Falling escrita por Lohane Pinheiro


Capítulo 19
Capítulo XX - Maybe there's a God above


Notas iniciais do capítulo

Mais dois capítulos e acabamos. Eu nem acredito que eu cheguei tão longe com essa fanfic, meu deus ♥
Eu sei que eu fiquei sem postar mas eu estava tendo problemas para concluir a fanfic e agora, ta tudo certo, falta apenas mais alguns detalhes e pronto.
Então, vamos lá?



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Era uma casa relativamente pequena no Kentucky. Ariel tinha acabado de colocar suas malas no chão, era o que ela tinha naquele momento, apenas duas malas com roupas. Iria começar a dar aula novamente, começar tudo de novo, uma vida nova. Ela olhava a fotografia que tinha da sua mãe mas sentia que tinha alguém faltando ali só não sabia quem era. Ariel suspirou e colocou o porta retrato na estante, era a última coisa que faltava para ela terminar de arrumar as coisas, aquela era a única foto que tinha restado.

Ao entrar no quarto foi direto para uma de suas malas, a que ela ainda não tinha arrumado nas gavetas. Ela abriu a mala de mão pequena e tirou uma arma de lá, era a arma que Sam tinha dado a ela aquele dia. Ela pensou em se livrar dela também mas era a última lembrança de que tudo aquilo foi real, de que eles foram reais. Um barulho ecoou e ela se virou para a porta assustada. Alguns passos eram escutados, pareciam calculados, Ariel foi andando com a arma na mão, tinha apenas uma bala carregada que ela lembrava e torcia para não falhar com ela. Ariel apontou para quem fosse e abaixou a arma quando viu quem era

— Droga Castiel, eu poderia ter te mata... – ele parecia fraco, se apoiava na parede ao seu lado – meu deus, o que aconteceu?

— Eu não posso dizer

— O que já falamos sobre segredos? Que droga – ela fechou os olhos e encostou no anjo, nada aconteceu

— Não vai adiantar

— Porque?

— É a minha graça, você não pode ajudar – ela levou Castiel até a sala e o sentou no sofá – me escuta...

— Não, você não vai começar com discurso de... não vai rolar ok? Você vai ficar bem – ela sorriu – estou fora do radar a muito tempo, ninguém pode me encontrar aqui então, você fica por aqui, até se recuperar e foda-se os Winchester. Você não vai sair daqui enquanto não estiver bem, está me entendendo?

— Vai adiantar alguma coisa eu falar não?

— Não. Eu consigo ser persistente quando eu quero – ela se levantou e virou de costas para ele – eu iria preparar alguma coisa para eu comer e... ok, eu lembrei, anjos não comem e nem dormem... mesmo que você esteja precisando de uma... – Ariel olhou para ele novamente e Castiel estava deitado no sofá, encolhido e com os olhos fechados, ela sorriu – talvez tenha suas exceções – ela foi até o quarto e procurou uma manta, voltou para a sala e colocou cobrindo o anjo deitado em seu sofá. Ariel sorriu novamente – agora é minha vez de cuidar de você – ela passou a mão pelos cabelos dele – veja isso como uma forma de agradecimento por todos esses anos ok? – ela sorriu novamente e deu um beijo no topo da cabeça dele e deixou ele dormindo.

—x-

Ariel colocou a mesa, tinha dois pratos nela, mesmo ela achando que não ia precisar. Ela tinha acabado de se servir quando ouviu alguém andando até a cozinha e parando na porta

— Você dormiu, isso é inédito?

— Talvez – ele olhou para ela confuso – porque você...

— Você parecia cansado e eu não quis te acordar. Cas, eu disse que ia cuidar de você e não vou quebrar minha palavra, agora senta ai – ele andando devagar até a mesa e se sentou, olhou sem entender para o prato a sua frente – pensei que talvez...

— Eu não tenho fome

— Foi o que eu pensei, é claro – ela rapidamente tirou o prato da frente dele – então, vai me contar o que aconteceu? – ele olhou para todos os lados da cozinha – Cas?

— Porque tão longe?

— Quanto mais distante do que eu era, melhor

— Mas você gostava de Atlanta

— Tinha seus momentos – ela sorriu antes de enfiar um garfo cheio na boca e demorar para falar novamente – eu tive momentos bons naquela cidade, sabe, as vezes que minha mãe ia lá me visitar, fazia as coisas que eu gostava, cuidava de mim e... – ela se calou de repente, sentiu como se algo se abrisse dentro dela, Ariel sorriu novamente e balançou a cabeça – deixa para lá

— Você não está bem

— Eu já disse para deixar para lá – ela pensou bem antes de fazer a pergunta mas fez do mesmo jeito – como eles estão?

— A marca se manifestou logo depois que...

— Que você apagou a memória deles? Mas não faz sentido. Ele não teria nada a que se lembrar e... Cas, você apagou a memória deles certo? – o anjo não respondeu – Castiel!

— Eu não podia fazer isso, não estava forte o suficiente para apagar a memória mas... talvez... mudar uma cena que eles viram

— O que você fez?

