certa que ela poderia ter dito à minha mãe.

— Obrigada, querida! Sabe, eu costumo dizer uma coisa para quem elogia meu cabelo.

— O que?

— Eu te amo, Hina-chan.

Hinata fez um biquinho lindo e tremeu de leve o queixo. Eu sabia que ela tentava segurar o choro e que falharia tentando. Em poucos segundos, ela e minha mãe se abraçavam chorando.

— Naruto – uma voz áspera e séria me chamou. Olhei para trás.

— Neji.

— Naruto. Tome conta de Hinata-sama, por favor. Sei que a ama e por isso não preciso me preocupar, mas ainda assim, deixo aqui o meu pedido. Por favor, cuide dela. Sei que tive meus pecados... a maneira como a tratei depois do ocorrido com meu pai, mas... eu não sabia o que estava fazendo. Era uma criança amargurada. Enfim, não vim aqui falar de mim. Vim apenas desejar aos dois que sejam felizes e que cuide dela.

— Pode deixar, Neji – eu disse, em seguida fiz uma reverência a ele. – Arigato por ter salvado da morte a razão da minha existência, Neji. Você sempre foi um gênio, e por isso, deveria saber muito antes de mim que ela era meu tudo.

Neji sorriu e disse:

— Fico feliz em saber que meu sacrifício não foi em vão.

Assenti.

— Neji... – ouvi a voz de Tenten o chamando. Viramos os dois para ela.

— Vou deixá-los a sós – eu disse e me afastei, seguindo a comitiva para o distrito Hyuga onde a festa de casamento seria dada.

NEJI POV

A morena de olhos chocolate me olhava apreensiva, um misto de dor e alegria. Então, de repente, ela me socou forte no peito. Uma, duas, três... incontáveis vezes até por fim, se cansar.

Tenten lutava contra as próprias lágrimas quando parou de me bater. A voz embargada e baixa demais perguntou:

— Por que, Neji?

Engoli em seco, sem saber o que responder.

— Por que me deixou, Neji?

Novamente, não soube o que dizer. Como se qualquer palavra fosse banal demais para ser usada num momento como este.

Depois que morri, eu pude ver tudo com mais clareza. Digamos que no momento da ultrapassagem da vida para a morte temos um momento de iluminação. Pude ver o passado, presente e futuro como se fosse um filme diante de meus olhos. E naquele momento eu soube que tinha feito uma escolha que não tinha retorno. Soube que tinha feito uma escolha certa, pois, dessa forma me libertei. No entanto, também soube que o preço da minha liberdade foi cara demais. Deixei Tenten para trás. A menina pela qual era e continuava sendo apaixonado.

Eu nunca disse nada a ela, mas não precisava. Vendo-a agora na minha frente, reforcei o que já sabia dela. Tenten é uma mulher forte, destemida e linda. Poderia ser minha, mas nessa vida não seria, porque eu não estaria aqui para abraçá-la quando tivesse medo ou ajudá-la quando precisasse. Eu não estaria aqui para receber seus beijos de bom dia e de boa noite e isso... isso me matava por dentro.

Irônico, não?

Em teoria, estou morto e não teria como morrer novamente.

Mas a verdade é que ver o sofrimento de Tenten de perto assim, trouxe de volta sentimentos que lá no céu eu não sentia. Como, por exemplo, a falta dela desse jeito tão... humano. Visceral e primitivo. Por um momento, essa sensação me fez esquecer de que a eternidade verdadeira está no outro plano, não neste.

Uma vez recobrando minha consciência, peguei as mãos dela, depositei em cada uma um beijo e disse:

— Não importa quanto anos ou quantas vidas passem eu sempre vou amar você, Tenten.

Ela arregalou os olhos, demostrando surpresa profunda e aquilo me incomodou. Eu deveria ter deixado claro enquanto estava vivo o quanto ela era importante para mim.

— Tenten, você foi a única pessoa que enxergou o meu verdadeiro eu. Apesar de não ter olhos como os meus, você me enxergava além do meu rótulo de gênio com destino marcado. Você sempre me fez sentir como se eu fosse normal...

— Neji... eu...

