O sinal toca assustando ambas.

—Eu preciso ir agora. Tenho a próxima aula numa sala complicada, não posso me atrasar. - Explica. - Nos vemos depois. - Emma tenta roubar um beijo dela, mas ela desvia. - Só depois que eu conhecê-la. - Adverte e sorri em desculpas.

A loira suspira quando é deixada sozinha na sala de aula, mas logo nota as crianças entrando feito trogloditas quase a atropelando, então sai apressada e vai até seu fusca. Estava feliz por Ruby ter entendido, o problema seria continuar com essa história. Quem poderia ser sua esposa? A resposta foi instantânea, a mesma pessoa que contou sobre a origem do nome Mary Margaret e a mesma pessoa que era sua fiel escudeira, que sempre a livrou de muitas enrascadas. Regina era a úncia que poderia salvá-la. Claro que ela iria pirar, mais nada que não pudesse convencê-la com seu jeito malandro.

Dirigiu de volta para sua clínica. Estava atrasada. Teria que dar a notícia a amiga da melhor forma possível, então nada de misturar trabalho com isso, tinha medo da reação que poderia causar aos pacientes. 

—Aqui estou. - Disse sorrindo animada.

—Foi rápida. - A olhou por cima dos óculos de maneira desconfiada. - A paciente já esta esperando. - Avisa e a segue até a sala. - E então, vejo que deu tudo certo. 

Emma lavava as mãos e colocava as luvas de látex. Enquanto pensava em como diria aquilo.

—Sim, foi tudo perfeito...

—Algo me diz que nem tudo... - Provoca para tirar o que quer que seja que a loira estava escondendo.

—Já disse, foi tudo ótimo, ela entendeu meu ponto, mas...

—Sempre tem um "mas" - Interrompeu com um sorriso vitorioso e Emma apenas a fuzilou com o olhar.

—Eu vou precisar de uma ajudinha... Depois te conto tudo.

—Emma, Emma, prevejo que boa coisa não é.

Ela revira os olhos com as provocações da morena, mas dá de ombros.

—Esta é a Cruella, ela veio retocar o botox. - Avisa adentrando a sala que a mulher exuberante se encontrava.

O dia foi cheio para as duas. Quando finalmente não tinha mais nenhum paciente marcado, elas puderam relaxar um pouco.

—E então, o que acha de tomarmos um café? Por minha conta. - Emma oferece.

—Está muito boazinha, o que quer? - A amiga arqueia a sobrancelha.

—Te conto no caminho.

Elas fecharam o consultório e saíram para o centro que era bem próximo de onde estavam, já que Emma era uma cirurgiã muito conceituada e precisava de uma boa localização para atender famosos e pessoas bem abastadas.

—Fala logo.

—Olha, eu vou falar rápido... Eu falei para a Ruby que eu era realmente casada e que minha mulher, Mary Margaret, e eu estávamos nos separando porque ela me traiu, e no caso, não existe nenhuma Mary Margaret e eu achei que você pudesse "ser" ela. - Mordeu o lábio inferior em desespero para que sua loucura fosse aceita.

—O que?! Espera ai! - Falou parando do nada. - Emma, você está louca ou coisa assim?! - Disse rindo nervosa. 

—Por favor, Reginaa... - Fez seu olhar mais adorável. - Você sempre me ajuda...

—Eu te ajudo mandando mensagens ameaçadoras para as piranhas que insistem em te procurar. - Fala com desprezo. - Isso não quer dizer que eu tenha que formar uma família falsa com você...

—Regina, eu te imploro, você é minha melhor amiga, precisa entender... Eu gosto mesmo dela... É minha única chance de fazer algo certo.

A morena suspira e mentalmente sente pena da amiga resolvendo, contra todos os seus instintos, pelo menos dar uma chance de Emma se explicar.

—Tinha mesmo que ter falado Mary Margaret? Tinha tantos outros nomes. 

—Eu praticamente Maryzei na calça quando ela perguntou. 

