Invictus escrita por Downpour


Capítulo 16
Epílogo - Invictus


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que todos vocês estejam bem,
Eu não sei o que falar nesse espaço aqui, não imaginava que ia levar essa fanfic tão a sério e que traria algum significado bom o suficiente para a mesma. Quero agradecer todo mundo que acompanhou a história, que aturou a minha demora para atualizar e as minhas mudanças constantes conforme eu escrevia. Quero agradecer mais ainda por vocês terem comentado, acho que vocês não tem sequer ideia de como vocês me fizeram rir quando estava triste com as reações de vcs ao ler, de alguma maneira vocês me ajudaram mto a continuar escrevendo e a me fazer sorrir em um dia completamente cinza.
No início a história não se tratava exatamente do mesmo rumo que eu resolvi dar para ela, fico contente por não ter colocado o final que eu planejava inicialmente, foi como se a própria Sam tivesse escolhido seu destino conforme eu escrevia.
Espero que gostem deste capítulo!
Não pretendo postar mais nenhuma história de Nárnia por enquanto, meus próximos projetos serão bem diferentes do que eu estava acostumada a escrever, e talvez esse semana ou semana que vem eu poste uma fanfic nova original nova. Ainda estou arrumando a história (e procurando me recuperar emocionalmente do fato de que eu consegui finalizar essa fanfic dessa maneira, nunca fiquei tão satisfeita com um final como dessa vez).
Me desculpem repetir novamente, contudo, obrigada por ter passado seu tempo acompanhando, espero que Invictus tenha tido um significado para você como teve para mim!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/692654/chapter/16

Epílogo - Invictus

 

Se contorceu,

estava doendo demais,

aquela doce voz soando em seus ouvidos.

“Onde está você Sam?”

 

Acordou.

Seus olhos se abriram lentamente, o obrigando a sua visão se acostumar com a claridade local. Aquele lugar era repleto de um branco pacífico, um barulho irritante de beep soava em seus ouvidos. Ele estava em um hospital.

—Você acordou afinal das contas, - um médico com uma prancheta disse sorrindo para o menino - achamos que você não fosse sobreviver.

— A garota, Samantha, também sobreviveu não é? - o garoto disse desesperado - Eu a vi em meio as chamas, a resgataram e a trouxeram junto de mim para cá, certo?

Ele parecia querer admitir para si mesmo de que não estava errado, contudo se decepcionou imensamente ao ver a expressão de confusão com o médico.

— Oh não, apenas você, sua irmã Lúcia e uma garota chamada Carrie foram encontrados. - disse tornando a sorrir fazendo algumas anotações em sua prancheta - Não existe nenhuma Samantha na sua escola, criança.

— Não diga isso, ela existe - já começava a pensar que estava enlouquecendo.

Será que todos aqueles toques e sentimentos que ele nutriu, foram uma ilusão? Não, não poderia ser verdade. Os beijos, sorrisos e abraços não poderiam sumir daquela maneira.

— Por favor, vocês tem que olhar de novo, ela pode ainda estar lá, viva.

O médico franziu a testa e mordeu o lábio apreensivo, parecia considerar mentalmente se deveria revelar a informação que estava prestes a dizer para o garoto.

— Quando desmaiou durante o incêndio você bateu a cabeça, é normal que se sinta confuso, e isto possa afetar seu psicológico, caso se sinta mais a vontade posso recomenda-lo para um profissional…

— Eu não estou louco, eu juro, - ele se sentia em pânico, não e não, o doutor não acreditava nas palavras que ele dizia, - ela estava do meu lado, eu a vi em meio as chamas.

— Filho, as autoridades não acharam nenhuma garota com esse nome por lá. - o homem tornou a fazer anotações em sua prancheta, concluindo sua análise sobre o estado mental de Edmundo.

— Você só pode estar me sacaneando, eu não estou louco! - as veias do moreno pulsavam em seu pescoço, repetia para si mesmo de que tudo aquilo era um pesadelo e que quando ele acordasse encontraria ela ao seu lado.

Uma enfermeira entrou desesperada no quarto.

— Temos que acalma-lo, o paciente está agitado demais, ande!

