How To Be The Princess of England escrita por Emily Rhondes


Capítulo 21
How NOT to carry a punch


Notas iniciais do capítulo

Como NÃO levar um soco

ATENÇÃO LEIAM (por favorzinho)
Eu tive uma idéia.
Fazer um programa de perguntas e respostas com os personagens da história. O que acham? Me digam nos comentários, e enviem perguntas ♡



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/692050/chapter/21

— Você podia ter sido atingida! - ele grita nervoso, e eu ainda estou atônita.
— Obrigada. - falei num sussurro. Foi suficiente pra ele se acalmar.
— Não foi nada.
— Sigam-me! - um guarda gritou. Mas estamos simplesmente estáticos, e Jason ainda em cima de mim, com as mãos ao lado da minha cabeça, sustentando seu corpo. - SIGAM-ME! - A voz irritada do guarda nos tira de transe. Ele me agarrou pela mão, e começamos a andar rapidamente pra dentro da casa.
— Pode me soltar.
— Não vou te deixar morrer, desculpa. - ele falou, com uma preocupação evidente na voz. Descemos as escadas do porão, e um guarda abre uma passagem secreta, um abrigo, no qual todos nós entramos.
— Sei cuidar de mim mesma. - falo, irritada.
— Podia ter morrido se eu não tivesse te salvado, sua idota.
Ergo as sobrancelhas, surpresa.
— Olha quem fala.
— Ta legal. - ele olha pra cima, parecendo arrependido. - Eu só queria te proteger. - Quase não ouvi o que ele disse. Jason sai andando, e se senta ao lado de Eron.
— Você está bem? - Andrew pergunta, vindo até mim.
— Sim. E você? - ele assentiu, passando o olhar por todos no abrigo. - Está tudo bem. - ele sorriu.
Até que a realidade me atinge como um raio.
Faltava uma pessoa.
— WANDA! - Gritei, indo até a porta. Dois guardas me seguram. -Wanda está lá em cima! Wanda! Me larguem!
— Emmy! Vai ficar tudo bem, pare. - Os guardas me largam, e Andrew me segura pelo braço, delicadamente. Olho pra porta, e abraço Andrew com força.
Nunca me perdoaria de perdesse Wanda pra elas. Eu disse pra ela ir dormir.
Até que a porta do abrigo é aberta, e dois guardas escoltam Wanda pra dentro. Largo Andrew, e pulo em cima dela, que retribui o abraço forte.
— Só pra dizer, ainda estou bêbada. - ela falou, me fazendo rir.
Sentei ao lado de Andrew e Wanda. Ficamos conversando por um tempinho. Mas resolvi ficar quieta, ouvindo os dois conversarem.
Até que olhei pra Jason.
Nunca tinha notado como ele fica tenso nos ataques. É evidente pra qualquer um, ele não consegue relaxar. Confere se todas as pessoas estão bem 8 vezes, no mínimo.
Pare de pensar em Jason.
Desviei o olhar pra Aly, que tinha um sorrisinho no rosto. Ela fez sinal pra eu ir até lá, e foi o que eu fiz.
— Você não quer perguntar do porquê de ele ficar tenso assim? Sei que percebeu. - As vezes esqueço que ela é uma espiã, e nota tudo.
— Não, não quero saber. - minto, e sei que ela sabe.
— Okay. Você fez bom uso do meu sangue 80% falso.
— Não era 90%?
— Am, algo aconteceu entre você e Jason? - Perguntou.
Suspirei. Acho que pra ela eu podia contar. Ela sabia o que aconteceu com Leila.
— Bem... Sim. - abaixei a cabeça, e ela pegou na hora.
— Você gosta dele?
— Gosto, Aly.
— Então acredite em mim quando digo que ele também te ama, Emily. Ele gosta de você. Eu nunca o vi assim. Ele sorri quando você chega, e Jason Londres não costuma sorrir. - ela deu um sorrisinho. - E eu só tô falando isso porque não quero aquela Dakota perto dele. - rendeu as mãos. - Agora, me conta o que aconteceu. - Falou, me puxando pra duas cadeiras afastadas de todos.