— Não. Deixe eu terminar, por favor – pedi e ela assentiu. Então continuei: - Eu me sentia em paz ao seu lado. Livre como um pássaro no céu. Por isso, me perdoe se eu acabei voando para longe demais de você, mas eu juro, eu vou voltar. Eu sempre vou voltar para você, Tenten. Sei que nessa vida já perdemos nossa chance, mas eu não me arrependo do que fiz. Viu como Naruto e Hinata-sama estavam felizes hoje? Eu sinto muito que para isso eu tenha que ter partido, mas aquele era meu papel e hoje estou aqui para te pedir perdão e pedir que seja feliz, porque eu... eu vou te esperar, Tenten. Mas por favor, prossiga com sua vida. Se case, tenha filhos, seja amada. Ainda que não seja eu... não suportaria saber que não foi feliz por causa da minha ausência.

Tenten tomou uma grande quantidade de ar para recuperar o fôlego depois dessa. Ainda não tinha deixado uma lágrima sequer cair, tinha nervos de aço.

— Casar e ter filhos não é o único modo de ser feliz, Neji. Posso ser feliz de outras maneiras.

— Eu sei que você sempre sonhou em ter um filho, Tenten.

— Com você! Não com qualquer um – ela disse, quase gritando. – Eu não suporto a ideia de ter um filho que não seja seu, Neji. Um filho que não seria fruto do nosso amor. Eu apenas não posso...

— Tenten... – eu disse, pegando a nuca dela e a trazendo para perto de mim. Colei nossas testas como se assim, pudéssemos passar os pensamentos de um para outro.

— Eu vou tentar, Neji. Juro que vou tentar se feliz sem você, mas por hoje... pelo menos hoje... fique comigo. Me ame.

Desgrudei nossas testas e a encarei para ter certeza se tinha entendido o pedido.

No rosto dela não havia uma marca de dúvida.

— Você sabe que eu só ficaria até esta noite, não sabe?

— Dá para fazer tanta coisa até o sol se pôr... – ela disse enquanto mordia o lábio como quem se controlava para não falar demais.

— Você tem certeza disso, Tenten? – eu perguntei pela última vez, meu controle sucumbindo ao desejo de fazê-la minha.

— É tudo o que eu mais quero, Neji. Por favor, fique comigo.

Respirei fundo, contando até três de olhos fechados. Quando os reabri, a visão de Tenten com o olhar enevoado de amor e desejo me fez ceder de imediato.

— Vem comigo! – ela disse, assim que percebeu a mudança em meus olhos.

Com ela era assim. Eu não precisava dizer nada. Ela apenas me entendia. Como eu disse, ela enxergava através de mim.

Ela me levou para uma clareira afastada, cercada de lírios brancos e uma cachoeira ruidosa. O local perfeito para fazer dele o nosso pequeno Éden. Ali a amei como nossa primeira e última vez.

HINATA POV

De acordo com as tradições, eu tinha três trocas de roupa para fazer entre a cerimônia e a festa. Por sorte, este era o último kimono. Não queria perder tempo com roupas, eu queria estar ao lado dos meus amigos e da minha família.

Família.

Senti um calor irradiar do meu peito. Sorri, feliz. Finalmente, todas as pessoas que amo estavam todas no mesmo lugar. Um sonho se tornando realidade. Mamãe que tanto senti falta, Neji que apesar dos nossos momentos era como um irmão mais velho para mim, Hanabi, minha pestinha preferida, até mesmo meu pai que estava mais carinhoso comigo desde que voltei da minha jornada de auto-conhecimento. E tinha Naruto. Agora, meu marido. Sorri ainda mais, colocando as mãos sobre o peito. Ele era meu ma.ri.do. Uau! Era um sonho se tornando realidade.

Eu não sabia que alguém podia ser tão feliz quanto eu era neste momento.

Voltei para a festa e encontrei minha mãe conversando com minha sogra. As duas não poderiam ser mais diferentes, mas se davam muito bem. Fiquei um pouco triste pensando que se ainda estivesse vivas, elas fariam parte de nosso cotidiano. Veriam os netos nascerem e crescerem. E poderiam me ajudar quando eu tivesse dúvidas. Mas, eu não podia reclamar da sorte. Ter todos ali, presentes, era uma dádiva, então expulsei a melancolia da mente.

Cumprimentei mais alguns convidados e encontrei Ino, já um pouco alta por conta da bebida. Ela me chamou para me juntar a ela, Sakura e uma moça que não conhecia ainda.

— Veeem, Hina-chan, junte-se a nós! – Ino disse.

— Hai! Estão gostando da festa? – perguntei, empolgada.

— Muuito! Muuuito bom messxmo. Essas bebiiidas são uma delícia! – Ino disse, alterada.

Eu ri.

