Trakai - Love Is Unpredictable escrita por lotusflower


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais uma fic minha, pessoas lindas do meu ♥! Tive a ideia de escrevê-la enquanto lia um dos meus livros preferidos, A Rosa da Meia-Noite - Lucinda Riley.
Espero que gostem!
Ah, um aviso, vou fazer de tudo pra postar à cada quinze dias, pelo menos... Mas como sabem, faculdade, ics... essas coisas me consomem. Não deixem de acompanhar mesmo assim!



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Lituânia - séculos XIV, anos 1347. - Castelo de Trakai

No meio do lago Galve o castelo da dinastia mais antiga e poderosa da Lituânia Antiga erguia-se esplendoroso. A dinastia Mills estava no poder há mais de três gerações, consolidada graças à casamentos arranjados e interesses políticos que obtiveram êxito em suas relações. No momento, o rei Henry e sua esposa, Cora Mills tomavam conta daquele pequeno universo e de todas as ações econômicas da Lituânia antiga, e, ao contrário do que muitos pensavam, o fato de o castelo erguer-se no meio do lago, longe do resto do povoado, era o que garantia sucesso e prosperidade para todos. O rei era muito bondoso e amado por seu povo, garantindo proteção à todos os seus súditos, enquanto a rainha era temida e sabia liderar a economia com maestria.

Era uma noite quente de verão e todas as empregadas da casa se reuniam no cômodo real onde a rainha estava para dar à luz. Sua filha mais velha Zelena, de 4 anos estava do lado de fora, no corredor com seu pai. O homem carregava a pequena ruivinha de olhos verdes no colo, numa tentativa de diminuir o ciúme e o mau humor da garota. Enquanto isso, Cora gritava e espalhava raiva no quarto, de acordo com as contrações que sentia.

— Majestade, a senhora precisa fazer mais força. Estou quase vendo a cabeça. - A parteira dizia e em troca ela recebia apenas olhares cheios de fúria da rainha.

Alguns minutos depois, um choro agudo ecoou pelo quarto e Cora descansou sua cabeça nas almofadas de seda egípcia, enquanto sua parteira e as criadas terminavam de cuidar do bebê recém-nascido.

— Vossa Alteza, é uma menina saudável e morena. - A parteira, uma senhora de cabelos brancos muito conhecida no reino por sua sabedoria e simpatia sorriu, fazendo referência à outra garota de cabelos vermelhos que segurou há 4 anos. Assim que terminou de limpar o bebê e embrulhou-o nas vestes reais separadas para o novo membro da família real, entregou a criança para a rainha.

— Minha segunda filha. - Cora sorriu ao segurá-la no colo, transferindo ternura com o olhar. A garotinha acalmou seu choro e apenas se aninhou mais nos braços que a seguravam.

— Precisa de mais alguma coisa, alteza?

— Não. Podem sair. Chamem Henry e Zelena. - Ela ordenou, o tom ríspido sempre permeava sua voz, não importava o quão feliz estivesse. Nunca conseguia se igualar àqueles que estavam em níveis sociais menores que o seu. Aliás, odiava qualquer um que não fosse de família real bem sucedida e que não pudesse lhe trazer vantagem econômica ou militar.

A criadagem saiu e voltou à seus afazeres e a parteira fez o que a rainha havia mandado: chamou o rei e a princesa para entrarem no quarto.

— Majestade, a rainha disse que gostaria de vê-lo juntamente com a princesa.

— Ah, muito obrigado, srta. Lucas. Aqui está o pagamento combinado. - Ele entregou um pequeno saco com moedas de prata.

— Obrigada, meu rei. - A velha deixou o castelo, enquanto que o rei e a filha mais velha entravam no quarto real.

— Cora!

— Henry, temos mais uma princesa. - Cora sorriu, feliz.

— É uma menina?! Ah, que maravilha! Zelena, ouviu? Você ganhou uma irmã!

— Eu sou a única princesa! - Ela disse, cruzando os braços.

— Não, querida. Você deverá dividir o cargo com sua irmã. Porque não vem vê-la? - Henry explicou e a garota andou à passos lentos e pesados para perto da cama.

— Ela não é linda, Zelena? - Cora perguntou, mostrando a pequena garotinha à ela.

— Ela não tem dentes e está cheirando mal.

— Não fale assim. Você também já foi parecida com isso quando nasceu. Mas veja a quantidade de cabelos que ela tem, e são diferentes dos seus. - Cora explicou, já demonstrando impaciência.

