Redenção escrita por mjonir


Capítulo 7
Bônus - A nenhum lugar senão para cima


Notas iniciais do capítulo

Mais um de presente. Hihi!
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O vento fresco bateu em meus cabelos me fazendo fechar os olhos, a paisagem em cima daquelas pedras me deixava extasiada, depois de uma noite estrelada minha segunda paisagem favorita é a do pôr do sol.

Hoje é um dia quente no Texas e aproveitei pra passar o dia todo na praia tentando surfar e não morrer afogada. As ondas batiam nas pedras abaixo de mim e o som era maravilhoso, fechei os olhos e abri os braços, fazia um tempo em que não me sentia desse jeito.

Quando era criança costumava vir aqui e desfrutar de toda aquela paz, porém da maneira que fui crescendo outras coisas me tomaram o tempo e eu deixava para ter alguns momentos de paz para depois. Hoje foi um dos dias em que decidi me desligar do mundo e aproveitar tudo de maravilhoso que esse lugar me reserva.

Meu celular tocou de repente com minha música favorita e eu suspirei, pensei que seríamos apenas eu e o mar. Era meu namorado ou talvez ex. Já fazia um tempo em que estávamos brigando por coisas banais, ele geralmente ficava estressado e eu queria entender o porquê.

Sabia que ele estava daquela maneira porque havia acontecido algo, porém nunca queria dividir comigo, muito diferente de mim que contava tudo que me afligia, ele sabia praticamente tudo sobre mim e eu quase nada sabia sobre ele, a única coisa de que tinha certeza é de que era amada.

— Alô. – Disse seca.

— Hey Di, meu amor. Como você está? – Ele disse como se não estivesse acontecendo nada.

— Me diga você como estou. – Respondi irônica.

— Ainda está nervosa por causa de nossa discussão de ontem? – Ele riu.

— Por que quando discutimos sobre algo você age como se nada tivesse acontecido e ainda tenta me fazer sentir culpada? – Aumentei a voz.

— Ei, calma! Estou tentando manter uma conversa civilizada com você, Diana.

— Agora você quer conversar? Ahhhh, como eu aprecio isso.

Então quer dizer que agora ele queria resolver as coisas? Não dessa vez, sempre caio nessa por amá-lo demais, não vou ser a primeira a ceder como sempre.

— Estou indo te encontrar!

— Você não faz ideia de onde estou e não quero conversar hoje. – Disse brava.

— Eu sei sim, estou te vendo daqui. – Ele riu e desligou o telefone.

Olhei em volta bufando, desconfiava que meu namorado fosse um agente da CIA que sabia de todos os meus passos, ele sempre me encontrava em qualquer esconderijo que eu poderia ter e aquele nem Luna e meus pais sabiam.

Ele chegou por trás e me abraçou me arrancando risadas discretas por me fazer cosquinhas e se sentou ao meu lado.

— Uau! Que paisagem maravilhosa, vejo que te inspira. – Seu olhar parou em meu colo onde se encontrava meu secreto caderninho de desenhos.

— Ela me parece muito sem graça desenhada e aqui é como se acabasse presa, o mar é livre e selvagem assim como o sol. – Disse mantendo meu olhar no infinito das águas.

— Sabe, quando coloquei meus olhos em você naquela escola tive certeza de que você é a garota mais livre de espírito de todo o Texas, a maneira que você ria para sua melhor amiga e o jeito que se veste e usa o cabelo é como se fosse escolhido a partir de seu humor.

Eu soltei uma risadinha, ele é muito observador. Quando acordo absolutamente tudo depende do meu humor.

— Quando te conheci pessoalmente no baile de inverno percebi que não é igual às outras garotas, Diana. Não liga muito para o que as pessoas acham de você e está mais preocupando sendo você mesma do que tentando se ajustar aos padrões. É forte e teimosa como uma mula, é gentil e respeita a opinião das pessoas mesmo não concordando e não leva desaforos pra casa. – Ele me olhou rindo. – E o que eu mais amo em você é sua intensidade, acho que nunca a vi sentir algo pela metade e espero que nunca mude isso, nunca mesmo.

Fixei meu olhar no seu, eu estava chorando e percebi que ele ficou surpreso. Eu choro sim, mas não costumo fazer isso na frente das pessoas. Chorar não é algo que eu gosto, pois rir é meu esporte favorito o bom humor é essencial para mim.

Tudo aquilo que ele disse me fez sentir bem, os elogios que costumava receber eram apenas de meus pais e claro que ficava feliz com aquilo, porém é muito melhor escutar esse tipo de coisa de quem você ama e que não faz parte de sua família.

Pousei minhas mãos em seu rosto e sorri.

— Está tentando me manipular para esquecer nossa discussão? Se está fazendo isso mesmo quero dizer que não está conseguindo. – Eu comecei a rir e ele também.

— Me desculpe por não compartilhar o que me aflige com você, é que apenas tem coisas que eu prefiro não falar e lembrar só quero que passe logo, entende?

