Um amor para meu amor escrita por Miss Smoak


Capítulo 3
Saturn.


Notas iniciais do capítulo

Voltei com a última atualização, acreditem meu coração está sangrando com isso!
Eu queria agradecer por todas que comentaram/favoritaram/acompanharam, vale muito pra mim. E apesar de ter sido curtinha eu me apeguei muito a essa shot. Obrigada vocês girls. Espero que gostem dessa ultima atualização.



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You taught me the courage of stars before you left

How light carries on endlessly, even after death

With shortness of breath, you explained the infinite

How rare and beautiful it is to even exist 

I couldn't help but ask

For you to say it all again

I tried to write it down

But I could never find a pen

I'd give anything to hear

You say it one more time

That the universe was made

Just to be seen by my eyes

(Saturn - Sleeping At Last)

 

 

Felicity Smoak. Tudo que eu tinha girava em torno dessa mulher. Felicity me tinha na palma de suas mãos e eu não chegava a reclamar nem um segundo da vida que tive ao seu lado. Me perguntava todos os dias o que me fez cair apaixonadamente por ela. Talvez tenha sido a luz que emanava dela, a felicidade com a qual ela falava de diversas coisas ao mesmo tempo e acabava se embolando em seu jogo de palavras. Ou talvez a forma como seu nariz enrugava toda vez que a ela tentava negar seu sorriso. Mas eu tinha quase certeza que o que me fez cair de amor por ela era seu enorme coração. Rápido e preciso eu me apaixonei por Felicity.

Apertei a manta sob seus ombros quando um vento frio passou por nós. O sol sumia pela costa, mas alguns de seus raios escapava e atingiam a na pele de Felicity a iluminando como se fosse um anjo, ela estava de olhos fechados absolvendo o calor.

— Case-se comigo. - imediatamente ela abriu os olhos e os revirou.

— Já somos casados Oliver. - ergueu o dedo colocando em evidencia o anel em seu anelar. – Mas se você quer renovar nossos votos, sim eu aceito.

— Muito obrigado… Pela vida que eu nunca imaginei que ia ter um dia, pelo amor que eu nunca imaginei que fosse capaz de sentir. - comecei me sentando em sua frente, sua boca aberta em um "o" perfeito.

— Oh você quer fazer isso agora. - sussurrou animada e eu apenas assenti limpando a garganta contendo minha emoção.

— Não existe agradecimentos o suficiente para expressar tudo que você fez por mim, cada conselho, por cada decisão egoísta que eu tomei e você colocou juízo na minha cabeça, por cada burrada que já presenciou, mas você Felicity Smoak me tornou melhor, uma melhor versão de mim mesmo, com você aprendi a confiar e apreciar o quão bonito a vida pode ser, que esse pequeno infinito que tivemos foi incrível e eu daria tudo para viver novamente. Ate hoje não entendo o porque de você me amar mais eu tenho inúmeros motivos que me fizeram te amar. Meu coração é seu e sempre será até o resto da minha vida. - escutei o seu soluçar baixo. Felicity tinha deixado algumas lagrimas por seu rosto e levado ambas as mãos até sua boca tentando evitar que os soluços saíssem altos. – Ter amado você me fez sentir sortudo por mil vidas, e eu repetiria tudo outra vez, cada beijo, abraço e briga boba, repetiria por sua casa. Porque você Felicity Queen é minha casa, sempre vai ser.

— Eu não quero perder você Oliver. - Felicity rompeu em lágrimas quebrando qualquer raciocínio que eu tivesse. Movi meus lábios de encontro seu rosto limpando o rastro de lágrimas deixando que as minhas se espalhassem por meu rosto.

— Eu amo você Felicity Smoak, independente de qualquer coisa preciso que saiba disso. Você sabe? - soltei desesperado a fazendo me encarar. 

— Eu te amo tanto Oliver, tanto que dói. - sussurrou tocando meus lábios com as pontas dos dedos. – Me diga que vamos ficar bem, eu você e Ava, por favor. - pediu baixo, um caroço se formou em minha garganta por não ter uma resposta para aquilo. Não ficaríamos bem, eu estava morrendo e deixaria uma filha e uma esposa para trás e ela sabia disso. Com certo desespero a beijei passando o maremoto de sentimentos que me quebravam, e Felicity retribuiu da mesma forma.

