Sou Luna: Parte 2 - Coração Confuso escrita por JonFanfics


Capítulo 15
A Vida é um Sonho - Parte 2 - Sobre Rodas




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Por Narrador

Duas garotinhas pequenas, cada uma com quatro anos, brincavam mais uma vez de pega-pega no imenso jardim. Era sempre assim. Eram gémeas inseparáveis. Sempre brincando e cuidando uma da outra. Risadas inocentes de criança podiam ser ouvidas enquanto a perseguição acontecia. Nenhuma das duas queria ser pega pela irmã e sair perdendo da brincadeira. Até que uma delas caiu no chão, e, preocupada a outra foi ao seu resgate, as ajudando a se levantar. Se abraçaram.

Lily, a mãe das duas, encarava as filhas extremamente emocionada. Enxugou suas lágrimas e andou até as filhas, lhes dando um colar cada uma. Um em formato de sol e outro em formato de lua. As dois juntos davam um inteiro mas ela queria que cada uma ficasse com uma parte, para no caso de se separarem elas ficarem como uma parte da outra e nunca se esquecessem do forte laço. Parecia que Lily sabia que algo de muito ruim lhe aconteceria. Aquilo era uma despedida.

 

— Nunca se separem, meus amores. - A mulher sussurrou, tentando conter seu choro. - Mas se por um acaso do destino isso algum dia acontecer não larguem suas partes do colar por nada, pois assim terão sempre uma á outra por perto. Mamãe ama muito vocês. - As pequenas não entenderam muito bem o que a mãe queria lhes dizer, mas mesmo assim a abraçaram apertado.

A mulher de cabelos acobreados tentou se remexer sem sucesso. Ela estava ligada a inúmeras máquinas e fios que faziam sua vida não se esvair por completo. Estava em coma há anos. Num hospital particular de Cancun. Sempre tinha essas memórias, mas nada poderia fazer para acordar. Restava esperar. Essa mulher era ninguém mais ninguém menos que Lily Benson.

— Sol, espera. - Luna gritava, correndo ofegante atrás da outra que havia saído correndo do palco logo após cantarem a música que descrevia o passado de ambas. - por favor, precisámos conversar. - A morena finalmente alcançou a irmã, que estava com a maquilhagem dark toda escorrendo pelos olhos juntamente com as inúmeras lágrimas que caíam de seus olhos.

As duas se encararam, extremamente emocionadas e sem saberem ao certo o que falarem uma para a outra. O fato era que as duas garotas sempre quiseram saber mais sobre seu passado e origem. E agora tudo viera tão de repente para elas que elas se sentiam ao mesmo tempo felizes e aturdidas. Principalmente Sol, que tinha mais difuculdade em expressar seus sentimentos. A gémea de Luna necessitava de um tempo para assimilar tudo que vinha acontecendo. Suspirou.

— Não temos nada para conversar garota. - Falou, da forma mais fria possível e preparando-se para ir embora mas sendo segurada pela Valente.

— Como não? - Gritou, indignada com a aparente indiferença da irmã para com ela. - Você tem noção do que acabou de acontecer naquele palco? Nós começamos a descobrir nosso passado, nossa história. Somos irmãs gémeas, Sol. E estamos juntos novamente. 

Sol bufou. Não suportava a alegria e o jeito da garota a qual era idêntica a ela ao mesmo tempo sendo tão diferente.

— Eu sei disso, garota. Não sou burra. - A expressão de seu rosto então suavizou. - Eu estou feliz de encontrar minha irmã perdida que eu nem sabia que tinha. Claro que estou. - Secou os olhos molhados com as costas das mãos. - Mas, isso tudo é muita coisa para mim, preciso de tempo para assimilar tudo. 

Luna pegou na mão dela e sorriu.

— Está bem. Também está tudo muito confuso para mim. Só peço que não se afaste de mim, Sol. Não agora que nos encontrámos. - Implorou.

— Não me afastarei, Luna. Eu prometo. - Deu um meio-sorriso antes de ir embora. 

