Para Sempre - Parte II escrita por JVB


Capítulo 19
Quase lá




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1 SEMANA DEPOIS

— Acho que vou voltar - eu disse para minha mãe.
— Você não está em condições de voltar e...filha, você ama o Steve. Você precisa ficar.
— Mãe, ele não se lembra de mim, é como se tudo o que passamos não tivesse existido.
— Mas existiu, Julie.
Respirei fundo, já com o choro querendo sair. Que merda, eu fiquei o dia inteiro vendo um álbum de fotos que tinha as fotos que Steve me deu quando saímos. Eu estava derrotada, já nem tinha água suficiente no meu corpo.
— Tente conquistá-lo de novo. Se for para ser, será - e ela foi para a cozinha.
Suspirei. Conquistar Steve não me pareceu uma tarefa tão difícil, se eu fosse ficar esperando ele se apaixonar por mim de novo de forma espontânea, talvez eu quebrasse a cara.
No dia seguinte eu decidi que eu tinha que tomar as rédeas da situação. Fui até o apartamento de Steve para ver como ele estava. Steve gostava de mim porque eu era engraçada. Por eu ser meio escrota também e andar com tênis de duas cores e me vestir igual uma idiota. Certo. Eu estava parecida comigo quando tinha 17 anos. Era isso, eu tinha que ser EU mesma. Essa coisa de salto, roupas caras e bonitas eram meu novo estilo, mas eu gostava bem mais da simplicidade. Eu sempre fui assim e Steve me amou por isso.
Bati na porta e quem atendeu foi ele. Esperava que Steve estivesse na cama.
— Julie. - Ele disse e então abriu um leve sorriso. - Que surpresa.
— É...que bom que gostou, não é mesmo? Você está sozinho?
— Não, mas eu cansei de ficar deitado naquela cama. Já está tudo bem - ele disse e então me convidou para entrar. - Como você está?
— Bem, e você?
— Estou ótimo. Não tenho nada para te oferecer aqui em casa... desculpe.
— Eu não quero nada, só queria mesmo saber se estava tudo certo.
— Steve! Achei seu álbum de fotos! - A mãe dele gritou de algum lugar.
— Merda - ele disse. - Ela vai ficar comovida com as fotos da minha avó e da minha irmã. - Mãe, não é uma boa ideia! - Ele gritou de volta. - Seu tênis está desamarrado.
Olhei para meus pés e de fato meus tênis estavam desamarrados.
— Ah, obrigada. Bom, vou indo.
— Já?
— Sim, eu já fico feliz por saber que você está se recuperando.
— Não totalmente. Minha memória ainda está uma merda.
Me despedi dele com um abraço demorado que para minha surpresa, foi correspondido. Enquanto estava indo para o elevador, consegui tropeçar no meu cadarço e dar de cara no chão gelado. Bati meu lábio e aquilo tava doendo muito. Steve veio me ajudar e quando me levantou vi sangue no chão. Puta que pariu.
— Meu Deus, você está bem?
— Não sei.
— Você está sangrado... - e me segurou pelo ombro. - Nossa, vamos lavar isso daí.
Aquilo estava doendo mais do que qualquer arranhão normal que eu já tive por tropeçar e cair nas ruas. Steve me levou para dentro de seu apartamento e então guiou até o banheiro. Me fez sentar na privada e foi buscar alguma coisa. Peguei um pouco - quase o rolo todo - de papel e coloquei na mina boca. Steve voltou com álcool e algodão - e com curativos que eram dele.
Ele molhou o algodão no álcool e colocou no machucado. Aquilo ardeu pra diabo.
— Calma - ele disse, totalmente concentrado. Aquele gosto de sangue já estava me incomodando, fora que eu estava salivando.
Depois de limpar todo aquele sangue que se espalhou pelo meu pescoço, vimos que era um pequeno corte no lábio superior. Fiquei horrorizada com o tanto de sangue que saiu. Depois de me olhar no espelho, Steve se ajoelhou do nada e amarrou meu cadarço. Abri um meio sorriso, e também agradeci por não ter quebrado nenhum dente. Quer dizer, eu não tinha reparado nisso. Olhei no espelho de novo e abri a boca. Puta que pariu, tinha lascado uma pontinha. Fiquei magoada e me senti horrível. Comecei a chorar de raiva.
— Não chora - ele colocou a mão no meu ombro.
— Eu lasquei meu dente!
Ele deu risada.
— Para de rir, Steve! Eu estou horrível. Como que eu vou sorrir agora?
— Deixa eu ver...não da nem para ver, Julie. - Ele colocou o rosto bem próximo do meu e eu consegui sentir sua respiração.
— Claro que dá, olha isso!
— Você ficaria linda até se tivesse perdido todos os dentes da boca.
— Oigada- eu disse, depois de um longo tempo surtando por dentro e de ter colocado mais algodão dentro da minha boca. - E como estão as coisas com a Saânta? - Não dava para falar com aquela coisa na boca, então tirei.
— Não sei, ela vem aqui as vezes mas... - ele fez um bico. - Está tudo muito recente. Aliás, você poderia parar de sumir, não é mesmo? Você fica dias sem vir aqui e não me deu nem seu telefone, menina.
— Você não pediu o meu telefone, querido.
— Anota o meu - e me fez anotar seu telefone. Salvei como Srece para relembrar. - Srece?
— Foi assim que eu salvei seu nome quando nos conhecemos.
— Você é meio batatinha.
— Eu sei, não faço por mal.
— Gosto mais assim. - E colocou a mão no meu rosto. - Eu queria tanto lembrar de você. Gosto de você, acredito que o nosso namoro tenha sido incrível. A gente chegou a transar?
— Sim, muito.
E ele continuou me olhando com aqueles olhos verdes.
— Queria me lembrar disso também. - Dei um soquinho no seu ombro e ele riu. - Eu não sei mas você me traz uma sensação tão boa.
Isso! Eu estava conseguindo.


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