We are just friends escrita por singleshygamer


Capítulo 1
Our story


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a todos que estão tirando um tempinho de seus dias para ler esse romance que escrevi.

Ultimamente tenho relido diversas vezes FMF e me apaixono cada vez mais. É difícil não chorar e, para desabafar, resolvi que escreveria meu próprio romance, mesmo que curtinho.

Kisses de Morango

BOA LEITURA



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— OIIEEEE AMIGAAA - cheguei pulando em Lisa que conversava alegremente com um menino desconhecido, alto e loiro de olhos escuros. As aulas começavam novamente depois das férias de Julho, as quais passei longe desta menina ao meu lado e estava morrendo de saudades da minha melhor amiga. Nos conhecemos no sexto ano e, agora no oitavo, éramos inseparáveis. Na realidade Lisa é somente um apelido, seu nome verdadeiro é Elisa, mas nem mesmo os professores a chamam assim. Ah, claro, me chamo Clara mas, pelo costume de sempre querermos encurtar as coisas ao máximo, me chamam de Lara. Tenho cabelos pretos, lisos e longos, olhos verdes. Minha querida melhor amiga, por sua vez, possui cabelos platinados, tingidos obviamente, e olhos cor de mel. Ambas usamos óculos mas, em grande parte das vezes, uso lentes, ao contrario de Lisa que nem sequer cogita essa possibilidade.

— LARAAAA - Lisa gritou me abraçando - você encolheu mais!!

— AH VAI SE FUDER, VOCÊ QUE CRESCEU - brinquei com um pouco de raiva. Se tem algo que me irrita é quando me chamam de baixa e, sabendo disso, Elisa estava o tempo todo enchendo meu saco. Porque será que justo nossos melhores amigos são as pessoas que mais nos zoam? Quanta contradição.

— OLHA A BOCA LARA, não quer causar má impressão para o novato, não? - Lisa disse enquanto passava o braço por cima de meu ombro e apontava com o outro para o loiro - muito bem, se apresentem, vocês tem boca, não precisam de mim. Mas aqui, Clarinha, dá uma semana antes de pegar o menino ok? Por favor, ele é legal, merece um tempo.

— EU? HAHAAH imagina amiga - revirei os olhos rindo ironicamente - Prazer, meu nome é Clara, mas como já deve ter notado, só me chamam de Lara mesmo haha - falei estendendo a mão

— O prazer será todo meu - o menino falou e, ao invés de apertar minha mão, a usou como suporte e me puxou para um abraço - meu nome é Guilherme, me chame de Gui

— UUUUHH gostei desse menino Lisa - exclamei fazendo festa, logo de cara o menino já vem com frases de duplo sentido. Melhores pessoas essas que, mesmo sem nos conhecer, já chegam brincando e agindo como retardadas, eu também, no caso. -  esse é meu estilo!

— HAHAHA ai, ai - Lisa disse rindo da minha reação - tinha que ser você e, pelo visto, você senhor Gui já entendeu como que as coisas funcionam com a Larinha, a malicia vive solta - completou nos arrancando risadas

— Então acho que seremos bons amigos! - ele falou me olhando

— Ah não tenho dúvidas - concordei ainda a rir

(...)

— ANDA GUILHERME NÃO É POSSÍVEL QUE VOCÊ DEMORE TANTO TEMPO SÓ PARA PEGAR UM CASACO - gritei o loiro do andar de baixo, estava o esperando para que pudéssemos sair, e bom já estava impaciente. 

— Calma Clarinha - falou rindo e descendo as escadas - a confeitaria só fecha as dez e ainda são sete e vinte! - me abraçou me dando um selinho

— Nem vem com essa para cima de mim Gui, você sabe que não se brinca comigo quando eu quero bolo -argumentei de desvencilhando de seus braços e pegando minha bolsa para que pudéssemos sair.

Fomos andando para a confeitaria da esquina conversando sobre algumas coisas aleatórias, de como pensávamos que seria o segundo ano e o que a senhorita Lisa deveria estar fazendo com o namorado que não desgruda mais dela, Lucas.

— Na moral, depois que eles começaram a namorar a Lisa nunca mais apareceu - Gui comentou 

— An, Guizinho, isso é ciumes da nossa amiga? - o provoquei rindo

— Claro que não Larinha - me girou me colocando de costas com a parede - você sabe que a única da qual eu tenho algum tipo de "ciúmes" é você

— HAHAHAHA - passei os braços por seu pescoço - somos só amigos meu caro Gui

— Aham - me beijou - amigos coloridos, você esqueceu de dizer

— Isso, só isso  - disse rindo e o beijando

Voltamos a andar até a confeitaria, Gui estava com seu braço em meu ombro (como de costume), ao chegar lá fomos pedir o meu bolo preferido:

— Boa tarde Larinha! - Dona Florinda me deu um abraço e cumprimentou Gui com a cabeça - Gui - sorriu

— Você sabe, o de sempre Flor - tá ok, ela era uma das únicas pessoas para as quais eu esbanjava fofura. Desde pequena venho a essa confeitaria e, desde essa época ela sempre esteve aqui. Por vezes, eu vinha somente para conversar coisas de criança com a mesma que parecia adorar minhas visita, ela definitivamente era como uma segunda mãe para mim. A partir de quando conheci Gui começamos a vir juntos pois ele morava no mesmo prédio que eu e eramos melhores amigos.

