Estávamos prontas, eu pulei sendo seguido por Narissa e as gêmeas, a lua estava brilhando entre as nuvens e a névoa cobria a paisagem, estávamos voando com algumas lanternas. – Gente fiquem juntas, não podemos nos perder. – Falei. – Estamos atrás de você Jhonata. – Monna falou. – Como você irá descobrir onde seu irmão mora? – Nonna perguntou. – Eu sinto a presença dele, então quanto mais perto eu estiver mais irei sentir ele. – Falei. Finalmente pousados, começamos a iluminar as árvores e procurar o caminho, a floresta era fechada e mais a frente havia uma clareira. – Pensei, minha mente estava a mil, meu corpo estava sendo entregue aos arrepios que estavam ficando mais e mais forte. – Jhonata cuidado. – Narissa falou, abri meus olhos e dei de cara com um Burso, ele estava de pé, parecia uma estante de biblioteca, os pelos pretos e suas garras enormes, os olhos eram brancos, isso significa que ele não é letal, mas é venenoso, na verdade as garras dele são, fui me afastando devagar e mantendo uma posição ereta e prendendo até minha respiração. – Jhonata o que vamos fazer? Sai daí pelo amor de deus. – Narissa falou. – Não corram, pelo amor dos céus, se vocês fizerem algum movimento brusco eu irei morrer. – Falei. – E como vai se livrar dele. – Nonna perguntou. – Ainda estou pensando. – Falei, meus arrepios aumentaram drasticamente, sinto que todos os meus pelos estão de pé e eu sinto minha espinha gelar. – Drelfk along. – Ouvi falarem, logo em depois uma luz e depois ouvi um 'clack' e isso é tudo que me lembro, já que eu devo ter desmaiado logo em seguida. Acordar novamente, depois de tantos desmaios até aqui, minha mente está quase vazia, minhas lembranças, meu cérebro, estou cansado. – Jhonata? – Ouvi uma voz. – Jhonata você está bem? – Falou novamente. Eu abri os olhos e era como me ver refletido no espelho. – Quem é você. – Perguntamos e sintonia. – Ele é seu irmão. – Narissa falou. – Irmão de quem? – Perguntamos juntos novamente. – Vocês são piores que... – Monna falou. – Nós. – Nonna completou. – Quem?! Eu? – Falamos juntos novamente. – Tá ficando chato. – Falamos juntos novamente. – Acho que entramos no meu pior pesadelo, dois Jhonatas. – Narissa falou. – Não me chamo Jhonata, me chamo Kayo. – O meu clone falou. – Kayo? – Perguntei. – Isso Kayo Walter Slownb. – Kayo falou, tínhamos poucas diferenças, era como um jogo dos sete erros, ele usava uma calça azul e uma blusa cinza e eu estava com um short cinza e uma blusa azul. – Estranho não? Eu me chamo Jhonata, Jhonata Walter Slownb. – Então você é meu irmão? – Kayo perguntou. – Sim, somos filhos de Christopher Snow Ovilery e Arrien Colder Ovilery, você é um pedaço de mim e preciso de você pra salvar Brizard. – Falei. – Você, espera, o que? Quando? Quem? Jhonata, você falou dois quilos e eu não entendi nem meio grama. – Kayo falou. – É uma longa história, estou aqui pra te tirar daqui, Drihaelle está vindo pra te pegar em resumo e isso. – Falei. – Você é parte dos Legalistas? Já é difícil descobrir que eu tenho um irmão gêmeo, ainda descubro que sou filho do rei, que meu irmão é um legalista e que a Usurpadora está vindo atrás de mim... – Kayo falou. – Temos de ir, agora. – Falei e peguei na mão de Kayo. – Vamos, só que você terá de contar tudo isso. – Kayo falou sorrindo, nossos dedos se entrelaçaram e eu senti como se uma descarga elétrica tivesse atravessando meu corpo. – Mas preciso alertar minha mãe. – Kayo falou. – Onde ela está? – Perguntei. – Ela mora aqui do lado. – Kayo falou. Era estranho, nossa ligação estava ficando cada vez mais forte, eu conseguia sentir ele, as lembranças e os espaços vazios na mente, assim como na minha. – Onde vão? – Ouvi a voz. – Olhar pra frente e ver Drihaelle lá, uma das sombras segurava Monna e Nonna e a outra Narissa. – Se quiser elas de volta, terá de me entregar as relíquias que conseguiu e a sétima relíquia que a profecia não fala. – Drihaelle falou. – Eu não sei que relíquia é essa. – Falei. – Então me entregue as que você conseguiu. – Drihaelle gritou. Tirei as pulseiras e segurei elas, o ódio em meu coração estava maior, maior que tudo. – Você quer essas merdas? Então engula essas porras. – Gritei e joguei as pulseiras na direção do rosto de Drihaelle, consegui ver e ouvir o impacto e um belo corte em sua bochecha. – Soltem essas vadias. – Drihaelle falou. – Vocês todos vem comigo, preciso conseguir a última relíquia e depois posso matar vocês. – A vadia falou. Após sairmos da casa de Kayo ele me olhava dentro dos olhos. – Certeza que você não sabe qual é a última relíquia? – Meu irmão perguntou em um tom de voz baixo. – Não, eu não sei, a profecia não dizia e Audora falou que eu e você éramos... – Calem a boca. – Drihaelle gritou e bateu em meu rosto. – Vou matar vocês agora. – Drihaelle pegou uma adaga. – Não vai não, sabe por que? Nós somos os que você precisa, somos a última relíquia. – Kayo falou e me abraçou, nós dois começamos a brilhar e a luz me cegou.