Do you remember us? escrita por Agatha DS
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem, boa leitura.
Acordei em minha cama, sem me lembrar de como vim parar aqui, fiquei pensando na minha vida, eu preciso fazer algo para ocupar o meu tempo, arranjar um emprego seria um bom começo. Vesti uma calça jeans escura, uma camisa social de seda branca, e um scarpin preto, passei uma maquiagem leve, olhei no relógio, passavam das dez da manhã. Andei em direção a sala, Damon não estava no sofá, nem na cozinha.
— Bom dia – disse ele entrando pela porta e me assustando.
— Que susto – levei a mão no peito – Bom dia.
— Desculpe – ele riu sem dar importância – onde você vai assim tão arrumada?
— Eu estava pensando, eu não aguento mais ficar em casa, sei que acabo te atrapalhando também, só posso voltar para a faculdade no próximo semestre, então por que não arranjar um emprego?
— Você vai procurar emprego? – agora ele estava parado na minha frente.
— Sim, o que você acha?
— Se você vai ficar feliz com isso, eu acho ótimo.
— Certo, então eu vou.
— Por onde vai começar?
— Eu não sei, acho que pelas lojas que eu frequentava.
— É um bom começo. Quer que eu te leve?
— Na verdade não, eu vou de ta – deixei a palavra no ar, os olhos de Damon estavam assustados – acho melhor não – franzi o cenho – vou de metrô então.
— Não, pode deixar, eu te levo.
— Damon, você precisa fazer as suas coisas.
— Hoje eu não tenho nada marcado – só agora eu reparei, ele estava com uma bermuda preta, e uma camiseta cinza, ela estava molhada, sua testa também. – eu estava correndo – disse ele reparando que eu o encarava.
— É – recuperei o foco – Tudo bem então, mas só hoje, certo?
— Claro, até porque eu não posso ser motorista – seu tom era brincalhão, e me fez rir.
Damon me levou até Manhattan, onde eu conhecia quase todas as lojas, me lembro das pequenas fortunas que eu gastava em algumas delas. Eu entrava de uma a uma, conversava com a gerente, ou a responsável, e as vezes até a dona, a maioria eu já conheci, e elas me conheciam também, mas até então nada.
— Você não pode desistir – Damon disse vendo a minha frustração.
— Eu sei que não, e não vou, mas...
— Calma – ele piscou para mim.
Andamos mais um pouco por ali, e então entrei em mais uma loja, eu conhecia a dona, ela era uma das amigas da minha mãe, quem sabe eu não dou a sorte dela estar ai.
— Olá, bom dia – disse uma garota magra, loira, de pernas compridas, vestindo um vestido tubinho cinza claro na altura dos joelhos – Sou Daniela, em que posso ajuda-la?
— Eu gostaria de falar com a Lyana, Lyana Wanger, ela ainda é a dona daqui? – perguntei.
— Ela é sim, mas o que gostaria de falar com ela?
— Bom, eu sou filha de uma das amigas dela, Miranda Gilbert, eu estou procurando emprego, e queria saber se ela poderia me ajudar.
— Só um minuto. – Daniela saiu dali e entrou por uma porta cor de rosa.
Fiquei no mesmo lugar, aguardando o retorno dela, só então pude reparar na loja, estava diferente, ela estava mais clara, com araras de roupas nas laterais, alguns espelhos,algumas poltronas brancas de couro, e mais ao fundo três portas rosa escuras, os provadores, um balcão de madeira preto com uma garota ruiva atrás dele, e atrás dela a porta rosa escura que se abrira.
— Elena – Lyana caminhava graciosamente em minha direção – querida quanto tempo – ela me abraçou, e eu retribui.
— Lyana, faz algum tempo mesmo – sorri.
— Dani me disse que você está a procura de um emprego.
— Na verdade eu estou sim, se puder me indicar algum lugar.
— Não vou indicar nada – ela disse seria, e depois sorriu e completou – você vai trabalhar aqui, sempre foi uma grande cliente, e é filha de uma das minhas melhores amigas, vou adorar tê-la aqui.
— Sério? – eu estava muito feliz, a abracei – obrigada Lyana, você nem imagina como fico feliz.
— De nada querida, espero que goste.
— Quando eu posso começar?
— Amanhã mesmo .
— Ótimo – Damon reparou que eu estava feliz, então se aproximou. – Ah, Lyana esse é o Damon.
— O seu marido? – ela o olhou dos pés a cabeça – eu me lembro dele, do jantar de noivado – ela sorria – que bom que deu certo para vocês dois, fico feliz, eu não ia mesmo com a cara do loirinho.
— Matt? – disse.
— Esse mesmo, só o seu pai mesmo para querer que você se casasse com um rapaz daquele – ela revirou os olhos – mas agora você está com um bem melhor – ela piscou para mim, Damon riu ao meu lado, e eu fiquei constrangida.
— Eu já vou indo Lyana.
— Certo, amanhã começa ás 9h, eu vou encomendar os vestidos do uniforme.
— Ok Lyana, obrigada, mesmo – disse segurando suas mãos.
— De nada querida.
