Olicity - Dark One escrita por Buhh Smoak


Capítulo 8
Capítulo 07




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Oliver

Cheguei na casa quando o dia estava começando a amanhecer. Tudo estava em silêncio e eu senti alivio por isso. Estava muito cansado e não sei se lidar com a Smoak seria algo que eu estava pronto depois da conversa com a Laurel ficar martelando em minha mente pela noite toda.

— Eu ainda tinha esperanças que alguém te matasse enquanto você bancava o herói em meio ao caos.

Ouvi a voz do Ray e o encontrei sentado em um canto da sala, em meio a escuridão.

— Não perca as esperanças, se continuar do jeito que está em uma semana seu desejo pode ser realizado.

A luz da sala foi acesa e Donna sorriu ao me ver, pelo menos alguém naquela sala não me queria morto.

— Que bom que voltou, a Smoak perguntou de você quase a noite toda.
— Ela está bem?
— Sim, muito bem na verdade. Agora está dormindo.
— Eu vou encontrar um quarto para dormir um pouco.
— Está bem, vou deixar um café feito para você quando acordar.
— Obrigado.

Donna seguiu por um dos corredores e estava prestes a seguir pelo sentido contrario quando Ray se levantou.

— Vou me arrepender de cada palavra que vou dizer agora, mas meu dinheiro está a sua disposição para o que for preciso.
— Como é?
— Aquela mulher lá dentro definitivamente não é a Felicity. Se fosse tentaria apaziguar as coisas entre a gente e durante toda nossa conversa ela tentou me fazer entender como você está certo e eu errado.
— Não acho que eu deva dar tanto credito ao argumento dela já que a Felicity não está aqui.
— Sim, não deveria. Só que ela me fez entender que nada do que está acontecendo se trata de qualquer um de nós. A cidade está prestes a entrar em colapso se não unirmos forças, se eu continuar alimentando ódio não serei o homem que a Felicity conhecia e amava.

A derrota estampada em seu rosto era parecida com a que enxerguei em meu rosto da última vez que encarei o espelho.

— Vou direcionar um fundo de emergência para a conta da Felicity, assim a Smoak vai poder movimentar o dinheiro sem que ninguém estranhe a alta quantia.
— Para a Smoak?
— Sim, ela irá assumir a identidade da Felicity, não vai?
— Não conversei com ela sobre isso ainda.
— Entendo, mas acho que você precisa ter essa conversa com ela o quanto antes. Não precisa ser muito inteligente para saber que esse é o único caminho viável para ela permanecer em nossa dimensão.
— Ela que irá decidir o que será feito.
— Ok. Fale com ela e depois me avise. Continuo te odiando, mas quero fazer minha parte pela cidade como a Felicity esperava que eu fizesse.

Sem esperar que eu dissesse nada ele foi embora. Aquela mudança brusca de atitude não me deixava mais tranquilo, mas pelo menos agora ele não iria ficar insistindo que a Smoak era a Felicity.

Olhei para o corredor que dava para os quartos e fui para lá repetindo para mim mesmo que iria encontrar um lugar para dormir, mas não tive tempo nem de terminar de formular o pensamento quando abri a porta do quarto onde a Smoak estava.

O quarto estava na penumbra já que o dia estava começando a clarear. Ela estava deitada de lado na cama com um braço apoiando a cabeça. Segurei a maçaneta com toda a força que eu tinha para impedir o impulso de entrar e sentar ao lado da maca. Os aparelhos mostravam que ela estava bem, então era só fechar a porta e ir descansar.

— Oliver?

Ela levantou a cabeça minimamente e virou o rosto na minha direção. Os cabelos pretos davam ainda mais destaque aos olhos que conseguiam ser tão familiares, mas tão desconhecidos na mesma medida.

— Oi.
— Achei que você não voltaria mais. – se ajeitando na cama e sentando.
— Tentei voltar antes, mas tudo está um caos e sem a Felicity ficamos ainda mais perdidos.
— O Queen fazia a linha super herói, pelo menos quando lutava a favor da cidade e vocês, são desse tipo também? – encostando nos travesseiros e cruzando os braços.
— Do jeito que a cidade está estamos mais para bobos da corte.
— Não vai entrar?
— Eu preciso ir descansar.
— Ah, então é melhor você ir.

