Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 2
Chapter - II Back to the beginning


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi.
Não resisti e postem o segundo capítulo. Queria resistir e postar um por semana, mas não consigo :P
Então, boa leitura!



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"Porque isso é a maneira que você joga o jogo da vida. Você cria o mundo que você quer ver fora. E lembre-se que é como brincar de Deus e fazer acreditar em milagres novamenteMake Believe - The Burned

 

CAROLINE 

Abri os olhos abruptamente, sentindo meu coração acelerado. Levei a mão ao peito estranhando ainda estar respirando. Sentia como se mil agulhas tivessem atravessando meu cérebro todas de uma só vez com a lembrança perturbadora de olhos verdes cheios de ódio. Essa lembrança desencadeou uma onda de pânico. De repente ficou difícil de respirar, puxei o ar lentamente e tentei tomar controle de si mesma, mas não conseguia. Estava ofegante e suada como se tivesse corrido uma maratona. Fechei os olhos enquanto as mãos se fechavam com tanta força que as unhas machucavam a pele. 

A dor no peito voltando com força. Podia sentir o corpo inteiro formigando e o fantasma do gosto metálico do seu próprio sangue na boca.

E aquele gosto despertou minha memória. Aquelas que meu cérebro parecia lutar para bloquear. De repente todo o terror que minha vida havia se transformado passava diante dos meus olhos como um filme trágico que não  teria interesse algum de assistir.
 

Vendo pilhas de corpos com rostos conhecidos e amados refletido nos olhos verdes dele. Olhos que a poucos minutos sem misericórdia arrancou meu coração.

Sentei e abri os olhos, piscando-os para me acostumar com a claridade que castigava minha retina. Agora estava em alerta a procura de outro ataque. Mas meu coração que por um milagre se mantinha dentro do peito quase parou quando meu cérebro dolorido reconheceu o lugar.

Não era mais uma floresta escura em meio a uma tempestade no futuro apocalíptico. Eu me  encontrava boquiaberta olhando para o lugar que um dia foi minha casa, mas precisamente no meu quarto. Olhando atentamente envolta, encontrou a pequena penteadeira com todas minhas coisas em cima. Um espelho retangular que tantas vezes me admirei e me odiei por se achar menos que Elena.

Fechei  os punhos e senti os lençóis de seda, podia até mesmo cheirar o perfume do amaciante neles. Pisquei os olhos com força e repeti mentalmente que tudo aquilo deveria ser um sonho.... Ou quem sabe seria o paraíso?

Talvez Bonnie, Tyler e Matt estivessem tendo o mesmo tipo de sonho. Talvez eles estivessem todos presos numa prisão... Ou seria aquele o inferno?

Aquele quarto podia ser apenas uma ilusão, uma forma te punição. Ficar presa em uma casa cheia de lembrança, repletas de fantasmas torturando-a. Talvez Elena tenha enlouquecido dessa forma. Fechei os olhos mais uma vez repetindo um mantra.

Isso é apenas um sonho”

E com isso respirei fundo, ainda sentindo meus pulmões arderem com simples ato de respirar. Me levantei, andando incerta pelo quarto que poderia conter milhões de armadilhas. Verificando o guarda-roupa em primeiro lugar, esperando esqueletos ou quem sabe algum perseguidor a espreita apenas esperando pacientemente para pega-la de surpresa. Com as mãos trêmulas e coração disparado, ergueu a mão para pequena maçaneta e quando abri esperei pelo pior… Mas nada encontrei.
 

Passei as mãos pelos cabides com minhas antigas roupas e franzi a testa confusa quando mais uma vez não encontrei nada. Olhei em volta procurando câmeras ou qualquer coisa do tipo. Talvez estivesse pressa no quarto sendo vigiada. Olhei na pequena penteadeira com alguns ursinhos de pelúcia, verificando um por um se havia câmeras escondidas, mas novamente nada encontrei. Suspirei, não sabendo muito bem se de alívio ou frustração.