Nós saímos de lá e fomos andando até onde o carro estava estacionado, eu estava muito feliz, vou trabalhar, e em uma loja que conheço e gosto.
— Você parece bem feliz.
— E eu estou, compro nessa loja desde os treze anos, e agora vou trabalhar nela, a vida da voltas – eu ri.
— Fico feliz por você, que tal sairmos para comemorar hoje a noite?
— Parece ótimo.
*
Eu estava vestindo um vestido soltinho, de alsas rosa claro, delicado e lindo, a sandália que Damon me dera sábado.
— Pronta? – disse Damon colocando a cabeça pela porta do quarto.
— Sim – terminei de passar o meu batom, e sai em direção á ele na sala.
Nós fomos á um restaurante maravilhoso, tomamos um bom vinho, conversamos sobre várias coisas, coisas que fazíamos quando eramos crianças, provavelmente aquela conversa já existira, mas para um de nós não.
— Então o meu pai se jogou no lago e me trouxe de volta, e eu voltei abraçado ao peixe.
— Eu não acredito – eu ria – fico imaginando um Damon de seis anos de idade caindo no lago só pra pegar um peixe.
— Sim, e eu achava que era um bem grande, quando voltei abraçado á ele fiquei tão bravo por ele ser pequeno, que o joguei de volta no meio do lago.
— O coitado – eu fiz beicinho, e ele parou e ficou me observando.
— Então – ele balançou de leve a cabeça voltando á realidade – já terminou? Tem um lugar que eu quero te levar.
— Já terminei sim – eu sorri.
Damon pagou a conta e nós fomos até o carro. Eu não sabia onde ele iria me levar, e ele não me falava, nós fomos cantando as musicas que tocavam no rádio, Damon era extremamente desafinado, o que acabava sendo engraçado, eu arriscava alguma coisinha, mas também não nasci com o dom, nós riamos um do outro. Quarenta e cinco minutos depois ele parou o carro e nós descemos. Uma brisa salgada e gélida balançou meus cabelos, e arrepiou minha pele.
— Está um pouco frio – ele tirou seu blazer e colocou em minhas costas – Vem – ele segurou minha mão e nós caminhamos até a areia.
Tirei os sapatos, e senti a areia fina e gelada em meus pés, o mar estava nervoso, quebrava com violência as ondas na margem.
— Da ultima vez não estava tão frio – ele disse chateado – mas o céu – ele olhou para cima e respirou fundo – igual.
— Ultima vez? – perguntei ao olhar para o céu, estava tão estralado, tão lindo, que dava para esquecer o frio.
— Sim, foi aqui que eu te pedi em casamento.
— Muito bem pensado, eu amo as estrelas, quando eu era pequena, minha mãe dizia que quando alguém morre, virava uma estrela, e eu sempre dizia que eu queria morrer logo e ser bonita como uma estrela. – eu ri, ele parou de olhar o céu e olhou para mim – mas você já sabia né?
— Ahan – ele assentiu, segurando minha mão.
Damon se aproximou de mim, ele me olhava com um brilho nos olhos, seus dedos percorreram meus cabelos revoltos com o vento.
— Volta pra mim pequena – ele colou sua testa na minha, eu fiquei sem reação, sua respiração estava acelerada, e eu sentia meu coração na garganta, e após longos segundos nossos lábios se encaixaram, em perfeita sintonia.
Seu beijo era calmo, lento, carinhoso mas com o passar dos segundos foi se transformando em um beijo cheio de desejo, uma de suas mãos estava em minha nuca, e a outra em minha cintura, deixando nossos corpos colados um no outro, eu não tinha forças para parar o beijo, me deixei levar, provavelmente o meu corpo sentia falta disso, sentia falta dele, esse era o meu corpo se lembrando de seu toque. De repente eu senti algo, e nesse momento vi uma Elena sentada no capô de um carro, e um Damon a beijando docemente.
— Me promete que nós vamos ficar juntos para sempre? – ela dizia apaixonada.
— Eu prometo meu anjo – ele segurava seu rosto em entre as mãos, e voltava a beijar-la.
Voltei a realidade, parei o beijo com os olhos arregalados, eu estava feliz, consegui me lembrar de algo, uma lembrança voltou.
— Damon – disse ofegante – eu lembrei de algo – eu sorria como criança, meu olhos estavam cheios de lagrimas, a emoção de me lembrar de um momento nosso, um momento especial, mostrando á mim mesma que eu realmente amava aquele homem – me lembrei de nós dois, foi pouco, mas Damon eu me lembrei de algo.
— O que você se lembrou? – seus olhos estavam com lagrimas, ele segurava meu rosto entre as mãos.
— Nós dois, eu estava sentada no capô de um carro, e você me beijando, eu pedi para você me prometer que nós iriamos ficar juntos para sempre e... – ele me interrompeu.
— E eu prometi – ele sorriu e me abraçou com força, deixando meu rosto em seu peitoral. – Essa foi apenas uma, de várias memórias que virão meu amor, você vai ver, eu tenho fé.
— É tudo que eu mais quero. – disse me aninhando á seu peito.
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O que acharam? aguardo as reviews *-*
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