— Ele pediu desculpas por ter me feito gostar dele. Disse que destrói tudo o que toca, e que não queria me destruir. Falou que vai casar com Dakota... Aí eu explodi. Falei que ele era um covarde, egoísta, que não ama ninguém... E cometi o erro de falar na Leila.
Esfreguei os olhos.
Agora parecia culpa minha. Eu o esmaguei. Quem não ficaria triste com tudo que eu disse?
— Ele... As lágrimas... Ah, Aly. - ela arregalou os olhos, e eu senti lágrimas se formarem em meus olhos. - Foi a coisa mais dolorida que já vi. - conclui, respirando fundo.
— A última vez que o vi chorar, foi quando Leila se foi. - ela diz, séria. Ela se importava muito com Jason. Mas era orgulhosa demais para admitir. Qual o problema dessa família? Acho que só Lyly não tem um orgulho maior que a cabeça.
— Realmente dói ve-lo triste. - Progresso.
— Hm... E... Leila... O que...?
— Destructives. - ela solta. - Foi a seis anos atrás. Ele só tinha 14 anos, e me contou que estava apaixonado por uma garota. Era Leila Buenos Aires.
Meu coração para instantaneamente.
Irmã de Janessa.
A pequena ruiva do porta retrato em seu quarto.
— Era o primeiro amorzinho dele. Nós dois bolamos um planinho pra ele se declarar pra ela. Estava quase na hora, quando as Destructives atacaram. Foi o ataque mais violento delas. Ele recebeu ordens para ir direto ao abrigo, e foi o que fez. Quando saiu, disseram que Leila tinha falecido. - ela fechou os olhos. - A garota era incrível, e fazia ele feliz. Emily, isso mudou Jason. Ele era aquele tipo de pessoa que odeia sarcasmo, é legal com todo mundo, faz tudo pela paz, sorri sempre, sabe? Naquele dia, ninguém o reconheceu mais. Ele virou outra pessoa.
"Mas eu sei, que ele se sente culpado. Por ter seguido ordens, ao invés de ir atrás dela. Depois disso, ele se tornou essa pessoa fria. Mas ele não é. As pessoas não mudam, cada um têm uma essência. Ele cresceu, amadureceu, e aprendeu a mostrar que não sente, quando na verdade tem um coração enorme cheio de pessoas. Você está lá, Emily Rhondes. Estar no coração de alguém como Jason, é muito valioso. Não desiste dele. Ele não vai desistir assim, vai se tocar na burrada que está fazendo. Ele sempre faz burrada. - ela riu.
Eu simplesmente não sei o que dizer, o que sentir, o que pensar. Estou cansada de pensar.
Olhei pra Jason.
Ele mexia nos dedos, enquanto batia o pé no chão de leve. Ele estava nervoso, irritado, cansado, com medo.
Era num momento assim, que ele olhava pra mim, e piscava, melhorando meu dia.
— Calma. - Aly pede. - Vou ajudar.
Ela pisca pra mim.
Sorri. Isso me animou um pouco.
Meu cérebro está num turbilhão de pensamentos, e eu só consigo pensar em dormir, dormir e dormir até meus problemas desaparecerem.

 

— Emmy. - Andrew me chama. - Emmy, acorda, linda. - Abri os olhos, e dei de cara com um guarda abrindo a porta. Esfreguei os olhos, e levantei a cabeça do ombro de Andrew. Dormir com a cabeça em seu ombro tinha virado rotina.
— É seguro lá fora. Não foi um ataque, foi apenas um grupo de caçadores clandestinos que caçavam aqui perto. Nós os interceptamos, e eles já estão a caminho de Londres para serem devidamente presos. Podem voltar a seus quartos. - ele fez uma reverência, e saiu andando.
(...)
Tudo estava vivo. Estava de volta a minha cidade, no sul, que estava como eu me lembrava.
Estou com meu pai, andando entre as barracas da feira, até que ele me puxa pra uma barraca roxa com estrelas, toda fechada. Uma placa de madeira dizia: "Vidente Escarlate".
Acompanhei meu pai. A barraca era colorida, simples, tinha apenas um grande armário de poções, um balcão, um alçapão no chão, e uma mesa rodeada de cadeiras.
— Hanala? Sou eu, Steve Rhondes.