Luna ficou ali, parada e estática para então começar a chorar. Matteo a abraçou com toda força. Ele tinha algo muito importante para lhe contar, contudo sua menina delivery precisava de carinho e consolo naquele momento. E ele lhe daria isso.

Por Simón 

Saber que Luna tinha uma irmã gémea mexeu comigo de uma forma inexplicável. Quando as duas cantaram aquela música tão profunda e desataram a chorar também me deu vontade de o fazer, pois a canção juntamente com a dor delas entrou profundamente em meu coração. Luna é como uma irmã para mim. Agora consigo enxergar isso claramente. Antes eu havia confundido carinho com amor, entretanto estava tudo claro em minha mente. Queria estar ao seu lado para consolar minha pequena neste momento, mas sinto que Luna deve resolver as coisas sozinhas com sua recém descoberta irmã. Obviamente eu sempre estarei perto se ela precisar de mim. Vejo Âmbar descendo do palco, irritada com a atenção que todos estão dando pra Felicity, ou no caso a Nina, e corro para alcança-la. Essa é a minha deixa para que eu resolva as coisas com a loira mimada e petulante pelo qual estou completamente apaixonado.

Avisto ela ir em direção a saida do Roller e então corro atrás. O dia ainda está claro, o sol brilhando lindamente no céu fazendo os fios loiros dela ficarem dourados com a luz.

— Âmbar, espera. - Grito, ofegante pela corrida.

Ela se vira e põe as mãos na cintura. Sua feição está brava, o que a deixa ainda mais bonita na minha opinião. - O que quer, toupeira guitarrista?

Rio com o comentário tosco vindo dela e Âmbar me fuzila com os olhos.

— Pare de rir feito uma hiena e diga logo o que diabos quer porquê não vou perder mais do meu precioso tempo do que já estou perdendo tendo que aturar sua presença. - Fala com desdém, jogando os cabelos para trás e fazendo-me revirar os olhos.

Suspiro fundo. Tenho que fazer isso. Não posso mais adiar. - Ham, Âmbar. Eu quero dizer que me apaixonei perdidamente por você. Não sei ao certo como ou quando mas me apaixonei por seu jeito mandão e petulante, por seus olhos azuis que brilham como diamantes escuros. Por seus beijos que me enlouquecem da cabeça aos pés. E, principalmente porquê eu sei que por debaixo dessa Âmbar má e fútil existe uma boa garota. Um coração machucado que só precisa de amor. Amor que eu estou disposto a te dar. - Me aproximo e acaricio seu rosto suavemente. Ela parece emocionada com minha declaração e estremece mas logo se recompõe e sua máscara de durona volta a todo vapor. - Me solta, garoto. - Esbraveja, saíndo de perto meu. - Uma pena que se apaixonou por mim, porquê eu te odeio com todas as minhas forças. 

Sorrio e a puxo contra mim.

— Para de fingir, Âmbar. - -Sussurro, num tom um tanto sedutor que a faz arrepiar. - Sei que sente o mesmo que eu. - Digo, beijando-a com vontade em seguida. Beijo que ela retribuí, me dando confirmação de seus sentimentos por mim.

Por Nina

Me sinto imensamente feliz e orgulhosa de mim mesma por ter finalmente superado meu medo dos palcos e cantado como Felicity para depois retirar a peruca e revelar minha verdadeira identidade. Foi uma sensação completamente mágica e indescritível. Acho que aí está algo que eu certamente irei querer fazer profissionalmente. Cantar. Mas, também me sinto sufocada, pois desde que me revelei e saí do espelho as pessoas não me deixam em paz pedindo milhões de fotos e me elogiando. Me sinto feliz, no entanto também queria um pouco de descanso.

Vejo Xavi vindo em minha direção e me surpreendo. Fazem dias desde que o vi desde a última vez. Pensei até que ele tivesse voltado ao Brasil. Ajeito meus óculos nervosamente enquanto ele se senta a meu lado.

— Oi, Nina. - Me cumprimenta, sorrindo.

— O, oi, Xavi. - Gaguejo em resposta, o encarando com certo receio.