— Você sabe né Florinda, essa daqui nunca muda - Gui falou revirando os olhos e rindo 

— Haha, sei sim Gui - Florinda disse sorrindo e se abaixando para pegar a fatia do bolo

— Gente, eu não tenho culpa se o seu bolo de morango e caramelo, Flor, é o melhor de todos que existem! - exclamei gesticulando as mão

—Não é para tanto, mas obrigada querida! - colocou o prato com o bolo no balcão - e você Gui, não vai querer nada, de novo?

— An..- Gui começou - já que a senhora insiste, eu gostaria de um pedaço do de laranja - completou sorrindo

— Mas é claro que insisto, você sempre vem só acompanhando a Clara e nunca come nada! - Flor falou já pegando o bolo - aqui está, já sabem, a bebida é por conta da casa!

— Muito obrigada Flor! - a abracei

— Não é nada meu bem! Agora, quero saber quando você vão me falar que estão namorando logo?! - exclamou

— Não estamos e nem iremos Florzinha, sua imaginação é bem grande - respondi

— Somos só amigos Flor - Gui completou

— Aham, amigos..- Flor retrucou com desconfiança explicita antes de irmos nos sentar

(...)

— UAU - Gui falou ao me ver na porta de seu apartamento - você ta querendo acabar com corações hoje não é Lara?

— HAHA Sempre meu querido Gui - disse o abraçando e entrando - e então, Lisa já chegou? 

— Sim, ela ta la em cima trocando de roupa, pediu mais cinco minutos - ele respondeu se sentando comigo no sofá

— É meio louco que estejamos já acabando o terceiro ano, não?  - refleti

— Um pouco, nos conhecemos a quanto tempo mesmo? - perguntou me olhando e rindo, fiz uma cara de reprovação para o mesmo - calma, haha, são 3 anos e meio, eu sei!

— Ah bom eu ia já te bater Guilherme - Elisa gritou enquanto descia as escadas, deslumbrante como sempre - agora que a princesa chegou nós podemos ir

— Princesa eu que você quer dizer né? - falei rindo e gesticulando as mão - até que o tempo valeu a pena, está linda Lisa

— Como sempre - se gabou e fiz uma careta - só espero que o Lucas ache o mesmo - completou fazendo eu e Gui revirarmos os olhos - que foi? Vocês também ficam de pegação pra la e pra cá, ainda vão terminar juntos. Não tem nada a falar de mim! Agora vamos!

— Somos amigos Lisa, nada mais - falamos em uníssono

— Claroooo, ran ran, amigos coloridos.. - ela ironizou antes de sairmos em direção ao carro de Gui

Fomos para o baile de formatura que o colégio estava dando, eu preferi não aceitar os 5 convites que recebi para o baile pois preferia poder andar "livremente" e dançar com quem eu quisesse, Gui também não tinha acompanhante, mesmo que todas as meninas estivessem babando por ele. Ao chegar lá, tudo estava perfeitamente decorado com cores escuras, roxo, azul e preto, predominando no local. Dava um clima gostoso, a noite sempre será gostosa e, qualquer coisa que a remeta, consequentemente, também. 

Lisa ficou uns minutos conversando conosco em uma das mesas, mas logo foi dançar com o namorado. Sem perder tempo, fui também, dancei com alguns meninos e parte do tempo sozinha, conversei com umas amigas e já havia perdido Gui e Elisa de vista quando me sentei no bar, que não continha bebidas alcoólicas devido ao fato de muitos como eu terem 17 anos ainda, para beber um refrigerante. Durante uma meia hora fiquei comendo uns salgadinhos e conversando com o "barman" que no caso era um colega de turma. Até que avisto Gui vindo em direção ao bar e aceno para o mesmo que parecia não ter me visto ainda. 

— E ai como está sendo sua noite? - perguntou já mais próximo

— Hum, normal, achei que iria ficar com mais caras mas tudo bem - respondi rindo

— Se você quiser eu fico com você, sabe, eu conto por 20 - se gabou me fazendo rir com ironia

— Ah não, com você eu posso ficar todo dia - brinquei

— Nossa, então é assim? Nunca mais fico com você então - falou se virando para ir embora, o puxei

— HAHA Seu besta - o beijei - você não conta nem por vinte nem por dois, você só conta por você, que já é bem melhor do que milhares de caras

Conversamos mais um pouco e então uma musica mais lenta começou a tocar

— Quer dançar? - Gui indagou se levantando e estendendo a mão

— Hum..- olhei meio desconfiada - pode ser - peguei em sua mão e caminhamos para o meio das pessoas. Tocava "The Fault In Our Stars" do Troye Sivan. Gui me abraçou pela cintura enquanto eu passei os braços por seu pescoço, minhas mão ficaram mexendo em seus fios loiros. Nos aproximamos mais  e deitei minha cabeça em seu ombro, quase na ponta dos pés, fechando meus olhos. Dançávamos em perfeita harmônia, mas não para os outros, para nós mesmos.