— Steve? - Uma mulher negra e rechonchuda se levanta atrás do balcão. Ela cantarolava a canção em latim que meu pai costumava cantar. - Como é bom te ver! -seus olhos caem sobre mim, e seu sorriso desaparece. - Ele começou a...? - Perguntou. Vi meu pai assentir. - Eletrocutou alguma coisa? - assentiu novamente. -Traga-a até mim.
Abri os olhos.
Vidente Escarlate.
Nunca tinha ouvido falar. Nunca tinha entrado naquela tenda. Nunca tinha eletrocutado nada.
— Tudo bem, queridinha? - A voz de Georgia e Dakota ecoaram pelo quarto vazio. Logo de manhã não, por favor...
— Ai senhor. - disse, esfregando os olhos.
— Jason tem passado mais tempo comigo, não é? - Dakota se senta na cama de Wanda, de frente pra mim.
— Aconteceu alguma coisa?
— Se tivesse acontecido, eu não contaria.
— Ele me contou. - Dakota falou. Georgia lança um olhar pra ela que dizia "O que? Isso não fazia parte do plano! Você vai estragar tudo, ele não falou nada!"— Disse que conseguiu despistar você. - Revirei os olhos.
— Ele tem passado mais tempo com todos. Não vi ele nem olhar pra você, enquanto você o observa toda hora. - Senti minhas bochechas corarem. - Está corada?
— Estou vermelha de raiva. Georgia e Dakota, eu vou levantar daqui e meter a mão cara das dua...
— Você gosta dele, não é? - Georgia afirma. Abri a boca pra responder, mas não tinha uma resposta a altura. - Tudo isso é ciúmes. Mas amiga, Jason não gosta de você. - Dakota se aproxima de mim.
— Ele gosta de mim. - foi suficiente pra eu levantar num pulo, e socar o nariz dela, que começou a sangrar um pouco. Elas gritaram, e em pouquinho tempo um guarda, Jason, Eron e Pedro apareceram na porta. Revirei os olhos, sai andando e me tranquei no banheiro.
Essas filhas de uma vaca entram no meu quarto, e começam a me infernizar as 7:00 da manhã. As duas são aquele tipo de pessoa que pedem pra levar um chute.

 

Coloquei um short azul escuro com uma regata branca, e desci, passando direto da cozinha pra fora.
— Senhorita Rhondes. - Uma voz feminina me chamou. Não sei porque, mas tinha a sensação de conhece-la. Ela era ruiva e branquinha. Algo em seus cabelos me fazia querer mexer neles. Andrew parece andando rápidamente atrás dela.
— Tia Flora, não... - ele para de falar quando me vê, e esfrega os olhos. - Ai ai. Emily, essa é minha tia, Camilly Flora. Pode chama-la de tia Flora.
— Não pode não. - ela diz irritada. - Senhorita, creio que seu pavio seja curto, não? - Reviro os olhos, Andrew se coloca ao meu lado, e segura minha mão.
— Elas entraram naquele quarto sete horas da manhã, pra me provocar. Elas pediram por um soco.
— Violência nunca é a solução. Acho que posso poupar o rei de saber dessa história, já que não vai se repetir. Não é mesmo?
— Claro. Mas se elas falarem comigo de novo, não me responsabilizo pelos meus atos. - ela nega com a cabeça.
— Nada disso, senhorita Rhondes. A princesa Alysha dará aulas de auto proteção, Muay Thai e luta básica. Sugiro que liberte seu ódio nos sacos de pancadas, ou as coisas vão ficar pretas. - Ela desce um degrau para ficar da minha altura. - Tenham um bom dia.
E sai por onde entrou.
— Sua tia é louca.
— Não é.
— É sim.
— Ela só é obcecada por regras, segurança e bom comportamento.
— Louca.
— Também. - Ele sorri. - O que elas disseram?
Olhei pra baixo.
Tentava não parecer chateada, mas falhei.
— Não quero falar disso.
— Ei - ele segurou meu queixo, me fazendo olhar pra cima. - Não as ouça, Em. Você é melhor que elas.
O olhei.
— Você me chamou de Em.
— Hã? Não chamei não.
— Chamou.
— Não chamei.
— Chamou, Andrew.
— Não, não chamei.
— TA BOM, ANDREW.
—Você é minha Emmy. Não Em. - Sorri.
Você é minha Emmy.
