Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 5
Chapter - V The Wickery bridge




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 "Este é apenas um jogo perverso. Será que vai lavar com a próxima chuva. Não pode desistir, eu não posso desistir. Eu estou tentando duramente, não é suficiente. Atiro-me ao desconhecido. Como uma pedra pulando. Um eco na água" Skipping Stones - Claire de Lune
 

CAROLINE 

 

Não consegui dormir muito bem naquela noite, fiquei revirando na cama tentando formular um plano para impedir o acidente dos Gilbert. Por esse motivo levantei cedo tomei um café puro e vesti minhas luvas amarelas e arrumei todos os cômodos de cima. O quarto de hospedes estavam cheios de caixas velhas com coisas do meu pai. Abri uma delas e encontrei uma luva de baisebol marrom, já gasta.

Lembrei do tempo em que ele me levava para jogar. Nunca gostei desse espote em si, mas fingia adorar Tigers e decorei o nome de todos eles para poder assistir aos jogos ao lado dele. Quando pequena tinha quase certeza que ele desejava um menino e por isso me esforçava para não ser uma princesinha, mas com o tempo percebi que o problema não era meu gênero. Ele simplesmente não gostava muito de crianças e eu deveria ser um lembrete escrito em letras grandes em cor neon que sua vida era uma mentira e ele era forçado a vive-la por minha causa. Suspirei enquanto metia a luva dentro da caixa deixando-a no corredor para jogar fora de uma  vez por todos. 

Olhei para relógio e notei que passei horas entrertida em arrumar a casa que nem notei o tempo passar. Fui para banheiro tomar um banho quente para tentar espantar a dor no corpo e na cabeça e quem sabe clarear as idéias que andavam tão emaranhadas como um novelo de lã. Enquanto lavava o cabelo, uma lembrança agridoce surgiu, mesmo fazendo de tudo para trancar todas dentro de um bau bem guardado dentro de mim.

Parecia que podia ate escutar a voz dele com uma exatidão assustadora quando fechava os olhos e escutava o som da água escorrendo. O riso dele enquanto  brincavamos como duas crianças no chuveiro. As mãos dele pecorrendo meu corpo, esfregando a pele com as pontas dos dedos. Me deixava derreter com a sensação de suas mãos nela. Ele automaticamente beijava meu pescoço e ombro.

Estremeci com as lembranças e mordi o lábios tentando espantar o calor e dor que surgia quando pensava nele. Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha demorei uns quinze minutos para me arrumar e sair. Sem muitas escolhas acabei estacionando na rua de Elena observando a casa dela me desesperei quando não encontrei o carro deles estacionado. Estava com a mão na embreagem, quando o carros deles subiu a rua me fazendo abaixar com presa para que não me vissem.

Grayson e Miranda sairam do carros sorridentes como sempre cumprimentando e acenando para vizinhos. Grayson começou a conversar com um vizinho, mas cortou a conversa pedindo liçença apontando para esposa que abriu o porta-malas e recolhia as compras sozinha. Eles eram tão bonitos, mesmo depois de anos ainda pareciam tão apaixonados. Eles era tudo que meu pais jamais foram. Muitas vezes invejei Elena por isso, por ter uma família perfeita. Um casal que havia escolhido ela para amar.

Sabia que por vezes estava sendo injusta pois sabia que pelos menos para minha mãe eu fui um presente. Mas não conseguia evitar de lembrar da gravidez magica que aconteceu comigo. Mesmo amando-as como se fossem minhas, Lizzie e Josie mudaram tudo. Quantas coisas tive que abrir mão por elas e sentia que ainda era capaz de desistir da própria vida para mante-las seguras. E  agora quando olhava o semblante cansado de minha mãe, não podia deixar de pensar no quanto ela abriu mão e sofreu por mim.

Os Gilbert retiraram as compras do porta-malas e entraram. Deduzi que Elena não estava em casa. E seria por esse motivo que os dois sairiam da casa, para buscá-la. Estava tão absorta em bancar a detive que não notei a pessoa do lado de fora até que ela batesse no vidro. Pulei alto com susto e quase bati a cabeça no teto, e quando virei me deparei com Tyler me olhando fixamente com testa franzida.

— Forbes, está fazendo o que vigiando os...

Sai pra fora e tapei a boca dele olhando para os lados.