—Maryzou? - Fala não se aguentando de rir.

—Sério, eu entre em pânico, só consegui lembrar do garoto falando que queria fazer Mary. - Ri.

—Você inventa uma mulher falsa sempre, como dessa vez entrou em pânico? - Pergunta ainda rindo das besteiras de Emma.

—Isso pode significar que eu realmente gosto dela...

—Você tem um ponto, mas imagina só quando ela descobrir que eu sou sua assistente? Não vai dar certo Emms, pense bem.

—Não tem problema, eu sou cirurgiã plástica esqueceu? - Regina faz uma cara de dúvida. - Eu posso mudar seu rosto depois com algumas cirurgias.

—Nem pense. - A morena ri das idiotices e empurra de leve a amiga.

—Por favor... - Implora.

—Você não tem jeito, fala as coisas sem pensar nas consequências... - Fala parando e reparando que iam pelo caminho contrário da lanchonete  que costumavam ir. - Por que estamos indo por aqui?

—Por que se você concordar com isso, precisará de roupas novas.

— Hey, eu amo minhas roupas, elas são simples e encaixam completamente com meu emprego.

—Com seu EMPREGO. - Frisa. - Não para encontrar minha futura namorada. Eu não quero que você pareça ser uma daquelas mulheres sem estilo e que não mostram um pouco do corpo que têm. 

—Eu sou correta! - Responde se sentindo afetada. - E meu corpo é muito mais do que você imagina. - Pisca.

—Eu sei, e o que eu disse foi um elogio. - Fala apressadamente. - Eu só quero criar a ilusão de ter tido uma primeira mulher gostosa!

—Você é muito cafajeste, realmente. Eu tenho pena dessa garota. - Revira os olhos. - Está bem então, foi você quem pediu. Não reclame se seu cartão esgotar o limite. - Fala decidida e entra na loja mais cara que vê pela frente.

—Ufa. - Emma suspira aliviada.

A primeira parada foi numa loja de sapatos caríssima.

—Eu amei Emma, você tem que levar! - Fala desfilando com os saltos Louboutin. - Quanto é? - Pergunta para a atendente loira que se identificava como Kathryn.

—1700 dólares. - Fala simplesmente com um sorriso irritante no rosto.

—1700 dólares? - Arregala os olhos. - Você vem junto?! - Fala automaticamente sem pensar. A casa dos meus pais custa 1700 dólares! Não, não... É feito de pele de panda? 

—Ah, eu não vou precisar mesmo. - Fala tranquila. - Até porque estou ficando meio indisposta... Tá um calor aqui... Acho que não vou poder ir lá com você... - Faz chantagem e Emma nota cerrando os olhos para a pilantragem da amiga.

—Você ganhou, vamos levar.

—Ah, já que você está tão generosa, vou querer dois pares. - Arqueia a sobrancelha.

—Você me deixa doente me extorquindo assim...

—E é por isso que estamos nos divorciando querida. - Entra no personagem.

—Você sabe muito bem o porquê de estarmos nos divorciando, você é muito paranoica, egoísta e interesseira. - Fala se segurando para não rir.

A vendedora fica indignada com o que Emma diz.

—Acho que você vai precisar de uma bolsa para combinar. - Fala ironicamente direcionando seu olhar revoltado para Emma.

—Concordo com você. - Regina diz sem pestanejar. - Obrigada Kathryn. 

A moça sai para pegar alguns modelos para Regina ver.

—As garotas se protegem, que gracinha.

—Claro, você apesar de ser uma garota também, é muito machista Emma Swan. - Finge estar decepcionada e da um soquinho em Emma. - Foi você que deu a ideia dessa maluquice. - Defende-se.

—É? Acabei de ter outra ideia. - Dá um empurrãozinho leve Regina fazendo ela se desequilibrar do salto.

—Emma Swan, você me paga! - Fala rindo. - Não se esqueça que depende de mim ainda querida, não abusa, idiota.