Ela me olhou com um ar de decepção e eu sabia o que ela estava sentindo. Entrar não seria problema se as palavras da Laurel não ficasse se repetindo em minha mente.

— Acho que posso ficar um pouquinho. – soltei a maçaneta sentindo a for na palma pela pressão contra o metal. – Como passou o dia? – peguei uma cadeira que estsva perto da parede e coloquei ao lado da maca, mas ficando de frente para ela.
— Bem, principalmente depois da visitar do Ray.
— Ele me disse que vocês conversaram.
— Sim, ele na verdade entrou aqui sem a Donna saber. – rindo.
— Ele não te ofendeu né? – fiz menção de levantar, mas o sorriso dela me fez relaxar.
— Não, ele ficou me olhando por sei lá quanto tempo. Quando acordei levei um susto e ele desatou a chorar. Conversamos muito e acho que agora ela entendeu que eu não sou ela.
— Não, você não é.

Me vi a encarando sem conseguir desviar os olhos. Foi ela que olhou para qualquer canto e volteou a puxar assunto.

— O Ray disse que vai me ajudar a me manter aqui nessa dimensão. Ele me ofereceu um emprego lá na empresa dele.
— Ah é? – senti um incomodo no peito e apertei mais os braços que já estavam cruzados na frente do peito.
— Sim, ele perguntou se eu entendia de segurança da informação e pelo que parece eu e a Felicity eramos parecidas não somente de aparência, de cérebro também.
— Você sabe o que terá que fazer para trabalhar lá, não sabe?
— Sim, eu sei.
— E o que acha sobre? Você não será forçada a nada, Smoak.
— Eu sei, não acho que seja algo que eu me sinta forçada a fazer, é a única maneira na verdade.
— A Sara nos informou que seu nome está na lista de desaparecidos e muitos viram a Felicity caída no meio da praça.
— Se eu aparecer muitos vão se perguntar porque eu corri para o cabelereiro ao invés de avisar que estava viva.
— Sim, eles farão perguntas.
— Eu vou aceitar isso, Oliver. Vocês me ajudaram e eu perdi tudo. Não quero tomar a vida dela, mas estou disposta a ajuda-los no que for preciso e ser a Felicity aos olhos dos outros vai me permitir isso.
— Não se preocupe com a gente.
— Eu posso ajudar, mesmo daqui. Sou inteligente se me permite dizer. Um tablet em mãos e posso ser útil na missão de vocês.

Ouvir a mesma voz, falando algo que era tão a cara da Felicity me fez sentir a tristeza voltar com tudo. Abaixei o olhar e fiquei olhando para meus sapatos.

— O que foi? Eu disse algo errado?
— Não, é que a Felicity dizia que com um tablet na mão ninguém podia segura-la.
— Desculpe, eu não sabia.
— Não se desculpe. Me forcei correr atrás de todos os bandidos para esquecer o que ela e você estão passando. Quer dizer o que ela passou.
— Acho injusto alguém que tinha tanto para viver e tantos que a amavam morrer enquanto eu que não tenho quase ninguém estou aqui, ocupando o lugar dela.

Levantei e sentei na cama de frente para ela, Não sabia o que estava fazendo, mas aquelas palavras carregadas de tristeza me acertaram em cheio.

— Você não precisa se lamentar disso, Smoak. Tenho certeza que vão sentir sua falta tanto quanto sentimos da Felicity.
— Queria acreditar em você, Oliver. – abaixando o olhar e deixando um pouco do cabelo cair em seu rosto.
— Ei. – levantei o rosto dela com a mão e envolvi a lateral do seu rosto com a pal, a fazendo inclinar a cabeça em direção a minha mão. – Eu me preocupo com você e se você fosse embora hoje... eu definitivamente sentiria sua falta.

Ela fechou os olhos e senti o calor da minha pele contra a dela triplicar.

— Oliver.