Quando os olhos do garoto se depararam com uma seringa sentiu um grito escapar de seus lábios, esperneou procurando se libertar da cama, contudo o médico o conteve enquanto a enfermeira se debruçava para aplicar o calmante.

— Por favor, não!

 

Afogou-se de volta para o Mundo dos Sonhos,

sentia-se no fundo de uma piscina, contudo se olhasse para cima não conseguia ver nada além de uma enorme quantidade de água.

Até que ele a viu do outro lado.




— Sam? - estranhamente sentia como se conseguisse respirar embaixo da água, era como se seu corpo estivesse acostumado com aquilo de alguma maneira - É você mesmo?

Estendeu sua mão procurando toca-la, queria uma prova de que ela era de verdade, e não uma fantasia ou algum sonho distante.

— Olá Eddie, - sua voz melodiosa respondeu, contudo a garota permaneceu parada, não indo ao seu encontro - você precisa voltar para eles, sua vida ainda não acabou.

— Nem a sua, volte comigo por favor!

— Eu não existo mais - a garota disse com tanta naturalidade que o assustou, ela realmente tinha aceitado a ideia da morte, ele talvez nunca compreenderia aquilo. - contudo, de alguma maneira eu ainda existo em você. Eddie.

O garoto franziu a testa, tentou nadar para perto dela, contudo a correnteza da água o puxava para longe dela.

— Nem sempre podemos ter o que queremos, as vezes temos que aceitar a vida do jeito que ela é, e claro, nunca devemos deixar de lutar. - ela não tirava seus olhos de Edmundo, sorria misteriosamente como se soubesse de um segredo que o garoto não sabia.

— Por quê eles me dizem que você nunca existiu? Estou ficando louco?

— Depende do ponto de vista, - ela escondeu um sorriso tímido, ele tinha esquecido do quanto gostava quando ela fazia isto - a grande maioria dos adultos quando crescem deixam de acreditar nas coisas, e prendem-se apenas a seus cotidianos. Então talvez eu não exista, ou talvez sim, tudo depende de você, Eddie.

O garoto balançou a cabeça negativamente.

Por quê ela estava o confundindo?

— Venha, pegue a minha mão, eu vou te mostrar uma coisa.

Pela primeira vez em tempos, Edmundo não hesitou.





Estavam no cemitério,

Samantha estava observando uma mulher chorar.

Era sua mãe.

 

Demorou um pouco para ele entender que aquele era o enterro de Samantha, a menina de seus sonhos olhava para sua mãe com carinho e melancolia. Eddie nunca tinha pensado que sua mãe também sofreria com a morte da filha, sofreria milhares de vezes a mais do que ele.

— Ela está sofrendo, - a garota disse enquanto olhava em volta todas as pessoas que se reuniram no cemitério - sempre sofreu quando soube da notícia, contudo, se eu não existisse e tudo se passasse por um sonho, ela não sofreria assim.

— Isso é egoísmo! - o moreno exclamou.

Surpreendeu-se ao ver sua irmã do outro lado, Lúcia tinha a cabeça baixa e chorava silenciosamente. Samantha sorriu fraco ao ver a menina.

— Contudo foi a minha decisão, - ela disse olhando para sua amiga - apesar de eu ter vencido todo este sofrimento ao longo dos anos, as pessoas a minha volta não conseguiriam suportar o fato de perder alguém, eu os conheço bem o suficiente para saber disso. Prefiro estar em seus mais puros sonhos, do que ser a pessoa que lhes causaria aperto no coração, entende?

— Não. - Edmundo balançou a cabeça negativamente. - Mas por quê eu me lembro de você?

— Na verdade eu também não sei, você não deveria sequer me ouvir, - a garota comentou enquanto via pessoas depositarem buquês em seu túmulo - talvez para uma despedida definitiva, temos caminhos diferentes a traçar agora. O Outro Lado me espera.

— Eu não quero que você vá embora, não suportaria isso.

Ela sorriu colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

— Acho que eu já causei confusão o suficiente nesse mundo. Contudo nada nos impede de nós encontrarmos mais tarde no Outro Lado, não é mesmo?