Ainda não convencida de estar segura verifiquei o banheiro, em baixo da cama só por precaução. Sai do quarto olhando com atenção cada detalhe de minha antiga casa ou a imitação dela. Estava prestes a descer a escada, quando cometi o erro de olhar para lado.

A porta entreaberta do quarto da minha mãe, meu coração se apertou dentro do peito. Mesmo sabendo que deveria descer as escadas e tentar escapar dali, não consegui resistir a tentação de entrar.

Entrei no imenso quarto que agora parecia muito menor do que em minha vaga lembrança de criança. A cama da minha mãe estava arrumada, entocada como sempre esteve todas as manhãs. Olhei para pequena escrivaninha com porta-retratos de nós  duas na cabana. Peguei o porta-retratos lembrando daquele dia em que apreendi a andar de bicicleta com minha mãe logo atrás.

Não consegui conter as lágrimas que mantive guardada desde o dia da morte de meus amigos. Apertei o porta-retratos contra o peito soluçando alto. Sentindo a dor aumentar a medida que me permitia chorar. Estava tão absorta naquele momento, tão presa nas lembranças que não escutei os passos crescentes vindo em minha direção. Só tomei consciência da minha imprudência quando a porta foi aberta revelando um rosto conhecido. Um rosto que a deixou paralisada e boquiaberta.

Fiquei  petrificada como Tyler havia ficado antes de ter o coração arrancado do peito. Tentei forçar meu cérebro a voltar a reagir. Liberar adrenalina, qualquer coisa que a fizesse reagir, qualquer coisa que a tirasse daquela paralisia estúpida que lhe custaria a vida.

Mas quanto mais tentava reagir mais meu cérebro parecia paralisado enquanto meu olhos estavam nos dela. Olhos azuis idênticos aos meus,  olhos que  cresci vendo, que lhe transmitiam amor e adoração.

— Caroline… Está tudo bem? — inquiriu ela com mesma voz, a mesma entonação a mesma expressão de preocupação genuína flutuando em seus olhos.

Me senti enjoada, zonza com qual parecida elas eram. Agarrou com força o porta-retratos, admitindo sua derrota. Mesmo que uma parte minha desejasse ter forças para arremessar algo nela e correr. Sabia que assim como Damon e Tyler, jamais teria forças pra machucar minha mãe ou corpo dela. Fechei os olhos com força chorando, esperando pelo pior. Eu podia ter escapado com vida das mãos de Stefan, mas jamais conseguiria tão feito com minha mãe.

E de repente senti o toque leve dela no ombro, apertando levemente a forçando a abrir os olhos com a total confusão nublando seus olhos.

— Filha o que ouve? Por que está chorando?

— Mãe? — inquiri incerta. Ela franziu a testa em preocupação e ergueu a mão até minha testa verificando minha temperatura.

— Você está um pouco quente — avisou com um olhar de pesar — Acho melhor que se deite um pouco…

Não deixei que ela terminasse de falar, saltei para em cima dela abraçando-a com força. Chorando e rindo ao mesmo tempo.

— Caroline… O que está acontecendo?

Me afastei dela segurando seu rosto. Com lembrança mórbida e triste da última vez que a vi. Seu rosto pálido e petrificado numa falsa expressão de paz dentro de um caixão. Ela ergueu a mão segurando a minha que ainda segurava ambos os lados de seu rosto.

— Caroline, você realmente está me preocupando. O que está acontecendo por que está chorando?

— Nada – menti

— Ninguém fica nesse estado por nada. Você está até tremendo…

— Um pesadelo… Foi um pesadelo mãe… O pior de todos que já tive.

— Pior do que o do chapeleiro da Alice? — inquiriu ela com sobrancelha arqueada com leve sorriso nos lábios.