Você é meu anjo, Em.
Eu não entendo mais nada.
(...)
— Certo, vocês não podem lutar para agredir outras pessoas. - Camilly explica. - Ouviu Emily?
Revirei os olhos. A aula era opcional. Todos aceitaram fazer, menos Georgia, Dakota e Hlenah - Hlenah não bate em ninguém. Mas ela assistiria.
— Bem, vou deixa-los. Se comportem. - A ruiva deixa a sala de treinamentos, e segue seu caminho.
A sala de treinamento tinha um tatame azul e macio que revestia todo o chão. Mais afastado, tinham sacos de pancadas vermelhos pendurados, e uma academia com várias coisas.
— Certo. - Aly disse, se colocando a frente de todos nós. - A senhorita Camilly disse que não podem usar isso pra agredir pessoas. Mas é claro que podem. Ouviu Emily? - sorri. - Já que está distribuindo socos, quer vir aqui? - Neguei com a cabeça.
— Elas mereceram.
— Ta bem, vem cá. - Me levantei do chão, fui até a nossa professora, sentindo os olhares de todos sobre mim.
— Eu acho qu... - Fui interrompida por Aly, que me atacou de uma forma incapaz de descrever. Resumindo, eu fui ao chão, gemendo de dor. Algumas pessoas se assustaram, e vi Andrew arregalar os olhos, preocupado, talvez.
Me mexi, me levantando devagar e olhei pra ela.
— Assim, meus amigos, que se derruba uma ruiva de pavio curto. Palmas. - Pediu, pras pessoas, que obedeceram. Ri, batendo palmas também. - Jason. Meu lado, agora. - O olhei assustado, e vi que ele fez o mesmo.
— O que?
— Qual o problema de vocês? É pra vir aqui, priminho. - ele obedece, se colocando do outro lado de Aly. - Isso vai ser legal.
Ela vai pedir pra gente lutar?
— Jason, me dá um soco. - Pediu.
— Não vou bater em você, Aly, pare com isso.
— Está com medo?
— Não. Você é garota, minha prima, minha amiga, e tem um rosto bonitinho demais.
— Sabia que ia amarelar. - provoca. Kiro e Eron colocam lenha na fogueira, puxando um coro de "Uuuuuuh"
— Não vou bater em você.
— E se estiver com raiva?
— Não, Aly.
— Jason, isso é uma aula. Preciso da participação dos alunos.
— Pede pra outra pessoa.
— E se eu fizer isso... - Ela se vira pra mim, e acerta um soco na boca que me faz cair e ainda rolar pro outro lado da sala.
Sou saco de pancadas agora, é?
Fez meu nariz sangrar só um pouquinho, mas eu ainda estou inteira.
Vi os músculos de Jason se contraírem.
Ela o irritou.
— Aly! - Ele gritou, lançando um olhar duro pra ela.
— Me dá um soco que eu paro. - ela sorriu. Ele não fez nada, indeciso.
— Ta bem. Vamos lá, Emily.
Estou pronta pra apanhar, quando vejo Jason acertar o punho em seu queixo.
Foi leve, apenas a fez cambalear.
— Não toque nela de novo. - disse, autoritário. Era assustador, o tom que ele usou.
Ele estava realmente irritado. Tudo porque alguém me bateu.
Ele se importava comigo.
Só não queria me destruir, como acha que vai fazer.
— Pode deixar. - Aly bateu uma continência pra ele. - Senta lá, garanhão.
Ele me olha, como se quisesse vir até mim, mas seu orgulho não deixa.
Jason volta pra seu lugar.
Forcei um sorriso.
— Garota ruiva de pavio curto no chão... Alguém me trás gelo? - pedi, acenando com a mão. Hlenah saiu pela porta pra buscar gelo, e Andrew e Wanda vieram até mim.
— Consegue andar? - Andrew perguntou me puxando pela mão.
— Consigo, claro. Aly, você soca bem.
— Que nada. Jason soca melhor.
— Foi o maior soco que me deram. - sorri.
Andrew, sempre dramático, foi me segurando caso eu caísse, até o banco. Hlenah voltou com o gelo, e eu o coloquei no nariz.
— Certo, agora que já dei as demonstrações de socos que deviam ser falsas, podem socar os sacos de pancadas, enquanto eu vou ali receber uma bronca do príncipe Jason protetor de ruivas.
