Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 31
XXX - Welcome darkness




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STEFAN

 

 

— O que disse?

— Eu perguntei sobre o Zach ele anda meio sumido ultimamente.

— Ah sim. Ele teve que fazer uma viagem – menti. Coisa que sempre foi fácil, mas não estava sendo agora.

Minhas mãos tremiam, a sede ainda era insuportável. Liz Forbes falava sem parar, mas as palavras saiam abafadas pelo som retumbante do seu coração.

Me concentrei na cebola e apenas acenei com a cabeça apenas concordado tentando evitar a luz e contato com os olhos dela.

Liz olhou para cima e reclamou da demora de Caroline. Mas não precisou chamá-la, ela apareceu na cozinha olhando diretamente para mim.

— Hum está cheirando bem – elogiou ela e se aproximou de mim. Me retrai involuntariamente a presença dela e só piorou quando ela se juntou a mim.

O cheiro dela parecia mais forte, a sensação só piorava quando me lembrava do gosto da sua pele, a textura macia e leitosa do seu pescoço. Apertei o cabo da faca com força. Liz saiu para preparar a mesa, nós deixando sozinhos. O pânico me preencheu quando ela tocou meu braço.

Bastou isso para que toda concentração se esvaísse. Virei o rosto tentando esconder o rosto dela e acabei cortando a mão.

— Stefan! – ela se alarmou.

— Não foi nada – rosnei. Caroline puxou minha mão e cobriu com uma toalha. Sabia que assim que ela tirasse a tolha o corte teria sumido.

Liz escolheu aquele momento para voltar e Caroline retirou a toalha e disfarçadamente a jogou no lixo.

Ela ajudou a mãe com os pratos e agiu como se nada tivesse acontecido.

Olhei para tabua cheia de sangue e escutei murmurar,

— Lave-a – ordenou. Sabendo que só eu poderia escutá-la.

Mecanicamente fiz o que ela pediu. Continuei a lavar o meu sangue, aturdido demais para compreender o que ela tinha feito.

 

BONNIE

 

— Sim vovó, eu me voluntariei para ajudar e Ava com biblioteca. Eu estou de férias mesmo e adoro livros

— Mas é quando as aulas começarem?

— E meio período vó. Não vai atrapalhar. Agora já vou indo estou atrasada – beijei sua bochecha. E sai antes que ela fizesse mais perguntas

Ada me esperava com sorriso e rosquinhas

— Por um momento pensei que tinha desistido

— E deixar essas rosquinhas só pra você.

— Eu não culparia você. Esta biblioteca esta ruindo. Os jovens não se interessam mais por livros – disse ela com semblante entristecido.

— Nem todos Ava. Agora me diga, por onde eu começo.

Ava insistiu em mostrar todas as alas por mais que conhecesse todos desde doze.

Ela me incumbiu de por alguns livros doados nas prateleiras vazias na ultima ala. O canto favorito dos casais, pois ela quase nunca passava por lá. Abri as caixas e separei todos os livros por gênero e subi na escada.

Passei horas nisso e nem me dei conta que tinha anoitecido. Estava concentrada em achar outro livro de latim. Desci a escada com cuidados e recolhi as caixas vazias. Chamei por Ada, mas ela não respondeu me equilibrei com as mãos. Mesmo assim elas caíram no chão

— Droga! Ada – chamei.

Coloquei os livros dentro da caixa, mas um por um. Quando senti aquela sensação novamente o arrepio na nuca que descia pela espinha. Levantei rápido querendo ir para casa.

Quando passei pelo corredor as luzes piscaram. E tentei ignorar o arrepio. Mas eu estava ficando paranoica.

— Ada, eu preciso de ajuda aqui – pedi gritando um pouco mais alto. E enquanto colocava as caixas na mesa o arrepio voltou. Meu corpo todo estremeceu e por instinto segurei o colar, segurei com tanta força que ele parecia aquecer sobe minha mão.

Quando ergui a cabeça embaixo das lâmpadas que piscavam lá estava ela a garota dos meus sonhos

A boca dela se moveu murmurando algo

“Cuidado”

Ela pois o dedo sobe os lábios pedindo silencioso ou segredo. Não conseguia compreender bem por estar petrificada. O meu pesadelo ganhou vida e se materializou na minha frente.

