TOUCH SPACE escrita por Arabella


Capítulo 2
1


Notas iniciais do capítulo

Atualização todos os sábados



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1

“Papai!”, ouvi minha garotinha correndo pela porta com seu dinossauro de pelúcia quase maior que ela. Seus cabelos presos em marias chiquinhas, balançando junto com suas bochechas levantadas em um largo sorriso infantil.

 

—Como vai a minha princesinha?- perguntei pegando a no colo e rodando como ela gostava, e dava risadas gostosa de ouvir. Ela havia crescido dês de que a vi pela ultima vez, estava levemente mais alta, e bem mais esperta.

 

—Estou bem!- ela riu fechando os olhos.-Trouxe balinhas de urso?

 

Como sempre ela me pedia balinhas de goma em forma de urso, eram suas preferidas, e deveriam ser das coloridas, porque ela gostava de separar por cor antes de comer.

 

—Claro que sim!- Respondi tirando as balas de dentro da minha bolsa e juntamente um livro.- Trouxe mais uma coisa, isso aqui é para você, você promete guardar ele bem? Em um lugar que ninguém encontre? Como em um pique esconde, só que dessa vez não podem achar esse livro até você ficar grande, combinado?

 

Ela me olhou com os olhos esbugalhados, mas logo pegou o livro das minhas mãos e correu, correu para aonde eu não poderia ver.

 

—Você veio mais cedo do que de costume.-disse minha mãe, fumando seu cigarro e bebericando seu chá como uma boa e velha britânica em seu fim de tarde.- Como estão as outras garotas?

 

—Estão bem!- disse coçando a cabeça.- Jhon está com uma das meninas na Argentina, Carol e Sarah estão com meninas na Inglaterra, Brianne irmã de Jhon está com uma delas na frança, e o que os teste concluem é que todas já demonstraram algum tipo de mutação, menos a Zoe.

 

— Que tipo de mutação Theo?- Minha mãe apaga o cigarro, se levanta e vem andando em minha direção.-Se essa criança que estou cuidando não desenvolveu nada até agora, ela não vai desenvolver mais nada. Ela não é especial, podemos mandar ela para um orfanato enquanto da tempo.

 

Eu não a respondi, ver aquela pequena bolinha correndo desajeitada em minha direção me fez pensar em quão especial ela era, e não suportaria descartar como se não fosse algo relevante nesse projeto, ela era um sobrevivente.

 

—Venha aqui Zoe.- Chamei e ela veio em passos devagar e cautelosos, parecia ter visto algo ruim acontecer.- Filha você está bem?- perguntei pois jamais havia visto ela daquela forma, ela estava assustada. Ela olhou nos meus olhos, e eu vi.

 

Havia um carro capotado, muito sangue, uma criança maior desmaiada no banco traseiro presa pela cadeirinha e pelo cinto, vidro espalhado, e uma mulher pedindo socorro sem conseguir gritar. Tinha um homem morto em seu lado, e um outro homem se aproximou da mulher. Seu rosto estava embaçado, mas a roupa era de uma corporação do governo, eu logo reconheci o uniforme da AIDGA, então ele sacou sua arma e deu dois disparos.

 

Zoe havia me feito ver a morte da minha irmã, ela caiu no chão e chorou. Uma criança de 3 anos transmitir algo tão brutal e cruel era terrível, terrível de verdade, ela era apenas uma criança e viu tal cena que eu não sabia o que fazer.

 

A peguei o no colo e fiquei a tranquilizando, até que ela pegou no sono.

Eu estava arrependido de ter feito ela dessa maneira, a minha própria filha viu uma das coisas mais terríveis, ela viu um assassinato aos 3 anos, e eu era o culpado disso, eu não suportaria a ver sempre tendo essas visões, me machucaria.

 

Eu a coloquei na cama em seu quarto e saí, eu precisava fazer algo para fazer parar, mas foi quando eu saí de seu quarto que eu vi o inesperado, ela saiu de seu corpo, veio até mim e me entregou o colar da minha irmã que havia sumido.

 

Ela esteve lá.


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