Todos seguem para os sacos, enquanto eu fico no banco, fingindo que não ouvia a conversa dos dois primos.
— Aly, ela podia ter se machucado.
— Ela se machucou.
A frase que ela disse no abrigo ecoou: "Vou te ajudar"
— Podia ter sido feio. Talvez não devesse ser professora.
— Ah, pra que esse drama? Ela está bem, olha.
Entrei em seu jogo. Não entendi bem, mas acho que era pra fingir um pouco. Foi o que eu fiz. Levantei a cabeça com uma cara de dor, embora não esteja mais doendo.
— Hm, é, acho que peguei pesado.
— Pegou sim, Aly. - ele cruzou os braços.
— Você também pegou pesado com ela. Não sei o que aconteceu entre vocês, mas ela está arrasada. - Ela deu um tapinha no ombro dele, de leve e saiu andando.
Desviei o olhar assim que ela saiu. Pude sentir seu olhar em mim. Aproveitei e o olhei novamente. Ele respirou fundo, e veio até mim.
— Você...?
— Sim. Tudo bem. Não foi nada. - ele assentiu, mas ainda ficou parado na minha frente.
— Eu... - Esperei. Ele ia dizer. Só precisava esperar. - Por que bateu na Dakota?
Ai meu Deus...
Levantei, praticamente bati o gelo em suas mãos, e sai andando.
Me posicionei em um dos sacos, e comecei a soca-lo, com toda a minha força.
Se ele queria saber por que eu bati na amiguinha dele, perguntava pra ela. "Ela é louca, eu não fiz nada." Seria a resposta.
— Ei, vai derrubar o saco. - Aly zomba. Paro de socar, ofegante. - Viu? Deu certo.
— O que? Meu nariz quebrado?
— Ele te defendeu com tudo. E depois ainda ficou sabendo que te magoou.
— Não queria que ele soubesse que estou chateada.
— Acredite, psicologia reversa funciona com garotos. Ele vai se sentir culpado. - Sorriu.
(...)
Os dias passaram normais.
Nada de especial, apenas aula, ignorar Dakogia, - friendshipp que criei das duas - ignorar Jason, pensar em Jason, pensar em Andrew, não conseguir dormir, levar soco, almoço com víboras, conversar com Wanda, shippar Hlenda, conversar com Andrew, consolar Eron, palestra da Cmilly, uma tretinha de vez em quando... Bastante coisa.
Mas todos estavam animados para o desfile da paz, e depois voltaríamos pra cá, como já estava previsto.
Partiriamos para Londres em algumas horas, que aproveitei para passear pela mansão. Fui até um lugar que nunca tinha visto direito: o bosque.
Era bonito, tinha algumas flores, mas era pequeno, não dava pra se perder. Andei até chegar na cerca alta e de ferro, onde se lia: "Alta voltagem"
— Não devia estar aqui prince... Emily. - Philipe parou sua ronda em volta da cerca, e sorriu.
— Oi Philipe. - tenho o visto mais vezes. Ia me apoiar na cerca, mas ele impediu.
— Não toca nisso!
— Ai, esqueci. Essa coisa frita um elefante. - sorri.
— Resumindo: Você morreria.
— Então obrigada por salvar minha vida. - ri.
— Eu... Fiquei sabendo que você contestou o rei, quando ele disse que desobedeceriam as ordens das Destructives.
— Tive que fazer isso. Ainda tenho medo de que elas descubram que estamos aqui, e.. Você sabe. - ele assentiu.
— Muita gente morreria. - Ele fala, olhando ao redor. - Bem, tenho que correr. Foi bom falar com você, Emily.
— Digo o mesmo. - sorri. - Tchau Philipe. - ele acena, e volta a fazer a ronda.
Caminho por onde eu vim, até chegar e ver os carros que nos levariam parados ali.
(...)
Fomos do mesmo jeito no carro.
Dessa vez tudo estava mais calmo. Kiro conversava com Eron, Dakota com Georgia, Jason apenas ouvindo as duas, Hlenah, Wanda e Andrew conversavam, e eu apenas escutava, sem vontade de falar.