Acabei rindo, um riso tímido e sem jeito que transformou-se em uma gargalhada histérica. Fazia muito tempo que não ria. Ri tanto que minha barriga doeu. Minha mãe continuava a olhar-me com um misto de confusão e preocupação. Talvez estivesse perguntando a si mesma se sua garotinha tinha enlouquecido e a essa altura… Nem mesmo eu sabia se não estava de fato louca.

Segurei seu rosto novamente e estalei um beijo em sua bochecha antes de deixá-la afastar-se para pegar algum remédio “Uma aspirina ou calmante” disse ela vacilante enquanto se afastava.

Joguei-me em sua cama rindo com as mãos abertas encarando o teto. Tentando entender o que estava acontecendo realmente. Tentando compreender como minha mãe poderia estar viva novamente, ou porque ela não me atacou como todos os outros que voltaram. Será que ela tinha ido para céu? Balancei a cabeça descartando aquela ideia. Elena, Liv, Luke todos eles eram boas pessoas quando vivas,  assim como minha mãe e todos eles sem exceção voltaram como monstros.

Ela só poderia estar sonhando. Aquilo com toda certeza só poderia ser um sonho. E agora só estava esperando o momento em que acordaria ou aquele doce sonho se transformaria numa realidade desoladora. Fechei os olhos e quando os abri novamente, minha mãe tinha voltado. Saltei com susto que levei, meu coração disparou. O medo de me deparar com a versão demoníaca de minha mãe com olhar vazio e levemente avermelhados a dominou. Mas respirou aliviada quando ela estendeu um copo d’água que aceitei ainda vacilante. Liz estendeu uma aspirina e para que tomasse  em seguida com seus olhos fixos nos meus.

— É melhor descansar um pouco agora — aconselhou e se inclinou até mim beijando minha testa com carinho — Eu tenho que ir trabalhar, mas vou ligar em meia hora para saber se está melhor.

Ela se afastou mais antes que saísse do quarto não pude conter minha língua dentro da boca.

— Mãe — chamei, ela se virou — Eu te amo.

— Eu também te amo filha — disse ela com testa franzida — Tem certeza que está bem?

— Sim — acenei com cabeça sorrindo — Acho que nunca estive melhor.

Ela sorriu de lado ainda com sobrancelha arqueada mas decidiu por acreditar e assim saiu. E tudo que queria fazer depois disso, era rir.

Tive outro acesso de riso enquanto terminei voltei para meu quarto, me despindo pelo caminho correndo para chuveiro. Gemendo de prazer quando a água quente desceu por meu corpo. Fazia tanto tempo que não tomava um banho que foi impossível não sorrir de felicidade. Levei quase meia hora pra terminar. E quando sai enrolei-me em uma toalha e liguei o pequeno rádio portátil. Ignorando pela primeira vez meu senso de autopreservação.

Afinal aquilo era um sonho.

Dancei e cantarolei uma música antiga da Lily Allen enquanto procurava algo para vestir. Era nostálgico achar todas aquelas roupas. Escolhi um vestido branco que nunca usava fora de casa quando mais nova por achar fora de moda. Esse estilo de vestidinho e jaquetas eu apenas me permiti a usar quando me transformei. Antes disso era apenas tendências de roupas, decotes para chamar atenção e mais uma vez competir com Elena. Suspirei com essa lembrança enquanto penteava meus cabelos.

A dor voltando gradativamente com as lembranças do futuro e passado. A Caroline do futuro olhando para do passado. Vendo todas as inseguranças, medos, sonhos e defeitos. Sorri triste para meu reflexo. Gostaria de poder ter tido um encontro com a minha versão do passado e dizer para ela que tudo melhoraria. Que ela não precisava ter medo de ser quem realmente era. Dizer que tudo ficaria bem… Mas mentiria para si mesma. O futuro era amargo e desolador. Eu podia ter crescido como pessoa, mas cresci a custo de muita dor e solidão.

