Escarlate escrita por LSN


Capítulo 13
Capítulo 13 - Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Sim, amores!
Chegamos ao fim. :(
Boa leitura!



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Agatha

 

O clima estava relativamente cálido para uma noite de inverno. Fiquei observando as estrelas durante um longo tempo antes de decidir dar uma volta. A noite estava calma e eu havia acabado de terminar a leitura de um livro, ainda não queria começar outro.

Caminhei sem pressa, observando toda a beleza tranquila da floresta à noite. Talvez por eu fazer poucas caminhadas por ali, estava me encantando com todos os pequenos detalhes. Foi quando me abaixei para pegar uma pequena flor que ouvi um grito abafado vindo de longe, mais adentro na floresta. Segui o som e assim que me aproximei o suficiente, senti o cheiro. Eram humanos. Estranhei a presença deles àquela hora da noite e decidi ver do que se tratava.

Subi em uma árvore e fiz o resto do trajeto por cima, por não querer atrair a atenção. Olhei para baixo e vi que na verdade eram apenas dois deles. Um parecia inquieto, extremamente nervoso, e a outra estava encostada em uma árvore, aparentemente protegendo o pé direito. O rapaz a ajudou a sentar e eles começaram a conversar.

— Escuta Su, eu vou seguir para o acampamento. – Ouvindo aquilo, arqueei uma sobrancelha. Ele realmente iria deixar a moça sozinha? Eu já havia ouvido falar que humanos eram covardes, mas se não tivesse ouvido aquilo eu mesma, não teria acreditado. A moça parecia chocada, o que não era de se surpreender. Aparentemente ela não podia se locomover e ele estava a abandonando. Continuei ouvindo a conversa.

— E me deixar aqui significa assassinato.

Por mais que a humana tenha tentado, ele não se deixou abalar. Dando um beijo em sua testa, saiu em direção a um acampamento que estava a uma certa distância dali. Olhei para a garota, que chorava em pleno desamparo. Senti a súbita vontade de me aproximar e acalentá-la, cuidar de seu ferimento e protegê-la. Mas eu sabia que aquilo não seria bem recebido por ela. Humanos sempre foram terrivelmente assustados em relação a nós, e não os culpo. Apesar do meu bando não se alimentar deles, muitos outros o faziam. Decidi que ficaria ali, a guardando em silêncio até que o humano voltasse com ajuda.

Enquanto pensava nisso, senti um cheiro que me fez arfar. Vladir. Por mais que não quisesse acreditar que justamente ele estivesse ali, eu reconheceria aquele cheiro em qualquer lugar. De repente fui tomada pelos horrores das minhas memórias e, sem querer, pisei mais forte em um galho, que se partiu e alertou a humana. Fiquei estática enquanto ela procurava a origem do som, que felizmente ela não conseguiu identificar. Meu primeiro impulso foi querer fugir dali, encontrar Melinda e os outros e me sentir protegida de novo. Mas eu não podia deixar aquela humana sozinha. Ele devia ter sentido o cheiro dos humanos também e estava vindo atrás dela, e eu sabia exatamente o que ele faria caso a encontrasse. Eu não podia permitir.

Pensei em todas as coisas que poderia fazer, mas não chegava a nenhuma conclusão. Em nenhuma hipótese a humana receberia bem a ajuda de um vampiro, e no pior dos casos ela poderia gritar e facilitar a busca para ele. De repente, ouvi os passos cada vez mais próximos e entrei em pânico. Olhei em direção ao acampamento, mas o humano não dava o menor sinal de estar voltando. Eu precisava me decidir rápido; não queria abandoná-la e também não conseguiria protegê-la de Vladir. Por mais que eu tentasse evitar ao máximo aquela ideia, só me restava uma única opção e eu sabia disso.

Saltei da árvore e segui em direção da moça rapidamente. Joguei longe a estaca que estava em sua mão e, tentando evitar pensar em tudo que estava tirando dela naquele momento, a mordi. A garota movia os braços e o corpo freneticamente, me pedindo para parar. Me perdoe, humana, eu a dizia em pensamento, não há outra forma de salvá-la.

Ao passo que a transformação ocorria, seu cheiro humano ia sumindo. Ao passo que ela perdia a consciência, a tomei em meus braços e me concentrei em ouvir Vladir. Quando o cheiro dela mudou, ele deve ter entendido que outro vampiro a encontrou, então apenas mudou de direção e seguiu para outro caminho. Suspirei, aliviada. Olhei para o corpo inconsciente em meus braços e mesmo me sentindo horrível pelo que havia feito, não pude evitar achá-la linda. Só percebi que Melinda estava a poucos passos de nós duas quando ouvi sua voz.

— Bom, isso com certeza é inesperado – disse, olhando a cena.

Contei toda a história a ela, que ouviu pacientemente e sem fazer interrupções.

— Você fez o certo. Vamos levá-la para casa. – disse, me ajudando a levantar com ela nos braços – Mas é melhor que ela não saiba que foi você que a transformou. Talvez ela entendesse rápido, talvez quisesse te matar. Nunca se sabe, mas não quero esse risco. – Melinda me olhou com delicadeza – Um dia ela saberá, mas é melhor que não seja agora. Entendido?

Me limitei a acenar positivamente. Apesar de acreditar que ela merecesse saber, não fui contra a vontade de Melinda. Ela era sábia e muito mais experiente que eu. Fizemos o percurso até a casa em silêncio, enquanto eu observava a garota, que agora tinha a expressão tranquila como a de alguém que dorme em um sono profundo.

Quando chegamos a nossa casa, a coloquei no sofá e cuidei de seu pé machucado enquanto Melinda explicava o que acontecera para o restante do grupo. Estava buscando mais alguns medicamentos quando ouvi Luke gritar, animado.

— Ela acordou!

 Quando ouvi aquilo quase derrubei a bandeja. Minha mente estava entre a felicidade e o receio. Após uma introdução um tanto conturbada, Melinda disse que ela dormiria no meu quarto. No momento em que nossos olhos se encontraram pela primeira vez, eu fui tomada por um sentimento que jurava que nunca me pertenceria. Sempre acreditei que o amor a primeira vista era exclusividade dos livros, mas aquela troca de olhares me provou o contrário em segundos. Com um milhão de sentimentos invadindo a minha mente, nem percebi que estava sorrindo para ela.


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Notas finais do capítulo

Gente. :3
Muito obrigada a todos que me acompanharam até aqui. Eu amo vocês ♥
Dedico essa história a minha namorada linda. Mo, eu conto os dias pra você voltar. Luv u ♥
E faço menção especial as minhas duas gatas que faleceram recentemente. Vocês estarão sempre no meu coração, meus saquinhos de pelos.

E bom, recebi alguns puxões de orelha a respeito da falta de sexo explícito na fic. Pessoas, eu preferi não tentar escrever cenas que eu não tenho tanto domínio a correr o risco de acabar estragando um momento que pensei para ser tão doce e delicado. Não fiquem bravos comigo, sim? :)

De qualquer forma, mais uma vez agradeço a todos que estiveram comigo e o bando até aqui. Realmente espero que Escarlate tenha sido uma história capaz de aquecer seus corações.
Já disse que amo vocês? ♥

Com amor,
LSN



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