Corações de Vidro escrita por WendyReis


Capítulo 1
Capítulo 1




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— Essa é a sua noiva?!

— Essa é a sua irmã?! (Nós dissemos juntas ao olhar uma a outra)

Eu sou Serena e o meu irmão é Kentin. A tal filha da puta noiva dele é Ambre, é a garota nojenta do colégio. Melhor resumir a história… Há doze anos quando acabamos o colegial, meu irmão quem sempre foi muito inteligente foi para uma universidade de prodígios em algum estado do outro lado do país junto com o irmão da Ambre, quem na época era o monitor das turmas. Inteligente a esse nível e era meu namorado na época. Ele e meu irmão se odiavam por causa do melhor amigo do meu irmão e meu atual namorado Castiel, parece que ambos tiveram um lance com a mesma mulher uma das professoras de dança do colégio, Debrah, pouco depois ela foi despedida.

Você acha que acabou por aí?! Eu e Ambre éramos da mesma turma, somos mais novas que meu irmão, líder dos lideres de torcida, de todos até mesmo dos mais velhos, atriz do colégio e se sentia superior a todos. Ela nunca implicou comigo ou vice-versa, a não ser pelo fato de que eu e Castiel sempre fomos próximos graças ao meu irmão e ela era apaixonada por ele. Mesmo tendo um namorado, outro filho da puta, Armin apesar de não dar a mínima pra nada confesso que o garoto era muito inteligente, muito mais do que meu irmão e mesmo Nathaniel, o irmão da vadia. Alexy gêmeo do ex dela era melhor amigo dela e parece que até hoje já que ele está aqui na casa dos meus pais acompanhando a todos no jantar de apresentação dos noivos.

Pra resumir tudo meu irmão se negou a contar quem era a tal noiva porque disse que seria surpresa, ele mora do outro lado do país desde que passou para a faculdade, eu fiquei por aqui mesmo com a minha faculdade local de artes marciais, eu luto e dou aula. O jantar foi na casa dos meus pais, mas o casamento também será aqui por causa do colégio e tudo mais. Então estamos eu, meu namorado, minha família, a família da noiva do meu irmão, meu ex-namorado, e o amigo da noiva, Alexy.

— Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! (Eu revoltada)

— No que você se transformou, Serena! (Nathaniel indignado porque eu não sou a mulher tradicional que ele está acostumado a se relacionar)

— Esquece isso, gata! Já tem muito tempo. (Castiel)

— É, esquece isso Serena. Vamos começar de novo. Ambre essa é a minha irmã Serena e o namorado dela Castiel.

— Oi, Serena. (Ambre falsa)

— Por favor, maninha… Vamos cooperar… Eles serão nossa família.

— Oi, Ambre, Nathaniel, Alexy.

— Você está estilosa para alguém quem não estar usando um vestido num jantar de gala. (Alexy sorriu e o olhei fria)

— Eu preciso ouvir isso calada também?!

— Ken! (Laís irmã do Castiel correu e abraçou Kentin)

— Quem é essa, Ken?! (Alexy, e não Ambre. Na verdade a estou achando muito quieta para o meu gosto)

— Não se lembra de mim! Quando você foi embora, eu só tinha quatro anos!

— Laís?! Uau! Você está muito diferente!

— Eu ainda tenho aquele ursinho que você me deu quando eu fiquei chorando antes de você ir embora.

— Que legal! (Ele a abraçou de novo) Essa é a minha noiva Ambre.

— Oi, lindinha. Tudo bem? (Ela está sendo fofa demais)

— Oi. (Disse Laís fria) Essa era aquela garota chata que vivia indo lá em casa atrás de você Cassy?!

— Ela não é mais assim. Eu acho. (Castiel)

— Pois eu discordo. (Eu cruzei os braços)

— Serena, seu corpo, está muito bonito imagino o trabalho que você não deve ter tido. (Sorriu Ambre, ela não estava sendo falsa pelo menos não parecia. Na adolescência eu era meio obesa. Eu a olhei sorri fingindo acreditar, então Castiel me deu uma sutil cotovelada e eu revirei os olhos)

— Meu namorado acha que você está muito bonita também.

— Obrigada, Castiel. (Ela sorriu. Ela deve ter emagrecido duas Ambres porque ela está um papel) Precisei me acostumar a isso para ser modelo. (A filha da puta desfila internacionalmente)

— Precisei me acostumar a isso para lutar. (Eu disse revirando os olhos)

— Serena você não sabe, mas eu e Armin ficamos amigos, assim como eu e Nathaniel quando eu comecei a sair com a Ambre há dois anos.

— Sério Kentin?! Gostava muito mais quando o seu melhor amigo era o Castiel.

