Hoje é quinta-feira, os dias se passaram normalmente, as coisas entre Damon e eu estão cada dia melhores, e eu espero que venham mais lembranças, mas honestamente, mesmo se não vier, acho que cada dia que passa eu me apego mais ao Damon, ele me faz bem, ele me faz bem.

— Lena? – ele disse ao me ver saindo do quarto, enquanto eu acabava de me arrumar.

— Oi, bom dia.

— Bom dia – ele sorriu – Eu esqueci  de falar com você ontem, Caroline nos convidou para jantarmos na casa dela hoje a noite, o que acha?

— Por mim tudo bem – sorri, Caroline era divertida, animada, inteligente, e eu já sei porque era minha melhor amiga – Vai ser bom.

— Ok, então eu te busco no trabalho e nós voltamos para cá, e depois vamos, pode ser?

— Claro.

 Como nos outros dias, Damon me levou para o trabalho, e eu já estava me incomodando com essa situação, preciso aprender a ir trabalhar de metrô.

 O dia passou normalmente, em algumas horas calmo e em outras agitado, Dani ficava conversando comigo na maior parte do tempo, Louise entrava na conversa as vezes, mas era raro de acontecer, e eu só via ela sorrir quando o Damon entrava na loja, ela não conseguia nem disfarçar. 18h, saio da sala de descanso e já vejo o sorriso de Louise, não preciso nem ver que Damon está ali.

— Pronta para ir? – ele disse sorrindo ao me ver.

— Pronta – disse dando um beijo em sua bochecha, o que o pegou desprevenido, ele me encarou surpreso, mas não como se fosse uma coisa boa, droga.

 Me despedi das meninas e nós saímos em direção ao carro, me sentei e eu sei que agora vou ter que explicar para o Damon. Ele entrou no carro, o ligou e não disse nada, fomos até em casa em silêncio, e aquilo estava me matando, ele parou o carro em frente de casa, e estava saindo do carro, eu segurei sua mão e ele me olhou com aqueles olhos brilhantes maravilhosos.

— Damon – comecei – me desculpa pelo que aconteceu lá na loja, eu – pausa – eu não queria que pensassem que nós não estamos juntos e...

— Elena, não se preocupe, eu entendo.

— Entende?

— Acha que eu não notei como a sua amiga me olha? – ele disse quase debochando – você gosta de mim, pelo menos um pouco – ele deixou no ar, esperando que eu disse algo, não disse nada, e ele continuou – É normal você querer manter as aparências, e por mim tudo bem.

— Damon eu...

— Deixa para lá Elena, não teve importância. – ele disse com tristeza – quando fizer algo parecido sem ser para provocar ou provar algo, ai nós conversamos sobre.

 Ele me virou as costas e entrou em casa, fiquei alguns segundos lá parada, pensando na besteira que eu fiz, droga, droga, droga, mil vezes droga. Eu entrei em casa, tomei um banho rápido, vesti uma calça jeans preta que era um pouco rasgadinha na coxa, vesti uma bata aberta no ombro, apenas duas alcinhas a diferenciavam de uma tomara que caia, toda lisa e preta, calcei uma bota de cano baixo preta, ela tinha um salto médio grosso, passei uma maquiagem leve, deixei meu cabelo liso, peguei um blazer preto e sai em direção a sala, Damon já estava lá sentado me esperando.

— Podemos ir – anunciei parando em sua frente.

— Certo – ele se levantou e foi andando até a porta.

— Até mais tarde Lord – acaricie aquele ursão, eu estava muito apegada a ele.

 Entrei no carro, e Damon também, ele estava quieto, com cara de pensativo, eu não me atrevi a puxar assunto, eu tinha pisado na bola. Decidi ligar o rádio, e estava tocando She Will Be Loved, a primeira musica que nós cantamos juntos, pelo menos de que me lembro.

— Beauty queen of only eighteen, she had some trouble with herself, he was always there to help her, she always belonged to someone else – eu cantava animada, tentando animar Damon, comecei a cutuca-lo

— Não quero cantar hoje Elena – ele disse sério.

