Seus olhos... escrita por Poi Peterson


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hoje, infelizmente, mais um ciclo chega ao fim. Último episódio desse seriado que me trouxe muitas alegrias (e tristezas), mas também me ajudou a voltar a escrever e desenhar após quase 10 anos.

Essa fic dedico a todas as meninas do Castle Fanfics, tanto no WhatsApp quanto no Facebook, que me acompanharam por anos, fazendo-me sentir em casa.
Espero que não percamos o contato. ;)

Twitter: @miky_mel
desenhos em @Miky_Arts

Thx, Mada, por Betar de última hora. =*



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Seus Olhos...

Véspera de Natal, durante aquela madrugada fria, alguns sons peculiares reverberavam pelo loft. Em meio a esse turbilhão, eu acordei, deparando-me com aqueles lindos olhos azuis, os quais me encaravam de forma que podiam enxergar o fundo de minha alma. A cada dia que se passava, a cada instante, afogava-me ainda mais naquele mar azul.

Por mais cansada que estivesse, mesmo relutante, Levantei-me da cama e comecei a caminhar pelo quarto. Depois voltei e ajeitei-me melhor em minha cama, devia tudo a ele. Transbordava amor e felicidade ao olhar aqueles olhos. Minha vida estava finalmente completa. Nesses momentos eu não conseguia ficar mais alheia ao bombardeio de emoções que tomava conta de mim e lágrimas involuntárias teimavam em descer pelo meu rosto.

Eu não conseguia parar de olhar para aquele azul e segurava sua mão com reverência, como se fosse minha âncora para manter-me sã.

Ele não fazia ideia de que eu o conheci muito antes dele seguir-me como musa inspiradora para Nikki Heat. Tive a chance de vê-lo pela primeira vez quando fiquei por mais de uma hora aguardando meu tão esperado encontro e autógrafo em meu livro. Naquele momento, aparentemente, passei alheia a ele, mas nossos destinos — ele iria rir se me escutasse falar isso — pareciam que estavam cruzados.

Não vislumbrava o quão importante já era em minha vida, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente. Ah, esses olhos azuis que me encaravam cada vez que fechava a capa de seus livros e que me ajudaram a superar a morte de minha mãe, os quais davam o final digno para suas vítimas e o castigo merecido aos infratores. Eles me acompanharam durante toda minha dor, acalentando-me de meu calvário.

Lembrei-me da segunda vez que me deparou com esse azul infinito, naquele evento que divulgaria a última obra da coleção do personagem Storm. Deveria levá-lo para interrogatório, pois o assassino baseava-se em seus livros “Flowers for your Grave”, “Death of a Prom Queen” e “Hell Hath no Fury”. Achegando à cena do crime reconheci de imediato a conexão com os crimes fictícios. Desde o momento em que me atentei àqueles olhos pessoalmente, meu inconsciente soube que estaria irrevogavelmente presa a eles, por toda minha vida.

Precisei de todas as suas forças para fazê-lo acreditar que me aborrecia. A ideia “brilhante” de me seguir para pesquisa de seus livros. Claro, às vezes minha raiva era bem real, pois as teorias loucas que ele criava eram totalmente inadmissíveis, entretanto, na maioria das vezes, davam uma nova luz aos casos e conseguíamos resolvê-los.

A sensação de tê-lo sempre por perto, acompanhando os casos, deixando menos difícil suportar o peso de minha profissão, tornando-a até mais divertida.

“A maioria desiste quando encontra um obstáculo. Você não desiste, não volta atrás. Você se importa. É isso que a faz extraordinária.” — Eu nunca imaginei que alguém pudesse me ver assim, uma simples detetive, que era assombrada por fantasmas do passado e estava apenas em busca de justiça para sua mãe.

Apesar de odiá-lo por mexer no caso de minha mãe, mesmo que ele tenha prometido não fazê-lo. Com ele sempre ao meu lado acabou por solucionar o grande caso de minha vida, dando a justiça para quem eu mais amava. Bom, achava que não poderia haver amor maior que aquele, mas estava enganada.

Tentei esconder-me por detrás de um muro, feito com arduamente através de toda a dor e a tristeza pela qual passei, para dessa forma proteger-me de minha vida, proteger-me dele. Ah, se ele soubesse que as brincadeiras e implicâncias foram transformando-se em algo mais, um sentimento que eu nunca poderia imaginar sentir.

Apesar de ter lutado contra isso, Castle mostrou-se muito mais que um parceiro de trabalho, mas um parceiro para a vida. Como havia mencionado em nossos primeiros encontros, “um ying não precisa de outro ying, mas sim de um oposto, um yang”. Mal sabia que ele próprio seria meu yang.

Nunca liguei para a minha vida, perdi sonhos e outras oportunidades de viver. Fechei-me em meu trabalho, pois era tudo que eu tinha, tudo que eu havia conquistado e tudo que eu poderia fazer para resolver o assassinato de minha mãe. Achei que fosse viver somente na tristeza sobre a morte em meu coração. Porém, em todos os capítulos de minha vida, os melhores eram os estavam com esses olhos azuis ao meu lado.

Esses olhos sempre estiveram ali, espreitando-me a cada passo, ajudando-me a superar a dor, mesmo sem que eu percebesse, a me curar. Por quatro anos ele esteve ali, por quatro anos esperou que eu mesma abrisse meus olhos para poder enxergar o que estava diante de mim mesma e que estava negando, que ele era mais que um simples parceiro.

Aos poucos ele conseguiu ir derrubando cada tijolo da fortaleza em que eu me escondia. A única pessoa que conseguiu atravessá-la sem se impor a isso. Ele sabia quando recuar e quando insistir. Sem ele em minha vida eu não seria o que sou hoje. E agora estou aqui com o melhor presente que ele poderia ter me dado...

— Daria tudo para saber o que está pensando. — aquele tom barítono que eu tanto amava ecoou pela porta. Ele estava ali, como sempre, olhando-me esse tempo todo.

Castle aproximou-se de mim, sentando-se ao meu lado. Eu não podia conter-me em tamanha alegria por tê-lo ali.

— Eu estava pensando em como estou feliz. — aproximei dele e dei um pequeno beijo em sua boca, enquanto ele se aninhava em torno de meu corpo, de nosso corpo.

— Você deveria descansar... — aquela preocupação dele com meu bem estar em primeiro lugar, como eu amava.

Um pequeno choro de reclamação nos chamou atenção, fazendo-me abaixar meu olhar para o pequeno embrulhinho que eu segurava.

— Ele estava com fome, então somente eu poderia ajudá-lo. — sorri levantando nosso pequeno e lindo bebê para que pudéssemos vê-lo melhor.

Quando descobri que estava grávida, como eu desejava que pudesse continuar sempre vendo esses olhos tão que me passavam tanto amor e esperança. Agora estou aqui, com os dois pares desse azul infinito em minha vida, always.


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Notas finais do capítulo

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