Me levantei, enxugando uma lágrima teimosa que insistia em cair. Desci as escadas olhando para cada detalhe da casa com saudade. Fui até a cozinha, peguei uma tigela no armário e cereal. Abri a geladeira vendo que assim como me lembrava era repleta de congelados e alimentos industrializados que, com certeza, teve parte no tumor no cérebro de minha mãe. Peguei o leite tentando desviar meus pensamentos do futuro. Coloquei o leite na tigela e comi meu café da manhã.

Logo em seguida resolvi sair. Decidindo ir ao Grill, si é que ele existia no sonho. Coloquei a chave na ignição e dei partida ligando o rádio e cantarolando alto uma música que escutava escondido por muitos no colégio considerarei música de emo. Uma música que agora que eu prestava atenção lhe causava calafrios. A letra era sobre morte. Sobre como ninguém teria algo de bom a dizer sobre você porque não gostavam muito de você, então meio que tanto faz estar viva.

Troquei de estação quando a música alcançou seu refrão com aquela letra fúnebre e sombria que há oito anos pensava ter tudo a ver com e as pessoas a sua volta. Quando finalmente chegou em seu destino, ficou parada segurando o volante com medo de sair do carro e entrar. Demorei cinco minutos até reunir coragem e quando entrei meu coração estava disparado.

Vendo rostos conhecidos, alguns alunos do colégio acenaram para mim, acenei de volta com sorriso tímido. Sentei em uma mesa distante observando as pessoas com quem cresci, sentindo uma agitação crescente me deixando ansiosa. O medo de algo errado acontecer de repente.

Tinha me acostumando a ficar 24 horas por dia em alerta. Me escondendo em casas abandonadas ou na floresta, racionando bolsa de sangues e quase nunca dormindo. Nos últimos meses em que estevi sozinha fugindo de Stefan. Agarrei as bordas da mesa sem perceber lembrando do ódio nos olhos dele quando descobriu que a pedra não estava com Bonnie.

(…)

2017

 

Ele queria trazer seu irmão a vida e parte dela quis dizer a verdade, contar que Bonnie entregou-a para mim e me fez prometer não entregá-la para ninguém, nem mesmo para ele. Eu o acompanhei em sua busca pela pedra. Vendo pouco à pouco a humanidade dele o deixando, vendo a crueldade e a indiferença crescendo dentro dele. Tentei de todas as formas convence-lo a parar, mas ele era uma causa perdida.
 

Ainda podia me lembrar do último beijo. Das suas mãos envolta da minha cintura enquanto ele me beijava com urgência e desespero. Enquanto ele dizia pela última vez que a amava. Nós nos amamos naquela noite e no dia seguinte ele parecia melhor. Saímos daquela casa durante o dia, tínhamos que nos afastar da cidade era perigoso demais continuar no centro.  Fizemos as malas e estavam no meio da floresta quando escutamos gritos.

Stefan correu e conseguiu empurrar outro demônio antes que matassem mais alguém. Mas eu não podia estar mais infeliz quando reconheci o rosto, quando nos viramos e se deparamos com Valerie.
 

Observei de longe como uma espectadora distante e desconhecida, a troca de olhares entre eles. Stefan havia sido honesto quando voltou, dizendo que esteve com Valerie e naquele momento de desolação ele não ficou alheio aos encantos dela. Custei a perdoa-lo por tudo e mesmo nunca tendo dito isso em voz alta, ele a feriu mais do que imaginava. E naquele momento quando ele estendeu a mão a ela que sem cerimônia o abraçou. Com ambos suspirando de alívio.

Foi então que  percebi que não foi somente pela solidão e carência que ele recorreu aos braços dela. Ele tinha sentimentos por ela. E se pensasse friamente sobre tudo, veria que aquilo começou antes de ida ao inferno. Depois de alguns segundos, os mais longos da minha vida, ele pareceu lembrar que eu ainda estava ali. Pude ver a culpa e o remorço em seus olhos antes que forçasse um sorriso que não consegui retribuir por sentir a ferida sendo aberta pela culpa em seus olhos e sorriso vitorioso que Valerie nem fazia questão  de esconder.