— Ah qual é, canta comigo – disse alisando seu braço com um sorriso meigo - I drove formiles and miles, and wound up at your door I’ve had you so many times but somehow, i want more. – eu cantava muito desafinadamente, e fazia caretas para ele, tentando anima-lo.

— And she will be loved, she will be loved – ele começou a cantar, totalmente desafinado, com a voz aguda que chegava a doer, não consegui segurar o riso.

— Você canta muito mal – disse entre risos.

— Não fala assim – ele fez beicinho.

 - Tá bom – eu sorri, meu coração se acelerou por um minuto, e eu fiquei sorrindo igual uma boba, olhando pela janela.

 Mais alguns minutos se passaram e nós chegamos, era uma casa razoavelmente grande, fiquei observando por algum tempo, então sai do carro, Damon me acompanhou até a porta, e logo Caroline apareceu sorridente me puxando para um abraço.

— Estou tão feliz que vocês vieram.

— É claro que viemos, eu não perderia a chance de zoar a sua comida – Damon deu seu sorriso de canto com um tom de deboche.

— Engraçadinho, fica zoando minha comida, vou colocar laxante na sua sobremesa.

— Claro claro – ele deu de ombros e entrou na casa.

  Eu segui Damon e Caroline até a sala, era razoavelmente grande, havia uma lareira preta no meio da sala toda branca, com um sofá grande também preto, um tapete preto de pelinhos, alto, que dava até vontade de deitar nele, a sala era linda, muito bem planejada, todos os móveis combinavam entre si, fiquei ali observando um quadro que tomava grande parte de uma das paredes.

— Fico feliz que ainda saiba apreciar uma boa arte – disse uma voz grossa com um sotaque inglês bem forte atrás de mim, o que me fez levar um susto.

— Elena, reconheça o Klaus – disse Damon apontando para o responsável pela voz.

— É uma pena ainda não se lembrar de nós Eleninha - ele era bem bonito, com olhos verdes bem claros, e um sorriso malicioso sem mostrar os dentes. – Seja bem vinda á minha humilde residência.

— Fique á vontade Elena – disse Caroline trazendo uma bandeja com algumas taças de vinho.

— Obrigada – disse sorrindo ao pegar uma delas.

 Nós ficamos conversando sobre algumas coisas, descobri que Klaus era bem rico, dono de vários lugares pelo mundo, e amava pintar, eles falavam algumas piadas internas e eu acabava sobrando.

— O jantar está pronto – disse Caroline quase dando pulinhos de alegria.

 Todos nós fomos até a sala de jantar, que havia uma grande mesa , nós sentamos em uma das pontas, Klaus na cadeira principal, Caroline á sua direita, Damon a sua esquerda, e eu ao lado do Damon.

 O assunto principal do jantar foram obras de arte, finalmente um assunto da qual eu entendo um pouco, Klaus falava das obras de arte e eu pude notar seus olhos brilharem, ele falava com paixão, e peguei Caroline o admirando apaixonada várias vezes, eles pareciam um casal feliz, e apaixonado. Nós jantamos e depois continuamos a tomar vinho, fomos para uma área externa, a lua estava enorme lá no céu, mais algumas taças de vinho, a conversa agradável, e já entendi perfeitamente porque eles eram meus melhores amigos, não poderia ser diferente, muitos pontos em comum, o mais diferente ali era o Damon, que gostava de algumas coisas mais básicas, enquanto Klaus levantava assuntos profundos. Mais algumas taças de vinho, eu sentia meu rosto queimar, Damon estava numa conversa agitada com Klaus, Caroline e eu apenas observávamos, eu olhava para Damon e sentia uma coisa estranha dentro de mim, deixei um sorriso bobo estampado nos lábios, provavelmente o vinho estava  transbordando no meu sangue.

— Isso não importa Klaus – disse Damon encerrando um assunto.

— Vocês dois querendo bancar o macho Alfa – Caroline revirou os olhos – parecem dois garotinhos. – Os dois olharam para ela com o mesmo olhar de tédio, e então reviraram os olhos, e ela viu – Irritantes. – disse se levantando e fez sinal com a cabeça para que eu a seguisse, assim o fiz.

— Então, como andam as coisas com Damon? – ela perguntou se encostando na bancada da cozinha.