Queria piscar os olhos ou desviar, ou abrir a boca para gritar ou perguntar o que ela queria de mim.

Mas meu corpo não reagiu.

A luz piscou e ela desapareceu feito magica

Alguém tocou meu ombro e o grito finalmente saiu

— Calma, calma.

— Ada!

— Sou eu. Escutei você chamando.

Ada me ajudou a levantar e recolher a caixa e o restante dos livros.

— Vem, deixa que fecho hoje

— Não. Eu estou bem. Você disse que tinha um compromisso, não tinha?

— Mas hoje é seu primeiro dia

— Vou me virar Ada. Eu já disse, estava distraída você me pegou desprevenida

— Tem certeza?

— Tenho. Eu fecho – disse decidida estendo a mão onde ela depositou a chave e me explicou como fechar a biblioteca

— Tudo bem, eu vou. Ah antes que saia, tem uma pessoa na ala leste. Línguas estrangeiras

— Mas já é tarde....

— E eu sei. Mas as vezes alguns ficam até a hora de fechar. Mande-o embora e feche tudo.

Cansada.

Fechei o restante das janelas e portas e me dirigi para ala

— Estamos fechando - gritei antes de chegar ate lá. Se pessoa ouviu, fingiu que não. Bufando cruzei a biblioteca em busca dele ou dela. Estava com calafrios, louca para ir embora.

Mas parei no caminho quando o encontrei na mesa. Brincando com lápis entre os dedos debruçado sobre a mesa.

— Ei bruxinha, esta atrasada

— Damon – rosnei irritada

— Relaxa jugdy. Estamos sozinhos aqui. Apenas eu e você – disse ele flexionando a sobrancelhas e sorrindo

— Como você sabia... Sabe que estamos

— Eu tenho meus truques. Agora anda, sente-se. Vou te ensinar uma coisinha ou outra sobre sua família

Relutante me sentei em frente a ele e antes que ele abrisse a boca. Eu a vi de novamente atrás de Damon. Ela apertou o colar exatamente como eu fazia. E de repente senti uma tontura forte que me forçou a fechar os olhos

— Ei você está bem? – Damon indagou pegando minha mão. E a sensação que senti quando sua pele tocou a minha era indescritível para não dizer desagradável.

Tirei a mão de baixo da dele.

— O que você vai querer

— O que?

— Corte a baboseira Salvatore. O que quer em troca.

— O que você acha, bruxinha

— Minha alma talvez

Ele riu

— Ah não, eu sou mais do tipo que gosta de outro tipo de sacrifício. Mas não, não quero nada. Pelo menos não agora.

Seu olhar desviou dos meus por uma fração de segundo. Ele olhou para o colar.

Era isso que ele queria o colar

— Vamos começara então – anunciou impaciente

Me concentrei no livro como Caroline havia me dito. Concentre em um objeto ate o resto tornasse uma borrão

E de repente as páginas se viraram e capa se fechou. Isso pareceu surpreendê-lo

— Eu decidido quando começamos qualquer coisa. Se é que iremos.

Damon não pareceu surpreso ou intimado por muito tempo. O sorriso irritante voltou e ele espelhou meu gesto cruzando as braços

— Estou a todos os ouvidos, jugdy.

— O que você é?

— Tem certeza que quer mesmo saber?

— Responda.

— Rude! – zombou - Será mesmo que você não sabe? – desafiou

— Se soubesse não teria perguntado.

— Assim você me desaponta. Sua mãe era muito mais perspicaz que você na sua idade

— Minha mãe... Você a conhecia? Como...

— Nós éramos bons amigos,  aliás eu tenho sido um amigo de longa data da sua família. Sua avó nunca mencionou isso? Não me admira, afinal ela não contou nem mesmo sobre seu passado, sobre quem você realmente é

— Uma bruxa – completei ainda cética. Tentando conter a vontade de perguntar dela.

— Não uma bruxa qualquer. Uma bruxa Bennett, descendente das bruxas de Salem. De Tituba

— A bruxa do vudu?

— Sim, exatamente essa.

