Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 25
Reencontro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691520/chapter/25

 

SCORPIUS

 

— Rose...

Foi a primeira palavra que saiu da minha boca, antes da forte claridade atingir meus olhos recém-abertos.

Pisquei algumas vezes, olhando ao redor, e tinha quase certeza que eu estava no Ministério da Magia. A luz entrava pela fresta de duas cortinas pesadas, e uma dor de cabeça forte começava a me apoquentar.

Subitamente, comecei a checar todo o meu corpo, em busca de algo diferente.

Mas, aparentemente, tudo estava igual – a não ser pelo cuidadoso curativo, na altura do meu abdômen, e uma pequena gaze em meu braço direito.

Tentei me virar de lado, mas senti uma pontada no local do curativo maior.

Porém, aquela pequena e sorrateira dor pareceu ser o gatilho para que eu finalmente percebesse o que havia acontecido.

E então me lembrei.

Todas as memórias das últimas semanas vieram em flashes na minha mente, parecendo intensificar a dor de cabeça.

Coloquei a mão direita na testa, na tentativa de organizar meus pensamentos, e fechei os olhos, respirando fundo.

Estante de vira-tempos.

Eu me tornei criança.

E Rose….

Rose cuidou de mim….

Uma mistura de constrangimento e arrebatamento me possuiu.

Reprimi uma risada, ao lembrar da nossa rotina com minha versão criança. Tudo agora aprecia um sonho distante e agradável, cujas memórias me traziam uma estranha, mas satisfatória, quentura dentro do peito.

O sequestro, a traição do Henry, a reversão….

Sacudi a cabeça, com as lembranças ainda meio embaralhadas em minha mente.

Não, Sebastian primeiro…. um ex comensal. Dois tiros, eu apaguei…. e foi depois de me operarem que veio a reversão...

Sorri, me lembrando do meu último encontro com Rose, antes de seguir para a reversão. Os olhos dela estavam tão preocupados…. e tão cheios de amor fraterno...

Lembrei da fúria dela e de meu pai para me salvarem da Casa dos Gritos….

O cuidado de todos comigo – até mesmo de um relutante Hugo.

Não contive uma risada.

Nem a maluca da Belmore conseguiu estragar nenhum momento que tive com eles.

Fora uma experiência única, e, ao seu modo, realmente maravilhosa.

Porém, agora, eu tinha pensamentos mais importantes para me ocupar.

Eu precisava ver Rose.

 

**

 

Depois de eu finalmente conseguir chamar uma curandeira, fui recepcionado por um simático medibruxo, e, juntos, ambos me deram poções estranhas, de várias cores, e me examinaram para ver se estava tudo em ordem. Disseram que a reversão poderia não funcionar perfeitamente, ou deixar alguma sequela, devido minha recém-operação

Mas, no fim das contas, acabaram notando que tudo estava em perfeita ordem, e disseram que estava apto a receber alta logo em breve.

Logo depois, meus pais entraram.

Mamãe quase me sufocou, chorando sobre mim como se eu tivesse acabado de ser salvo de um prédio em chamas. Papai tentava disfarçar, mas também estava muito emocionado, enquanto acolhia a nós dois em seus braços.

Perguntei de Rose, e eles disseram que ela estava tendo uma prova, e que viria logo mais.

Para minha surpresa, mal meus pais saíram, e os pais de Rose – Sr. e Sra. Weasley – deram lugar a eles.

Hermione Weasley me deu um abraço bem semelhante ao de minha mãe, e me surpreendi ao ver que estava com os olhos marejados. Provavelmente, havia ficado muito preocupada com Rose, quando aquela garota louca fugira para me salvar….

Ah, Rose. Minha pequena rosa maluca.

Pasmei quando o senhor Weasley também me abraçou fortemente.

Ele estava com os olhos inchados, e nem posso imaginar o estado em que ele ficou quando soube que sua rosinha - como ele gostava de chamá-la – estava nas mãos de um seqüestrador, para salvar o “irresponsável” do Scorpius – como ele costumava me chamar.

— Obrigado, Scorpius, muito obrigado mesmo.

Ele havia dito em uma voz baixa, e extremamente agradecida.

Sabia ao que ele estava se referindo…. o momento em que eu levei o tiro que atingiria Rose. Ao fato de ter salvo a vida dela.

Ronald Weasley mal sabia que eu faria aquilo quantas vezes fosse necessário….

Era a Rose, afinal.

Ela era meu mundo. Era minha vida. Por ela, faria qualquer coisa nesse mundo.

— Scorpius?

Alvo apareceu do meu lado, me despertando dos meus devaneios. Mal percebera que os pais de Rose já haviam saído.

— Alvo! - o abracei, feliz em rever meu melhor amigo.