— Vamos antecipar o parto da Ava.. - ofegante ela disse. 

— O que? Não.. De forma alguma.

— Oliver você tem o direito de segurar sua filha e de qualquer forma eu já completei meus oito meses não vai ter qualquer complicação.

— Você não sabe! - rugi furioso. Eu não queria que ela se arriscasse por mim, não queria que Ava sofresse por essa decisão.

— Cait me afirmou que nada vai acontecer.

— Caitlin não é obstetra Felicity. Ela não sabe o que vai ou não acontecer.

— Oliver, Ava tem o direito de te conhecer.

— Não é como se ela fosse lembrar de mim Felicity. - vi seu rosto se transformar em decepção.

— Você se escuta Oliver Queen? - suspirou magoada. – Ava vai ter o parto antecipado quer você queira ou não. Vou entrar em contato com Doutora Michelina. - no fundo eu estava doido para ver o rostinho da minha menina, berrando com toda força que tinha, queria ver se ela teria meus olhos ou os de Felicity mas eu não podia e nem queria que Ava sofresse complicações pelo resto da vida.

— Tudo bem, mas vamos apenas esperar até você completar 37 semanas. - implorei beijando as costas de suas mãos, Felicity ponderou mas por fim aceitou. Ela sabia também, Ava não podia nascer prematura e conforme todos os livros que ela me obrigou a ler o bebe já não era considerado prematuro a partir da trigésima sexta semana. Eu só precisava esperar as duas semanas que seguiriam. Só precisava me manter firme e esperar que nada acontecesse comigo entre essas duas semanas.

A vida nos surpreende a cada segundo que se passa. Essa era a beleza dela. Tudo girava e alguma coisa acontecia, seja boa ou ruim mais acontecia. Era pressuposto para acontecer. Nos dias que se seguiram eu cheguei a cogitar a hipótese que chegaria a presenciar o nascimento da minha pequena princesa. 

Nunca estive tão errado.

— Oliver? - escutei o grito desesperado de Felicity tão longe, lentamente ergui os olhos a observando em câmera lenta se movimentar até mim. Minhas pernas já não exerciam qualquer controle, eu podia sentir cada impulso nervoso que me mantinha vivo se esvaziar. Eu estava morrendo. 

A experiência de quase morte não é nada mais do que um vácuo. Tudo que os filmes mostram eram mentiras, sua vida não passa em frente seus olhos, você não vê qualquer luz no final do túnel. Tudo era apenas um vácuo. Com um bip irritante ao fundo como trilha sonora.

— Eu preciso que você acorde Oliver. - mesmo por trás do medo em sua voz Felicity exalava um tom mandão que só ela tinha. Podia sentir seus dedos envoltos dos meus e com toda força que tinha demonstrei que estava recobrando a consciência.

— Hey. - me surpreendi com a rouquidão que minha própria voz sustentava. Forcei meus olhos contra a claridade e a vi. Minha Felicity de cabelos soltos, seus olhos brilhavam em expectativa enquanto acariciava minha mão.

— Oi.. - delicadamente ela colou nossos lábios me fazendo soltar um suspiro. – Você não tem permissão de fazer isso de novo.

— Quanto tempo fiquei fora? 

— Dois dias, eu quase enlouqueci Oliver.. Assim como sua mãe, ela ficou tão devastada amor. - espremi meus olhos com força ao imaginar minha família recebendo a notícia da minha doença, recebendo a notícia de que não existia uma cura e que a qualquer momento eu poderia morrer.

Imaginei a dor da minha mãe e senti em meu próprio peito se apertar em angustia.

— Conversei com a Doutora Michelina e ela afirmou que Ava já pode nascer..

— Pra quando você marcou?

— Não quero esperar mais, eu pensei.. pensei que tivesse perdido você e que nunca conheceria o rosto da sua filha, e eu não quero isso Oliver.