— Você realmente não sabe esconder o que pensa né?! (Alexy)

— Como vocês se conheceram? (Laís cruzando os braços)

— Por que você não os conta, amor?! Eu vou falar com meus primos. (Ela assentiu sorrindo para o meu irmão e eu respirei fundo)

— Ele e o Nath ficaram amigos na faculdade, um dia eu fui visitar meu irmão e Kentin estava na casa dele e foi aí que a gente se reencontrou saímos e conversamos. E aconteceu. (Ela sorriu)

— Quando é o casamento? (Castiel)

— Daqui a um mês. Nós resolvemos fazer algo pequeno sem mídia ou coisas do tipo. Apenas para os amigos.

— Um mês?! (Eu a olhei assustada)

— É. Por isso que voltamos logo. (Ela sorriu)

— E Armin, ele é seu ex. (Eu)

— Ele é irmão do meu amigo, amigo do meu noivo. Aquele tempo passou. Não tenho nada contra ele. Mudamos muito desde aquela época. (Ela sorriu tão sem gota de falsidade que me deu muito ódio)

— E onde está ele? (Castiel)

— Ele deve estar chegando. (Ela sorriu)

— Pois é! Ele estudou no MIT! Não parecia, mas sim ele conseguiu!

— No MIT?! MIT a melhor universidade do mundo?! (Eu disse espantada)

— Você não percebia isso, mas ele era muito inteligente! E agora está desenvolvendo jogos para as maiores empresas de games do mundo! Em vários lugares do mundo, Japão, França, Inglaterra!

— Por que você está se gabando? Se nós estamos falando do seu irmão?

— Isso é orgulho! (Ele sorriu e eu revirei os olhos)

Como se não pudesse piorar meus pais se aproximaram e meu irmão veio junto…

— Viu, querida… Você deveria se inspirar na sua cunhada. (Minha mãe após conversar com a Ambre) Olha como ela é fofa!

— Não. Ela é bonita do jeito que é. (Ambre)

— Não é não! Nem parece uma menina! Não usa vestido, não usa maquiagem, cadê a feminilidade. Como se já não bastasse não ter a mesma inteligência que o irmão! Meu filho precioso! (Ainda tem isso. Eu revirei os olhos)

— Eu vou lá fora fumar. (Eu avisei ao Castiel e ele assentiu, eu fui lá pra fora e acendi o cigarro me encostando a parede de casa)

(…)

Alguns longos minutos depois eu já estava no segundo… É porque talvez eu tenha me viciado um pouco durante a vida…

— Aqui é a casa dos pais do Kentin? (Eu assenti e então olhei pra cima)

— Você pode entrar fique a vontade. (Eu disse após o cara ficar me olhando)

— Alface? (Eu só conheço uma pessoa que me chamava assim. Na adolescência eu usava o cabelo verde para combinar com meus olhos, hoje eles são natural castanho)

— Você também?

— Revoltadinha desde o colégio. (Ele riu)

— Não fode!

— Não mudou nada. (Ele tinha o hábito de praticar bullying contra mim pelo meu cabelo e pelas respostas que sempre tive na ponta da língua, e nem éramos do mesmo ano. Mas sempre ficávamos na detenção juntos, eu, ele e Castiel)

— Não posso dizer o mesmo de você.

— Você está mais bonita.

— Isso é porque gente gorda não é bonita no seu ponto de vista. (Eu traguei)

— Me dá isso. Isso faz mal a sua saúde.

— Hei! Você está maluco?! (Ele olhou na planta que minha mãe cultiva em casa e eu estava jogando as cinzas nela mesma)

— Já é o seu segundo, sua viciada!

— Isso não é da sua conta!

— Eu mudei também, você não pode me dar uma chance para me conhecer também?!

— Por quê?! Porque você se formou no MID e quer que todo mundo saiba?! No fundo, você é o mesmo de antes. Esperando que eu te dê a mesma confiança de antes assim você pode me zoar. Mas dessa vez por não agir como as menininhas que você conhece, usando vestidos, maquiagens, cabelos longos, morrendo de medo de coisas frágeis!

— Talvez, você esteja certa. Você, com certeza, ficará muito mais bonita com um vestido e maquiagem. (Ele riu)

— Claro que sim! (Eu disse irônica)

— Vamos entrar, quero ver como estão todos. (Eu revirei os olhos e o segui, mas aí o meu celular tocou)

— O que é Iris?

—… (ela tossiu) Serena… me ajuda…

— Onde você está garota?!

— Eu não sei… (ela tossiu de novo)… eles me trouxeram para uma viela estranha… eu consegui fugir to atrás de um carro… eles estão vindo…

— Iris! (Ela desligou. Eu respirei fundo) Avisa ao Castiel que eu preciso resolver um problema. (Eu não o esperei responder e fui até o meu carro e entrei)

Iris é uma das minhas alunas. Tem dezessete anos, e tem um monte de problemas em casa, por isso sempre foge e acaba se envolvendo no que não deveria, desde os doze anos. Eu acabei me tornando uma irmã pra ela.

(…)

Ela estava numa viela escura e tinham algumas pessoas batendo nela e eu a ajudei a sair dali. E a levei para minha casa, ela estava sentada no sofá da sala, após eu ajudá-la a tomar um banho e tirar todo aquele sangue. Enquanto eu limpava seus machucados…

— Ai!