Todos acabaram dormindo, menos eu. Andrew apoiava a cabeça no meu ombro, e Wanda usou seu tronco como travesseiro, enquanto ele passou o braço em seus ombros.
Eu observava todos dormir, quieta. Era tediante.
— Não consegue dormir? - olhei na direção do sussurrador. Jason. Droga.
Neguei com a cabeça.
— E você?
— Já disse que sou o rei aqui.
— Eu já disse que tem guardas ao lado.
— E se você precisar de mim? - ri. Como ele era engraçado. - Em, eu fiz isso pra te proteger. Dói em mim também. Mas... eu gosto de você, Emily Rhondes. E por gostar de você, quero você segura. E feliz. - ele olhou pra Andrew dormindo em meu ombro, com uma visível dor nos olhos.
— Eu não quero estar segura, seu burro. Eu quero você. - Respirei fundo, e desviei o olhar pra janela. Você não vai chorar, não vai chorar...
— Em...
— Nós tínhamos um trato. Ele acabou?
— Eu achei que você... Fosse querer outra coisa. Outra pessoa.— a última parte sai como um sussurro.
Eu não tinha pensado nisso. Em Andrew. E não queria pensar agora.
Fiquei assim, olhando a janela, até o dia começar a nascer lá fora, e todos nós descermos do carro.
— Bem vindos de volta. - O rei disse, descendo a rampa do abrigo.
— Mãe. - Jason abraça a mãe e o pai em seguida.
— Aconteceu algum problema? Fora os caçadores e do incidente na piscina?
— Nada com que eu não pudesse lidar.
— Esse é meu garoto. - O rei bagunçou os cabelos do filho. A rainha Briana veio até mim.
— Ah, querida. Como você está?
— Estou bem. - forcei um sorriso. - Não foi nada, Jason me salvou. - Foi a vez dela dar um sorriso de orelha a orelha. Me sentia péssima por dar esperanças a ela assim.
— Que bom, querida. - ela segura minhas duas mãos.
Estava prestes a subir a rampa do abrigo, a fim apenas de deitar na minha cama, quando vejo o rei e Jason novamente conversando. Mas eles estão sussurrando, afastados.
— Houve outro ataque aqui. Acho que deveria saber. As Destructives acham que Lyly morreu no ataque. A dublê dela não sobreviveu.
Arregalei os olhos, e vi Jason fazer o mesmo.
— Elas deixaram uma mensagem. Estão tentando remover, mas é difícil. Não deixe ninguém ir a sala de jantar.
Era pra lá que eu ia.
— Pessoal, - Jason chamou a atenção das pessoas - a sala de jantar encontra-se inacessível. Por favor, fiquem longe de lá. - Ele passa os olhos por todos. - Emily. - Ele sussurra, dando por minha falta. Subo a rampa correndo, e abro a porta do abrigo.
— Emily! - A voz em forma de eco de Jason chega até mim. Não dou ouvidos. Continuo correndo pelo castelo, até abrir a porta da sala de jantar.
A mensagem era escrita com sangue.
"Morte a Vidente Escarlate, e a última Rhondes. Dê o que queremos"
Jason me agarra pelo braço, e me faz sair dali. Eu obedeço, e vou cambaleando.
— A ordem era não vir aqui! Você não ouviu? Se meu pai descobrir que você viu...
Eu não ouvia ele.
Morte a Vidente Escarlate e a última Rhondes.
Vidente Escarlate.
Ele chama meu nome algumas vezes, mas eu não consigo responder, apenas sinto minhas pernas falharem.
— Emily! - ele me segura a tempo. - O que foi?
— Eu... Sei quem é Vidente Escarlate... Jason... - Sinto lágrimas encherem meus olhos a cada instante.
— Não, não, tudo bem. - ele me abraça, ainda me segurando evitando de eu cair. - Vai ficar tudo bem, Em.
— Eu... Não sei o que elas querem... Se soubesse eu acabava com isso...
— Não se culpe. - ele negou, tocando minha bochecha. - Você não pode fazer nada.
Minha respiração se acalma.
Ele era como um calmante.
Até que volto a realidade.
Afasto seu corpo do meu, e sustento meus pés.
— Eu estou bem. - disse, saindo andando. Ouço seu suspiro daqui.
Tenho que achar a Vidente Escarlate. Como faria isso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "How To Be The Princess of England" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.