— Pra quando marcou o parto Felicity? - voltei a perguntar. Felicity fugiu do meu olhar questionador.

— Sua mãe me apoiou, Thea também.. E não posso esquecer Tommy ele quebrou muitas coisas quando o médico disse que não tinha cura para sua doença. Ele recorreu a Caitlin e chorou tanto Oliver, nós choramos juntos porque... Deus é tão difícil.

— Amor. - interrompi seus devaneios.

— Eu ainda não marquei, estava esperando você acordar. Porque eu quero segurar sua mão enquanto estiver na cirurgia, eu quero que você corte o cordão umbilical eu quero que você seja o primeiro que segure nossa menina. - desabafou agora me encarando firme, sentindo dores se espalhar por todo meu corpo alcancei seu rosto fazendo carinho em sua pele macia.

— Marque para hoje, eu quero ver o rosto da nossa menina o quanto antes. Já me sinto melhor agora. - afirmei, Felicity assentiu pegando o celular da bolsa, nos segundos que se passaram ela concordou e planejou com a obstetra como seria o procedimento e no fim da ligação Felicity me questionou se estava mesmo de acordo.

No final do dia minha Ava ia nascer.

O resto do dia foi um simples borrão, tudo que eu me recordava era escutar minha mãe e Thea chorando no quarto do hospital enquanto eu tentava acalenta-las. 

Batuquei no apoio da cadeira impaciente. Conforme o médico eu estava fraco demais para andar por ai então recomendaram que eu ficasse em uma cadeira de rodas, o que foi bem mais confortável porque uma dor indescritível começava a me atingir e querer me derrubar. Respirei fundo observando o procedimento médico que aplicavam em Felicity.

— Vai ficar tudo bem Oliver, Ava e Felicity são fortes. - Doutora Michelina afirmou apertando meu ombro em apoio. – Você também é.

— Vamos esperar notícias. - a voz rouca de emoção de Thea preencheu meus ouvidos. De pernas bambas e contrariando meu médico me ergui da cadeira me colocando ao lado de Felicity que sussurrou que me amava.

Durante toda a cirurgia me mantive em pé, firme ao seu lado mesmo que todo meu corpo protestasse querendo ceder. Eu observava os médicos cortarem e cortarem minha esposa e de vez em quando ela fazia umas caretas.

— Tem certeza que não tá sentindo nada Felicity? - voltei a perguntar pela terceira vez, e como das primeiras vezes ela apenas negou abrindo um sorriso.

— Papai você vai querer ver aqui. - foram aquelas 6 palavras que me fizeram soltar a mão de Felicity. Trêmulo me encaminhei até onde a doutora se encontrava no instante que cheguei ela retirava minha menina da segurança da barriga de sua mãe.  — Você quer cortar o cordão? - perguntou, a enfermeira ao seu lado me estendeu uma tesoura prendi minha respiração ao cortar. Ava abriu o berreiro naquele instante. Chorava com toda força que seus pequenos pulmões tinham, meus olhos seguindo por todo seu corpinho observando a perfeição que ela era. A médica a envolveu em um pano verde e imediatamente abri meus braços para acolher a pequena. Ava ainda chorava, e aquele som era música para meus ouvidos. Engasguei com emoção ao senti-la envolver meu dedo em sua mãozinha e parando de chorar em seguida.

Todo segundo que vivi valeu por aquele momento. Para ver o rostinho da minha menina, berrando com vigor. De repente minha vida fez sentindo, por elas. Soltei uma longa respiração colocando Ava no peito de Felicity.

— Ela é perfeita Oliver. - sussurrou tocando o rostinho da pequena. – Ela tem seus olhos. - completou.

Uma felicidade indescritível se apoderava de meu peito ao observa-las juntas. A cada segundo minha morte se aproximava e eu me sentia mais vivo do que nunca. Por Felicity e Ava.


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Notas finais do capítulo

E é isso aí, eu não tive coragem de matar Oliver Queen, então deixei em aberto para a cabeçinha de vocês. Espero que gostem, beeeijos.



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