— Outro filho? – Ele sorriu com os olhos para mim.

— Sim. – Falei sorridente.

— Oh meu Deus Sar. – Ele pegou-me pela cintura e me tirou do chão rodopiando em torno de si.

Quando me soltou todos estavam aplaudindo a grande notícia.

— Agora, depois dessa. Vou entrar na brincadeira. – Falou Gil sorridente e todo bobo.

— Já podemos abrir uma creche. – Brincou Catherine.

— Certo. Certo. Todo mundo está falando, mas beber que é bom nada. – Hank se pronunciou, já com seu sotaque europeu.

— Mamãe. Mamãe. Mamãe. – Eu já reconhecia aquela voz que gritava por mim. – É verdade que vamos ganhar mais um irmãozinho? Foi a Alicia que falou.

— É verdade sim meu amor. – Disse feliz abaixando-me a ela e depositando um beijo na testa.

Logo todas as crianças já estavam na volta, de algum modo eles gostavam de estar rodeados de outras crianças, e mesmo com ciúmes e a atenção dividida, todos estavam contentes pelo mais novo membro que gestava em minha barriga.

— Acho que agora está na hora de vocês nos contarem. – Falou Alicia mandona, creio que nunca perderia seu ar de querer mandar em tudo, de ser a mais ativa e a que mais apronta na turma. Estava com as mãos na cintura e batendo o pé.

— Eu também acho. – Ana Paula concordou com os braços cruzados.

— Isso mesmo. – Disse Arthur sem ao menos entender do que elas falavam.

Logo todas as crianças estavam cobrando de nós adultos uma resposta. E nem sabíamos do que se tratava.

— Do que vocês estão falando crianças? – Perguntou o vovô Henrique, todo inocente.

— De onde vem os bebês hora bolas! – Alicia falou como se fosse obvio.

Todos os adultos se entreolharam, engoliram seco, e ficamos esperando que um ou outro começasse a falar, porém todos permaneceram calados.

— E então?  - Sophia se intrometeu.

— E então que acho que está na hora de começar a brincadeira. Vocês não acham? Vamos ver quem ganha: Catherine, Hank, Gil ou Deise. – Desviei totalmente o assunto.

Com um eterno alivio no olhar, os demais começaram a puxar o assunto para a aposta de quem tomaria mais martelinhos de cachaça. Sabíamos que eles ainda insistiriam, mas esconderíamos a verdade enquanto conseguíssemos. 

Sem dúvida alguma fora Catherine quem ganhou. Deise era fraca e saiu ainda antes de terminar uma garrafa, Hank e Gil foram bem, porém quando iniciamos a terceira eles já não conseguiam ficar de pé, e Catherine estava como se tivesse recém começado a primeira. 

Apesar do péssimo exemplo que estávamos dando para as crianças, essa era a família que eu amava, que eu queria ter, e eu havia me tornado uma pessoa melhor do que era, uma pessoa que desejava ser. Com certeza minha mãe teria orgulho de mim. Assim como eu tinha orgulho de amar Grissom e da família que havia criado junto a ele. O amava com todas as forças do meu ser.