Inverno Nuclear — Interativa escrita por Titã


Capítulo 10
Capítulo 9 - Momentos de Calmaria


Notas iniciais do capítulo

OI! ~Desvia de facas, pistolas, seringas, tridentes, pokebolas, celulares roubados e delirantes~
Gente, desculpa pelo atraso. Mas é que eu estava, tipo, SUPER ocupado nas férias. Passei umas duas semanas viajando, além de estar sofrendo da Kryptonita dos autores de estórias: O Bloqueio Criativo de Escritor.
A história se passa uma semana, mais ou menos, depois dos acontecimentos do último capítulo, então, não estranhem. Ela está mais simples, porque estava sem criatividade, mas fazer o quê? É a vida.
Aproveitem>>>
(PS.: Quem ai tá jogando Pokémon GO!? Acho que, tipo, uns 99% ;))



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Capítulo 9 — Momentos de Calmaria.

 

Aura White sentia muito frio.

Seu irmão estava tremendo na pequena coberta que ela achara na rua, e Aura estava com seus braços ao redor do corpo, tentando ficar aquecida, sem muito sucesso. O frio chegara há alguns dias, dois ou três, Aura não sabia ao certo, mas sentia-se com muito frio. Era noite. A lua minguante brilhava no céu, em forma de um sorriso, Aura via apenas um vislumbre da rua do lado de fora, que estava semi-iluminada, tanto pela lua, tanto por causa dos postes de iluminação. Mesmo com a baixa iluminação, Aura estava com sono, mas não conseguia dormir talvez por causa do frio de rachar. Ela só sabia do que acontecia do lado de fora pelo pequeno e velho rádio, enquanto pensava sobre os acontecimentos do lado exterior, só conseguia pensar no quão mal estava os homens e da humanidade.

Um barulho chamou a atenção da garota, enquanto uma figura esguia invadiu o prédio em construção em que Aura “morava”. A figura estava com uma pequena lanterna, iluminando parte da construção inacabada, talvez procurando algo. O garoto tinha longos cabelos ruivos, batendo em seus largos ombros, repicados e com pequenas ondulações. O garoto resmungava, carregando uma mochila por apenas uma alça. Ele parecia ofegante, e se agarrava a um casaco fino demais para o frio que estava naquele momento. O garoto olhava para os lados, colocando as mãos nos joelho, ainda segurando a lanterna, tentando normalizar a respiração. Aura levantou-se indo a direção ao garoto, escondida na escuridão.

— Calma, Vincent, acalma-se. Está tudo bem...

— Falando sozinho? — Aura pronunciou-se, encarando o tal de Vincent que pulou de susto, fazendo Aura rir baixinho, encarando a garota, assustado.

— Que susto garota! — Ele olhou para a garota, que agarrava a si mesma, com frio. — Tudo bem? O que está fazendo aqui nesse lugar?

— Eu moro aqui. — Disse, o garoto a olhou surpreso.

— Aqui? Nesse prédio em construção?

Ela assentiu, olhando com o canto do olho para o irmão, que dormia, revirando-se no chão. O garoto seguiu o olhar de Aura, suspirando.

— Desculpa, mas é que não vejo muitas pessoas que são tão recepticvas, a maior parte das pessoas que vejo, geralmente, ou estão contaminadas pela “Doença” ou fazem parte do Paz na Terra.

— O que é essa Paz na Terra?

— Longa história. V... Você mora mesmo aqui?

Aura deu de ombros.

— Sim, acho que sou uma moradora de rua, acho. Mas não é uma boa idéia ficar andando no meio da rua, à noite, tem muitos desesperados atualmente.

— Sou Vincent, prazer. — Estendo a mão para Aura apertar.

Aura sorriu.

— Aura White. — Ela apertou a mão de Vincent, se virando para chegar perto do irmão. Ainda agarrado à mochila, Vincent seguiu Aura que se se aproximou de Arthur.

— Este é Arthur, meu irmão.

Vincent sorriu, mas então corou e coçou a cabeça, envergonhado, girando uma espécie de medalhão que usava no pescoço.

— Hã... Posso ficar aqui por um tempo? Não tenho lugar para ficar. — Falou, meio que envergonhado. Aura, como resposta, apenas deu de ombros. Vincent suspirou, como se tivesse tirado um peso dos ombros.

— Obrigado. Eu estava andando há semanas. — Ele a abraçou, assustando a garota, qie deu um pequeno pulo, sentindo as bochechas queimarem. Aura sorriu tímida, corando, retribuindo o abraço.

Estava começando a achar que a humanidade não estava tão má assim.

 

☄☄☄

 

A única coisa que Melody queria era dormir, mas parecia impossível.

Estava deitada com a cabeça para trás, com os olhos fechados, tentando dormir. O barulho do lado de fora do pequeno jipe era irritante, além do barulho de alarmes dos carros, dos carros catando pneu nas ruas ignorando os sinais de trânsito, além das vozes de pessoas e o barulho do vento batendo nas árvores, se não bastasse isso, o ronco dos colegas que Melody resgatara era muito alto, somando com o frio de matar, era o suficiente para retirar qualquer conforto que Melody tinha. Mas não era isso que tirava o sono de Melody.