— Como se sente? - ele perguntou, tentando achar alguma coisa de errado em mim. - nos deu um belo susto, seu babaca.

— No momento em que eu voltei a ser criança, ou quando levei um tiro nas tripas? - não consegui evitar deixar de brincar, com toda aquela situação.

— Os dois, não é? - Alvo revirou os olhos, me socando de brincadeira – mas confesso que preferia você com quatro anos.

Dei um tapa na nuca de Alvo, fazendo-o rir.

— Eu sou maravilhoso de qualquer jeito. - pisquei para ele, fingindo ajeitar uma gola invisível. - sabe disso.

Alvo riu, voltando a rolar os olhos.

Antes que eu pudesse abrir a boca para perguntar dela, ele tornou a falar, fazendo aquele seu lance de parecer ler meus pensamentos.

— Rose está lá fora. - respondeu,com um olhar adivinhão – só vim primeiro para não ficar de vela na cena de filme trouxa que vocês farão ao se verem.

Foi a minha vez de revirar os olhos, mas não consegui segurar um sorriso, sentindo meu estômago ser bagunçado…. de um jeito bom.

— Eu devia ter trazido minha câmera para filmar vocês. Daí poderia editar o vídeo e colocá-lo em câmera lenta... - joguei o travesseiro em Alvo. - Ai! Pega leve, Malfoy – ele riu, já saindo do quarto.

A porta nem se fechou, e Rose passou por ela, seus olhos vasculhando o quarto rapidamente.

Até que eles pousaram em mim.

Ela veio em minha direção, a passos rápidos e aflitos. Saltei da cama, me pondo a correr até ela.

O choque entre nossos corpos foi inevitável.

A engolfei em um abraço desesperado.

Minhas mãos se puseram firmes na cintura dela, e as dela começaram a se entrelaçar carinhosamente em meus cabelos. Afundei o rosto na curva do pescoço de Rose, sentindo seus cabelos ruivos em minha pele.

Ainda estava a procura de uma sensação melhor.

— Sabe que te amo muito mais agora... não sabe? - fui o primeiro a falar, a voz embargada de emoção e gratidão, enquanto me afastava minimamente dela, apenas para poder fitá-la. - quer dizer… se isso for possível de alguma forma.

Rose parecia querer memorizar cada traço do meu rosto. Seus olhos estavam molhados, e suas mãos acariciavam minha nuca. Via ali a expressão de uma pessoa que mal podia conter o amor que corria em suas veias.

E aquilo, para mim, era a coisa mais fantástica do mundo.

— Nunca mais me force a matar aula. - sorriu, começando uma sessão de beijos por todo meu rosto – nunca – continuou, pontuando cada palavra com um beijo – mais… me… assuste… assim… seu bobo...!

Cada memória de minha pequena temporada como criança, em que eu estava junto de Rose, me atingia como um rojão, parecendo aumentar meu sentimento por ela.

Minha amiga. Minha “irmã”. Minha alma gêmea…

Minha garota.

Ela conseguiu me amar de todos os jeitos. E eu consegui amá-la de todas as maneiras.

Era quase… divino.

— Ei – segurei o rosto dela em minhas mãos, olhando dentro daqueles olhos azuis enfeitiçantes – obrigado.

Vi seu rosto se contorcer numa mistura de humor e adorável exasperação.

— Scorpius...- ela riu, incrédula. - você tem noção? Você me salvou!

— E você também me salvou. - apontei com o olhar para o curativo no braço dela, no mesmo local onde estava o meu. - percebi assim que vi isso aí – respondi sua pergunta não dita, suspirando, ciente do meu tom de voz encantado. - agora estamos mais unidos do que nunca, Rose. Tem alguma noção de como é isso? – acariciei as sardas de seu rosto, sentindo meus olhos marejarem e meu coração bater mais forte – saber que um pouco da garota que eu amo agora está… literalmente... dentro de mim? - ri baixo, arrebatado – é… maravilhoso.

Rose abriu um sorriso tão bonito, que, por um momento, pensei que estava em uma realidade paralela.

Rose suspirou, me encarando.

E, naquele momento, eu percebi a verdade.

Nosso amor se metamorfoseara e aumentara naquele curto período de tempo. O sentimento sempre permaneceu ali, apenas se adaptando as nossas situações e necessidades.

Era um elo eterno. Se não havia se rompido antes, jamais aconteceria no futuro.

E havíamos provado, de uma vez por todas, o quanto pertencíamos um ao outro.

Para sempre.

— Vou sentir muita falta do meu menininho...- ela comentou, tombando a cabeça de lado, para apoiá-la na palma da minha mão. - mas fico feliz de ter meu garoto de volta.

E então eu a beijei.

Já havia sido conversa demais.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.