And I don't wanna let this go               I don't wanna lose control       I just wanna see the stars with you

— Você dança bem, pra você - falei rindo baixinho

— Você também, por ser você - respondeu rindo junto

— É bom ter você - continuei sussurrando em seu ouvido

— É ainda melhor ter você - concordou

With you

(...) 

Estava indo para casa porém minha atenção é voltada para Gui. Ele estava na porta de seu apartamento, que fica no mesmo andar que o meu, beijando uma menina. Não sei porque, mas isso me incomodou profundamente, foi como uma facada bem no meio do meu coração. Ele já havia beijado outras meninas e nós eramo só amigos, coloridos, mas enfim. Não era para eu me sentir desse jeito, nós nunca quisemos mais do que a nossa amizade com benefícios. Não, isso não era para ser assim. Passei despercebida por eles e entrei em meu apartamento, afinal, o que eu estou sentindo? Ciumes? Magoa?

(...)

Lembrar de tudo isso só me fez chorar ainda mais, agora eu estava sentada no frio chão da minha cozinha, com uma colher na mão e a panela no fogo. Chorando. Confusa. 

— MERDA -não segurei meu grito. Como isso foi acontecer? Nós vivemos tão bem como amigos coloridos nesses quase 4 anos. Por que? Eu não consigo entender mais nada. Por que isso me afeta? Por que o fato de ver ele ficar com outras meninas me destrói tanto? Eu já sabia que entre nós era só pegação e que ele ficava com diversas outras meninas, não sabia? 

Decidi ligar para Elisa, só ela para me amparar agora:

~Ligação on~

— Fala amor - Lisa atendeu após dois toques, eu demorei um tempo sem conseguir falar absolutamente nada - Clara você ta chorando? - perguntou, agora, preocupada

— L-Lisaa..- tentei formar qualquer frase, mas nada saia, com exceção a minhas lágrimas que não cessavam.

— To indo para ai - exclamou e desligou.

~Ligação off~

Nem sei de onde comecei a pensar nisso, talvez tenha sido por ter lido o nome de Guilherme em meu celular, me ligando. Uma semana já faz que não falo com ele, que estou tentando ignorar a dor que senti ao velo beijando aquela menina na frente de sua casa. Na realidade, eu só estava adiando, adiando ter que pensar nisso, mas sabia que a hora iria chegar. Bom, agora. 

Fiquei mais algum tempo no chão da cozinha ainda chorando, esperando que Lisa chegasse. Dez minutos depois a porta fez barulho. Sem muita eficácia, tentei parar de chorar e limpar as lágrimas que escorriam com as costas da mão. Fiz força para levantar e deligar o fogão e, vagarosamente, caminhei até a porta, a abrindo. Elisa nem esperou eu terminar de abri-la e já foi entrando, ao ver meu estado me abraçou forte. Com certeza não existe amiga melhor. Ela me deixou sentada no sofá enquanto trancava a porta.

— L-Lisa...- gaguejei mas fui interrompida pela mesma

— Não Lara, primeiro você vai para o banho e eu vou fazer algo para comermos - Lisa ordenou 

Após tomar o banho, já um pouco mais calma, coloquei um pijama quente que Lisa havia deixado em cima da pia. Deviam ser umas oito da noite. Chegando no quarto Lisa me esperava, de pijama, com duas xícaras de chocolate quente, um copo d'água e mistos. Me sentei ao seu lado na cama bebendo um pouco do chocolate.

— Pronto, mais calma? - assenti - então, o que aconteceu Larinha?

— Bom, na verdade, nada - tentei começar a explicar - quer dizer, eu sei lá é só que que vi o Gui beijando uma menina semana passada e, não sei, me senti péssima, e venho o ignorando desde então, nem tinha parado para pensar nisso ainda. Mas hoje quando vi o nome dele me ligando, comecei a refletir sobre como me senti e.ah deu nisso - terminei com lágrimas nos olhos - Sabe Lisa, eu não sei o que fazer, como? Quer dizer, somos só amigos, mesmo que nós nos beijemos de vez em quando, continuamos só amigos, eu não deveria me sentir assim..Ta tudo errado. Eu já sabia que ele ficava com outras meninas mas...ver pareceu tão mais difícil..e não..não era para ser.....

— Eu sempre falei que vocês se amavam..- disse rindo, eu já estava aos prantos a essa altura - calma Lara - passou as mãos em meus cabelos - você já sabia que ele ficava com outras meninas ou você fingia saber, mas sem admitir isso de verdade? 

— Eu..eu não sei - falei a abraçando - que merda, não era para ser assim!

— Lara, eu sei que não sou a melhor pessoa para dar conselhos, mas se tem algo que eu posso falar é que nós não escolhemos por quem nos apaixonamos - ela falou com serenidade - você e o Gui sempre se considerarão apenas amigos coloridos em nunca querer ir além disso, talvez por um medo de não dar certo e a amizade de vocês ir por água a baixo. 

