Henry dá a partida e finalmente atravessam a divisa, deixando pra trás tristezas, lágrimas e revelações desencontradas.

Na delegacia.

Emma andava de um lado pra o outro.

David- O que está acontecendo?

Emma- Eu não acredito.

Snow- Emma, fala com a gente.

Emma- Por favor, me deixem ficar sozinha.

Snow- Foi a Regina?

Emma- Foi. Eu fiz a maior burrada da minha vida.

David- Mais uma? O que fez agora?

Emma-eu preciso ir lá agora.

Snow- Não Emma. O que quer que tenha acontecido, não vá atrás dela agora.

Emma- Eu não vou mais ouvir ninguém. Por causa disso eu perdi a melhor coisa que me acontecer.

David- O que quer dizer?

Emma- Me deixem sozinha. Por favor!

A loira pede desesperada e os pais saem. Ela liga mais uma vez pra Regina.

´Você ligou pra Regina Mills, não posso atender, deixe seu recado´

Emma- Regina, por favor, atende esse telefone, preciso me explicar.

A loira andava dentro da delegacia como uma pessoa perdida. E assim Emma passou a noite em claro.

David chegou a delegacia e encontrou a filha com profundas olheiras.

David- Emma?

A loira olhava pra o vazio.

David- Vamos conversar filha.

Emma- Eu não quero conversar agora.

David- A discussão foi muito séria?

Emma- Ela não vai me perdoar.

David- Regina sempre te perdoa. A rainha tem a aparência de alguém firme, mas ela sempre nutriu algo especial por você Emma.

As palavras de David só aumentavam a dor da loira.

Emma- Eu não aguento mais esperar. Eu preciso ver ela agora. Respeitei uma noite toda, mas não vou respeitar o pedido do Henry. Eu preciso falar com a Regina.

Emma sai da delegacia as pressas, passa numa floricultura e pega um enorme buquê de flores.

Na frente da mansão a loira apertada a companhia diversas vezes.

Emma- Regina, abre essa porta!

Batia insistentemente.

Emma- Eu não vou aguentar isso.

A salvadora tira a chave, abre a porta e entra.

Emma- Reginaaa. Henryyy!

Silencio total.

A loira sobe as escadas e se apavora ao notar o closet de Regina escancarado com alguns cabides no chão.

Emma- Não(sussurra)

Quanto mais Emma andava pelo quarto, mais ela encontrava resquícios da partida recente da sua amada e do seu filho.

A loira desce as escadas correndo e liga pra o pai.

Emma- Pai me ajuda.

David- O que foi filha?

Emma- A Regina...A Regina.

David- Se acalma. O que tem a Regina?

Emma- Ela foi embora.

David- Como assim?

Emma- O closet dela e do Henry tá todo revirado, os cabides no chão, as gavetas reviradas. Regina não deixa uma meia fora do lugar...Ela foi embora! Acho que o Henry também foi. O vídeo game dele sumiu.

David- Se acalma. Eu tô chegando aí(desliga o telefone)

A loira procura algo pela sala que possa indicar o destino da amada e do filho, olha pelas agendas e pelas gavetas,  mas não encontra nada. Caminha pela sala e se dá conta que a mesa de jantar estava intacta, ainda com as velas nos castiçais e os talheres bem postos. Emma sente a culpa lhe abater a cada detalhe que Regina havia preparado.

A mesa tinha os lugares preparados pra um jantar pra 6 pessoas. Regina havia mesmo preparado uma surpresa pra loira e ela havia estragado tudo. Emma sente o peito doer.

Se aproxima do lugar que provavelmente seria o lugar dela, nota que só em seu lugar havia uma peça metálica. Dá meia volta e vai saindo, mas sua intuição lhe faz voltar e erguer a peça. Seus se arregalam ao encontrar debaixo da peça um sapatinho de bebê. Estranha , mas o pega na mão. De repente a revelação se faz presente no peito da loira, quando ela lê o que estava bordado no sapatinho. Ali seu corpo já não respondia e a mesma caiu ajoelhada com emoção, sentindo uma corrente quase mortal passar por todo o seu corpo.

Emma- Ah meu Deus.

David chega e vê a filha ajoelhada aos prantos.

David- Emmaa.

Ele corre até ela.

Emma- Pai...

David- Filha o que...

A loira entra ao pai um dos sapatinhos a David e ele vê uma pequena frase escrita.

David- ‘ Estou chegando mamãe’?

Emma- A Regina tá grávida.

A loira dizia com as mãos na cabeça.

David- Mas o que...