— Nós estamos indo bem – sorri – ele é um amor de pessoa.

— Amor de pessoa? Qual é Elena, vai me dizer que nessas semanas você ainda não sentiu uma coisa a mais por ele? Uma atração?

— Bom – eu disse sentindo o rosto pegar fogo, pensando no que dizer.

— Não precisa dizer nada – ela riu – eu sei, e eu vi como você estava olhando para ele lá fora.

 Eu apenas sorri, eu nem precisei dizer, ela entendeu o que estava acontecendo, apenas de ver a minha cara de boba, não vou tentar dizer o contrario, nem eu sei o que está se passando comigo.

 Mais algumas taças de vinho, e algumas horas depois resolvemos ir embora, todos trabalharíamos no dia seguinte e já passava da 1h da manhã, nos despedimos e fomos embora. O caminho de volta nós conversamos sobre o jantar, Damon estava bem falante, efeito do vinho, com certeza, ele estava diferente, com um jeito diferente, ele estava mais... Sexy.

 Não demorou para chegarmos em casa, nós descemos e fomos entrando, Lord veio nos receber, e após várias lambidas babadas, e alguns carinhos ele voltou para o sofá da sala.

— Bom, acho que já vou dormir – disse Damon se sentando no sofá.

— Ãn, ok – disse parada em sua frente – eu adorei o jantar, eles são muito divertidos – eu sorri.

— Eles são, duas pessoas incríveis.

 - Sim – disse, ainda parada na sua frente.

 Nós dois nos encarávamos, ele parecia apreciar alguma paisagem, e eu estava lutando com algo que queria desesperadamente sair de mim, algo forte me dominava, e no segundo seguinte, quando me dei conta, eu estava sentada em seu seu colo, e nós nos beijávamos, era um beijo intenso, quente, cheio de segundas intenções, eu não queria que aquilo acabasse, e pelo jeito ele também não. Damon se levantou me segurando em seus braços, e foi até o quarto, com delicadeza ele me deitou na cama, sem parar o nosso beijo, que era cada vez mais urgente, ele passava as mãos em minha cintura, levantando um pouco a minha blusa, minha pele pegava fogo, quase gritando por ele, e o corpo dele parecia gritar por mim, no segundo seguinte eu tentava tirar sua camiseta, Damon parou o beijo.

— Elena eu não posso – ele se sentou na cama, recuperando o fôlego, parecia atordoado.

— Damon eu... – tentei falar algo, mas ele me interrompeu.

— Elena, nós bebemos, eu estou desesperado por isso a meses, estou sedento por você, pelo seu corpo, mas não assim, você bebeu, não é cem por cento você, e eu quero que seja porque você quer, não apenas pelo álcool no seu sangue. – era como levar um tapa na cara. – Deus como vou me arrepender disso – ele levava as mãos ao rosto.

 Meu corpo esfriava mesmo sem querer, nossas respirações estavam voltando ao normal, Damon ameaçou se levantar da cama, eu segurei sua mão, ele se virou para me olhar.

— Fica aqui – eu disse – dorme aqui comigo esta noite.

— Eu não acho uma boa ideia – ele ia dizendo.

— Prometo que não vamos fazer nada – levantei as mãos em rendição e ele riu – só me faça companhia.

— Tudo bem então – ele se deitou ao meu lado.

 Ficamos nos encarando por longos minutos, Damon passava o dedo indicador no meu rosto, em alguns momentos ele fechava os olhos, e quando os abria eu podia ver uma pontada de dor neles.

— Damon, eu realmente gosto de você – eu disse colocando uma de minhas mãos em seu rosto.

— Me diga isso amanhã Lena.

— É sério, não estou dizendo porque quero algo a mais, estou dizendo de coração, você tem sido tudo para mim. – ele sorriu.

— Boa noite pequena – ele deu um beijo na minha bochecha, e se virou de costas para mim.

 Meu corpo estava elétrico, eu olhava suas costas agora nuas viradas para mim, meu corpo dizia que queria ele, mas eu sabia que não aconteceria nada, pelo menos não esta noite, me virei de costas para ele, e depois de algum tempo eu finalmente consegui pegar no sono.