— É, mas não era para ser assim, nunca doeu tanto o ver com outra menina, porque agora?? Eu não entendo isso..- murmurei

— É que, a cada ano, você amava mais ele e, mesmo negando, se incomodava com o fato de ele ficar com outras meninas, mas fingia não se importar para não sofrer ou para as coisas não desandarem. Porém alguma hora as coisas vem, tudo vem, a verdade vem a tona e não tem mais como fugir - Lisa era sábia, e eu sabia que tudo o que ela falava era a mais pura verdade, mesmo que sem admitir.

— E o que eu faço agora? Nossa amizade acaba assim?? - indaguei ainda chorando

— Não, amizade é para sempre, porém algo novo começa, vocês se amam e só tem que assumir isso um com o outro - Elisa dizia tentando me acalmar

— Não acho que ele me ame, se ele me amasse talvez já tivesse se incomodado comigo ficando com outros caras..- respondi um pouco mais calma, contudo sem um pingo de esperança

— HAHA, você é muito ingênua de vez em quando Larinha - Elisa falou em meio a risadas - tantas vezes que ele não quis te deixar sair com meninos, tantas as vezes que ele te puxou para outro lugar quando você estava com alguém..ele se incomoda, e muito. - Comecei a lembrar, então, alguma cena em que ele demonstrou ciúmes.

Flashback on

— Humm..então..Aquele novato! É muito gato, acho que pode ser o próximo da minha lista..- comentei com Gui, estávamos conversando na arquibancada das quadras assistindo a aula de educação física, eu havia quebrado o pé e Guilherme se ofereceu para me fazer companhia.  Há um tempo estava comentando com ele sobre alguns meninos que eu já tinha ficado e os que eu queria ficar, gostava de sua opinião mesmo que nem sempre a seguisse. Ele estava meio desinteressado na conversa, falava que nenhum menino era realmente bom lá, e em momentos de maior interesse ironizava que ele era o melhor.

— NÃO - ele gritou ao ouvir minha sugestão, me olhava com cara de medo, meio desapontado eu acho - ele é o PIOR de todos os meninos. Não tem nenhum bom aqui sem ser eu mesmo.

— Ah qual é Gui! Ele é o mais gato de TODOS - choraminguei o vendo fazer uma careta, no momento eu encarei na brincadeira e comecei a rir, o vendo sorrir pela primeira vez em meio a essa conversa. Foi como se ele tivesse sorrido pois me viu feliz.

(...)

Eu estava em uma festa, beijando um menino em um canto qualquer, porém somos interrompidos por alguém arranhando a garganta:

— RAN RAN - paramos de nos beijar e vi Gui me olhando, com um olhar de súplica, me implorando para atender o pedido que ele me faria a seguir - Sinto MUITTOOO  - falou em tom irônico - em ter de atrapalhar, mas a Lisa está te chamando desesperadamente por algum motivo que não entendi.

— AFFF - suspirei me soltando do menino e, sem me despedir sai caminhando em meio a multidão procurando Lisa, não a achei em lugar nenhum. Vi mensagens em meu celular dizendo que ela nem havia vindo à festa pois estava cansada por ficar o dia anterior inteiro estudando para sociologia. 

— GUILHERME -gritei quando o encontrei perto do bar - a Elisa nem sequer veio, de onde você tirou que ela tava me chamando

— Ehr,,,- ele estava meio desconcertado, procurando o que falar - achei ter ouvido ela te gritar! Não sabia que ela não tinha vindo..por acaso ela ta com o namorado dela? Como sempre? - riu

— Provavelmente - ri junto dele - sua audição ta precisando de uma reforma ou..você ouviu meu nome porque é o único nome que te interessa ouvir? - cai na gargalhada junto do mesmo - ta, agora que você atrapalhou o clima todo que eu tava tendo com o cara, vamos embora, não vai pegar mais nenhuma menina hoje por conta do que você fez! - exclamei o puxando pelo braço

— Haha calma eu sei andar - disse me acompanhando e passando o braço pelo meu ombro

Flashback off

— Nossa..é verdade..mas..porque ele nunca falou comigo? E..continuou ficando com outras garotas? - perguntei. Já havia parado de chorar mas ainda me sentia mais confusa do que não sei o que

— Porque você nunca falou com ele? - essa deveria ser uma das únicas perguntas para a qual eu não tinha uma resposta, talvez tivesse mas ela era ignorada - exatamente - Lisa continuou - vocês acham que, se passarem da amizade colorida, podem acabar se machucando e estragando a amizade tão forte que vocês tem, mas vocês tem que entender uma coisa: O amor começa por meio da amizade e o único amor que dura é aquele de dois amigos, antes de amantes o casal tem que ser amigo. E, além do mais, a vida foi feita para correr riscos, sem eles ela fica sem graça - o que Lisa disse era a verdade, simples e explicita desse jeito, mas que eu tentei ignorar por mais tempo do que o devido. - agora vocês tem que conversar

— Mas e se..e se ele não quiser saber de mim..se não sentir o mesmo que eu e isso tudo for só um ciúmes bobo de amizade? - perguntei

— Bom, então ele te dirá isso. Não acho que ele não te ame, não acho que seja só ciúmes de amigos, mas quem tem que descobrir isso é você, isso é uma das coisas que sua querida amiguinha aqui não pode fazer por você - concluiu e me tirou alguns risos. Só minha amiga para me deixar melhor, para me fazer encarar a vida e a realidade. Ela realmente se dará muito bem como psicóloga.