— Eu não estou vigiando a casa de ninguém!

— Ah não? – inquiriu ele com descrença – Então o que estava fazendo escondida no carro… Usando um binóculo

— Eu… Eu…

— Estava vigiando – tapei boca dele novamente

— Cala boca! Já disse que não estou vigiando ninguém... Estava apenas.... Observando pássaros.

Ele ficou sério por um segundo e depois explodiu em gargalhas. Dei um empurrão em seu ombro, mas acabei rindo com ele. Era bom ver Tyler de novo. Vivo.

— Okay Lockwood, você me pegou. Estava mesmo vigiando os Gilbertes

— Eu sabia! Aliás na próxima vez que estiver expiando alguém e melhor não ser tão obvia. So faltou usar roupas de camuflagem e pintar o rosto de verde. Agora me diz por que estava vigiando eles?

— Quer mesmo saber?

— Sim.

— Okay, você que pediu.... – estalei os lábios e respirei fundo — Eu sou do futuro. Eu vim direto de 2018 para salvar meus amigos e você é um deles. Tenho que impedir que Miranda e Grayson saiam dentro de meia hora para buscar Elena. Eu tenho que salvá-los porque eles morrerão hoje.

Tyler ficou sério por um segundo depois de um minuto se virou para ir embora. Corri até ele confusa e o segurei pelo braço.

— Ei, pra onde está indo?

— Se você não queria dizer a verdade era só ter dito não. Não precisava inventar uma estorinha mirabolante.

— Mas eu não.... Okay, a verdade e que apostei com Elena e Bonnie que conseguiria atrasar os pais de Elena para irem buscá-la, para que ela pudesse ir ao uma festa com Matt... Bem é isso!

—  Por que não disse antes?! E como pretende pará-los, posso saber? – inquiriu ele cruzandos os braços

— Eu não faço ideia – confessei desanimada me sentindo realmente estupida agora.

— Okay se pretende atrasá-los…

— Não é atrasá-los e impedi-lo de sair — corrigi

— Tudo bem. Eu tenho uma ideia. Mas vai custar um favor.

— Ah claro, esqueci que você ainda é um idiota em 2009...

— O que disse?

— Esqueça. Qual é o favor?

— Eu te falo depois — ele sorriu largamente me dando uma piscadela — Agora você precisa distrai-los.

— O que vai fazer?

— Relaxa, deixa essa parte comigo — disse ele com seu sorrisinho convencido, apertou meu queixo e saiu.

Fiquei alguns segundos parada me sentindo um pouco afetada pelo charme estilo cafajeste que esqueci totalmente que ele tinha. Sorri maneando a cabeça e bati à porta deles. Grayson foi que atendeu e avisou que Elena não estava em casa, então me ofereci para buscá-la. Mas enquanto o horário de sair não chegava optei por distraí-los. Fiz minha melhor cara de tristeza e esperei que Miranda mordesse a isca. E ela mordeu, perguntou-me preocupada como eu estava. Então contei o drama de ser filha de pais separados.

Contei a ela sobre meu pai e o motivo de sua saída então comecei a chorar. Miranda preparou-me um chá para que me acalmasse e quando finalmente parei, já tinha anoitecido. Agradeci a ela por me escutar. Foi então que Grayson apareceu no corredor dizendo que Elena ligou avisando que Matt teve que ir mais cedo e ela precisava de carona. Miranda resolveu ir junto com ele para meu desespero. Tentei convencê-los a me deixarei buscá-la, mas eles pareciam decididos. Decididos demais para meu gosto.

Era como se soubesse que precisavam sair, uma força os forçando a sair de casa naquela noite quente de sábado para buscar a filha.  Me lembrei do que Sheila disse sobre o passado não querer ser mudado e as consequências de interferir nele. Tentei de todas as formas convence-los a ficar, mas eles não me davam ouvidos e já estava quase cogitando fingir um desmaio quando Grayson voltou com a chave na mão dizendo que carro não estava funcionando.

Respirei aliviada e me ofereci novamente para buscá-la. Sem escolhas eles decidiram ficar. Por segurança quando eles entraram usei uma espátula de unha afiada e rasguei os dois pneus e aliviada parti dali para buscar Elena, sentindo uma sensação indescritível de euforia e felicidade.

