Conversas sob o Luar escrita por Honora


Capítulo 1
Capítulo Único: Sob o Luar.


Notas iniciais do capítulo

Ei, olá! Essa fanfic fluiu tão bem que eu não pude deixar de postar, espero que gostem.

Moony: Aluado.
Padfoot: almofadinhas.
Remus John: Remo João.



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Remus deparou-se com uma cena inusitada. A bandeja em suas mãos pendeu para o lado esquerdo, e sua boca para baixo. A sua frente um garoto de cabelos rebeldes dançava freneticamente, fazendo com que o mofo das paredes e a cama desarrumada passassem despercebidos.

 

— Por Merlin, Sirius, o que você…?

 

Não conseguiu terminar a frase porque o amigo estava animado demais, deu um pulo rapidamente, fazendo-o calar-se.

 

O som de guitarras e bateria era quase ensurdecedor e seu pai poderia lhe matar a qualquer momento se escutasse o som tão alto. Mas, para sua felicidade (ou sorte), estavam sozinhos na casa de Remus; apenas Lupin e Black.

 

Era mais um mês de férias normais, até Sirius Black lhe mandar uma carta, afirmando que apareceria em sua casa em algum dia de verão. Pensou que Padfoot estaria brincando, afinal ele estava sempre ocupado correndo atrás do irmão ou até mesmo ouvindo as broncas de seus rigorosos pais. Entretanto, em uma noite de verão, quem bateu em sua janela foi justamente Padfoot, com uma mochila repleta de roupas e alguns estranhos discos.

 

Remus enlouqueceu naquela mesma noite. Inventou todo o tipo de desculpa para que Sirius fosse embora. Eram desculpas fracas e falsas, bem sabia, mas não podia deixar que o amigo rico passasse alguns dias numa casa como aquela. Céus! Era terrível! Havia mofo na maioria das paredes e os cômodos eram pequenos e não continham cor agradável, sem falar nos móveis de segunda mão… Era um definitivo pobretão, apesar de nunca dizer isso em voz alta, pois seu pai sempre trabalhou duro para lhe dar coisas de primeira mão.

 

No final das contas, a insistência de Sirius Black fora maior. E o coração mole de Remus não conseguira negar duramente um pedido feito por aqueles lábios.

 

Agora, passado dois dias, lá estava Remus; com uma bandeja repleta de torradas e chá. Enquanto a sua frente, havia um Sirius dançante — de uma forma bem estranha, Remus tinha de concordar.

 

Aproximou-se da velha vitrola e parou aquilo rapidamente, fazendo com que o amigo lhe olhasse desagradavelmente. Remus sorriu estranhamente e arqueou as sobrancelhas, largando a bandeja na cômoda.

 

— O que raios é isso, Sirius?

 

— É rock trouxa, Moony. Nunca tinha escutado? — Sirius jogou os cabelos para trás e limpou o suor de sua testa, agarrando as torradas e sentando-se no chão.

 

— Não, nunca havia escutado. Os trouxas dançam assim? Batendo os cabelos de um lado para o outro e pulando como se estivessem com uma fuinha nas suas calças? — Sirius gargalhou do amigo e observou-o sentar-se ao seu lado.

 

— Sim, Moony, eles dançam assim. É descolado, eu acho.

 

— Está mais para estranho…

 

Voltaram a gargalhar e comer as torradas preparadas por Remus. Algumas estavam queimadas, mas o chá estava consideravelmente bom, Remus gostaria de ter um Elfo para que fizesse comidas melhores para Padfoot, mas o amigo não parecia se incomodar com isso.

 

Suspirou pesadamente; a ideia de ter Pad em sua casa ainda lhe parecia incômoda, sentia que não podia oferecer tudo que Sirius precisava. E como se estivesse lendo seus pensamentos, Sirius cutucou seu estômago e balançou a cabeça.

 

— Ei, Moony, você quer parar de pensar desse jeito?

 

— Pensar de que jeito, Pad? fez-se de desentendido, mas Sirius sempre soube compreender o amigo muito bem.

 

— Eu não sou nenhuma “majestade”, sabe, Moony? Eu gosto daqui. É um lugar confortável e bem diferente lá de casa… é silencioso, mas, ao mesmo tempo, barulhento… deu para compreender?

 

— Não, Pad, eu não compreendi — os dois voltaram a gargalhar — Mas… obrigado. É modesto da sua parte dizer isso pra me agradar, Pad, mas eu sei que é… ruim. Minha família não é muito rica.