Resolvemos, juntas que no dia seguinte eu conversaria com Guilherme, ele querendo me ouvir ou não. Segundo Lisa ele provavelmente não negaria me ouvir pois somos melhores amigos e eu devia a ele uma explicação para ter o ignorado a semana toda fingindo até não estar em casa quando ele batia na porta. Mal consegui dormir durante a noite o que me ocasionou sérias olheiras na manhã seguinte, as quais com muito esforço e a ajuda de um bom corretivo consegui cobrir. A faculdade passou lentamente, mais do que o de costume e minha atenção, sempre voltada à matéria cuja eu admirava cada dia mais, estava com todos as forças mirada em Guilherme, melhor dizendo, em como ele reagiria e como eu falaria tudo o que tinha que falar.

Enfim a aula acabou, não vi Gui na faculdade pois nossos horários de aulas não conciliavam. Caminhei até em casa, o tempo todo mexendo com as mãos, apertando uma contra a outra e, por vezes enrolando o cabelo. Meu nervosismo estava a flor da pele. Ao chegar em meu andar meus passos, já lentos, diminuíram ainda mais a velocidade. Mesmo eu sabendo que ele não estaria ali e sim na aula, o simples fato de o ver já me dava calafrios. Parei de frente à porta de seu apartamento, por alguns segundos fiquei imóvel, somente olhando e reconsiderando se eu deveria mesmo fazer isso. Sem mais dúvidas, peguei a chave que ele deixava embaixo de um vasinho de flores do lado de fora e entrei. Um passo para dentro e já pude sentir seu perfume o qual tanto apreciava, fechei a porta e andei até o sofá, tomando um susto com Myra, sua gata, pulando em meu colo a ronronar. Ela fez com que eu me acalmasse um pouco, contudo só o fato de saber que a qualquer momento ele chegaria, me desesperava. Algum tempo depois já estava impaciente:

— Sabe My, você tem um dono muito especial...- disse enquanto acariciava a gata - você tem sorte, e eu também..- assim que terminei de falar ouvi a chave na porta, logo em seguida a maçaneta girando e Gui entrando com um sorriso no rosto. Provavelmente ele havia escutado minha voz enquanto eu conversava com Myra. Meu coração só faltou pular pela minha boca de tão acelerado que ele ficou, nem sei como sendo que só se havia passado um segundo desde que eu estava com meus batimentos normais. Levantei rapidamente do sofá assustando a gata, porém a mesma logo voltou a se deitar no estofado.

— Lara!- Gui estava sorrindo muito, um sorriso maravilhoso que, mesmo com minha ansiedade, me fez sorrir, o sorriso mais sincero que já dei a alguém - que bom que você está aqui! To a semana toda tentando falar com você, que saudade! - ele disse vindo me abraçar, me abraçou com força e retribui na mesma intensidade, encostando minha cabeça em seu peito e fechando os olhos. Após alguns segundos assim ele tentou me soltar mas não me desprendi do mesmo que riu um pouco - aconteceu alguma coisa Larinha? - perguntou voltando a passar os braços a minha volta, eu não conseguia formar frases, foi como se as palavras tivessem sumido do meu conhecimento, e isso era de se estranhar tendo em conta que faço faculdade de letras para poder, no futuro, ser escritora. - Lara? Você ta começando a me assustar..me fala..- ele prosseguiu, mas eu não conseguia dizer absolutamente nada. Lágrimas se formaram em meus olhos, quase caindo quando me afastei para começar a falar

— É-é..q-q-ue-e Gu-iii - eu gaguejei o fazendo segurar forte minhas mão e me olhar preocupado quando algumas lágrimas escaparam de meus olhos. Ele me puxou para seus braços me abraçando novamente e, em uma tentativa falha de me afastar disse - n-não..- minha voz saia baixa, quase como um sussurro, com certo esforço me afastei um pouco, todavia sem conseguir que ele soltasse minhas mãos - pa-pare com iss-so - tentei novamente puxar minhas mãos, em vão.

— Clara - ele me olhava assustado e preocupado, mas ainda assim com um olhar de carinho como se quisesse me reconfortar - o que ta acontecendo?