Eu tinha acabado de salvar duas vidas, salvado os pais de Elena. Jeremy e Elena não se tornariam órfãos naquela noite e Jenna não teria que voltar de Atlanta para cuidar dos sobrinhos e morrer em um ritual para liberar o poder de Klaus.
 

Dirigi para  um pouco depois do centro. Elena estava encostada na parede com celular na mão parecendo impaciente. Buzinei para ela que franziu a testa.

— Ei morena, quer uma carona?

— Care... Você estava na festa, eu não te vi...

— E porque eu não estava nela – ela entrou e automaticamente colocou o cinto.

— Mas então o que fazia aqui?

— Eu vim te buscar. 

— Hum, por quê?

— Eu fui te ver na sua casa agora pouco e seus pais estavam vindo, mas carro quebrou. Por isso me ofereci pra te buscar.

— Obrigada, então – ela sorriu – Mas porque não veio na festa? Brooke e as outras meninas perguntaram de você. Disseram que esta sumida.

— Eu não estava muito a fim de ir numa festa hoje.

— Mas por que não? Você  adora essas coisas.

— Não sei – dei ombros enquanto girava o volante – Acho que cansei disso, festas. São sempre a mesma coisa e as mesmas pessoas.

Elena estava quieta me olhando do mesmo modo que Matt e Bonnie estavam me olhando ultimamente, como se eu tivesse duas cabeças.

— Por que essa cara?

— Nada...

— Lena?!

— Não é nada. E que você está estranha.

— Só porque eu não quero ir a festa da Brooke? A garota me odeia.

— Ela não odeia – Elena remediou sorrindo – Ela te inveja, quer o seu lugar de capitã, tesoureira... Em tudo.

— E por isso que não fui nessa festa. Ela iria me abraçar e dar aquele risinho falso, mas querendo mesmo e me apunhalar.

— Dramática – zombou ela – Isso sooa mais como você

Revirei os olhos para Elena me sentindo aliviada pelas perguntas terem acabado. Elena começou a contar sobre a festa e as férias na casa de Jenna.

Quando chegamos ela agradeceu e me convidou para entrar, mas resolvi voltar para casa ou quem sabe ir para Grill para beber e comemorar.

Dirigi feliz pela estrada, aumentando o som numa música dançante qualquer. Custando a acreditar que tinha conseguido salva-los com um plano tão estupido.

Estava próxima a ponte quando tentei mudar a estação que agora chiava irritando meus ouvidos. E no momento seguinte quando ergui a cabeça, fiquei paralisada quando me deparei com alguém parado na ponte. Quem sabe estivesse prestes a atravessa-la. Mas o mais importante de tudo isso, era que não era qualquer pessoa.

Era ele… Stefan Salvatore.

Estava tão ocupada olhando para ele em choque que não consegui desviar a tempo de outro carro, virei o volante de uma vez só e em fração de segundos perdi o controle e bati no parapeito da ponte.

O que tentei evitar que acontecesse com os pais de Elena ia acontecer comigo, o destino podia mesmo ser sádico quando queria.  Tudo aconteceu muito rápido, em uma fração de segundos.

A batida foi violenta e meu corpo ricocheteou para frente e só não voei pela janela porque o cinto me segurou, mas a cabeça acabou indo de encontro a volante com toda a força enquanto sentia o impacto do carro caindo na água, permaneci confusa por alguns segundos meu cérebro parecia paralisado. Enquanto meu carro afundava cada vez mais no rio. A água gelada começou a entrar rápido me fazendo tremer de frio.e despertando meu cérebro.

Tentei desafivelar o cinto entrando em pânico completo quando a água ficou na altura do meu peito. Continuei tentando desafivelar o cinto que estava emperrado, ergui a cabeça tentando puxar ar antes que a água invadisse tudo. Tentei chutar o vidro enquanto com as mãos tentava soltar-me do banco. Mas os trinta segundos mais logos da minha vida estava se esgotando. Senti meus pulmões doerem, minha cabeça doer com pressão quando agua chegou no teto. Soltei o ar e engoli água muita água e assim como na primeira vez em que morri, enquanto Katherine Pierce me sufocava até a morte, a dor foi semelhante e insuportável.

Nós poucos segundos que me restavam jurei ter visto a mesma  luz azul  hipnotizante surgindo no fundo do rio antes de tudo ficar escuro.
 


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Notas finais do capítulo

TO Be Continue ;-)