Emma- O bebê é meu!

Longe dali.

Regina vai despertando.

Henry- Bom dia.

Regina- Bom dia filho.

O jovem se aproxima e coloca uma bandeja no colo da mãe.

Henry- Primeira refeição do dia é a mais importante.

Regina- Não estou com fome meu filho.

Henry- Eu sei, mas precisa se alimentar bem por causa do bebê.

A morena concorda e pega um pouco de suco.

Henry- Está mais descansada?

Regina- Um pouco. Parece que meu corpo todo dói.

Henry- Foi bom pararmos nesse hotel pra descansar.

Regina- Foi sim.

Henry- Ainda tem o mesmo pensamento de ontem?

Regina- Sim.

Henry- Posso falar uma coisa?

Regina- Claro.

Henry- Ela não sabe sobre o bebê.

Regina- Ela disse que não tínhamos um futuro juntas Henry. Disse que não se imaginava formando uma família comigo. Não posso dizer a ela que estou grávida e deixar ela pressionada a ficar comigo e com o bebê.

Henry- Eu entendi. Mas...

Regina- Eu não quero fazer isso com ela. Não é justo com ela, comigo muito menos com o bebê. E....Ai meu Deus,não.

Henry- O que foi?

Regina- Eu esqueci.

Henry- Esqueceu o quê?

Regina- Esqueci os sapatinhos na mesa.

Henry- Debaixo daquela peça?

Regina- Ah meu Deus, eu esqueci completamente. E se ela vir aquilo?

Henry- Se acalma, acho muito difícil ela ir mexer na mesa.

Regina- Eu não acredito que eu esqueci.

Henry- Não importa mais. Se ela entrar na mansão, acho que ela só vai procurar por nós ou tentar descobrir pra onde estamos indo.

Regina- Tem razão.

Henry- Agora come.

A morena mesmo sem fome resolve se alimentar por seu bebê.

Na mansão Emma chorava enquanto deixava o milésimo recado pra Regina.

Emma- Regina, pelo amor de Deus, atende esse telefone. Me dá a oportunidade de me explicar. Me diz onde vocês estão e eu vou te buscar onde vocês estiverem.

A loira desliga.

David- Emma, tenta se acalmar.

Emma- Eu não vou me acalmar. Ela foi embora pai. Foi embora!

Snow- Se desesperar não adianta, Emma.

Emma- Isso não pode tá acontecendo.

A loira andava pela sala desesperada enquanto segurava o sapatinho.

David- Agora me explica mais uma vez sobre você e...

Emma- O que há pra explicar? Regina e eu nos amamos.

Snow- Desde quando?

Emma- Desde que nos vimos pela primeira vez.

Snow estava de boca aberta.

David- Por que nunca soubemos disso?

Emma- Só resolvemos ficar juntas depois que o Robin morreu.

Snow- Não acredito que não notei isso.

Emma- Depois que eu cheguei aqui, ela e eu nos mantivemos longe. Tentamos nos afastar, mas...

David- Estavam se enganando!

Emma- Naquela noite, em que a EvilQueen a atacou, ela me protegeu, se jogou na frente da magia pra que eu não fosse atingida e...

A loira chora enquanto fala.

Emma- E disse que me amava antes de fechar os olhos...E eu...

David- E você descobriu que a amava.

Emma- Como eu pude ser imbecil ao ponto de abrir mão dela?

Snow- Você tentou fazer o que achava que era melhor e eu sinto muito por ter te incentivado.

Emma- Quando você falou aquilo, eu pensei que estava sufocando ela. Achei que ela merecia algo melhor que eu mãe.

Snow- Ninguém é melhor que você Emma.

Emma- Quando falou sobre filhos...Eu senti meu corpo todo doer, pois eu sabia que Regina merecia alguém que lhe desse a chance de ser mãe e eu achei que isso não seria possível ao meu lado. E agora ela está grávida de um filho meu e as palavras que eu disse a ela ontem...

A loira enxuga as lágrimas e seus pais se penalizam com o desespero da filha.

Emma- Eu magoei ela de uma forma que nem eu me perdoaria.

Snow- Filha...Sem querer ser inconveniente, mas o bebê...

Emma- O bebê é meu!

Snow- Tem certeza?

Emma- Eu sei que parece loucura, mas eu tenho absoluta certeza que é meu.

Snow e David se olham quando Zelena surge.

Zelena- Alguma novidade?

David- Nenhuma?

Zelena- Ela passou realmente pela divisa. Pelos rastros viajaram ainda de noite.

Emma- Eu devia ter vindo aqui ontem mesmo.