— Gui..- respirei fundo e ajuntei todas as forças que eu possuía para começar a falar - desculpa, não era para ser assim, eu fiz muita merda e não, não era para isso acontecer.. - ele tentou falar mas fiz um gesto para que parasse - não fala nada, só me escuta. Eu não queria que isso acontecesse mas, mass.. mas aconteceu e isso é uma grande merda por que muda tudo..a-an..eu só..só não consigo mais aguentar isso..me mata e me consome - as lágrimas não deixavam de vir, mesmo com todo o esforço que fazia para controla-las - não devia ter sido desse jeito, eu- e-eu não podia ter deixado chegar nesse ponto -m-masss - eu não parava de gaguejar - aconteceu e- e mesmo eu tentando ignorar, continuou me perturbando e..e -e era tudo uma grande brincadeira no começo, eu acho, mas era para esconder a verdade..só que alguma hora era iria vir e..e. eu não sei o que fazer..não sei se deveria estar falando isso..mas eu-e-e-u não aguento mais isso, machuca - Gui a esse ponto já estava tomado de pavor, em sua cara se esboçavam preocupação e confusão, ele teimava em apertar minhas mãos e eu as olhava entrelaçadas, me fazendo chorar ainda mais - Gui..eu não do conta mais de continuar com isso..essa história de de..d-de a-amiz-aade colo-r-rida..não..n-ão dá - nesse momento as forças que me colocavam de pé se direcionaram totalmente ao que eu falava, me fazendo bambear as pernas e quase cair no chão, se não fosse por Guilherme que me segurou e se sentou, lentamente, comigo no chão, me abraçando. Sem força alguma não consegui me afastar, continuava chorando enquanto ele, mesmo que confuso, me apertava e acariciava meus cabelos - n-não..para Guilherme - tentei me distanciar - não faça isso..- me sentei de frente a ele, encostada no braço do sofá - eu não tinha percebido o quanto isso me incomodava antes..o quanto isso me incomoda..t-tudo parecia só mais uma brincadeira.e-e era para ser, no começo...mas como eu sempre consigo fazer merda, ai está mais uma - respirei fundo algumas vezes - o tempo todo e-eu ignorei isso..foi como se eu fingisse que não era real mesmo sabendo que sim..e negando isso que agora veio atona..QUE MERDA - gritei - não podia, não era e não devia acontecer mas não deu..eu não..e-eu - fechei os olhos - eu não aguento te ver com outras meninas Gui, eu não consigo mais continuar com isso porque você é a única pessoa que eu sempre quis, a única pessoa que eu realmente amo e me machuca tudo isso, não posso mais ficar nessa de amigos coloridos, isso foi fachada, é fachada e, que merda, eu sei, nossa amizade ta se fodendo agora e eu nunca quis isso, mas nós não escolhemos por quem nos apaixonar..eu não pude escolher, não pude fujir, negar ou ignorar isso, mesmo tentando muito e agora eu não aguento mais, essa história me machuca de maneiras impensáveis, da forma mais dolorosa que existe. Então..eu só..não consigo deixar de te amar Guilherme. Sei que provavelmente isso aqui vai fuder com...an..tudo, mas não dava mais. Como dizia Victor Hugo, Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele - quando terminei a fala até me impressionei por não gaguejar, qualquer resquício de força que eu ainda tinha se foi e nem forças para chorar eu tinha mais. A única coisa que poderia sentir no momento era medo, medo da reação de Gui, medo do que aconteceria, medo do que a minha vida seria sem ele. Me levantei rapidamente e sai correndo até meu apartamento, ouvindo Gui gritar meu nome e seus passos atrás de mim, quando já estava de frente para minha porta, voltei a chorar, encostando a cabeça nesta, sem concentração o suficiente para achar a chave que a abre. 

— O que eu mais AMO em você é isso, esse seu jeito de, mesmo em uma situação desse tipo, conseguir mostrar ainda mais sua sabedoria - Gui chegou correndo e me virou de frente para o mesmo, eu estava um pouco surpresa - eu não sei muito de literatura e, obviamente não sou tão inteligente quanto essa maravilhosa menina que está a frente de meus olhos, mas alguma coisa eu sei, que inclusive aprendi por sua causa, William Shakespeare com certeza foi o melhor: Perguntei a um sábio , a diferença que havia entre amor e amizade, ele me disse essa verdade... O Amor é mais sensível, a Amizade mais segura. O Amor nos dá asas , a Amizade o chão. No Amor há mais carinho, na Amizade compreensão. O Amor é plantado e com carinho cultivado, a Amizade vem faceira, e com troca de alegria e tristeza, torna-se uma grande e querida companheira.  Mas quando o Amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a Amizade é concreta, ela é cheia de amor e carinho. Quando se tem um amigo ou uma grande paixão, ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração.

A essa altura eu já não chorava, muito pelo contrario, possuía um grande sorriso em meus lábios, o olhando recitar Shakespeare com toda a convicção do mundo. Me lembro bem de quando lhe apresentei Shakespeare e praticamente implorei para que ele lesse, afirmando ser o melhor poeta que o mundo já teve, isso no segundo ano e, o ver agora trazendo essa referência me enchia de alegria. Mas esse não era o único motivo de minha alegria, o poema que Gui havia citado representava perfeitamente tudo o que eu sentia e ele o falando demonstrava uma reciprocidade.