Ouvi sua voz sair em um sussurro e comecei a me aproximar sem ter real controle do que estava fazendo. Seus olhos desciam para minha boca e subiam para meus olhos, ainda com a cabeça inclinada, esperando. O barulho alucinado de seus batimentos cardíacos no monitor era a única coisa que ecoava pelo quarto. Eu sabia que não deveria, sabia que a conhecia a pouquíssimo tempo e mesmo com a aparecia da Felicity eu nunca senti essa ânsia de beija-la como estava sentindo em relação a Smoak.

Meu rosto chegou perto ao dela e fechei meus olhos quando nossos lábios chegaram a uma distância mínima quando ouvi um grito vindo de fora do quarto. Me afastei soltando seu rosto, mas não sai correndo para fora como deveria. Seu rosto estava vermelho e nos dois respirávamos mais rápido do que o normal.

— Já volto. – continuei parado a encarando.
— Tá bom.

Olhei para a porta e voltei a encara-la, queria falar, queria voltar para onde estava e não queria sair daquele quarto por nada, mas eu tinha que ver como Donna estava e o que causou aquele grito. Me virei para dar um passo até a porta e a resposta veio quando abriram a porta e Barryt entrou.

— Oi gente, quase materi a Donna do coração, mas está tudo bem.
— Você sabe que tem que ter cuidado Barry. – disse Laurel entrando sem olhar para a Smoak. - Se nós que estamos acostumado nos assustamos imagina quem não tem sua adorável presença constantemente por perto. – parando aos pés da cama e olhando para Smoak. – Meu Deus.
— Posso entrar? – agora Tommy apareceu na porta e o aparelho que monitorava seu batimento cardíaco deu um salto como quando quase nos beijamos segundos antes.
— Tommy?
— Sim, você me conhece? – parando ao lado de Laurel.
— Sim, namorei seu sósia na terra de onde vim.
— Olha, será que você era mulherengo lá também?
— Era, mas era uma das melhores pessoas que eu já conheci. – seus olhos enchendo de lágrimas, se intensificando quando encarou Laurel. – Você também era muito especial para mim. Desculpa reagir assim.
— Você poderiam ser mais cautelosos. Entram desse jeito e quer que ela reaja como?
— Sem drama Oliver, você tem que aprender a dividir. – dando a volta na cama e parando ao lado de Smoak. – Aqui não sou de jogar fora também, nem eu e nem meu marido ali. – apontando para o Tommy. – Então, pode contar com nós dois, ok?
— Obrigada. – sorrindo entre as lágrimas que ainda escorriam.
— Ow, comigo também. – disse Barry da porta.
— Gente, todos... para fora. – eu disse pegando o Tommy pelo braço e o arrastando.
— Voltamos já Felicity, quer dizer, Smoak. Vamos ali lidar com o Oliver e já volto.
Esperei um por um sair e olhei para ela, que agora sorria.

— Eles são ótimos.
— Quero ver até quando sua opinião vai ser mantida quando os conhecer de verdade.
— Não acho que vou me decepcionar, assim como não vou por você.

E lá estava aquela conexão de novo, voltei a segurar a maçaneta e respirei fundo antes de desviar o olhar por um segundo antes de voltar a encara-la.

— Já volto.

Sai do quarto fechando a porta. Continuei com a mão na maçaneta enquanto fechava os olhos e respirava fundo mais uma vez.

— Você está tão ferrado meu amigo. – abri os olhos e vi Laurel e Tommy me encarando do outro lado do corredor.
— Não se atreva a dizer nada que vá se arrepender, Tommy.
— Eu? Magina. Não sou eu que estou com os quatro pneus arriados por ela. – rindo.
— Cala a boca.

Segui pelo corredor ignorando sua gargalhada e indo para sala onde os outros nos esperavam rindo de algo que o Barry dizia. Eu sabia que aguentar todos eles urubuzando a Smoak seria difícil, mas pior do que isso era o olhar e o sorriso de satisfação da Laurel como se tivesse visto o que tinha acontecido entre nós antes deles chegarem, mas ela tinha certeza que eu estava rendido, porque por mais que eu tentasse lutar contra aqueles pensamentos, o resto do meu corpo ignorava solenemente minha tentativa frustrada de evitar o obvio... que era me apaixonar por ela.


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