Não soube como responde-la, apenas ficou parado boquiaberto, chocado demais para processar alguma coisa. O cenário de fundo do enterro da garota que ele amava era assustador demais.

— Não posso demorar muito aqui, no momento estou entre os dois Mundos, preciso me apressar e partir. Gostaria de lhe agradecer, Edmundo Pervensie, por ter me feito descobrir o sentimento do amor.

— Me desculpe Sammie, - ele sussurrou rouco sem saber quais palavras usar para demonstrar o que estava sentindo, embora ele não precisasse, já que a garota sorria melancólica entendendo tudo o que ele queria lhe transmitir com palavras - no final de tudo eu nunca te mereci de verdade.

— Nunca é tarde demais Edmundo, você tem todo um mundo ao seu redor. - a garota sorriu para ele amigavelmente, de repente o cenário de seu sonho mudou, agora eles estavam em uma casa.

Uma versão de Sam de sete anos idade corria pelo salão sorridente, enquanto sua mãe a mandava se reunir com seu pai para tomar chá. A garota tinha um sorriso puro e inocente, não era muito diferente da Sam atual, apenas não sabia por tudo que estava prestes a passar.

— Você não precisa entender minhas escolhas Eddie, apenas respeita-las. Quando vejo essa Sam correndo e brincando, percebo que tomei a atitude certa pela minha mãe e meu pai. Assim como você eles lembrarão eternamente de mim, mas não como uma garota que foi derrotada por uma doença, e sim pela garota que lhes fez sorrir nos momentos mais dificeis entende? Não quero que me esqueçam, só não quero que sofram.

Depois de alguns momentos em silêncio observando a versão criança da garota, o moreno suspirou:

— Creio que talvez parte de mim consiga compreender suas atitudes. Só não quero deixa-la ir, não quero que tudo caía no esquecimento. - o garoto disse com os olhos começando a transbordar, droga, não queria começar chorar como uma criança justamente na frente dela!

Samantha sorriu.

A menina inclinou-se para frente roubando um breve selinho de Edmundo, fazendo com que ambos lábios se roçassem carinhosamente.

— Obrigada por tudo Edmundo, agora eu tenho que ir. Eu te amo.

— Sammie, por favor não vá! - exclamou tentando puxa-la pela mão, sentiu seu corpo ser jogado violentamente para trás, não conseguia se mover e muito menos respirar. Apenas fechou seus olhos agoniado.




Abriu os olhos.

Novamente a claridade daquele quarto o cegava.



— Ela se foi Eddie. - ouviu a voz de Lúcia, que estava sentada ao lado de sua cama, a irmã apertava sua mão enquanto lágrimas lhe desciam pelo rosto pálido.

Sem conseguir se controlar, Edmundo começou a chorar e afundou seu rosto no travesseiro, procurando abafar não só toda aquela dor como seus soluços.

Ele nunca teve a oportunidade de dizer que a amava.

Contudo, iria reencontra-la novamente, sentia todo o seu ser afirmando esta informação.

Se reencontrariam no outro lado.



“Não esqueça que estou do seu lado

Não importa quão densa a floresta

Nós nos uniremos a eternidade além dos pântanos”






Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Os versos no final são da música Overcome, do Nu'est ^-^



Eu realmente me surpreendi por ter mudado o rumo da fanfic bem no meio da história, planejava fazer com que eles se encontrassem no País de Aslan, mas achei isso repetitivo demais, já que tinha feito isso anteriormente com uma outra história de Nárnia. Então resolvi deixar a escrita fluir conforme a personalidade que eu dei para os personagens. Como eu disse para uma leitora, eu não acho que o Eddie deveria ter a Sam tão fácil, contudo, o verdadeiro final dessa fanfic eu resolvi deixar com a imaginação de vocês. A maneira de como vocês interpretaram o que leram vai definir oq vcs pensam do final, eu adoraria saber as ideias de vocês! ^^
Embora eu não me sinta pronta pra isso, quero dizer tchau para vocês e agradecer por esse nove meses que eu passei com vcs, por favor, comentem suas opiniões, adorarei conversar com vocês sobre.
Até alguma próxima fanfic ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Invictus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.