— A marca se manifestou novamente porque ele pensou que você estava morta – Ariel se engasgou com a comida e deixou o prato de lado

— Não foi exatamente o que eu planejei

— Ariel...

— Eles ficaram de luto? – Castiel não respondeu – é claro que ficaram.

— Ariel eu posso explicar

— Eu preciso ficar sozinha – ela se levantou e saiu da cozinha.

Ariel fechou a porta do quarto, trancando ela. Ela sabia que se ele quisesse entrar ele entraria mas ela também sabia que ele ia respeita-la. Ariel foi andando até a sua cama e se jogou nela, olhando para o teto claro do seu quarto.

Ela queria se distanciar daquele mundo todo certo? Ela escolheu aquilo. Então porque ela estava tão chateada com o que ele tinha feito? Com a única opção que seu guardião tinha naquele momento? Ariel suspirou e fechou os olhos antes de sair do quarto e ver que Castiel estava no mesmo lugar esse tempo todo

— Digamos que eu aceite isso, que eu não vá contra a você e siga minha vida normalmente... o que eu tenho que fazer?

— Evitar eles, evitar se encontrar com eles. Pode ser um colapso se eles virem que você está viva já que, na cabeça deles, eles viram você morrendo.

— Você mudou o que?

— Você não voltou a vida, na cabeça deles, eu que acabei com o Owen – Ariel se encostou na parede – promete que não vai fazer nada?

— Fui eu que pedi isso certo? – ele continuou olhando para ela – okay, eu prometo – Ariel olhou para o chão – você não vai me... – ela olhou para frente novamente e ele já não estava ali – filho de um... urgh! – ela respirou fundo e voltou para o quarto.

Ariel passou o resto da noite inteira acordada. Andava de um lado para o outro no quarto. Estava impaciente. Parou no meio do quarto e sabia que a ideia que teve naquele momento ela iria se arrepender de ter tido mas ela precisava fazer aquilo. Ariel fechou os olhos e se concentrou, sua visão era confusa, várias vozes passava por ela até que ela chegou em um local que parecia um pouco vazio, ela olhou para um quadro e viu que estava em Dallas ‘Sério?’ ela olhou para frente novamente e viu ele sentado, conversando com o irmão, parecia concentrado demais na conversa e quando eles pararam ele chamou a garçonete, alguém cutucou Ariel e ela travou no meio do caminho ‘espera! Eu estou em um bar em Dallas? O que...’ quando ela viu ele já estava de frente para ela

— Duas doses – ele deixou os copos no balcão, Ariel ficou olhando para ele e esperando que ele a reconhecesse mas não aconteceu

— Tudo bem – ela se virou de costas e se viu no espelho, era seu rosto ali mas não entendia porque ele olhava e não reconhecia. Ela pegou a garrafa e depositou as doses no copo e antes que ele se afastasse de novo ela segurou sua mão – pode parecer estranho

— Um pouco... geralmente sou eu que faço isso – Ariel sorriu ‘claro que sim, idiota’ ela pensou

— Eu só queria saber o porquê dessa cara, parece que... aconteceu algo grave – ele não respondeu – se quiser conversar...

— Eu estou bem – ele sorriu sem vontade e se distanciou. Ariel suspirou e se encostou no balcão. Ele parou no meio do caminho e se virou novamente – na verdade... – ela não continuou escutando ele pois algo trazia ela de volta e Ariel abriu os olhos ofegante e o anjo estava de frente para ela, olhando-a

— Ele não...

— Você prometeu

— Eu sei, eu só tinha que ter certeza que ele...

— Ariel, isso pode ser confuso e perigoso. Dean não está ainda 100% dos efeitos da marca se ele ver você viva novamente...

— Eu sei, ele pode surtar e querer me matar por fazer ele achar que eu estava morta, eu sei – Castiel olhou confuso para ela – o que? Eu leio mentes também, um dos maravilhosos dons que Aurora deixou comigo de herança

— Ariel...

— Eu estou bem – ela se sentou na cama massageando as têmporas – eu só preciso descansar, minha cabeça está estourando e eu nunca fiz isso antes

— Você já fez comigo uma vez

— Mas não desse jeito, eu preciso dormir – ela deitou na cama – nem que seja por 5 minutos e... porque você voltou?

— Bem, você disse que queria ter a chance de fazer algo para agradecer e isso seria cuidar de mim. Eu aceitei o risco – Ariel sorriu

— Então eu cuidar de você seria um risco?

— No estado que eu me encontro? Acredito que sim

— Cala a boca – ela fechou os olhos

— Ok – Castiel olhou para todos os lados do quarto e foi se sentar na poltrona perto da janela

— Ficar me observando dormir é um pouco creep

— O que seria...

— Deixa para lá, boa noite – ela sorriu novamente antes de pegar no sono. Ariel acordou com um barulho alto vindo da cozinha, parecia que alguém estava quebrando as coisas, ela se levantou rápido e foi correndo até lá, quando viu Castiel atrapalhado com o que estava fazendo, um suposto café da manhã, ela começou a rir – não precisava, é sério

— Aurora sempre fazia panquecas quando você era criança, eu lembro de alguns detalhes e...