A preocupação com seu pai, em Washington DC, era o que mais preocupava a mente da garota. Ela suspirou, fechando os olhos tentando dormir, porém não conseguia muito bem. Ela não sabia o que esperar do futuro — sempre muito bem definido na mente da Cuiamá — e estava, apesar de nunca admitir, com medo do que poderia ocorrer quando tudo finalmente ocorresse de verdade.

“Estamos no ar para proclamar um aviso mundial vindo diretamente da NASA”

Melody não percebera que o rádio estava ligado até então. O rádio estava fora do rádio fazia uns dois dias, apenas estática saia do aparelho, e isso ocorria em todos os canais. Ela sentou-se direito na cadeira para prestar atenção na proclamação que vinha do aparelho.

“Eu me chamo Natan Winchester, sou um dos oficiais superiores da NASA, e venho avisar a todos sobre algo que é de assunto internacional, e recomenda-se extrema atenção. Um asteróide, batizado de F-66, foi encontrado e, ao calcular sua trajetória, descobrimos que há cerca de oitenta e sete por cento de chance do objeto espacial choque-se com a Terra, em torno de dois a três dias, recomenda-se para que não entrem em pânico, já que o máximo que poderá ocorrer é uma grande nuvem de poeira, a NASA tamb-”.

O rádio começou a sofrer interferência, até que uma mão, que não era de Melody, mas sim masculina, desligou o aparelho, provocando um susto na garota arrogante. Adam sorriu, colocando a cabeça no meio das cadeiras da frente, fazendo Melody o fuzilar com os olhos, por causa do sorriso malicioso.

— Esse barulho é irritante, não dá para dormir com ele.

— Não dá é para dormir com os seus roncos, queridinho. — Disse, a voz carregada de sarcasmo.

— Achei que já tivesse se acostumada, Melzinha, estamos dormindo nesse carro por uma semana, mais ou menos, sem parar.

Melody rangeu os dentes, enquanto Adam pulava para o banco da frente, olhando sorrindo para a garota.

— Não me chame de Melzinha! — Ele ia falar algo, mas Melody interrompeu. — Nem de Mel, ou de abelhinha. Se você fizer isso, eu juro por Deus que eu irei descarregar minha Springfield na sua cabeça.

Adam riu, fazendo a outra revirar os olhos.

— Senti falta de suas ameaças, você anda muito distante esses dias.

— O que ‘tá pegando? — Demetria colocou a cabeça no vão dos bancos de carona e motorista. — Tão falando sobre o quê?

— Nada. — Disse, rápida, Melody.

— O que foi ‘nada’? — Antony entrou na conversa, aparecendo ao lado do banco de carona, onde Adam estava sentado.

— Isso aqui está parecendo uma orgia. — Comentou Melody, com o rosto numa careta.

— O que estava passando no rádio? — Tony questionou, fazendo Adam suspirar.

— Alguma coisa sobre um asteróide em rota de colisão com a Terra e blá, blá, blá. A Nasa e suas estórias. — Disse Adam.

— Não devia falar tão mal da agência, e se tiverem razão? — Demetria questionou.

— Eles nunca têm razão. — Falou com convicção.

— Tudo é possível. — Argumentou Tony.

— Vocês parecem umas crianças discutindo por um pote de bala, meu Deus! Não conseguem ser menos infantis? — Reclamou Melody.

— Não. — Respondeu Demetria, sorrindo.

Melody apenas revirou os olhos, escondendo um sorriso.

É, talvez não fosse tão ruim assim o Apocalipse.

 

☄☄☄

 

Karan gostava da casa de campo, gostava mesmo, mas isso não significava que ele gostava do frio que fazia.

Ele estava sentado no sofá da casa de campo, a cabeça curvada no encosto do assento, agarrado a uma manta, sentindo um intenso frio. Carter estava deitado no chão, olhando para cima, estando também agarrado a uma manta, ao seu lado estava Polyanna, que brincava com James, ambos com grossos casacos. O pai de Poly estava fora de casa comprando suprimentos para eles poderem ficar melhor acomodados.

A TV estava fora do ar fazia quase uma semana, sendo que não havia motivos coerentes, pelo menos para Karan, para a televisão estar fora de serviço. James deu uma risada, fazendo Karan olhar na direção dos dois, Poly e James, que brincavam de alguma brincadeira infantil. Poly começou a fazer cócegas em James, que riu mais alto, provocando um quase invisível sorriso no rosto de Carter.

— Conta uma história, Princesa Poly! — Exclamou, animado, James.

Polyanna deu uma risada ao ouvir o apelido que James dera a ela, o que fez Carter sentar-se, abrindo os olhos, mostrando as olheiras que denunciavam que o garoto mal dormira na semana que se passara.

— Tudo bem, pequeno. — Poly parou, pensando em algo. — Já sei! Era uma vez um forte e corajoso cavaleiro chamado de Sir James ele era famoso no reino em que vivia por ter libertado, junto com o corajoso herói Carter e o cavaleiro Karan, a princesa Polyanna...