— Tanto faz. Qual o nome dela?

— Não sabemos ainda. Quer escolher um nome? - Henry perguntou. - Vocês serão grandes amigas, além do sangue, minha querida.

— Quero escolher sim. Ela vai se chamar Regina. - A princesa respondeu, já se animando com a ideia de dividir o castelo com outra criança.

— É um bom nome, meu bem. Agora, porque não vai até seu quarto? Sua ama está esperando-a para o banho.

— Posso caminhar pelo jardim com Snow?

— Não. Já está tarde. Vá direto para o banho.

— Até mais, mamãe. Boa noite, papai. Tchau, Regina. Talvez você fique legal um dia. - Ela comentou, arrancando um riso de seus pais e saiu do aposento.

— Henry, quero que a anunciação dela seja amanhã. Quero que o reino todo saiba que eles terão mais uma rainha para obedecer.

— Assim seja, querida. Amanhã, Regina será apresentada para o nosso reino.

No quarto de Zelena, sua ama, Snow White a esperava na sacada.

— Snow! - Zelena disse, demonstrando a rispidez igual à de sua mãe.

— Sim?

— Quero passear pelo jardim antes de ir dormir.

— A rainha sabe disso? - Snow era nova, tanto em idade quanto no papel que desempenhava no castelo. Sua mãe, Eva White, era a antiga ama dos Mills que recentemente havia pegado uma doença severa e falecera. Assim, Snow teve de assumir seu lugar no castelo. Era muito bondosa e todos os plebeus que viviam dentro das propriedades do castelo, no vilarejo, conheciam e amavam Snow, assim como sua falecida mãe. A morena tinha seus recém-completos 19 anos e estava casada com o cavalariço do rei, David Nolan. Zelena, assim como sua mãe -graças à criação que recebera dela-, não gostava das classes abaixo dela, e desprezava. A única pessoa que tinha seu carinho e respeito era Eva, e isso inclusive deixava Cora muito irritada. Quando Eva faleceu e foi substituída pela filha, Zelena tornou-se mais arrogante ainda com Snow do que com qualquer outro empregado seu. Sua arrogância não fazia jus aos seus quatro anos de vida.

— Sim.

A moça assentiu com a cabeça e saiu com a menina pelo jardim escuro. Zelena adorava ver os botões de flores. Não entendia e ficava fascinada com os botões verdes se transformando em flores coloridas. Desceram até o jardim lateral, próximo à estrebaria.

— Pode soltar a minha mão. - A garota ruiva puxou sua mão com rispidez da de Snow.

— Zelena, está escuro e sua mãe ficará muito brava se sumir, por favor. Não vá longe e não demore.

Zelena deu de ombros, ignorando o aviso de Snow e saiu ver os botões próximo à enorme macieira que Cora cultivava ali. Enquanto isso, Snow sentou-se num banco de pedra ao lado da entrada de madeira da estrebaria. A luz ainda estava acesa por lá e logo David passou pela porta.

— O que faz aqui fora? - Ele perguntou à moça, depois de lhe dirigir um sorriso e roubar-lhe um beijo.

— Zelena quis vir dar uma volta, olhar as flores, antes do banho.

— A rainha sabe disso? Quero dizer, já está tarde... - Ele coçou a cabeça.

— Tudo bem, ela sabe. Ainda não terminou?

— Já estou indo para casa. Um dos cavalos está doente, tive que trocá-lo de cocheira para não contaminar os outros cavalos.

— Entendo... Bom, espero que ele melhore logo.

Nesse momento, Snow ouviu um grito de Zelena.

—Ai, meu Deus... - Ela se desesperou. Não poderia deixar nada acontecer à garota, então saiu correndo. - Zelena! O que houve? - Snow encontrou a menina no meio dos espinhos da roseira.

— Eu tropecei nessa pedra... - A menina chorava com alguns cortes feitos por espinhos.

— Venha, vamos cuidar disso logo, antes que sua mãe veja. - Snow pegou a menina no colo e retornou ao castelo.

— O que houve? - David perguntou enquanto ela passava.

— Arranhões de espinhos.

— Cuidado, Snow. - Ele avisou, sabendo que ninguém na família tinha boa índole, tirando o rei.

— Certo. Nos vemos em casa. - Snow entrou no castelo devagar, a maioria dos cômodos já estava apagado. A menina não chorava mais, porém, quando entrou no corredor dos aposentos reais, começou a chorar alto.

