Para Sempre - Parte II escrita por JVB
STEVE
29 de dezembro
Samanta havia me ligado dizendo que voltaria amanhã e que passaria o ano novo comigo. Não pude evitar de ficar estranho ao telefone, eu estava me encontrando com outra mulher...com Julie. Ela não merecia isso, Samanta era uma ótima pessoa e me amava muito. Eu sabia disso.
Fiz tudo o que eu tinha que fazer – lavar louça, arrumar minhas coisas – e depois liguei para Julie. Eu sei que ela só quer falar comigo quando nós dois tivermos tomado uma decisão, mas eu não conseguia mais ficar longe dela.
- Steve? – Sua voz estava contida.
- Julie...hã, como você está?
- Bem, e você? Está tudo bem?
- Ah, sim. Sim! Está tudo bem, muito melhor agora que eu ouvi sua voz mas...enfim. Eu sei que ficou claro que só iriamos nos ver depois de termos tomado alguma decisão sobre o nosso futuro mas é que...eu quero muito ver você.
Um suspiro.
- Vamos nos ver então. Minha avó estava indo para aquela casa de campo dela porque precisa pegar alguma coisa lá, eu não sei. Quer ir?
- Te vejo daqui meia hora.
E desliguei. Não pensei em mais nada, apenas peguei a chave do carro e segui caminho para a casa da avó de Julie.
Chegando lá, acabei me deparando com minha avó e ela me parou logo que eu sai do carro.
- Steve? O que está fazendo aqui?
Fiquei em silêncio. Droga.
- Hã...preciso falar com Augusto – menti.
- Ah, sim.
- Coisas do meu pai, sabe?
- Depois passe em casa. Fiz um bolo de limão que você adora.
- Claro, claro. – Dei um beijo em seu rosto e me despedi.
Bati na porta e Julie atendeu na mesma hora. Ela estava linda, com um vestido azul e chinelo. Tão simples, tão Julie.
- Só estavamos esperando por você – ela disse, e então sorriu.
Fomos todos para o carro de Augusto e seguimos caminho para a casa de campo. Eu estava ao lado de Julie no carro e sua avó me perguntou:
- Você não está namorando?
- Sim... – e olhei para Julie, nervoso.
- Eu entendo, querido. O coração bate mais forte para outra pessoa?
- Vó! – Julie de um gritinho.
Augusto deu risada, enquanto parava no farol vermelho.
- É isso mesmo – eu respondi.
E então fomos conversando sobre assuntos aleatórios, sobre trabalho, família e alguns assuntos engraçados que a avó de Julie criava e fazia todos rirem. Demorou algumas horas para chegarmos lá mas quando chegamos já estava anoitecendo e a lembrança do lugar me fez sorrir. Me lembrei que tinha um lago ali por perto e bom, foi perto dele que eu e Julie transamos pela primeira vez. Acho que ela deve lembrar disso também.
Ficariamos até o amanhã de manhã aqui, Augusto tinha esquecido uma papelada e não era vantajoso voltar agora.
Depois de jantarmos alguma coisa instantânea, segui Julie até o campo florido que rodeava a casa.
- Eu esqueci a minha escova de dente – eu disse.
- Tem umas escovas aí, e eu trouxe um pacote novo, te dou uma.
- Eu queria mesmo outra coisa...
- Steve.
- Você não sabe o que eu ia dizer.
- Então o que você quer?
- Um abraço – eu disse.
- Ah, - ela me olhou, desconfiada.
Nos abraçamos e beijei o topo da sua cabeça. Quando ela me apertou, senti todos os meus pelos arrepiarem.
Fomos andando, abraçados, até perto do lago.
- Nossa primeira vez – apontei para o lugar onde nos deitamos e fizemos amor.
Ela me deu um tapa na barriga.
- Você é muito incoveniente. Eu sou uma moça comprometida.
- Eu só estou dizendo – dei risada. - Foi incrível.
- Eu sei – ela disse e deu risada. – Vamos voltar, antes que...
- Antes que...?
- Nada. Vai, vamos voltar.
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