— Não precisa – ela foi até ele – pare de tentar, antes que você coloque fogo na casa ou algo pior – ela disse rindo – eu acho que...

— Eu tive uma ideia

— Cas... – ele sumiu novamente – odeio isso – Ariel começou a arrumar o que conseguia, a cozinha estava um desastre mas ela não tirava o sorriso do rosto. Ela ouviu um barulho e sorrindo se virou para falar com o anjo mas não era ele

— Hello Sweetie – ela deixou as coisas que estavam em suas mãos cair – precisamos conversar – ela ia gritar mas alguém tampou sua boca com algum tipo de pano com um cheiro forte demais, Ariel lutou nos braços da pessoa mas desmaiou em seus braços – ela costumava ser mais forte, vamos.

—x-

Ariel sentia sua cabeça pesada, a visão estava turva demais e tinha seu corpo dolorido. Tinhas os pulsos presos atrás de si e estava presa em uma cadeira. Tentou gritar mas foi abafado pelo pano amarrado em sua boca. Ariel retomou a consciência aos poucos e começou a se mexer na cadeira, gritava mesmo que tivesse sendo abafado.

— Alguns dizem que isso pode ser um milagre mas nada que alguns truques que eu aprendi em toda a minha vida não tenha me ajudado – Ariel parou com lágrimas nos olhos quando ouviu aquela voz – você caiu novamente na mesma história, que decepção. Ainda fez com que as coisas ficassem mais fácil para mim, aliás, afastou os cães de guarda de você

— Como?

— Você me matou, eu não nego isso mas... digamos que... eu consegui sobreviver – ele sorriu – algo que vários dias e anos bebendo o sangue de demônio tenha feito, tenha me deixado mais forte e você falou uma verdade nisso tudo. Sou humano, não sou imortal mas... não morro tão fácil com apenas uma espada que nas suas mãos não tem poder nenhum, tem o mesmo poder que de uma faca de cozinha – ele soltou uma gargalhada alta – eu gostei de ver seu rosto aliviado, pensando que tinha me matado. O corpo que você queimou era de um idiota qualquer que eu fiz se passar por mim. Todos pensaram que era eu mas... no final... não era e advinha quem está comigo aqui, agora e graças a deus sem radar nenhum para ser achada? – ele apontou para Ariel – então... com que vamos brincar primeiro? – ele soltou outra risada alta. Ariel conseguiu tirar o pano da boca e começava a gritar por socorro, Owen começou a tortura-la e ela gritava de dor. Todas as maneiras de tortura possível ele fazia em um pouco espaço de tempo, Ariel se mantinha forte mas sabia que iria ceder a qualquer momento, a qualquer instante. Era ali, o seu final. Ela tinha lutado tanto, tinha feito tanto, para acabar ali, em um sótão qualquer com um sádico matando ela da pior maneira possível.

Depois de algum tempo ela deixou de sentir dor, ela deixou de sentir. Ela tinha desistido, não tinha lutado, não tinha usado nada, ela simplesmente desistiu. Algumas vozes foram escutadas ao fundo, barulhos e um brilho forte demais se espalhou pela sala inteira e um barulho de um corpo caindo no chão e carne sendo fatiada por algo foi escutado mas ela não olhou para ver o que era, ela não queria ver o que era daquela vez. Sentiu alguém segurando seu rosto, mas sua visão estava turva demais, alguns pontos pretos foram aparecendo.

— Aguenta firme – ela ouviu aquela voz de tão longe, parecia que ele estava a quilômetros de distância – Ariel, você está comigo? – ela olhou para o dono dela mas seu rosto estava difícil de reconhecer, eram borrões, os pontos pretos tinham aumentado – leve ele para fora daqui – a pessoa falou com alguém e se virou para ela de novo – fica comigo, vamos, fica comigo – Ariel fechou os olhos mas não por definitivo, aquela voz, ela começava a ouvir com mais clareza – eu estou aqui – não poderia ser real, não era possível. Sua mente estava criando algo para que ela fugisse da realidade que ela estava, a realidade aonde Owen estava vivo e torturando ela da pior maneira possível. Ariel abriu os olhos e os pontos tinham aumentado mas ela viu aqueles olhos, era ele. Não era possível mas era ele ali, pedindo para que ela ficasse com ele

— Dean? – ela balançou a cabeça de leve e levantou a mão para encostar nele. Ariel sentiu seus olhos encherem de lágrimas quando ela encostou nele

— Me ajuda aqui – ela sentiu alguém colocando ela no colo, ela gritou de dor, seu estômago embrulhou na mesma hora e os pontos pretos em as visão voltaram agora em mais quantidade do que antes e ela deixou que eles tomassem conta de tudo de uma vez.


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Notas finais do capítulo

Por favor não me odeiem, por favor não me odeiem, por favor não me odeiem...



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