— Sou Tamaki, prazer – a menina desconhecida se apresentou.

— Ah, muito prazer, sou Hinata Hyuga!

— Uzumaki, você quer dizer, né, neném – Ino disse.

Eu corei. É verdade. Agora eu era uma Uzumaki!

— Hinata Uzumaki a seu dispor – eu disse de forma pomposa e Tamaki-san riu.

— Feliz casamento para você e seu marido. Formam um casal lindo demais. Kiba fala muito sobre você – Tamaki disse.

— Kiba? Então vocês se conhecem.

— Sim. Eu e ele estamos saindo – ela disse um pouco tímida.

— Que legal! E como se conheceram?

— Eu sou veterinária e um dia ele precisou vacinar o Akamaru...

— Muito profissional – ouvi Sakura reclamar.

Eu olhei feio para ela. Tamaki ficou num constrangimento só. E foi Ino quem quebrou o gelo:

— Qualé, testuda, tu tá com Sasuke-kun. Conseguiu. Uhul! Parabéns! Agora para de ser ciumenta, porra!

— Ino-chan! – nós três dissemos, só que cada uma com intenções diferentes.

Eu queria dar um beijo na Ino pela coragem e por ter me feito rir, mas me contive. Apesar de tudo, não queria arranjar briga com Sakura. Ela era a melhor amiga do meu marido.

— Mas é verdade! Você tem de parar de ser tão possesiva, Saki! – disse Ino e pigarreou no final da frase.

— Eu só que um profissional da área da saúde precisa ter mais postura...

— Eee, o lá o Sasuke-kun... Oi, Sasuke-kun! – eu menti e Sakura caiu direitinho. Ficou vermelha igual pimentão, como se tivesse sido pega em flagrante.

Eu ri e as meninas me acompanharam. Até Sakura riu também. De nervoso, mas riu.

— Espero que você e Kiba sejam muito felizes. Já gostei de você, Tamaki-san.

— Eu agradeço, Hinata-san! Espero te encontrar mais vezes.

— Iremos! Assim que der, vou fazer um jantar de boas-vindas lá em casa. Vocês todas estão convidadas.

— Eeeeeba! Se tiver mais bebidas como essa eu topo! – Ino falou, alegre.

— Aqui, amor. Come um doce que vai te fazer bem – era Sai.

— Não quero! – Ino disse, fechando os braços e fazendo bico como uma criança mimada.

— Você precisa de glicose.

— Glicose... parece ruim.

— Não é – Sai insistiu. – É doce como você.

Aaaaawn, que coisa mais fofa!!! Nunca tinha visto Sai e Ino juntos, mas os dois eram uma mistura inesperada que deu muito certo.

Cansada de ficar de vela, resolvi procurar meu marido. Levantei-me da mesa.

— Divirtam-se! – Eu disse e sai.

Logo mais, vi Tamaki se levantar (praticamente) correndo da mesa onde estava ao perceber que ficaria ali de vela de Ino e Sai com a companhia de uma Sakura de cara fechada.

Esbarrei com Sasuke enquanto procurava por Naruto.

— Que bicho mordeu sua namorada? – Perguntei para ele sem mais nem menos.

Sasuke suspirou, visivelmente frustrado.

— Ela disse que eu estou enrolando ela e... – Sasuke parou a frase no meio avaliando se continuava a dizer ou não, quando viu a cara obstinada de Hinata, revelou a continuação: - Disse também que se até você se casou, era um absurdo ela não ser casada ainda.

Agora estava explicado. Algumas coisas não mudariam nunca... Sakura sempre seria a fan-girl de Sasuke e como era insegura, sempre se compararia com as outras pessoas. Fossem elas seus objetivos ou não. Eu caí na gargalhada.

Ter tido uma época de não-sentimentos me tornou uma pessoa mais analítica, o que me permitia ler as pessoas com facilidade, e, por isso, dificilmente me irritaria com uma coisa tão pueril quanto esta.

— Boa sorte, amigo – eu disse, dando-lhe tapinhas nos ombros.

Sasuke apenas, suspirou.  Eu sabia que ele devia estar pensando “Sakura é tão irritante...” eu tinha de concordar com ele. Haha!

Continuei caminhando na festa, ainda à procura de Naruto, mas acabei encontrando Rock Lee que arrasava numa pista de dança improvisada. Rock Lee dançava com todas as garotas da pista e estava mandando tão bem que todas pareciam hipnotizadas por ele.

Eu ri. Rock Lee era um barato mesmo!

