Faltam apenas alguns dias para o natal, e está tudo uma correria na minha vida, o trabalho está cada dia mais agitado, por sorte a faculdade já havia parado para a pausa de inverno, após o trabalho alguns dias Caroline ia até a minha casa, nós ficávamos horas fazendo pesquisas e decidindo sobre a decoração. Ela daria um jantar de natal para comemorar com os amigos na sexta feira, e eu disse que iria, assim como disse a Nick que iria no jantar dos pais dele no sábado, isso foi uma troca, eu iria com ele no jantar, e ele passaria a véspera de natal comigo e minha família.

 Não conversei mais com Damon, após o dia que ele me deixou em casa, mandei uma mensagem para saber se ele estava bem, ele não me respondeu, e eu respeitei isso.

 Sexta-feira, Dani e eu fomos de carro para casa, eu estava animada, o jantar da Caroline é hoje, e eu imagino que não vai ser um simples jantar, tratando-se da Caroline, espero uma coisa bem... Caroline.

 Sequei o meu cabelo, escolhi um vestido de cetim azul turquesa, ele tinha alças finas que faziam um X pelas costas, escolhi uma sandália toda preta bem delicada, com uma tira fina em cima dos dedos, e outra no tornozelo, era a que Damon me deu, e automaticamente me veio a imagem dele me entregando a caixa, com um sorriso, afastei o pensamento, fiz uma maquiagem branca e azul, e um delineado de gatinho, terminei de me arrumar e fui para a sala, Dani estava sentada, toda arrumada e linda, ela ia sair com Richard.

— Você está bem? – notei sua feição nervosa.

— Vou conhecer os pais dele.

— Entendi – ri – boa sorte, volto mais tarde, seja você mesma e eles vão te adorar – dei um beijo na bochecha dela e sai.

 Fui com o Kia Soul vermelho até a casa de Caroline, estacionei e reparei que haviam vários carros ali, respirei fundo vesti meu casaco e desci do carro.

 Caroline me abraçou apertado, como se não nos víssemos á dias, e nos vimos antes de ontem, ela estava maravilhosa, com um vestido tomara que caia vermelho, que por cima de um dos ombros tinha uma faixa grossa, o vestido era dois palmos acima do joelho, seu cabelo estava solto e ela ria animada.

— Achei que você viria acompanhada.

— Meu – namorado? Sim é isso que Nick é agora – namorado não pôde vir, ele tinha alguns compromissos.

— Entendi, tudo bem, a casa é sua – ela sorriu – qualquer coisa me chama.

 Apenas assenti, e ela foi para a cozinha resolver alguma coisa, fui andando até a sala de estar, Klaus estava lá, com ele, meus olhos encontraram os seus, e ele desviou o rosto, caminhei até eles, eram os únicos rostos conhecidos ali.

— Oi Klaus – sorri tocando seu ombro, ele se virou e sorriu.

— Elena, que bom que veio – ele deu um beijo em meu rosto e levantou minha mão me admirando, rindo – está linda, não é Damon? – ele lançou um olhar malicioso para Damon, com um sorriso ainda mais, segurei uma risada, Damon pareceu desconfortável, lançou um sorrisinho forçado e ergueu seu copo me saudando.

— Está linda sim.

— Obrigada – disse aos dois, com certeza eu estava corada.

— Acho que é melhor eu ir ver se Caroline precisa de ajuda, se não depois escuto o resto da vida ela reclamar.

 Ele sorriu e nos deixou ali, eu fiquei desconfortável, era obvio que Damon não queria me ver.

— Eu vou – ele procurou alguma desculpa – vou conversar com um conhecido ali, com licença. – ele se afastou de, me deixando sozinha.

 Me senti mal, eu não conhecia ninguém, mas o pior é a forma fria que Damon me tratou, o que será que aconteceu?

 Alguns minutos depois uma garota loira, muito bonita veio falar comigo, ela era irmã do Klaus, Rebekah, ela puxou assunto sobre o casamento, ela também seria madrinha, e fiquei aliviada por uma conversa tranquila.

 Sempre que meus olhos encontravam os de Damon, ele ficava desconfortável e os desviava. Após o jantar fiquei um tempo sozinha, bebendo meu champanhe rose, até que meu celular vibrou, era uma mensagem de Nick.