Karan sentiu os olhos pesarem, ainda ouvindo a história, antes de cair na inconsciência. Pela primeira vez em uma semana, não teve pesadelos, nem sonhos.

— Karan? — Ouviu uma voz calmante, que o fez abrir uma fecha em seus olhos, fazendo Poly entrar em seu campo de visão.

— O que houve? — Questionou, bocejando. Poly deu uma risada.

— Você dormir, dã. Estava contando uma história para James, quando você desmaiou. Você dormiu por umas três horas. Boa tarde!

— O quê?! — Karan levantou-se em um pulo, caindo de cara no chão. Polyanna deu uma forte risada. — Eu dormi três horas? Céus!

Carter apareceu com um sorriso no rosto, ainda com as olheiras. Ele dava risada da condição de Karan — caído no chão, morrendo de sono. Ele bufou, levantando-se e olhando com uma raiva visível no olhar para Carter.

— Você fala enquanto dorme, sabia? — Poly disse, rindo.

— Falo? — Karan questionou, olhando com uma cara de interrogação para ambos.

— Fala. Você falou algo como “Estou com frio”, “Odeio ficar com frio” e “Apocalipses não deviam existir”. — Carter disse, imitando precariamente a voz do Costa. — Você é hilário, já pensou em ser um palhaço?

Karan bufou, provocando risadas em seus amigos.

— ‘Tá bem, eu sou engraçado, agora podem parar de rir? Isso está perdendo a graça. — Disse Karan, recebendo mais risadas como resposta. — Mudando completamente de assunto, onde está seu pai, Poly?

Poly, pouco a pouco, recuperou-se da série de risadas.

— Já voltou, está fazendo o jantar. Sabe, para nós comermos, não dormirmos. — Disse calma, o que provocou mais risadas em Carter e um suspiro de impaciência em Karan.

— E James?

— Está dormindo, o sono dele é mais pesado que o seu, e ele não fala dormindo.

Karan bufou.

— Vocês não vão esquecer isso?

— Não! — Exclamaram.

— Crianças! — Exclamou o pai de Poly — A comida está na mesa!

— Pai! Nós temos mais de 18 anos! Não somos mais crianças.

John deu de ombros, entrando na cozinha, logo em seguida os três entraram no cômodo.

— Pai, sabe a novidade? O Karan fala dormindo!

— Meu Deus! Vocês não podem falar de outra coisa?!

Balançaram a cabeça, começando a dar risada. Karan suspirou, mas começou a rir. Até que isso era um pouco engraçado, para falar a verdade.

Ele não sabia o que faria sem seus amigos.

 

☄☄☄

 

Elijah estava quase congelando.

O frio era de rachar os lábios, provocando uma grande queda na temperatura corporal, por vezes, Eli se sentia prestes a morrer de hipotermia. Elle, Alex e Reece também estavam com o frio de morrer, o que não era uma grande surpresa, já que, antes de todos os aparelhos perderem o sinal, os jornais diziam que a temperatura do planeta caíra cerca de vinte e sete Graus Celsius, em menos de uma semana. Isso não era lá muito motivador. Depois de ter ouvido o comunicado da Nasa, sobre o tal F-33 ou algo assim, Eli começou a ter maus pressentimentos.

— Eli? Oi? Você está vivo? — Alex estalou os dedos na frente do rosto do Dragomir, que o encarou atordoado.

— Que foi?

— Você ficou ai, parado, no mundo da lua. Fiquei preocupado.

Ele coçou os olhos, retirando o cisco que quase entrara.

— Desculpa, estava pensando sobre nossa atual situação.

— O Semi-Apocalipse? — Questionou o Brooks.

— Isso ai. Estava pensando sobre como que o mundo mudou tão rápido.

— Todos pensam — Alex afirmou, deitando-se no colchão que estava jogado no chão da sala, onde estavam. — Mas nem todos aguentam.

— O que quer dizer? — Perguntou.

— Alguns ficam loucos, sabe, perdem a sanidade. — Suspirou — Esses dias não estão sendo fáceis para ninguém.

— Concordo.

Um gemido de dor saiu da porta onde os delirantes estavam, fazendo-os olharem para a porta, vendo uma mancha de sangue surgindo por debaixo da porta.

— O que deve estar acontecendo lá dentro? — Elle surgiu atrás dos dois, assustando-os. Reece apareceu por de trás da irmã, rindo.

— Não me assuste, garota! — Alex exclamou, irritado.

Ela levantou as mãos, sorrindo pela expressão de susto do Brooks.

— Bem feito.

Elijah suspirou.

— Talvez estejam brigando, sabe, esses dois loucos.

— Está falando de quem, Eli? — Reece questionou.

— Deles, claro. — Elijah falou, apontando para os dois, que discutiam. — Isso é a verdadeira luta livre, Reece.

Um barulho na porta de batida assustou os quatro.

— O q-que f-foi isso?

— Não sei, mas não deve ser bom. — Disse Eli, enquanto as batidas aumentavam.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostaram caçadores de Pokémon que estão em risco de serem roubados?? Comentem pessoas que querem me matar!!

TITÃ