Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 6
Capítulo 6 - Something.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/692115/chapter/6

 Acordei em minha cama, sem me lembrar de como vim parar aqui, fiquei pensando na minha vida, eu preciso fazer algo para ocupar o meu tempo, arranjar um emprego seria um bom começo.  Vesti uma calça jeans escura, uma camisa social de seda branca, e um scarpin preto, passei uma maquiagem leve, olhei no relógio, passavam das dez da manhã. Andei em direção a sala, Damon não estava no sofá, nem na cozinha.

— Bom dia – disse ele entrando pela porta e me assustando.

— Que susto – levei a mão no peito – Bom dia.

— Desculpe – ele riu sem dar importância – onde você vai assim tão arrumada?

— Eu estava pensando, eu não aguento mais ficar em casa, sei que acabo te atrapalhando também, só posso voltar para a faculdade no próximo semestre, então por que não arranjar um emprego?

— Você vai procurar emprego? – agora ele estava parado na minha frente.

— Sim, o que você acha?

— Se você vai ficar feliz com isso, eu acho ótimo.

— Certo, então eu vou.

— Por onde vai começar?

— Eu não sei, acho que pelas lojas que eu frequentava.

— É um bom começo. Quer que eu te leve?

— Na verdade não, eu vou de ta – deixei a palavra no ar, os olhos de Damon estavam assustados –  acho melhor não – franzi o cenho – vou de metrô então.

— Não, pode deixar, eu te levo.

— Damon, você precisa fazer as suas coisas.

— Hoje eu não tenho nada marcado – só agora eu reparei, ele estava com uma bermuda preta, e uma camiseta cinza, ela estava molhada, sua testa também. – eu estava correndo – disse ele reparando que eu o encarava.

— É – recuperei o foco – Tudo bem então, mas só hoje, certo?

— Claro, até porque eu não posso ser motorista – seu tom era brincalhão, e me fez rir.

  Damon me levou até Manhattan, onde eu conhecia quase todas as lojas, me lembro das pequenas fortunas que eu gastava em algumas delas. Eu entrava de uma a uma, conversava com a gerente, ou a responsável, e as vezes até a dona, a maioria eu já conheci, e elas me conheciam também, mas até então nada.

— Você não pode desistir – Damon disse vendo a minha frustração.

— Eu sei que não, e não vou, mas...

— Calma – ele piscou para mim.

 Andamos mais um pouco por ali, e então entrei em mais uma loja, eu conhecia a dona, ela era uma das amigas da minha mãe, quem sabe eu não dou a sorte dela estar ai.

— Olá, bom dia – disse uma garota magra, loira, de pernas compridas, vestindo um vestido tubinho cinza claro na altura dos joelhos – Sou Daniela, em que posso ajuda-la?

— Eu gostaria de falar com a Lyana, Lyana Wanger, ela ainda é a dona daqui? – perguntei.

— Ela é sim, mas o que gostaria de falar com ela?

— Bom, eu sou filha de uma das amigas dela, Miranda Gilbert, eu estou procurando emprego, e queria saber se ela poderia me ajudar.

— Só um minuto. – Daniela saiu dali e entrou por uma porta cor de rosa.

 Fiquei no mesmo lugar, aguardando o retorno dela, só então pude reparar na loja, estava diferente, ela estava mais clara, com araras de roupas nas laterais, alguns espelhos,algumas poltronas brancas de couro, e mais ao fundo três portas rosa escuras, os provadores, um balcão de madeira preto com uma garota ruiva atrás dele, e atrás dela a porta rosa escura que se abrira.

— Elena – Lyana caminhava graciosamente em minha direção – querida quanto tempo – ela me abraçou, e eu retribui.

— Lyana, faz algum tempo mesmo – sorri.

— Dani me disse que você está a procura de um emprego.

— Na verdade eu estou sim, se puder me indicar algum lugar.

— Não vou indicar nada – ela disse seria, e depois sorriu e completou – você vai trabalhar aqui, sempre foi uma grande cliente, e é filha de uma das minhas melhores amigas, vou adorar tê-la aqui.

— Sério? – eu estava muito feliz, a abracei – obrigada Lyana, você nem imagina como fico feliz.

— De nada querida, espero que goste.

— Quando eu posso começar?

— Amanhã mesmo .

— Ótimo – Damon reparou que eu estava feliz, então se aproximou. – Ah, Lyana esse é o Damon.

— O seu marido? – ela o olhou dos pés a cabeça – eu me lembro dele, do jantar de noivado – ela sorria – que bom que deu certo para vocês dois, fico feliz, eu não ia mesmo com a cara do loirinho.

— Matt? – disse.

— Esse mesmo, só o seu pai mesmo para querer que você se casasse com um rapaz daquele – ela revirou os olhos – mas agora você está com um bem melhor – ela piscou para mim, Damon riu ao meu lado, e eu fiquei constrangida.

— Eu já vou indo Lyana.

— Certo, amanhã começa ás 9h, eu vou encomendar os vestidos do uniforme.

— Ok Lyana, obrigada, mesmo – disse segurando suas mãos.

— De nada querida.