 

CAROLINE

 

Minha mãe tentou iniciar uma conversa. Perguntando sobre a vida de Stefan, seu passatempo favorito, o que ele gostaria de fazer quando se formasse.

As respostas eram automáticas. Ele mexia no prato, mas mau comia. Ou erguia a cabeça me dirigindo o olhar.

Por vezes tentei chamar sua atenção, pegar sua mão. Mas seu corpo se enrijecia com contato. 

Estava quase gritando com ele. Pedindo que ele parasse de uma vez, me encarasse ao menos um segundo.

Eu sabia que estava sendo imprudente, Stefan desconfiava de mim e agora quem sabe, suas dúvidas foram respondidas pior de tudo que fui eu a respondê-la.

A dor chata na cabeça parecia aumentar mais a cada segundo. Massageei a têmporas e mau pude compreender as palavras que saiam da boca da minha mãe. Mas a expressão no rosto dela me fez erguer a cabeça

— Não me esperavam para jantar? 

— Bill

— Olá querida. Não vai me apresentar nosso convidado? 

— Você não foi convidado e sabe disso. 

— Lizzie, seja razoável – pediu e ignorou nosso protestos sentando ao lado de Stefan – A propósito rapaz, eu sou Bill, pai da sua namorada. 

Stefan pareceu despertar do seu estupor. Estendeu a mão a apertando a dele

E de repente o enjoo foi tão forte. Que me fez debruçar sobre mesa

— Filha você está bem?

— Eu.... Hum

— Caroline – Stefan indagou franzindo a testa

Arrastei a cadeira para trás. Pousando a mão na barriga sentindo a pontada na cabeça se tornar mais forte.

Bill continuava a me encarar preocupado, mas seu olhar se desviava para Stefan. Ele sabia sobre ele. Ele iria capturá-lo e tortura-lo como fez comigo.  

“Monstro” a voz dele ressoou como mau agouro que queria esquecer.

— Eu estou bem. Foi só uma dor de cabeça mãe. E enquanto a você, por favor vá embora. 

— Caroline, eu só estou tentando participar sua vida

— Tarde demais pra isso

— Bill venha comigo – minha mãe o chamou ele hesitou, mas a seguiu para sala de estar.

Stefan não se moveu, não moveu um músculo apesar dos olhos verdes estarem cravados em mim

— Stefan – estendi a mão e tentei tocar seu rosto. Mas ele virou o rosto. Franzia a testa confusa - Stefan

— Eu... Preciso... Eu preciso ir embora Caroline. 

— O que? Porquê?

Ele se virou e eu segurei seu braço com força.

— Eu preciso ir – repetiu pausadamente ainda se negando a me encarar.

Soltei seu braço e sem dizer mais nada ele se afastou

— Diga a sua mãe que eu sinto muito.

Ele saiu batendo a porta.

Cruzei os braços tentando espantar o frio, a onda violenta de frio que se apossou de mim

— Onde ele foi? 

— Embora. 

— Mas por quê? 

— Talvez seja porque você apareceu e estragou tudo. Alias e só o que você sabe fazer. Destruir coisas ou abandoná-las, tortura-las — gritei

— Filha

— O que você disse? – ele indagou se aproximando

— O que disse por último.

A voz dele soou como se estivesse dentro d’água. Dei passo pra trás olhando o rosto dele se distorcer.

— Caroline

— Um desejo sempre tem seu preço – minha mãe sussurrou tocando meu rosto

— O que?

— Uma hora você tem que pagar por eles.

— Mãe

Ela balançou a cabeça e quando tocou minha bochecha. O rosto dela se transformou no dela.

O cabelo dourado escureceu e cresceu. Ela fechou os olhos e quando os abriu eles eram brancos

Tentei gritar, mas ela sussurrou

— Shiuuu. Vai ficar tudo bem. 

 

E de repente meu mundo enegrece. Ainda posso ouvir minha mãe pedindo socorro ao meu pai. A voz distante de Stefan que deveria ter estado na porta este tempo todo. Mas não podia abrir os olhos, não conseguia. A escuridão era mais forte e me rendi a ela.


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Notas finais do capítulo

Surprise bitch, thought not to see me again

XOXO



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