Sozinha na Escuridão escrita por Lady Liv


Capítulo 1
Uma menina no corpo de mulher; Oneshot.


Notas iniciais do capítulo

Só tive muita vontade de escrever algo sobre esse filme. Depois talvez eu escreva algo WandaxVisão que sem OR! Como eu shippo *.*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691166/chapter/1

Com a ajuda de Bucky, nós abrimos cada uma das celas. Eu sorri para Sam que me abraçou dando tapas em minhas costas.

— Eu sabia que você viria, amigo! Obrigado.

— Não vai demorar muito para Ross descobrir. – Avisei ainda sorrindo.

— Derrubou todos os guardas? – Perguntou risonho; eu dei de ombros.

— Não tive muito tempo para construir um..

— NÃO!

Sobressaltamos ao mesmo tempo e eu me virei alarmado.

Ah não.

Wanda.

Paralisei ao notar que haviam que haviam posto uma camisa de força nela. Sua face estava vermelha, e remexia-se agoniada no tecido visivelmente apertado. Clint tentava falar com ela, mas ela apenas balançava com a cabeça e murmurava coisas.

— O que está acontecendo? – Pude ouvir Sam perguntar.

Não o respondo, apenas me aproximo da cela com urgência. Ela não parecia bem e aquilo me fez-me sentir nervoso de repente. Olhava para Clint confusa, como se não o reconhecesse. Após chegar mais perto, ouço o que ele diz:

— Wanda, pare. Me escute, ele só estava aqui para te fazer se sentir culpada e...

— Me deixa em paz!

— Tente pensar no qu..

— Clint. – O interrompo. – Posso...?

Ele respira fundo, me lança um olhar preocupado, mas no fim assente se levantando. Apesar de não dizer, era perceptível o quanto ele se importava com aquela garota. Talvez ele enxergue algo dos filhos dele nela. 

Bucky, Scott e Sam o acompanharam pra fora, imagino que eles foram até o jato, e eu me voltei para a jovem Maximoff.

— Wanda, nós temos que ir. – Falo em tom baixo, entrando dentro da cela. Ela ao nem mesmo está sentada na cama; prefere o chão. – Wanda, não temos tempo.

— Então vão vocês. – Sua voz é apenas um sussurro rouco. – Eu não posso.

Me agacho na sua frente e só então noto que ela usa uma espécie de coleira em volta do pescoço; o qual tem uma luz piscando.

— O que é isso no seu pescoço? – Pergunto, mas antes dela responder, eu não controlo minha voz. – Ah, deixe-me tirar essa camisa de você! Não aguento te ver assim.

— Não! – Encolhe-se, desviando dos avanços de minhas mãos. – Eu mereço isso.

— O que?

— Eu preciso ficar presa. Ele estava certo, eu sou um perigo para o mundo.

Ele? Está falando do Tony? – Ela fecha os olhos, balançando a cabeça.

— Não, o psiquiatra.

Psiquiatra? – Indago incrédulo.

Eu não podia acreditar! Além de prendê-los, queriam tirar a sanidade deles também?

— Ele mostrou que tudo o que fiz foi errado. – Seu tom de voz é fragilizado e ela abaixa a cabeça. – Me mostrou a verdade, e ela é horrível.

— Verdade? Wanda, não importa o que ele disse...

— Mas ele estava certo. – Choramingou. – Eu não tenho controle dos meus poderes completamente. Quando eu acho que tenho, as pessoas acabam se machucando.

— Wanda, você é só uma criança. – E mesmo ela se encolhendo mais, eu não consigo ficar longe; me aproximo até estar próximo dela. – Pessoas se machucam todos os dias, e você não tem nada a ver com isso.

— Será que não? – Pergunta pra mim duvidosa. – Eu me juntei a HIDRA, ajudei Ultron, e a explosão em Lagos, tudo que eu fiz...

— Fez achando que era a coisa certa. – Terminei sua frase antes que ela o fizesse. – Você errou? Sim, mas quem nunca? Ninguém é perfeito, nem os heróis. Você só está perdida. – E sem meu controle, minha mão vai se encontro ao seu rosto e eu acaricio a pele macia. - Mas quer saber de uma coisa? Todos eles estão. – Indico com a cabeça pra fora da cela, referenciando ao resto da equipe. – Eu estou.

— Está?

— Sim. – Sorriu levemente para ela. – Mas não conta pra eles, eu sou o Capitão.

Ela não sorri; vejo lágrimas em seus olhos.

— Vai nos mostrar uma direção?

— Sim, mas eu preciso de você pra isso.

— Por que eu?

— A estrada que teremos de percorrer é escura demais e eu preciso de luz. – Falo. É estranho como o que eu digo sai naturalmente. Talvez porque seja verdade.— Da sua luz.

Ela fecha os olhos, deixando as lágrimas rolarem.

— Talvez seja tarde, não acha? – Sinto meu coração pesar pelo modo que ela fala. - Você diz que eu tenho luz. Mas eu não consigo vê-la quando estou no escuro.

— E você tem medo do escuro?

— Tenho medo de ficar sozinha no escuro. – Ela afirma, se arrastando até mim. Meus dedos coçam para tirar aquela camisa que haviam colocado nela, mas eu tinha que ter paciência primeiro. - Antes eu tinha o Pietro, mas agora nem ele me quis.

Meu coração se aperta.O emocional de Wanda não era dos melhores. Ela teve uma breve depressão após a morte do irmão, e eu temia que isso acontecesse de novo.