  Nós saímos de lá e fomos andando até onde o carro estava estacionado, eu estava muito feliz, vou trabalhar, e em uma loja que conheço e gosto.

— Você parece bem feliz.

— E eu estou, compro nessa loja desde os treze anos, e agora vou trabalhar nela, a vida da voltas – eu ri.

— Fico feliz por você, que tal sairmos para comemorar hoje a noite?

— Parece ótimo.

                                                                    *

 Eu estava vestindo um vestido soltinho, de alsas rosa claro, delicado e lindo, a sandália que Damon me dera sábado.

— Pronta? – disse Damon colocando a cabeça pela porta do quarto.

— Sim – terminei de passar o meu batom, e sai em direção á ele na sala.

  Nós fomos á um restaurante maravilhoso, tomamos um bom vinho, conversamos sobre várias coisas, coisas que fazíamos quando eramos crianças, provavelmente aquela conversa já existira, mas para um de nós não.

— Então o meu pai se jogou no lago e me trouxe de volta, e eu voltei abraçado ao peixe.

— Eu não acredito – eu ria – fico imaginando um Damon de seis anos de idade caindo no lago só pra pegar um peixe.

— Sim, e eu achava que era um bem grande, quando voltei abraçado á ele fiquei tão bravo por ele ser pequeno, que o joguei de volta no meio do lago.

— O coitado – eu fiz beicinho, e ele parou e ficou me observando.

— Então – ele balançou de leve a cabeça voltando á realidade – já terminou? Tem um lugar que eu quero te levar.

— Já terminei sim – eu sorri.

 Damon pagou a conta e nós fomos até o carro. Eu não sabia onde ele iria me levar, e ele não me falava, nós fomos cantando as musicas que tocavam no rádio, Damon era extremamente desafinado, o que acabava sendo engraçado, eu arriscava alguma coisinha, mas também não nasci com o dom, nós riamos um do outro. Quarenta e cinco minutos depois ele parou o carro e nós descemos. Uma brisa salgada e gélida balançou meus cabelos, e arrepiou minha pele.

— Está um pouco frio – ele tirou seu blazer e colocou em minhas costas – Vem – ele segurou minha mão e nós caminhamos até a areia.

 Tirei os sapatos, e senti a areia fina e gelada em meus pés, o mar estava nervoso, quebrava com violência as ondas na margem.

— Da ultima vez não estava tão frio – ele disse chateado – mas o céu – ele olhou para cima e respirou fundo – igual.

— Ultima vez? – perguntei ao olhar para o céu, estava tão estralado, tão lindo, que dava para esquecer o frio.

— Sim, foi aqui que eu te pedi em casamento.

— Muito bem pensado, eu amo as estrelas, quando eu era pequena, minha mãe dizia que quando alguém morre, virava uma estrela, e eu sempre dizia que eu queria morrer logo e ser bonita como uma estrela. – eu ri, ele parou de olhar o céu e olhou para mim – mas você já sabia né?

— Ahan – ele assentiu, segurando minha mão.

 Damon se aproximou de mim, ele me olhava com um brilho nos olhos, seus dedos percorreram meus cabelos revoltos com o vento.

— Volta pra mim pequena – ele colou sua testa na minha, eu fiquei sem reação, sua respiração estava acelerada, e eu sentia meu coração na garganta, e após longos segundos nossos lábios se encaixaram, em perfeita sintonia.

 Seu beijo era calmo, lento, carinhoso mas com o passar dos segundos foi se transformando em um beijo cheio de desejo, uma de suas mãos estava em minha nuca, e a outra em minha cintura, deixando nossos corpos colados um no outro, eu não tinha forças para parar o beijo, me deixei levar, provavelmente o meu corpo sentia falta disso, sentia falta dele, esse era o meu corpo se lembrando de seu toque.  De repente eu senti algo, e nesse momento vi uma Elena sentada no capô de um carro, e um Damon a beijando docemente.

— Me promete que nós vamos ficar juntos para sempre? – ela dizia apaixonada.

— Eu prometo meu anjo – ele segurava seu rosto em entre as mãos, e voltava a beijar-la.

 Voltei a realidade, parei o beijo com os olhos arregalados, eu estava feliz, consegui me lembrar de algo, uma lembrança voltou.

— Damon – disse ofegante – eu lembrei de algo – eu sorria como criança, meu olhos estavam cheios de lagrimas, a emoção de me lembrar de um momento nosso, um momento especial, mostrando á mim mesma que eu realmente amava aquele homem – me lembrei de nós dois, foi pouco, mas Damon eu me lembrei de algo.

— O que você se lembrou? – seus olhos estavam com lagrimas, ele segurava meu rosto entre as mãos.

— Nós dois, eu estava sentada no capô de um carro, e você me beijando, eu pedi para você me prometer que nós iriamos ficar juntos para sempre e... – ele me interrompeu.

— E eu prometi – ele sorriu e me abraçou com força, deixando meu rosto em seu peitoral. – Essa foi apenas uma, de várias memórias que virão meu amor, você vai ver, eu tenho fé.

— É tudo que eu mais quero. – disse me aninhando á seu peito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? aguardo as reviews *-*
Quem quiser falar comigo pelo twitter é @dobreholtt



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do you remember us?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.