Gilbert Grissom

Os dias se passaram e Sara estava cada vez mais indisponível, as únicas pessoas que chegavam perto dela era Deise, Linda e as crianças. Henrique, Hank e eu éramos ignorados, além de suas amigas. Os empregados da casa, pelo que soube, eram tratados com certa distancia e os únicos que ganhavam seu sorriso sincero eram Arthur e Sophia.

Tentei entrar em contato e utilizei Arthur e Alicia como pretexto. Levei-os a casa de Sara duas vezes , ela não nos negava que entrássemos lá, porém se trancava em seu quarto e somente saia quando eu ia embora.

Sentei-me no sofá da casa dos senhores Brown, Gabriel estava brincando, o menino estava cada vez melhor, o tratamento estava começando a funcionar e o menino já era outro se comparado ao que era quando cheguei. Mais calmo, mais forte, um pouco mais gordo e muito mais guerreiro.

— Oi Gil. – Era Teri chegando por trás de mim e sentando-se ao meu lado. De algum modo ela sempre tentava ser sedutora, mas era completamente falho.

— Oi Teri. 

— E então? Sara já quis te escutar?

— Na realidade não. Sinceramente, creio que já esta na hora de desistir. – Falei frustrado. – Ela nunca me perdoará.

— Gil quantas vezes eu já te falei, vocês tem realidades completamente diferentes. Olhe de onde você veio, e Sara nunca entenderá isso...

— Ela nunca teve problemas com minha situação social Teri.

— Não que ela tenha te dito Gil. O que estou querendo dizer é que vocês nunca assumiram um relacionamento, não de verdade. Ela nunca te apresentou aos amigos, e quando fez não falou da sua realidade. Você mesmo disse que às vezes parecia que ela tinha vergonha de admitir.

— Para me proteger... – Expliquei.

— E o que aconteceu quando você tentou proteger ela Gil? Querendo ou não isso sempre vai estar no meio dos dois. Nós dois por outro lado daríamos muito certo, - eu ia responder, porém Teri não deixou – eu sei que você não me ama Gil e não precisa dizer isto, mas você poderia aprender a me amar. Sou uma pessoa da mesma classe que você, e você mesmo disse muitas vezes que nós temos muito em comum. Sara não é para você e você nunca será bom o suficiente para ela. Pode dizer que não Gil, mas nós dois sabemos disto.

Então ela se levantou me deixando sozinho com meus pensamentos. Fechei meus olhos por alguns segundos e meu pensamento estava embaçado diante de tudo que ela havia falado.

— Teri... – Murmurei quando ela estava quase saindo da sala.

— Sim.

— Nada, esquece. 

Decidi não falar nada por impulso. Tinha de pensar na minha vida antes de tomar qualquer decisão que poderia melhorar ou simplesmente arruinar a minha vida.