— Não sabe o que está dizendo, Pietro te amava. E eu tenho certeza que em algum lugar, ele ainda olha por você.

— Mas ele não está aqui. - Ela soluça alto, olhando pra cima. - Eu o amava tanto e agora estou sozinha na escuridão.

— Não está. - Afirmo. - Eu ainda estou aqui.

Seu olhar é indecifrável.

— E o que você vai fazer? Usar seu escudo contra a escuridão que é a minha vida? 

— Bem, eu pretendia segurar a sua mão. - Admito abaixando a cabeça envergonhado. Ela fica em silêncio; quando a encaro, percebo sua expressão mais suavizada.

Ela assente, e pela primeira vez, sorri. Sinto algo inflar em meu peito, acho que... Alívio, talvez. O gesto fez covinhas aparecerem em seu rosto, e aquilo foi tão bonito que me fez rir.

— Vamos, agora eu vou tirar essa camisa de força de você.

— Eu preciso de perguntar uma coisa antes.

— Diga.

— Steve... – Comprimi os lábios em nervosismo. – Você acha que eu sou uma criança?

Aperto os olhos franzindo as sobrancelhas.

— Por que está perguntando isso?

— Só responde Steve.

— Você é uma mulher linda, Wanda. - Sinto-me corar ao dizer. Mas ao invés de me sentir desconfortável, eu simplesmente me sinto à vontade em dizer isso a ela. - Mas é tão frágil como uma criança.

— Então...?

— Você é uma menina. Sim. - Explico. - Mas uma menina no corpo de uma mulher.

Ela assente como um sorriso emocionado, e tenta se levantar.

Seguro-a por trás, a ajudando a se erguer. No entanto, minhas emoções são drasticamente mudadas com o que vejo. É como se o momento de calmaria tivesse ido embora e eu sentisse a tensão novamente. Seguro um rosnado. Haviam cadeados e correntes a prendendo no tecido. Como eles tinham coragem de fazer isso?! Arranco cada um deles com rapidez, e logo, a camisa folga.

O corpo de Wanda se inclina pra trás de repente e eu a amparo.

— Ei, o que foi?

— Recebi um sedativo antes de você chegar... – Sua voz sai num sussurro.

— Sedativo?! – Exclamo incrédulo. Viro-a de frente pra mim, agora ela veste apenas uma bata branca com a calça azul e as botas marrons. Ela murmura algo que não entendo. – O que?

— A quarta dose... – Entre um suspiro ela consegue dizer. – O efeito vem mais devagar depois da terceira.

— Quantas doses você tomou durantes esses quatro dias?

— Treze... eu acho?

Alguma coisa ferve dentro de mim. Minhas mãos se apertam em punho como se aquilo fosse aliviar minha raiva. Queria voltar no tempo e bater novamente em cada um dos guardas que trabalhavam aqui com mais intensidade.

Eu os deixaria me sedarem e fazer do pior comigo, mas não com ela.

Não com alguém da minha equipe.

— Como puderam fazer isso com você? – A seguro pela cintura com meu braço direito. Levo o esquerdo para seu rosto; Wanda começa a tremer as pernas. Fico alarmado para se ela desmaiar. – Wanda, olhe pra mim.

— Steve... – Suas mãos trêmulas tentam se firmar em meus ombros. – Estou caindo...

— Wanda!

— Está tão escuro...

— Fique comigo menina, só mais um pouco por favor. – Suplico.

— Não consigo...

Seu corpo amolece; não deixo ele chegar ao chão. Passo meu braço por sua cintura e o outro por baixo dos joelhos, arrumando-a em meus braços. A respiração da Aprimorada bate em meu pescoço, causando-me arrepios e logo ela pende a cabeça pra trás, fazendo suas madeixas castanhas esvoaçarem enquanto eu caminho.

— Não se preocupe. – Me pego dizendo para a jovem inconsciente em meus braços. – Você não vai mais ficar sozinha.

A pele de Wanda estava gelada e para oferecer algum conforto, a aperto contra mim.

Sinto algo frio em meu estômago, um sentimento estranho que eu não tive nem mesmo quando beijei Sharon Carter. Acho que se assemelhava ao que eu sentia por Peggy durante a guerra. E aquilo fez-me sentir-me culpado na hora.

Era um sentimento que eu não deveria ter.

— Steve! – Clint é o primeiro a correr até mim no momento que chego na saída de decolagem. – Ela está bem?

— Desmaiou, parece que a sedaram antes de chegarmos. – Ele a toca, checando seu pulso e respirando aliviado. Sinto um sentimento estranhamente egoísta ao pensar que ele a tiraria de mim, mas em vez disso, ele apenas diz: - Obrigado por voltar pela gente.

— Eu sempre vou voltar para a minha equipe, não deixaria nenhum de vocês pra trás.

— Sim, Wanda é uma prova viva disso. – E sorri de modo cúmplice, como se compartilhássemos algum segredo, aperto os olhos e antes que eu diga algo, ele se afasta.

Fico parado por alguns instantes no lugar; tentando entender o que ele quis dizer com aquilo, e foi então que Wanda começou a sussurrar coisas sem sentido.

"Está alucinando." É o que penso, murmurando em silêncio pra mim mesmo. Então percebo que ela chama apenas uma palavra.

E é o meu nome.

Suspiro observando cada detalhe de seu rosto, e sentindo meu coração palpitar, eu digo:

— Nunca mais sozinha. - Garanto, mesmo que ela não possa ouvir. - Eu prometo, Wanda.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sozinha na Escuridão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.