— Shakespeare nunca me representou tanto quanto hoje, agora e, como você me disse há alguns meses, no baile de formatura: você só conta por você, e é muito melhor do que muitos caras..pera..não..meninas. Ah pronto agora sim - ele brincou me arrancando risadas - adoro quando você ri, poderia ficar o dia inteiro te ouvindo rir que não me cansaria - disse me abraçando - mas eu tenho algo a corrigir em sua frase: você é única, nunca existirá ninguém que compense por você ou que sequer chegue a um terço do que você é. Como diria Miles em "Quem é você Alasca" que, de tantas vezes que você leu para mim eu memorizei, "Hoje acredito que somos mais do que a soma das partes. Se pegássemos seu código genético, suas experiências de vida, seus relacionamentos com outras pessoas e os enxertássemos num corpo do mesmo tamanho e com as mesmas proporções, ainda assim não teríamos outra" Clara. Eu te amo Clara e nunca amei nem nunca amarei mais ninguém além de você - concluiu me beijando. Eu só faltava pular de felicidade, Gui realmente era o cara perfeito, eu tinha muita sorte de telo para mim, e agora eu sabia que também era dele, apesar de sempre ter sido, agora oficialmente.

— Eu te amo Guilherme - sussurrei em seu ouvido

— Eu te amo Clara - ele sussurrou de volta

(...)

~2 anos depois~

— ELISAAAAA VEM AQUII - gritei Elisa mais uma vez - aiiii meu deus vai dar tudo errado, cade os saltos???

— CALMA LARA vai dar tudo certo, você que ta muito nervosa, os saltos estão nos seus pés - ela disse apontando para baixo enquanto andava de um lado para o outro

— FlOOORRR - a gritei da mesma forma que fiz com Elisa - Flor me ajuda aqui eu não to achando aquela tiara..

— Larinha, tenha calma, você está muito nervosa, aqui a tiara - disse me entregando o objeto que eu procurava - Lara você tem que ficar mais calma, vai dar TUDO certo - concluiu colocando as mãos em meus ombro, sorri para a mesma

— Ai Flor, nem acredito! - eu estava praticamente delirando. Tudo estava ocorrendo como se fosse um sonho

— Você está tão com uma cara de apaixonada, minha filha, que mesmo se fosse de pijama já estaria radiante - minha mãe disse entrando no quarto e me abraçando - vamos meninas temos que nos apreçar, hoje em especial a Lara não pode chegar atrasada, como sempre..

— Ei! - bati sem força em seu braço a xingando mas rindo ao mesmo tempo

Terminamos de nos aprontar, arrumamos os últimos preparativos e saímos. Nem consigo acreditar ainda, é tudo tão perfeito. Depois de 2 anos de puro amor estamos aqui, nos casando. Na realidade não foram só dois anos, foram todos os dias desde aquele dia na escola onde nos conhecemos, em cada brincadeira que fazíamos, em cada palavra, tinha amor. E o casamento é só mais um documento, não significa nada em essencial, contudo, é um documento que visa o fato de pertencermos um ao outro, de nos amarmos profundamente. AIIIII Minha empolgação é mais que extrema, poderia ter um ataque do coração de tão ansiosa estou, mas não estou ansiosa como no dia em que expliquei toda a história para Gui, ha 2 anos, estou ansiosa pois não vejo a hora de acontecer, quero que chegue logo e dure muito. 

Nosso carro parou de frente para a Igreja e eu poderia já estar até mesmo chorando de felicidade, mas acho que meu nervosismo era tanto que nem isso conseguiria, mas bom, isso era bom, minha maquiagem ficaria intacta, por hora. Saímos do carro e caminhamos vagarosamente até a porta da Igreja, minha mãe entrou primeiro sendo seguida por uma serie de pessoas como avós, padrinhos, madrinhas e etc. Eu não conseguia prestar atenção nem onde eu pisava, iria prestar atenção nisso? Como meu pai havia morrido um ano atrás, minha mãe deixou que Flor me levasse ao altar, o que achei ótimo e, quando a contei ela quase surtou de felicidade e ficou gritando "eu disse! Eu disse que vocês iriam acabar jutos, não disse?".

Então agora estávamos eu e Flor, entrando na Igreja. O local estava maravilhoso, do jeito que eu queria, com flores azuladas e brancas por toda parte, pelo rápido olhar que dei pois, meu foco de atenção, não era a decoração, mas o dono no meu coração. Ao olha-lo meu sorriso somente se alargou, se é que isso era possível. Nunca tive dúvidas de que ele era o homem certo para mim mas, caso eu as tivesse, somente com aquele olhar de felicidade e amor que ele me lançou, elas todas sumiriam.Era tudo tão certo. Nós eramos certos. Essa é a coisa mais certa que já fiz e farei em toda a minha vida.

Caminhamos vagarosamente, a medida que a música tocava, meus olhos não saiam dos de Guilherme e os dele dos meus. Chegando mais a frente, Flor me entregou a ele sussurrando um "eu sei que você irá cuidar dela, mas caso contrario eu quebro sua cara" que quase me fez rir em meio a toda aquela tenção, porém essa tenção toda foi embora ao sentir a mão de Gui se entrelaçando à minha.

