Capítulo 13 - He was worried

Um grito distante ecoou pela praia.

Era um misto de pavor com desespero, por mais distante que fosse, o grito estava próximo ao mesmo tempo. Aquilo chamou a atenção dos dois para a realidade, se soltaram, ainda que com ambos corações descompassados.

Como aquilo era errado, ela já não conseguia conter seus sentimentos.

— O quê será que está acontecendo? — ela perguntou assustada, sentia seus pelos se arrepiarem por já estar anoitecendo e logo tudo seria preenchido pela escuridão.

— Eu irei ver o quê é, por favor fique aqui em segurança. — Edmundo disse enquanto ajeitava a bainha de sua espada.

— Não quero que você vá sozinho, você também corre perigo. — Samantha retrucou em um sussurro abafado.

— Me deixe ver o quê é ao menos. — o moreno resmungo, não queria que a menina de arriscasse por qualquer coisa.

Ela abriu a boca e fechou várias vezes procurando algum argumento para retrucar, estava corada, com muita vergonha para poder pensar em algo bom o suficiente para poder para-lo. O garoto viu como ela estava nervosa com aquela ideia e sorriu, tentando lhe passar algum conforto.

— Vai ficar tudo bem.

— Eu sei, — ela se afastou dele, procurando não manter contato visual. Já se sentia mal o suficiente por não se controlar perto dele, odiava isso, pois mesmo estando com outra pessoa Edmundo a retribuía. Queria gritar com ele, porque aquilo doía, ser a segunda opção, queria brigar consigo mesma por as coisas estarem daquele jeito. — apenas tenho um mau pressentimento.

Edmundo percebeu que a garota se afastou, e em uma tentativa falha tentou depositar um beijo em sua testa, no entanto a garota desviou cruzando os braços.

— Não faça isso. — ela se controlou para se manter firme — Não vamos nos apaixonar.

Edmundo mordeu os lábios, ela estava certa, mas não queria concordar com ela. Controlou sua respiração nervosa e se retirou dali irritado, por quê as coisas tinham que ser daquela maneira? Quando tudo aparentava estar bem entre eles algo acontecia, esse algo tinha um nome, Carrie. Como Sam conseguia conter seus sentimentos tão rigidamente? Ele não fazia ideia, só sabia que não aguentava mais, seu olhar só conseguia se desviar para ela, estava cada vez mais difícil conter o que sentia.

Segurou o cabo de sua espada com força, rangeu os dentes, chutou a grama enquanto caminhava apressado. Ela tinha que ser tão seca e fria? No fundo, compreendia que a garota estava certa, mas, por quê ela não via seu lado da história? Edmundo não era um garoto tão ruim assim, não entrava em sua mente o por quê de ela ter o rejeitado pela segunda vez. Ela era estranha, uma hora recusava qualquer coisa que viesse dele, noutra estava em seus braços. Balançou a cabeça nervoso, mulheres, nunca iria as compreender de alguma maneira.

Um novo grito de horror o chamou para a realidade. Conseguiu por fim reconhecer quem gritava, Lúcia. A ideia de ter a sua irmã em perigo o trouxe de volta para a realidade rapidamente, o quê poderia estar acontecendo?

Começou a correr embainhando sua espada, pronto para lidar com o que quer que fosse. Sentia medo, e confusão se misturarem. Em meio aquele turbilhão de sentimentos, Edmundo correu pela floresta afora.

Seu pé enroscou-se em um galho e o moreno foi de encontro ao chão, sua espada escapou de suas mãos indo de encontro a uma árvore próxima.

— Amarrem suas mãos. — uma voz feminina falou despertando-lhe pânico, ele sabia, sabia que algo estava errado. Sabia! Só podia ser ela atrás de tudo aquilo. — Ande logo, Carrie!

Elisabeth cruzou os braços apontado para o rei caído no chão, Carrie bufou e com um pedaço de corda amarrou os braços de Edmundo, que tentou reagir sem algum sucesso.

— Lúcia! — exclamou deparando-se com a irmã amarrada em uma árvore, ao lado dela estava Caspian desacordado.

Elisabeth tinha pensado em tudo.

— Finalmente, esperei tanto tempo por isso, Edmundo.

Aquela voz, era óbvio que a voz de Elisabeth lhe soava familiar, muito tempo atrás ele tinha ouvido uma voz com uma entonação semelhante. Jadis.

Foi como se a parte que faltava no quebra cabeça finalmente se encaixasse, tudo fazia todo o sentido agora. Todos os seus maus pressentimentos sobre ela se tornavam verdadeiros agora, contudo, tinha descoberto tarde demais. Agora não tinha nada que ele pudesse fazer para para-la.

— Esta noite, eu finalmente me vingarei de você, Edmundo Pervensie.