— Snow! Você está me machucando! Está ardendo! Me solte! - Ela esperneava no colo da morena.

— Zelena, tudo bem, tudo bem... eu solto você. Mas fale baixo! Fale baixo ou...

— Está ameaçando minha filha, a princesa, criada? - A rainha saiu de seu quarto, totalmente recomposta de seu recentíssimo parto, pronta para destilar veneno.

— Não, não senhora. - Snow respondeu com os olhos baixos e voz trêmula. Estava paralisada pelo medo e por um centésimo de segundo, podia jurar que viu a menina sorrindo diabolicamente.

— Aliás, o que houve com você, Zelena? O que estava fazendo com ela fora da cama, garota? - Cora deixou sua raiva transparecer mais.

— Majestade, sua filha pediu-me para passear pelo jardim antes de tomar banho e deitar-se. Acabou escorregando numa pedra e fez alguns arranhões nos espinhos da roseira, mas vou cuidar de tudo e...

 - Você sabe que ela não tem ordens de sair do castelo à noite! E quanto à sua incompetência por tê-la deixado se machucar, você passou dos limites! Eu deveria esbofetear sua cara agora mesmo, mas não vou sujar minhas mãos com criados! Você vai ficar sem receber até aprender à ser uma criada boa e respeitar sua rainha e as ordens que imponho. Entendido? - Cora ergueu a voz e Snow apenas assentiu, segurando o choro. Ela e David já não tinham muito e agora, sem sua mísera retribuição por tempo indeterminado, as coisas ficariam difíceis. Seus planos de engravidar teriam que ser deixados para depois. - Vá logo resolver isso e que isso não volte a se repetir! Fui clara?

— Perfeitamente. Mil desculpas, majestade! - A ama falou com um fio de voz e levou a princesa para o quarto. Deu banho e limpou as feridas da menina, que insistia em berrar, cada vez que Snow cuidava de um arranhão. Não eram nada profundos ou graves, nem mereciam tanto cuidado assim, mas Zelena queria gritar apenas para fazer com que Snow levasse bronca mais uma vez. Depois de um bom tempo cuidando da menina e penteando aqueles enormes fios ruivos, Zelena foi para a cama, exigiu uma canção de ninar e logo dormiu.

Assim feito, Snow saiu do quarto, torcendo para não dar de cara com a rainha, e por fim, saiu do castelo. Caminhou com um lampião nas mãos pelo caminho escuro do castelo até o vilarejo ao redor, e chegou em casa.

— Querida... Chegou tarde. - David comentou. Pela aparência de seus fios molhados, havia acabado de se banhar. Ele mal falou e a moça deixou seus olhos cheios d’água respingarem em lágrimas. - O que foi, Snow? O que aconteceu?

— Zelena. Deveria ter mais cuidado com ela... Assim que chegamos no castelo, ela começou a espernear e a rainha ouviu. Me deu uma bronca, quase levei uns bofetões no rosto e ela retirou minha retribuição por tempo indeterminado. Ela fez de propósito, David. Ela queria que eu fosse repreendida. Não sei o que eu a fiz e agora, teremos menos dinheiro ainda e vamos ter que adiar nossos planos e...

— Shh... Snow, minha querida. Acalme-se. Todos naquela família tem o prazer em fazer mal àqueles que não fazem parte da nobreza, não há nada de errado com você. Tenho certeza que cuida muito bem da menina. E quanto ao dinheiro, já nos viramos com menos, não? Vamos ficar bem... Talvez eu consiga vender um pouco de leite no fim da semana. Não se preocupe com isso, certo? Apenas banhe-se e vamos deitar. Chega por hoje.

Ela limpou suas lágrimas e abraçou o marido, que por acaso, era apenas 2 anos mais velho que ela. Banhou-se, fez suas orações ao pé da cama e deitou-se, esperando que as coisas melhorassem. Levava bronca corriqueiramente por coisas bobas e não aguentava mais a humilhação, mas sabia que não podia simplesmente deixar seu cargo no castelo, porque precisava do dinheiro, e não podia tentar a sorte em outro ramo.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Espero que sim, porque tenho ótimas ideias pra essa fic...
Desculpem os erros, revisei no ônibus, então pode haver alguns erros pelo texto.
Bem, comentem, curtam, favoritem, indiquem aos amiguinhos e de novo, falem comigo! Adoro os comentários de vocês e eles me ajudam DEMAIS!
Obrigada por lerem! ♥ Beijas e utas!



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