Toda a cerimonia foi ocorrendo, em momento algum em desgrudava o olhar de Gui e, meu sorriso, nunca esteve tão sincero e largo como estava. Enfim chegou a hora dos votos. Eu deveria começar

— Bem, acredito que em todos esses anos, desde que te conheci, já falei muito sobre o quanto eu te amo e o quanto você é especial para mim. E nós sabemos, somente nós, que mesmo quando ignorávamos a verdade, ela existia, de uma forma que não tínhamos como evitar sua existência. Você diz que sou boa com palavras, mas eu digo que você me faz ficar sem elas. Quando estou com você, tudo se torna insignificante, e tudo o que importa é estarmos juntos. Somos só mais duas almas perdidas nesse mar, todavia nossa unicidade é explicita, não para os demais, mas para as únicas pessoas que importam, eu e você. E, você e mais meio mundo sabendo de minha admiração por Shakespeare, não poderiam ser poupados de um de seus sonetos em um dos dias mais felizes da minha vida: As horas que suavemente emolduraram O olhar amoroso onde repousam os olhos Serão eles o seu próprio tirano, E com a injustiça que justamente se excede; Pois o Tempo incansável arrasta o verão Ao terrível inverno, e ali o detém, Congelando a seiva, banindo as folhas verdes, Ocultando a beleza, desolada, sob a neve. Então, os fluidos do estio não restaram Retidos nas paredes de vidro, O belo rosto de sua beleza roubada, Sem deixar resquícios nem lembranças do que fora; Mas as flores destilaram, sobreviveram ao inverno, Ressurgindo, renovadas, com o frescor de sua seiva

— O nosso amor são as flores, nem com o pior que aconteça, ele se destruirá - conclui cedendo a vez para Gui falar:

— Clara, eu não possuo palavras ou sequer algum resquício de conhecimento para expressar tudo o que sinto por você, provavelmente me atropelarei com as palavras pois, diferentemente de você, não tenho esse dom para falar. Entretanto, pouco me importa o que os outros vão pensar, se vão entender ou não, gostar ou não. A única pessoa que me importa e sempre importou é você. Só nós sabemos tudo o que passamos, todas as alegrias e inevitáveis tristezas que, essa ultima na verdade, não perseverava por grande período de tempo estando ao seu lado. Hoje não tenho Shakespeare, mas Pablo Neruda:

Saberás que não te amo e que te amo

posto que de dois modos é a vida,

a palavra é uma asa do silêncio,

o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,

para recomeçar o infinito

e para não deixar de amar-te nunca:

por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse

em minhas mãos as chaves da fortuna

e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.

Por isso te amo quando não te amo

e por isso te amo quando te amo

— Mesmo que eu não te amasse, eu te amaria, porque não tem como não te amar. Pode ser apenas uma tentativa de te impressionar e, provavelmente, muitos não entenderam, mas sei que você mais que ninguém compreendera todas as palavras que saírem de minha boca, não só agora, como sempre. Em "Quem é você Alasca", Miles diz que que nós temos que conviver com tudo o que fizemos e lamenta não saber as consequências que esses atos acarretariam no futuro. Tudo, exatamente tudo sem pular nenhum misero detalhe, desde o dia em que te conheci, foi mais correto. Tudo eu faria de novo, porque com você não há nada que eu faça de errado. Você é a minha luz, que me guia na direção correta. E, para concluir, em "Fazendo Meu Filme 4", que eu li pois sabia o quanto você apreciava o livro, faço das palavras de Leo as minhas: "Eu tentei muito, na verdade. Eu conheci varias meninas. Mas nenhuma delas nem de longe fez essa bateria de escola de samba bater no meu peito só por estar ao seu lado." - Gui terminou de falar e minhas lágrimas por pouco não rolaram, desmanchando minha maquiagem. Não, não lágrimas de tristeza, mas de alegria, de amor.

O padre terminou cerimonia, muitos aplausos vieram na hora do beijo, mas só sentia a presença de Gui ali, só nós dois, sozinhos. Porque era somente um do outro que nós precisávamos. Fomos para a festa do casamento, e tudo, tudo estava perfeito, não pela decoração que remetia à noite, mas por estar ali, com ele. Cumprimentamos a todos, bebemos um pouco e conversamos bastante. Enfim chegou a hora das músicas lentas e a primeira foi justamente a música que já posso dizer, nossa. The Fault In Our Stars começou a tocar e logo Gui me conduziu ao meio do salão, recostei a cabeça em seu ombro enlaçando minhas mãos em seu pescoço. Uma roda de pessoas se formava a nossa volta, nos observando, mas para mim mais uma vez, não havia ninguém além de nós.

— Eu te amo, sempre amei e sempre amarei - disse em seu ouvido

— Eu também te amo, sempre amei e sempre amarei - ele respondeu em meu ouvido

E continuamos a dançar, no nosso ritmo, como se não houvesse ninguém a nossa volta, no nosso mundo, no nosso conto de fadas.

I just wanna see the stars with you

With you..


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Notas finais do capítulo

Espero de verdade que tenha gostado, eu sinceramente achei que ficou bom. Com certeza não se compara a muitas histórias mas é um pequeno romance que retrata algumas realidades.

Comente o que você achou!

Muito obrigada por ler!

Kisses de caramelo ♥



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