Acho que foi a primeira vez que ele foi tão sincero sobre o que sentia além do que sentia sobre mim.

— Tudo bem, me desculpe por ser tão teimosa assim, porém não te perdoarei por invadir meu esconderijo secreto. – Disse fazendo cara de brava.

— Acho que você vai me desculpar sim senhora. – Ele me entregou um pequeno buquê de margaridas.

— Ai meu Deus! Eu odeio você, é sério. – Ri mais alto.

Esse garoto realmente não existia, ele sabe que gosto de coisas simples e é por isso que conseguiu me conquistar. Ele é apenas ele mesmo comigo e eu me sinto muito livre em sua companhia.

Deitei em seu colo e começamos a rotineira conversa sobre sair por ai viajando e conhecendo gente nova e lugares novos, meu namorado sabia o quanto me sentia engaiolada no Texas e minha necessidade maluca de mudar as coisas.

—Tudo bem, eu quero ir para a Nova Zelândia e o Deserto do Saara. – Disse eu com convicção.

— O Deserto do Saara? O que tem de legal lá? – Ele riu.

— As estrelas, o céu noturno de lá é incrível e eu preciso conhecer tirar fotos e desenhar.

— Falando em desenhar, quando vou poder ver esse caderno? – Ele puxou do meu colo e eu fiquei desesperada. – Por que nunca pode mostra-lo a ninguém? Por acaso me desenhou nu? – Disse rindo alto.

Eu não pude deixar de rir dele, é óbvio que eu não ia desenhar ele e nem ninguém nu, que coisa mais maluca.

— Quem sabe, não é mesmo? – Disse caçoando e fazendo cara de malícia. – Bom, já que quer tanto ver meus desenhos, veja, mas não quero que dê risada ou conte a alguém.

— Eu prometo. – Disse me dando o dedo mindinho me dando sua palavra.

Ele abriu o caderno e começou a observar meus desenhos, os primeiros eram apenas sobre o céu, as estrelas, planetas e meteoros.

Enquanto meu namorado ia passando as folhas os desenhos foram ficando um pouco melhores com as paisagens do Texas, montanhas, o mar e logo depois apareceu Luna com seu sorriso extravagante. Sorri ao me lembrar de minha melhor amiga, ela é tão bonita e se preocupa comigo, sou imensamente grata por tê-la em minha vida.

Logo depois meus pais apareceram, eu amava aquele desenho deles. Minha mãe mantinha seu olhar no de meu pai e ela o olhava de uma forma tão apaixonada da qual eu sempre me senti emocionada ao ver, ela o ama tanto que é quase palpável e principalmente a partir daquele desenho.

Mais páginas de paisagens passaram e meu rosto de esquentou quando meu namorado parou na página em que a paixão começou a me tomar, tinha uma frase antes que os desenhos começassem:

‘’ Estamos levando para o céu e passaremos a lua para a galáxia. Nós podemos ir a lugar nenhum a não ser para cima. ’’

Ele me olhou com curiosidade e passou à página, vários desenhos de meu namorado apareceram, ele sorrindo, a maneira que dirigia seu olhar para mim.

Desenhei quase tudo em ordem cronológica desde o conheci no baile, ele estava extremamente irresistível naquele terno e naquele momento eu comecei a desenhá-lo. Sempre que tínhamos momentos memoráveis eu os desenhava da forma que via.

Ele parou em uma página sorrindo, eram meus olhos e abaixo os dele e no meio a famosa frase de Romeu e Julieta:

‘’Há mais perigo em teus olhos do que em vinte espadas. ’’

— E você disse que eu não consigo ser romântica. – Soltei um risinho.

O sorriso aumentou e ele colocou meu caderninho no colo e acariciou meu rosto, nossos narizes se tocaram e ele tomou meus lábios, as sensações que ele me fazia sentir eram completamente sem explicação e eu odiava não ter como explicar as coisas por isso desenhava o meu amor por ele.

Ficamos algum tempo apenas nos olhando até que meu celular tocou novamente interrompendo nosso momento.

— Alô?

— Senhorita Diana O’connor? – Disse uma voz estrondosa.

— Sim, sou eu.

— Preciso que venha até sua casa, aconteceu algo com seus pais e precisamos falar pessoalmente.

Levantei-me num pulo, o que será que aconteceu com meus pais? Seria algo grave? Como se tivesse lido meus pensamentos o homem disse:

— Não posso adiantar nada por telefone, apenas se apresse para vir a sua casa, obrigada. – Ele desligou.

— O que houve? – Disse meu namorado.

— Precisamos voltar para casa, aconteceu algo com meus pais.

Peguei minhas coisas e saímos apressadamente para o carro dele, fechei meus olhos e encostei minha cabeça no vidro da porta tentando reunir todas as minhas forças para o que viria depois, meu namorado segurou forte em minha mão e assim corremos até minha casa.


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Notas finais do capítulo

Muito mistério vindo por aí.
Beijos!



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