Mais à frente, encontrei Chouji atacando os canapés enquanto Shikamaru fazia cara de tédio. Casamentos deveriam ser muito cansativos para ele. E eu concordava. Ri disso também.

Vi Shino conversando com uma garota e fiquei feliz por ele. Shino era muito discreto e eu sabia, tinha um coração enorme. A garota que ficasse com ele, teria a sorte grande.

Continuei caminhando e encontrei Tamaki de novo, mas agora ela estava aos beijos com Kiba enquanto Akamaru escondia o rosto com as patas. Gargalhei alto com aquilo.

Andando mais um pouco, vi uma moita se mexendo. Ativei o Byakugan para ver o que era e vi Hanabi com Konohamaru. Oh, kami-sama, que vergonha de pegar minha irmã no maior amasso! Gostaria de poder desver a cena...

Continuei caminhando e finalmente o encontrei.

Meu marido estava encostado em uma árvore, o kimono já todo desarrumado e ele segurava um girassol na mão que estendeu em minha direção.

Fui até ele e peguei a flor.

— Arigato. É minha preferida.

— Eu sei – ele respondeu já se apossando da minha cintura e me dando um beijo suave no pescoço. – Você é a noiva mais linda dessa festa – ele brincou, sussurrando no meu ouvido.

— Uhhm, fico feliz por ser a única então!

Rindo, ele me girou em suas mãos. Fazendo com que nossos rostos ficassem bem próximos.

— Esperei o dia todo para finalmente ter um tempo com você.

Senti meu corpo inteiro arrepiar com aquela frase. Eu também tinha sentido falta de ficar assim, juntinho dele.

— Eu também, Naruto.

— Mas apesar da vontade de você, hoje foi o dia mais especial da minha vida. Ter nossa família assim perto, não tem preço.

— Verdade. Eu jamais imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer.

— Mas aconteceu e sabe por que?

— Porque?

— Porque somos incríveis juntos, ttebayo!

— Haha! Palhaço! Te amo. Amo meu riso quando estou contigo.

— E eu amo te fazer rir.

— Então combinamos.

— Acho que sim... – dizendo isto, meu marido me pegou pela cintura e me deu um beijo de tirar o fôlego.

O beijo foi intensificando num ponto que cheguei a esquecer de onde estávamos até que alguéns nos chamaram a atenção.

— Rum, rum – Minato, meu sogro limpou a garganta.

Me desgrudei de Naruto na mesma hora, ficando ainda mais constrangida quando notei que todos os reencarnados estavam ali.

NARUTO POV

— Chegou a hora, Naruto e Hinata. Precisamos partir – meu pai disse.

— Mas já? Ainda nem é noite...

— Será em 5 minutos.

— Então ainda temos 5 minutos.

— Sim – ele sorriu, reconfortante.

Corri até ele e o abracei sem cerimônia. Sentia uma saudade enorme no peito. Eu ficaria sem vê-los por um bom tempo. Assim, esperava! Com isso em mente, sorri em vez de chorar.

— Arigato por tudo, ota-san!

— Hai!

Em seguida, veio minha mãe, completamente emocionada. Me abraçou e beijou cada centímetro do meu rosto.

— Agora não preciso te dizer que precisa se alimentar bem e tomar banho. Hina-chan está aqui para te puxar a orelha caso precise, ttebane!

— Ka-chan... - ela não parava de me deixar envergonhado. Eu ri mesmo assim. Sentiria MUITA falta desse jeito espontâneio dela. – Eu te amo, ka-chan.

— Eu também, ttebane!!! – disse, emocionada. Eu vi que ela teve dificuldade em me deixar ir. Para falar a verdade, eu me sentia igual.

Seria difícil dizer adeus.

Depois, ela foi até Hinata, a beijou na bochecha e desejou felicidade para nós. Fiquei tocado como ela e Hinata se davam bem. Poderiam ter sido grandes amigas...

— Naruto, meu aluno cabeça oca! – Jiraya-sensei me tirou dos pensamentos.

— Ero-sennin!

Passei boa parte do dia ao lado dele e de meu pai. Precisava matar as saudades dos meus velhos!

— Não me chame assim, moleque! Respeito! Agora minha morada é no céu!

— Não sei se vai continuar sendo depois de hoje. Bem vi você de olho no decote da vovó e tentando ver por debaixo das saias das meninas.