Depois daquele dia infeliz, eles não eram mais uma dubla, eram um trio. E comecei a não suportar estar ao lado deles, não suportou discutir todos os dias com Valerie sobre achar a pedra e usá-la. Vendo que pouco a pouco ela estava conseguindo convencê-lo.

Então, depois de outra discussão, peguei minhas coisas e parti enquanto eles estavam distraídos demais fazendo planos para obter a pedra que nem deram por mim. Corri o máximo que podia para mais longe possível. Era melhor estar sozinha do que na companhia deles. Consegui permanecer uma semana invisível, apagando meus rastros. Mas num dia qualquer tive que  sair do meu esconderijo quando encontrei outra perdida  Cindy era seu nome, eu a conhecia de vista. Quando o mundo ainda era normal, nos mal trocávamos palavras além cumprimentos curtos. Uma parte minha quis ignorar o grito de terror e continuar segura onde estava, mas não podia ficar parada quando podia salvar uma vida.

E qual foi a minha surpresa quando descobriu na penumbra da noite que os demônios atacando a pobre moça, era Stefan. Ele ficou chocado quando a reencontrou.   Me  coloquei na frente de Cindy com uma estaca apontada para ele. Seu rosto se suavizou e ele correu até mim agarrado meu rosto. Olhando-me como se não acreditasse no que via. Ele sorriu e beijou-me repetida vezes nos lábios e rosto enquanto eu continuava paralisada de repulsa.

Ele disse emocionado que pensou que eu tinha morrido, que tinha procurado por mim incansavelmente nas últimas semanas e perguntou, por fim, onde eu estava. Tirei suas mãos do meu rosto, me abaixei e mordi o pulso e dei meu sangue a Cindy, ordenei que ela corresse para longe e dei minha última estaca para ela. Ela correu cambaleando como mandei. Me levantei e sem olhar para ele tentei segui-la, mas ele parou-me. Implorou para que dissesse algo, qualquer coisa mas nada disse. E no minuto seguinte, Valerie surgiu feito demônio. Segurando Cindy que sangrava, quando terminou de drená-la jogou-a no chão como si fosse uma bolsa de sangue, ela brincou com a estaca enquanto sorria exibindo a boca ensanguentada. 

Quando olhou para mim sorriu com perversidade. Me desprendi de Stefan que confuso me soltou, comecei a andar para trás prestes a correr quando ela se colocou na minha frente.

— Não vai responder a pergunta dele Caroline?

— Sai da minha frente cadela!

— Tsk, Tsk, quanta raiva e quanta presa. Por que está fugindo?

— Chega Valerie, deixa ela em paz — Stefan ordenou agarrando meu braço me forçando a encará-lo, ele tomou meu rosto entre as mãos afastando as mechas que cobria meu rosto — O que importa é que você voltou pra mim.

Ele sorriu e beijou-me, mas permaneci paralisada pelo medo. Ele se afastou e franziu a testa.

— O que foi?

— Nada — rosnei

— Nada — Valerie imitou-me — Ah qual é Stefan, vai mesmo deixar por isso mesmo? Ela fugiu feito uma covarde quando você mais precisava dela?

— Eu já disse pra calar essa boca — gritou ele fuzilando-a com os olhos.

— Você não acha estranho ela ter fugido de você. Do homem que ela jura que ama? Será que não percebe que ela está escondendo algo de você.

— E o que eu esconderia dele? Que não suporto a “companheira” de crime dele? Isso não é nenhum segredo. Eu fui embora porque claramente você não precisa de mim Stefan.

Me desvencilhei dele mais ele correu ficando na minha frente.

— Como pode achar isso? Que não preciso de você? — ele segurou meu queixo — Eu te amo Caroline. Você é a única coisa que me impedi de enlouquecer, que mantêm são. Essa semana sem você foi a pior da minha vida. Como pode achar que não me importo com você?

