O Garoto da Casa Verde escrita por Giihcoruja


Capítulo 10
O Garoto da Casa Verde Capítulo X




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Acordei animada, com gosto de ansiedade na boca, sem saber ao menos o que aquele dia me aguardaria, tomei banho antes de ir para o colégio, quando sai da banheira que tinha em meu banheiro, enrolada com duas toalhas uma de cetim na cabeça e uma no corpo, vi em cima do meu criado mudo duas notas 100, ela tinha me deixando muito dinheiro, não sei se ela tinha entendido muito bem, só precisava de uma nota de 10, peguei só uma nota de 100 e deixei a outra na caixa que o meu pai tinha me dado de aniversário. Fiz uma trança de raiz de lado do cabelo, deixando alguns cachos cair ao lado, eu coloquei uma causa skinny agarrada ao corpo com uma bota preta, coloquei um delineador nos olhos pretos de gatinha passei um gloss. transparente, o levando na minha bolsa, com minha blusa predileta da minha banda de rock AC/dc e uma jaqueta preta e fui para o colégio com a bolsa de baixo do braço.
Os olhares ao meu redor não pararam, apesar de ter me maquiado que é o menos faço e de estar me vestindo um pouco melhor, não era motivo para aquele alvoroço, eu já estava cansada dos olhares em mim o tempo todo quase todos os dias, a sensação de incomodo como se um bicho tivesse pousado no meu ombro e tivesse grudado na minha roupa sem querer sair. 
Fui ao meu armário para pegar as matérias para a aula de matemática, quando o garoto japonês seu amigo que só me dei conta ontem, veio falar comigo rápido perto do meu armário:
—Bom Dia Gata. Tome cuidado por onde para não se machucar.
Ele me encarou sério depois de um sorriso, não entendi aquele recado, será que ele sabia que eu ia sair com o Edu naquele dia? Será que alguma coisa de ruim e seria poderá acontecer comigo?
Respirei fundo ao fechar meu armário, e dei um sorriso confiante de que aquele dia seria um ótimo dia.
Assim que entrei na sala o professor ficou me olhando de baixo para cima, me estudando, aquele olhar me irritou muito, mas dei um sorriso ao dizer:
—O senhor está bem professor?
Fingindo que achava que ele estava passando mal, mas ele simplesmente levantou o olhar e pigarreou ao dizer:
—Não é nada Senhorita Clara, me pergunto se não seria bom se minhas filhas fossem parecidas com você.
Eu dei um sorriso sentando na minha carteira no canto da sala:
—Obrigada professor.
E comecei a desenhar uma chuva que estava parada no vidro da janela acima de mim, nos minutos da aula em que já tinha copiado a matéria, queria que aquele pingo de chuva saísse o mais preciso possível.
Olhei para trás e eu o vi olhar para mim, assim que nossos olhares se encontraram ele piscou para mim, antes de se levantar e ouvir o sinal tocar.
Ele não veio falar comigo o dia todo, ficou o tempo todo com os seus amigos, e suas fisionomias não pareciam nada agradáveis, aquilo tudo me incomodava de uma forma que não sabia explicar. Como se um furação estivesse prestes a devastar cidades e mesmo assim, estivesse ouvindo e vendo nada.
Assim que acabaram as aulas, ele me encontrou no portão meio dia, e perguntou sorrindo e pegando a minha mão calorosamente:
—Já almoçou Clara?
Eu sorri timidamente, tentei acomodar meus dedos nos seus, sabendo que a minha mão era praticamente uma de criança perto da sua, suspirei, fechei por um segundo os olhos e falei:
—Não almocei ainda Edu. Tem em mente um lugar para almoçarmos?
Ele simplesmente balançou a cabeça em afirmativa e disse já me guiando pela rua:
—Sim, você vai gostar.
Fomos a uma hambúrgueria de um shopping grande da cidade a qual nunca cheguei a conhecer, não tinha ninguém que conhecíamos naquele lugar. Mas o ambiente era incrível, era decorado com carros antigos dos anos 60 e 70, tinham um toca discos antigo no fundo e no rádio tocava uma musica do Elvis que eu adorava ouvir com o meu pai, assim que sentamos um de frente para o outro perto de uma janela, uma moça garçonete estilo antigo veio perguntar sobre os nossos pedidos.

Ele pegou a minha mão na dele e perguntou, com um sorriso enorme de orelha a orelha:

—Vai querer o que?

Eu devolvi o sorriso tímido, sentindo as bochechas esquentarem novamente sentindo seus dedos passearem minha mão me deixando mais sem graça ainda do que já estava sentindo quando eu disse:

—Quero um suco de limão e um sanduíche de cheddar.

Falei tão rápido e sem respirar, que fiquei com medo da garçonete não entender nada do que tinha dito, mas graças a Deus ela ouviu.

Mas ele percebeu o meu nervosismo, e deu seu lindo, falando para tentar inutilmente me deixar calma:

—Você está muito linda Clara, todos ficaram te olhando hoje.

Eu sorri para ele por cima dos olhos, não queria ficar o encarando por muito tempo, com medo de que alguma coisa pudesse acontecer e estragar aquele momento.

Ele, se virou para a garçonete, sem tirar as mãos da minha, pediu apontando para mim no final:

—Vou querer um milk shake de chocolate, esse lanche de bacon e para nós dois esse pudim de leite condensado.

Eu fique surpresa com a iniciativa dele de pedir alguma coisa para mim também, sorri para ele envergonhada e perguntei:

—Você sempre vem aqui ?

Ele sorriu para mim, ficou brincando com os meus dedos nos seus, era encantador vê-lo enquanto eu estava toda nervosa e gaguejando procurando desesperadamente olhar para algum lugar a não ser seus olhos intensos, ele parecia se divertir com a situação e estava tão relaxado, que só perdeu alguns segundos me observado ao responder tranquilo, como se perguntasse isso sempre a ele:

—Já vim com os meus irmãos e adoramos o pudim daqui, achei que você precisava experimentar.

Eu perguntei franzindo um pouco a sobrancelha:

—Então é essa a surpresa?

Ele deu uma risadinha meiga, como se eu tivesse acabado de contar uma fraca piada:

—Não, tem um lugar perto do shopping que quero te levar.

(Continuação)

 


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