— Ora, seu...! – Jiraya-sensei começou, mas se controlou. Lançou-me um sorriso de tom melancólico. – É muito fácil me irritar com você. É quase como se nunca tivéssemos nos despedido. Você é uma pessoa especial para mim, Naruto. Te vi crescer e se tornar um rapaz corajoso e persistente. Ou teimoso... mas a verdade é que sua determinação foi o fator principal para que sua felicidade fosse alcançada. Você nunca desistiu de nada, nem voltou atrás com suas palavras. Salvou o mundo, salvou Hinata e agora, a recompensa do herói, um final feliz digno de contos de fadas. Que você seja muito feliz ao lado de sua “hime” – ele riu. – E se ela tiver puxado a mãe, quando ficar mais madura, ficará ainda mais apetitosa. Te ensinei certinho, moleque! – piscou para mim.

Eu e meus pais ficamos chocados. Já Hana estava brava, mas não chegava nem perto da aura assassina de Hinata. Quando queria, minha hime era bem assustadora!!!

Em seguida, para acalmar os ânimos, Neji veio falar comigo, sério como sempre, mas de alguma forma, mais leve.

— Já sabe, Naruto. Cuide de Hinata-sama! – falou quase como uma ameaça e colocou a mão no meu ombro. Em seguida fez uma reverência para Hinata. – Seja feliz, Hinata-sama.

— Hai, Neji-nii-san. Arigato por tudo.

— Por último, tenho um único pedido.

— Sim? – perguntamos juntos, Hinata e eu.

— Olhem Tenten por mim.

Assenti, imaginando o quão difícil deveria ser deixar para trás quem queremos proteger. Com a ajuda de Hinata, eu seria os olhos de Neji sobre Tenten. Me sentia na obrigação já que era o pedido de um homem que amava. Eu reconheci pela intensidade nas palavras dele.

Por último, veio minha sogra. Falei pouco com ela, mas o pouco que interagi, pude ver que era uma excelente pessoa. Muito doce e elegante. Havia muito dela em Hinata.

— Você é o sol da minha Hinata e ela por sua vez é seu refúgio – sorriu, me olhando com carinho como se fosse minha mãe. – Obrigada por fazer da minha menina uma mulher feliz – dizendo isto, ela me deu um beijo na testa.

Depois, ela se dirigiu a minha hime:

— Hinata, venha me dar um último abraço!

— Mamãe! Eu não quero me despedir da senhora!

— Essa despedida é temporária, meu amor – ela disse enquanto embalava Hinata nos braços e passava as mãos delicadamente nos cabelos da filha. – A vida real é a do outro lado. Continuarei de olhando lá de cima. Saiba que sempre estarei contigo. Observando cada caminho, como sempre fiz. Meu amor nunca vai morrer, embora, este corpo sim. Por isso, Hinata, continue sendo essa mulher linda cheia de luz e amor, pois, esse é seu verdadeiro eu. Esse é seu poder. Você é gentil, boa e consegue ver beleza e tudo. Foi graças a isso que enxergou o amor verdadeiro antes mesmo dele desabrochar. E é por isso que você deve ser quem você é, muitas coisas boas estão por vir, meu amor. Seja forte e seja feliz. Amo você. Até logo.

Com lágrimas nos olhos perolados, minha hime respondeu:

— Até logo, mamãe.

Então a noite caiu. E, com ela, uma luz forte circundou os corpos dos ressuscitados. Em segundos, eles desapareceram. No local, restou apenas fagulhas de luz misturado às estrelas no céu e aos vagalumes que ali vagavam ao nosso redor.

Peguei a mão esquerda de Hinata para lhe dar força. Beijei a aliança e a olhei firmemente. Ela me olhava de volta com a mesma força.

— O nosso para sempre começa hoje – eu disse e ela selou minha promessa com um beijo doce.

FIM.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Naruto e Hinata no filme “The Last” casaram em uma cerimônia xintoísta, por isso, tentei ao máximo colocar as tradições deste tipo de casamento na fic. Claro que eu fugi às regras inúmeras vezes, pois, os pais deles vieram dos céus só pra este momento, então, achei que seria normal e aceitável eles quererem grudar nos seus filhos até o último momento! Rs Sem contar que não sou nenhuma especialista nisso, então, por favor, relevem os eventuais “erros” na cerimônia xintoísta. Dei meu melhor!
**Hinata em kanji significa: local ensolarado, lugar ao sol ou girassol.

DEIXEM COMENTÁRIOS. É A NOSSA DESPEDIDA!!! T.T



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mudanças (Naruhina)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.