                                 Ainda está no jantar da sua amiga?

                                 Sim.

                                 Posso ir ai? Quero te ver, essa festa já deu para mim, sim estou revirando os olhos.

 Eu ri de sua ultima mensagem, imaginar Nick no meio de seus pais e todos os amigos deles, me vinha a cabeça engraçada.

                                  Tudo bem, não demore.

  Mandei o endereço e após vinte minutos ele já estava aqui, Caroline atendeu a porta e depois o guiou até mim.

— Acho que seu acompanhante chegou – ela sorriu para mim – fique a vontade – ela tocou o braço de Nick com delicadeza e saiu novamente.

— Estava com saudade – ele me deu um selinho demorado, eu sorri, e então meus olhos encontraram os de Damon, frios e distantes, o azul de seus olhos estava escuro, e algo em mim doeu.

— Eu também estava, como estava lá? – perguntei desviando toda a minha atenção á Nick.

— Foi horrível, não sei porque meus pais insistem em me arrastar para esses jantares, até a Lexa conseguiu fugir disso.

— Ela não faz tudo que os pais querem, essa é a diferença – sorri e ele revirou os olhos para mim.

 Isso era uma constante discussão entre nós, me irritava o jeito que ele dependia dos pais e assim era chantageado, ele fazia tudo que o pai queria, e com vinte e seis anos, francamente isso era inaceitável.

— E aqui como está? – ele olhou em volta.

— Bem – menti, não estava bem, eu me sentia quase sufocada.

— Elena, achou alguém para conversar – Klaus sorriu ao meu lado, com um sorriso falso e uma voz irônica.

— Na verdade Klaus, esse é o meu namorado – essa palavra ainda saia amarga em minha boca – Nickolas Bower.

— Sua casa é incrível – disse Nick estendendo a mão á Klaus, que fez o mesmo.

— Obrigado – ele sorriu com ironia – bom, fique a vontade – ele sorriu para Nick e me lançou um olhar repreensivo, e saiu andando, o que foi isso? Porque recebi esse olhar? E então me toquei, Damon estava do outro lado da sala, bebendo outro copo de whisky, eu já contara cinco desde que cheguei.

— Seu amigo pelo jeito não gostou muito de mim – Nick disse rindo, tudo para ele era engraçado.

— Não é isso – como vou explicar para ele? – Ele é assim mesmo.

— Claro, não tem nada ver com o cara do outro lado da sala que você era casada né? – engasguei com o champanhe.

— Como? – perguntei fingindo não entender.

— Eu sei que aquele é o Damon, vi uma foto de vocês dois nas suas coisas outro dia – ele deu de ombros.

— Klaus é amigo dele, ele que apresentou Klaus e Caroline.

— Entendi.

 Ficamos em silêncio.

                             DAMON

 Eu estava totalmente desconfortável, eu tinha decidido tirar Elena da minha cabeça, o que ficou muito mais difícil quando eu a vi, ela estava linda, seu vestido ficava maravilhoso, e com a sandália que eu dei, minha garganta estava seca, e eu bebi o resto do whisky em meu copo de uma vez.

Ela me olhava vez ou outra, e eu me forçava a desviar, não achei que seria tão difícil estar perto dela, me sentia mal, com a familiar dor no peito.

Estava conversando com um dos irmão de Klaus, quando me deparei com um cara ao lado de Elena, o mesmo cara da cafeteria, seria esse o tal Nick? Ele a beijou, e foi como se eu levasse um soco no rosto, o ar me faltou, e levei um longo minuto para me recuperar e voltar minha atenção á Elijah.

— Está tudo bem? – perguntou ele me encarando.

— Sim, eu só preciso de outra bebida.

 Despejei mais Bourbon em meu copo e bebi metade, eu queria ir embora, queria muito sair dali, não queria ver os dois juntos. Droga, eu deixei de trazer Rachel por causa da Elena, não queria que ela ficasse mal, e ela traz o namoradinho, isso é ridículo. Meu relacionamento com Rachel é quase profissional, eu á ajudo financeiramente com as coisas do bebê, iremos pegar o resultado do exame amanhã, e eu já nem sei mais o que esperar, minha esperança era de dar negativo, e eu ter a minha Elena de volta, mas agora ela está com alguém, e se ela está feliz, eu não posso atrapalhar.