 

— Como algo que tem Remus Jonh Lupin pode ser ruim? — Sirius fingiu estar ofendido — E, alem do mais, eu realmente não me importo com esse tipo de coisa, Remi. — sorriu com sinceridade e beliscou Remus até tirar a carranca de seu rosto.

 

Quando repararam, estavam rolando pelo tapete do quarto pequeno. Remus não conseguia parar de gargalhar, enquanto Sirius não conseguia parar de fazer-lhe cócegas. Sentiam-se as duas crianças mais felizes em todo mundo bruxo e trouxa.

 

— E-eu me rendo! E-eu me ren-rendo! — aos poucos, Sirius parou com os movimentos bruscos, mas continuou sentado sob a cintura do amigo.

 

— Você é tão infantil, Pad! — murmurou Remus, com os olhos castanhos fixos nos acinzentados.

 

O Lupin reparou nos cabelos médios e negros de Sirius, no quanto ele ficava charmoso com aquele sorriso típico Black e no quão ele parecia feliz ao seu lado.

 

— E você adora isso, eu sei, Moony. Quem não adora Sirius Black? — convencido, sentou-se ao lado de Moony, bebericando o chá.

 

— É… quem não ama Sirius Black, não é? — a voz subitamente entristecida não passou despercebida, Sirius largou a xícara no mesmo instante e observou Lupin levantar-se, a procura de algo.

 

Agarrou um disco com aparência nova, sem nenhum arranhão. Remus sempre cuidou muito bem do que era seu.

 

Sempre cuidou muito bem de Sirius, por mais que não fosse seu. Ainda.

 

O tom melodioso do instrumento preencheu agradavelmente o cômodo, fazendo com que Remus fechasse seus olhos castanhos e fizesse alguns pequenos passos de dança, de um lado para o outro, calmo e com maestria.

 

Sirius observou tudo em silêncio. Os cabelos castanhos de Moony estavam desajeitados e pareciam mover-se de um lado a outro, enquanto um leve rubor pairava em suas bochechas brancas. Sob a luz fraca das velas, Sirius pode ver que não haviam olheiras em Remus como normalmente haveria. Também não havia preocupação ou medo. Havia Sirius e Remus. Apenas os dois e um toca discos.

 

Quando a melodia teve fim, Sirius aplaudiu com suavidade e até mesmo curvou-se, brincando. Remus gargalhou e jogou-se na cama de solteiro, ficando com as pernas fora da cama.

 

Sirius sentou-se ao chão, bem ao lado de Remus. Os rostos estavam virados um para o outro. Remus estava ofegante, mas Sirius estava ainda mais.

 

Beijou-o. Não havia motivo para que não o fizesse. Não era a primeira vez que se beijavam. E não seria a última também, Sirius bem sabia.

 

Evitavam a todo momento comentar sobre os beijos que davam vez ou outra, ou sobre os agarres urgentes de Sirius nas esquinas dos corredores, onde ninguém pudesse vê-los. Não conversavam sobre o porquê do coração de Remus bater mais forte quando estava perto de Sirius. Nem mesmo conversavam sobre as estranhas reviravoltas que o estômago de Sirius dava quando estava perto do amante.

 

Mas naquela noite eles conversaram. Ah, sim, passaram a noite em claro. Com a meia-lua os acompanhando, sendo testemunha daquela conversa agradável.

 

Conversaram sobre Elfos domésticos, sobre maçãs, varinhas, bandas de rock e sentimentos.

 

Conversaram sobre astronomia, sobre cabelos sedosos, torradas, trouxas e amor.

 

Conversaram sobre licantropia, sentimentos, paixão, relacionamentos. Conversaram sobre Remus. Conversaram sobre Sirius.

 

Beijaram-se. Conversaram. Abraçaram-se. Remus até mesmo chorou! (era um sentimentalista, afinal). Conversaram novamente. E então suspiraram. Porque estavam felizes. Porque estavam juntos.

 

E Sirius simplesmente cansou daquilo ser apenas um caso de amassos em esquinas, queria sair dos becos escuros e mostrar a beleza de um relacionamento para todos os bruxos de Hogwarts. Assim, também teriam mais um motivo para serem incomodados pelo Sonserinos, e cá entre nós, Sirius adoraria ter mais um motivo para pregar peças contra eles. Mas Sirius Black adora ainda mais ter Remus Lupin ao seu lado.

 

 

 

 


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