— Você se importa mesmo Stefan? — ele assentiu veemente — Então por que resolveu ouvir ela, confiar mais nela em vez de mim? Por que depois de toda a desgraça que nos aconteceu, você decidiu escutá-la e buscar a droga da pedra?

— Porque eu preciso trazer o Damon de volta. Será que tão difícil de entender?

— Sim é! — gritei — Depois de ver como Elena voltou, do que desejo do seu irmão causou, você ainda vai existir nisso?

— Eu.... Eu não sei — disse ele perturbado

— Não dê ouvidos a ela Stefan. Não vê que ela odeia seu irmão por ter matado a amiga? Ela não quer que o traga de volta...

— Por favor, cale essa boca! — gritou ele fechando os olhos e respirando lentamente

— Ela não se importa com sua dor Stefan…

— Chega! Se dizer mais uma palavra... – Stefan avisou.

— Okay, eu sei quando não sou bem-vinda. Eu vou embora Stefan. Mas antes eu preciso que se pergunte uma coisa. Para quem Bonnie daria a pedra? Quem ela confiaria a vida e essa pedra?

Stefan suspirou fitando o chão e tentei não transparecer o pânico crescente dentro de mim.

— Está com ela Stefan. Com sua amada e perfeita Caroline. Por isso ela fugiu, não foi por ciúme de mim. Foi para esconder a pedra de você.

Valerie foi embora sorrindo com a expressão perturbada dele e Stefan se voltou para mim.

— É mentira dela não é? Você não esconderia isso de mim… Não é?

— Não. Claro que não.

Ele correu até mim agarrando meu rosto e beijando-me com urgência. Me presou contra a árvore mais próxima, beijando meu pescoço enquanto agarrava minha coxa, colocando envolta de sua cintura.

Cometi o erro de esquecer que Stefan podia saber quando eu mentia. Cometi o erro de entregar-me a ele sem me importar com mais nada.

Nós amamos no meio da floretas nos esquecemos do perigo eminente. E depois que terminamos ele me beijou profundamente e sem pressa. Sorri tomando seu rosto antes de me afastar dele e me levantar para me vestir. Estava colocando a calça quando ele disse:

— Como pode?

— O que disse?

— Como pode mentir na minha cara Caroline? — foi naquele momento que notei minha bolsa aberta. Stefan estava com os punhos fechados olhando-me com misto de ódio e decepção. Ele abriu a palma da mão revelando a pedra azulada.

— Como pode esconder ela de mim sabendo que era o único meio de salvar meu irmão?

— Stefan eu posso explicar…

— Explicar o quê? O qual cínica e mentirosa você é? Não precisa se dar ao trabalho.

— É isso que pensa de mim? Acha que foi pelo que Valerie disse que escondi isso de você? Eu prometi a Bonnie pouco antes dela morrer que eu protegeria a pedra. Que não deixaria outra pessoa fazer outro desejo porque pioraria tudo. Acha que não quis fazer a droga de desejo e trazer Elena, Matt, Bonnie, minha mãe, Enzo, Damon e Tyler. Acha que não lutei contra o desejo de trazer todos eles de volta?

Ele voou ate mim segurando me pelos ombros me jogando com força contra uma árvore. Ele esticou a mão agarrando meu queixo com uma mão e com a outra enxugando as lágrimas que escorria por meu rosto.

— Poupe suas lágrimas Caroline. Elas não vão mais funcionar comigo — ele rosnou e fechou os olhos e sabia o que ele estava fazendo, estava desligando sua humanidade.

— Stefan…não faça isso…

— Por que não? — ele riu — Lembra como foi divertido da última vez? Se lembra do que fizemos, de quanto sangue derramamos juntos? Se lembra de nós dois nos amando loucamente naquela máquina de refrigerante?

 Ele beijou-me nos lábios mordiscando meu lábio com força tirando uma gota de sangue, ele lambeu os lábios e seus olhos se escureceram 

— Nós éramos uma boa dupla. A melhor de todas. E vou te dar a chance de sermos de novo. Desligue a humanidade Caroline e eu esqueço que me traiu da pior forma. Desligue e seja minha companheira de novo.

