Estava sentada ao lado de inúmeros estranhos; algum tipo de grupo de apoio ou algo assim. Nossa, odiava Nova York nessas horas! Mas depois de tantos problemas e Gin... Não, não queria pensar em Gin.

Suspirou. Era a sua vez de falar.

— Desde que eu era criança, eu sempre tive uma paixão incontrolável por moda. Mas não aquelas loucuras (mas fabulosas loucuras, diga-se de passagem) do tipo em que você vê em O Diabo Veste Prada, não... É bem mais diferente que isso.  Vou tentar lhe explicar. Sabe quando você está andando pela rua, sentindo que o seu dia é realmente um dia de sorte e um cara lindíssimo passa do seu lado e sorri pra você? E você sente como se o seu coração parasse por um momento e que tudo ao seu redor andasse em câmera lenta...  Bem, é assim que me sinto quando entro em uma loja.

Fez uma pequena pausa, dando de ombros. Todos os olhos estavam voltados para si, como em algum sinal de "hey! você não é a única!". Isso realmente a irritava um pouco, mas preferiu continuar:

— As lojas não mentem pra você, sabe? Digo, roupas não mentem! Elas podem melhorar o seu humor cem por cento em um dia ruim e, ao contrário de um namorado, você pode trocar certa peça sete dias depois por um casaco de pele maravilhoso. E o melhor de tudo... Você nem precisa de dinheiro! Tudo o que você precisa usar são cartões fabulosos e com apenas alguns dígitos de senha e voi là! Você comprou o mundo.

E então, os olhares mudaram. A coordenadora do grupo olhou para Rangiku como se implorasse para que ela parasse de falar, enquanto os outros participantes simplesmente suspiravam como se fosse para o seu primeiro amor. Todos entendiam o amor por aquele mundo glamoroso. Percebendo o pequeno erro, deu-se por vencida e admitiu finalmente o que a coordenadora, Hinamori, Hitsugaya, Orihime e Gin queriam que admitisse.

— ...Meu nome é Matsumoto Rangiku e sou viciada em compras.