Zelena- Já descobriu que vai ser mamãe?

Emma- Você já sabia?

Zelena- Você também deveria saber. Regina tem estado muito pálida, sentido enjoos e tonturas. Esses sintomas são bem característicos não acha?

Emma- Ela era estéril, eu...Nem imaginei que isso seria possível.

Zelena- Falou a filha da branca de neve e do príncipe encantado. Olha, eu não tenho tempo pra isso! Vou ver a Robin, ela tá com febre desde ontem. E você, salvadora, traga a minha irmã e meus sobrinhos de volta.

A ruiva some na fumaça.

Emma- Como eu fui imbecil! Ela estava com todos os sintomas óbvios.

David- Não é hora de ficar se lamentando. É hora de agir!

Snow- Exatamente. Vá atrás da sua família.

Emma- Ela não vai me perdoar.

David- Vai sim.

A loira beija o pai e a mãe e sai correndo.

David- Sabe o que isso significa né?

Snow- Sim, um bebê com cabelos pretos e olhos verdes...Seremos avós mais uma vez David.

David- Mais um neto meu amor.

Os dois se abraçam felizes.

No fusca Emma liga mais uma vez pra o filho.

Emma- Henry, garoto, por favor, me atende!

A salvadora vai até sua casa, pega seus pertences e joga dentro do fusca. E corre ao hospital.

Emma- Whale.

Whale- Olá salvadora.

Emma- Preciso da sua ajuda.

Whale- É a Regina outra vez?

Emma- Outra vez?

Whale se cala.

Emma arrasta Whale pra dentro de uma sala.

Emma- Preciso de respostas Whale.

Whale- Ela passou mal ontem a noite, chegou aqui com fortes cólicas.

Emma- Ah meu Deus. O bebê está bem?

Whale- Então você já sabe.

Emma- Acabei de descobrir. Ela e o bebê estão bem?

Whale- Foi só um susto. Dei a ela um medicamento e mesmo insistindo pra que ela passasse a noite aqui, a teimosia dela foi mais forte e ela foi embora, prometendo que ficaria em repouso.

Emma- Não é perigoso no inicio da gravidez?

Whale- É preocupante. Principalmente por Regina ter problemas de pressão. A gravidez toda será uma montanha russa.

Emma- Ela descobriu ontem não é?

Whale- Sim. Devo lhe dizer, eu já dei essa notícia pra muita gente, mas ver Regina daquela forma me deixou muito emocionado.

Emma sorri.

Whale- Depois de várias tentativas. Até inseminação artificial ela tentou. Onde ela está?

Emma- Ela foi embora.

Whale- Pra onde?

Emma- Ainda vou descobrir. Eu queria saber de você se ela disse algo sobre viajar.

Whale- Não. Não mencionou nada.

Emma- Eu não sei nem por onde começar a procurar.

Whale- Regina devia descansar. No inicio da gravidez é fundamental que ela descanse.

Emma- Eu posso até dizer quanto tempo ela tá. Um mês?

Whale- Um mês e meio. Eu vou te mostrar uma coisa.

Whale vai até sua sala, abre uma de suas gavetas e entrega a Emma uma pequena imagem.

Emma- É...É o...

Whale- Eu sabia que você iria querer uma cópia

Emma sorri emocionada olhando pra foto com a mão na boca segurando a emoção.

Whale- É seu! Não é?

A loira apenas confirma.

Whale- Eles estão saudáveis.

Emma- Não era pra eu descobrir assim.

A loira enxuga as lágrimas.

Emma- Era pra eu estar ao lado dela, segurando a mão dela.

Whale- Eu sei.

Emma- Henry estava com ela e...A Violet.

A loira sai apressada e encontra a jovem na lanchonete.

Emma- É muito importante Violet.

Violet- Eu sei Emma, mas o Henry não disse pra onde eles iriam. Só disse que precisava tirar a dona Regina daqui e que me ligaria.

Emma- Eu posso te pedir um favor?

Violet- Claro.

Emma- Eu sei que depois do que eu fiz a vocês eu nem poderia estar te pedindo, mas...Violet, me ajuda a encontrar a minha família.

Violet se sensibiliza com as lágrimas de Emma.

Violet- Eu prometo a você, que se o Henry me disser onde eles estão, você será a primeira pessoa que vai saber.

Emma- Obrigada.

A loira sai da lanchonete, avisa aos pais e passa pela divisa da cidade.

Emma- Espera um pouco meu amor, mamãe tá chegando!

A loira beija o sapatinho e segue viagem.