— Papai. – Então ela se virou para mim.

— Sim princesa. – Me abaixei para ela contendo ainda minha emoção.

— Já disse que estou grandinha para isso. – Colocou as mãos na cintura e todos riram.

— Você sempre será minha princesa. – Sorri para ela. – Fale o que ia dizer.

— Será que minha mamãe vai ficar chateada comigo por chamar a Sar de mãe? 

— Claro que não meu amor. Judy onde ela estiver, vai sempre olhando por nós todos, principalmente por você e por Arthur. E ela estará muito feliz por você estar bem, com saúde, seguindo em frente e nunca ficaria chateada com isso. Você pode ter certeza que Judy está feliz por nós e que ela te amará para sempre.

Ela então me abraçou forte.

Depois de todo alvoroço, almoçamos e falamos amenidades embora o assunto mais comentado era a chegada dos bebês. Ninguém imaginava que Sara que antes mal conseguia pegar uma criança no colo pelo trauma de Sophia, agora teria duas. Realmente a surpresa dos gêmeos nos pegou de jeito.

Alguns minutos após a sobremesa, que as crianças fizeram questão de repetir, todos foram se despedindo e dispersando. Primeiro o casal Brown e seu filho, uma família que tinha um apresso enorme, e fora quem me ajudaram a mudar de vida, em seguida Deise e Ana Paula, e por último Henrique.

— E não quero ver a senhora no hospital segunda-feira, senhorita Sara. – Disse o pai autoritário enquanto se despedia.

— Como? – Ela perguntou com o cenho franzido.

— É o que estou dizendo mocinha. Vá cuidar de seus filhos e seu marido. Está em licença maternidade e não quero você no hospital estando suscetível a doenças e outras coisas.

— Isso é uma ordem do meu chefe? – Sara perguntou brincando.

— Isso é uma ordem do seu pai. – Ele então depositou um beijo na testa da filha. – E o senhor. – Apontou para mim. – O senhor sim, eu espero no hospital na segunda. – Ele riu. – Não está grávido viu, e suas crianças estão com saudades.

— E meus pacientes não? – Sara objetou. 

— Claro que estão, mas eles estão em ótimas mãos. As minhas. – Gabou-se.

Depois que Henrique se foi Linda e a nova empregada, Maria, uma jovem que havíamos contratado assim que Sara engravidou, pois por mais que Alicia já cuidasse de si mesma e Sophia se tornasse cada vez mais independente, Arthur e mais os gêmeos seriam um trabalho pesado para Linda que já não era nenhuma jovem, ambas ficaram as crianças e eu fui com Sara descansar um pouco.

Deitados, estava com a mão sobre a barriga volumosa dela que não cansava de acariciar.

— Fico feliz que tenha me desculpado. – Murmurou Sara. – Minha vida longe de você não seria nem a metade da felicidade que sinto hoje ao seu lado.