— Fica quieta! (Eu disse grossa) O que aconteceu dessa vez, Iris? Você não é mais uma criança garota! Eu não posso ficar parando a minha vida para ir atrás de você porque a criança não consegue se comportar!

— Então por que disse que eu deveria te procurar?! (Ela disse grossa)

—… (Eu respirei fundo) Porque somos iguais. Me dá isso aqui. (Eu peguei o pulso dela e enfaixei) Você sabia que podia ter quebrado algo? Você é menor de idade, eu não posso me responsabilizar por você!

— Eu sei!

— O que você estava tentando fazer dessa vez?

—… (ela demorou um pouco) Minha mãe levou alguns dos clientes dela lá em casa, mas eles queriam que eu participasse também. Minha mãe me ofereceu dinheiro, mas eu não quis. (A mãe dela é prostituta) Eu fugi, mas meus irmãos estão querendo comer sorvete a um tempão, eu fui vender algumas drogas para conseguir dinheiro, mas não consegui o suficiente daí os traficantes quiseram me bater.

— E eu achando que tinha problemas. (Eu enfiei a mão no bolso) Toma.

— Não quero seu dinheiro você já me deixa fazer aulas de graça desde que meu pai morreu. (Cerca de uns quatro anos atrás)

— Não estou perguntando eu estou te dando garota. (Ela pegou o dinheiro da minha mão) Tem duzentos aí, se você precisar de mais me avisa.

— Eu posso ficar aqui por uns dias?

— Pode. Pode usar minhas roupas ou do Castiel também. (Temos corpos diferentes, mas nossas roupas cabem nela. Castiel tem roupa aqui, eu tenho na casa dele dormimos onde dá vontade)

— Tá.

— Amanhã eu tenho que ir à casa da minha mãe meu irmão e companhia vão se reunir lá, você pode vir se quiser.

— Eu vou.

— Ok. Agora me deixe terminar de limpar isso.

(…)

Quase uma hora depois eu estava na cozinha, a Iris estava dormindo no sofá… Eu estava sentada na pia tomando uma vitamina de manga com banana e aveia, ouvi a porta e achei que fosse o Castiel. Não me dei ao trabalho de levantar dali e o esperei se aproximar.

— Temos filhas essa noite? (Eu ri)

— Essa garota só me dá trabalho. Trouxe sua irmã?

— Ela está dormindo, a coloquei no outro sofá, já que ela é menor. Não a levei pra casa porque estava tarde pra ela ficar em casa sozinha. (Os pais dele viajam quase sempre, então quando a Laís não está na casa dele ou na minha está em casa só)

— Ok. (Eu estalei o pescoço ele pegou a vitamina da minha mão e bebeu)

— O que a Iris aprontou dessa vez?

— A mãe dela levou alguns clientes pra casa e eles a queriam, então ela fugiu e foi conseguir dinheiro para comprar sorvete para os irmãos. E pensar que algo tão banal pra gente como sorvete é algo que eles nunca podem comer.

— Pois é… Deu dinheiro a ela?

— Dei duzentos. Mas ela vai ficar aqui alguns dias.Vai com a gente amanhã.

— Ok. Se ela quiser podemos comprar alguma roupa pra ela antes de ir.

— Eu disse que emprestava uma minha.

— Mas ela é adolescente, gata, não vai querer uma roupa para a idade dela?

— Você está certo, a gente leva sua irmã e ela para fazerem compras amanhã.

— Você nunca se cuida, né?! Está com um corte na orelha. (Eu passei a mão e estava sangrando)

— Não é nada.

— Vou limpar. (Eu assenti, ele pegou a caixa de medicamentos estava em cima da mesa da cozinha e então começou a limpar)

— Como foi a festa?

— Foi menos chata do que eu pensei. Armin está legal agora.

— Só porque ele estudou no MIT?!

— Não, ele está maneiro mesmo, gata. Disse até que estava lutando.

— Grande coisa! Você também luta!

— Luto por sua causa.

— Nunca te pedi pra lutar comigo.

— É, mas com esse corpo e abdômen trincado vez ou outra é bom aparecer e mostrar que tem dono.

— Dono?! Sou seu cachorro por acaso?! (Ele riu)

— Eu to só brincando. (Ele me beijou)

— Eu sei. (Eu sorri e o beijei)

— Estava pensando… Isso tudo não te dá vontade de casar também? Estamos nessa já há cinco anos… (Ele colocou um curativo na minha orelha)

— Não… Tá bom do jeito que tá. Acho que se forçarmos algo agora, podemos acabar nos arrependendo depois.

— Tem certeza? Não vou pedir você em casamento duas vezes! (Nós sorrimos)

— Se eu quiser casar pode deixar que eu te peço, faço igual nos filmes.

— Com flores também?

— Com flores também. (Nós rimos e então nos beijamos de novo)


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