Immortal escrita por havilliard


Capítulo 15
1941


Notas iniciais do capítulo

Olá. Quanto tempo, não é mesmo?!
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1941, Alemanha.

Pela centésima vez aquela noite, a menina olhou o relógio sobre sua cômoda. Inundada de tensão, ela se levantou da cama, desfez a bolsa e refez novamente apenas para se distrair. Como nas outras trinta vezes em que o fez, não ajudou. Então, olhou o relógio novamente.

Havia um ano desde que a guerra iniciou. Um ano desde que Hitler decidiu que os judeus deviam ser mortos, apenas por se achar melhor que eles. Um ano desde que sua vida virou um inferno. Não que ela fosse judia. Nada disso. Na verdade, a loira era filha do braço direito de Hitler. Filha de um dos comandantes do exército. E o pai certamente teria um enfarto se descobrisse que a filha anda tendo encontros secretos com um judeu. Ao pensar nisso, a moça se recostou em sua janela, sentindo a brisa fresca de Thüringen. Lembrava-se de como conheceu o rapaz como se houvesse acontecido naquele mesmo dia.

Ela estava com a amiga, sua querida Luce, em uma joalheria. Estavam escolhendo colares bonitos para a festa que teria àquele mesmo dia. Como se soubesse que o veria, Alexandra olhou para rua e encontrou o rapaz de cabelos castanhos cobertos por uma boina, deixando apenas a pequena franja de fora e caminhando despreocupadamente pelas ruas alemãs. Ela o ficou encarando até que o garoto encontrou seu olhar. Todo o ar foi embora dos pulmões da menina ao notar o quão azuis eram os olhos dele. Como se puxada por um imã, a garota foi até o rapaz, não notando o carro que vinha em sua direção e a acertaria em cheio se alguém não a houvesse empurrado no chão.

Um pouco desnorteada, a garota olhou em volta e notou a pequena multidão que havia formado um círculo em sua volta. Ela tentou levantar, mas uma tontura a impediu, dando lugar a uma dor aguda na cabeça. A garota levou uma mão até o lugar onde havia doído.

— Ale... Senhorita — uma voz falou bem ao seu lado, fazendo seu corpo estremecer. A garota virou na direção da voz, encontrando o olhar azul e preocupado do garoto que a levou até a quase morte iminente. — Senhorita, você está bem? — ele perguntou.

— Acho… acho que sim. — a loira respondeu, um pouco alheia.

— Consegue levantar? — o menino estendeu a mão para ela, que a segurou fortemente, sentindo um choque percorrer por seu corpo. O garoto a puxou para cima e a segurou pela cintura, ajudando-a a ficar de pé.

Foi ali, tão perto dele, que ela notou algo que destruiu qualquer possibilidade dele procurá-la. A estrela amarela.

— Obrigada. — murmurou, quando notou que podia ficar de pé sozinha. Foi quando a amiga se aproximou, preocupada.

— Alexandra! Por Deus, você está bem? — perguntou a morena, segurando a amiga pelos braços e a olhando com desespero. — Quando percebi que você sumiu, entrei em desespero. Foi então que vi o burburinho sobre alguém ter quase sido atropelado e enlouqueci.

— Estou bem, Luce. Acalme-se. — Alexandra tranquilizou a amiga. Depois, se voltou para o garoto que a salvara. — Obrigada por me salvar, senhor…

— Tomlinson. Louis Tomlinson. — ele respondeu com um sorriso.

Depois disso, Louis procurou por Alex através da amiga dela e, desde então, vivem um romance secreto.

Quando ouviram sobre o recolhimento dos judeus para os Campos de Concentração, decidiram fugir para a Suíça.

Um movimento logo abaixo da janela retirou a menina de seus devaneios. Ela olhou o relógio novamente. Estava na hora. Seu coração deu um salto ao ver o brilho dos cabelos grossos e castanhos do rapaz e seu estômago embrulhou de ansiedade.

Alex! — ele chamou, em um sussurro alto.

— Estou indo! — ela respondeu, do mesmo jeito. Ela se afastou da janela e trancou a porta, apenas por precaução. Pegou a bolsa de sobre a cama, deixou um bilhete para a irmã mais nova e correu para a janela, pulando logo em seguida. Louis a segurou, abraçando a loira fortemente.

— Vamos, querida. — murmurou entre seus cabelos dourados enquanto a colocava no chão. Pegou a bolsa dela e ambos correram pelas ruas escuras.

Quando estavam próximos ao local de onde sairia o carro que os levaria até a fronteira, uma patrulha se aproximou. Ambos tentaram correr e se esconder, mas não deu tempo. Os soldados os pararam.

— Ei, vocês! O que pensam que estão fazendo na rua após o toque de recolher? — um dos soldados perguntou. Nenhum dos dois ousou se mexer. — Eu falei com vocês! Virem-se e respondam!

Naquele momento, Alex desejou não estar vestindo uma das roupas de Louis para poder fugir. Se virassem, os dois morreriam. E foi exatamente o que o garoto fez.

— Eu a sequestrei. — o moreno começou, recebendo um olhar horrorizado da parte da loira. — Ela estava tentando fugir e eu corri atrás dela.

— Louis, o que está fazendo? — a garota questionou, confusa e um pouco magoada.

Salvando sua vida, uma voz falou na mente dela.

— Isso é verdade, senhorita? — o soldado perguntou. Com o canto dos olhos, ela pode ver um dos soldados imobilizar seu amado e entrou em desespero. — Olhe para mim, garota. — e então, ela virou.

O soldado a analisou e ao rapaz deitado no chão com uma arma em sua nuca.

— Peguem-na. — ordenou.

A menina correu quando viu os outros soldados irem em sua direção. Mas, ao invés de correr para longe, ela correu para o garoto no chão.

Alex, não!, ele implorou em desespero.

Ela continuou correndo e se jogou contra o guarda, que caiu e soltou o garoto.

Os momentos seguintes foram muito rápidos para serem lembrados com clareza. Havia vários corpos um sobre os outros, um som de gatilho e um estrondo. E depois, um berro de agonia.


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Notas finais do capítulo



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