— Então, Nina. - Ele coça sua noça, também nervoso e se aproxima. Engulo a seco. Não, ele não pode fazer isso. - Te adoro, Nina. Muito. - Prensa seus lábios contra os meus.

— O QUE SIGNIFICA ISSO? - Gastón grita, fazendo eu e Xavi nos afastarmos assustados. A expressão no rosto dele é de raiva e dor. Ah, não. Com certeza ele irá me odiar agora, mesmo sem eu ter culpa.

Por Matteo

Eu e Luna estamos patinando no Parque Central. Decidi traze-la até aqui já que ela não estava em nenhumas condições de voltar pro Roller e muito menos ir para casa chorando naquele estado. Partia meu coração ver minha Luna assim, odeio ve-la sofrer. E pensar que daqui a poucos dias serei justamente eu o motivo dela sofrer. Não quero pensar nisso. Quero aproveitar ao máximo os meus últimos momentos com a garota que me mudou completamente e flechou meu coração. 

Terminamos nosso passo, e então a puxo pela cintura para mais perto de mim. Sinto-a estremecer com meu toque e sorrio, encostando nossas testas. - Está mais calma, menina delivery? - Pergunto, ainda preocupado.

Ela sorri lindamente e eu me derreto ainda mais por ela.

— Sim, Mauricinho. Graças a você. Foi tudo muito repentino para mim. Lembrar do meu passado, e saber que tenho uma irmã gémea igualzinha a mim e ao mesmo tempo completamente oposta. Mas, ainda há muito para desvendar, tenho certeza que Sol estará a meu lado, assim como todos meus amigos, principalmente você Matteo. - Ela pega em minha mão.

Um bolo se forma em minha garganta e sinto vontade de chorar. Como direi para ela que a abandonarei quando ela mais precisará de meu apoio? Partirei seu coração em dois. Isso é demais para mim.

— Luna, eu te amo. - Digo, minha voz trémula. - Essa menina delivery baixinha e desastrada aqui chegou na minha vida e revolucionou tudo como um furacão. Você é Luna, mas brilha como o Sol. Você iluminou meu coração. Te amo como nunca amei outra, nem mesmo Âmbar. Você vive em mim. Minha outra metade.

Luna franze a testa, confusa.

— Eu também te amo, Matteo. - Mas, está me assustando. Aconteceu algo?

Não aguento e desato a chorar feito um bebé. Se meu pai me visse me chamaria de fraco. Para ele um Balsano nunca chora. Mas aqui estou eu liberando toda a minha tristeza em lágrimas na frente da pessoa que mais amo. Me recomponho e olho para Luna, tentando sorrir.

— Luna, eu irei para a Itália daqui a uns dias. Meu pai está me forçando a ir. E nós provavelmente nunca mais voltaremos, meu amor.

O QUE? - Ela grita, sem crer o que acabo de revelar.

Por Narrador

— REYYY!! - Sharon Benson grita, chamando seu subalterno enquanto segura um papel em suas mãos trémulas. Este papel está amarelado pelo tempo, mas é de extrema importância.

— Sim, senhora Benson. - Rey aparece em seguida e fala.

— Rey, eu acabei de encontrar um papel velho nas coisas da Lily. Aqui diz que Benson,  Aurora Benson, gémea da Sol foi adotada semanas antes do incêndio por uma tal Jade Moura. Ache esta mulher. Minha outra sobrinha também pode estar viva. - A mulher revela.

Sol, ou Aurora Benson, como seu nome de nascença diz, para na frente da mansão com seus patins e encara o imóvel exuberante com um suspiro. A jovem sentira necessidade de ver com seus próprios olhos o local onde crescera para ver se memórias mais esclarecedoras vinham. Seu coração se apertou. Deveria ou não deveria entrar?

— Luna? - Miguel inquiriu, confuso ao ver a garota no portão principal e com essas roupas todas pretas que não tinham nada a ver com o estilo de sua filha. - Porque está no portão principal? E essas roupas?

Sol bufou. Aquele estranho estava lhe irritando.

— Não sou Luna. Sou Sol, a irmã gémea dela. - Revelou, em tom de deboche fazendo o homem arregalar os olhos.


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