— Eu não posso.

— Sim pode é você vai. Se não for do jeito fácil, vai do difícil mesmo. Você sabe que adoro lutar com você, adoro arruinar você. Seja minha companheira de novo Caroline... Ou vou destruir você.

 

(…)

 

— Caroline — escutei alguém me chamando. Despertei para realidade trêmula com olhos ardendo e unhas fincadas na mesa, quando ergui a cabeça me deparei com ele… Matt Donavan.

Meu coração quase parou para depois disparar. Minha boca ficou seca enquanto o encarava boquiaberta.

— Care… Você está bem? — inquiriu ele apertando meu ombro olhando preocupado para minha mãos que agarravam a mesa. Sem pensar em mais nada me levantei e me joguei em seus braços chorando. Ele abraçou-me confuso perguntando aflito se eu estava bem.

— Care…

Abri os olhos e olhei por cima do ombro de Matt encontrando uma Bonnie que confusa olhava para nós dois. Quando olhei pra ela cai no choro, ela se aproximou de mim lançando um olhar indagador a Matt que deu ombros confuso. Me desprendi dele e a abracei. Ambos tentaram entender o porquê eu estava chorando daquele jeito, mas não conseguia falar. Matt saiu a mando de Bonnie para buscar um copo d’água com açúcar. Ela me guiou até cadeira, mas não soltei sua mão. Bonnie puxou uma cadeira sentando-se ao meu lado.

— Care… Respira! — ela ordenou apertando minha mão de leve.

Respirei fundo e devagar e com tempo as lágrimas foram cessando. Bonnie sorriu aliviada e Matt voltou me estendendo um copo d’água. Tomei em seguida sem conseguir desviar meus olhos deles. Eles esperaram pacientemente até que estivesse melhor.

— Você está melhor? — Matt perguntou temeroso. Assenti com a cabeça.

— Tem certeza? — Bonnie inquiriu descrente.

— Sim,  eu estou. Me desculpem pela cena.

— Não se preocupe com isso… Mas você me assustou. Por que ficou assim?

— Eu… eu… Não sei. Me desculpem.

— Tudo bem, tudo bem — Matt se apressou em dizer apertando a minha mão temendo que começasse a chorar de novo — Está bem okay?! Se você não sabe, não sabe… Pronto! Bem eu tenho que ir agora… Vou buscar a Elena agora, mas quando eu voltar…

— Elena.... Você vai buscar a Elena?

Matt e Bonnie se entreolharam nervosos novamente.

— É… Ela volta hoje da casa da tia dela.

— E porque você vai buscá-la… Por que não o Damon… Pera aí, você disse tia? É a Jenna?

— Sim é Jenna… Mas espera ai… Porque perguntou sobre o porque irei buscá-la, ou melhor quem diabos e Damon?

Olhei para ambos confusa e foi então que as peças que faltavam se encaixaram. Matt ainda estava com Elena por isso ia buscá-la… Eles ainda namoravam… Isso queria dizer que…

— Em que ano estamos?

— O que disse?

— Perguntei em que ano estamos?

— 2009. Dia 25 de junho de 2009 — Bonnie explicou devagar olhando-me preocupada.

Ignorei os olhares de confusão de Matt e Bonnie e fiz as conta.. Junho… Início das férias… Daqui há uma semana aconteceria o acidente de Grayson e Miranda Gilbert… Daqui uma semana eles morreriam batendo contra a ponte e Stefan surgiria para salvar Elena. Então não estava sonhando. Eu estava de volta em 2009… No ano em que tudo começou.


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Notas finais do capítulo

TBC.....
Está ai o segundo capítulo. Meu cap de Back to future hihihi Em breve, explico mais sobre o caos em 2017
Espero que tenham gostado :)
XOXO♥