Salva pelo inimigo escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 7
Capítulo seis




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Ficamos em silencio. Que tipo de vampiro ele é? Do tipo heroico ou justiceiro? Ele é muito estranho e isso só faz eu ficar mais desconfiada dele...

— Bem, o que pretende fazer para me tirar daqui?

— Essa pergunta eu não posso responder.

— Por quê?

— Você pode estragar tudo – cruzo os braços o olhando indignada.

— Por que eu faria isso?

— Pergunte outra coisa. Ou já acabou?

— Não acabou porque você não me respondeu!

— E nem vou responder!

Solto um grunhido de irritação. Ele é tão teimoso quanto eu, isso não vai dar certo...

— Então vai, pode ir – digo fazendo gestos com as mãos para ele sair dali de dentro.

— Dependendo do que aconteça, você volta para dentro hoje mesmo.

— Como assim?

— Vou ver o que faço e você fica sabendo.

— Tá – respondo carrancuda.

Théo ainda sorria e me olhava e isso também contribuía para a minha irritação aumentar.

— Te vejo logo.

Ele sai dali e eu vou para a porta para ver. Théo rapidamente chegou a porta da casa e olhou pra trás. Assim que me viu sorriu. Por que ele tem que ser tão lindo?

†††

Já está escuro de novo e hoje não trouxeram nada para eu comer. Me sentia fraca e tonta. O que diabos esses imbecis estão fazendo para não vir aqui? Ou será que isso tem a ver com Théo? Ele disse que talvez voltasse para lá hoje. Esse suspense acaba comigo! Quero sair daqui desesperadamente! Preciso tomar um banho e comer algo decente. Respirar um ar que não seja com mofo e parar de dormir com cadáveres e aranhas. É pedir muito? Já não basta tudo que tenho que passar com esses caras? Ainda tenho que passar por isso?

A porta se abre com um movimento brusco e eu levo susto. Frank estava ali e me encarava com um semblante sério. Ai meu Deus!

— Está tudo bem?

— Não – se aproxima e segura meu braço com força e me puxa para sair do colchão.

— Ai... – reclamo porque aperta muito forte.

— Anda logo!

— Pra onde? – pergunto enquanto ele me arrasta para a casa.

— Sem gracinhas agora! – fala arrogante e me aperta mais. E agora? O que é isso?

Frank me carrega para dentro da mansão e quando percebo estou na sala de estar e nela estão Mark, Eduardo e Théo. Todos de braços cruzados me olhando. Frank me empurra no meio da sala e eu esfrego o braço onde tinha a marca dos dedos dele. Olho Théo e ele encarava meu braço. Fico em silencio encarando eles.

— É isso que você quer? – Frank pergunta. Pelo tom de voz ele está furioso. Dou um passo pra longe dele quando percebo isso. Não quero saber o motivo de sua irritação e muito menos que desconte em mim.

— Sim – responde Théo. Fica um grande silencio e todos me encaram agora. Ainda estava com a mão no braço, pois estava latejando. Se ele tivesse apertado mais forte quebrava meu braço...

— Só que nós não vamos dar – diz Mark.

— Então vai me pagar?

— Sim, mas não agora. Vou conseguir o dinheiro e te dou.

— E se eu não quiser esperar? – os dois se encaram de cara feia.

Eles estão me negociando é isso?

— Esperou até agora, por que não pode mais?

— Justamente por isso, já esperei demais.

— Quer ela pra que? Pode achar outro sangue puro e beber ele! – Frank diz estressado.

— Não quero beber ela.

Os três ficam em silencio olhando Théo. Nesse momento eu estava me sentindo muito tonta e piscava sem parar. Sinto meu corpo ir pra trás e levo susto. Meu Deus eu preciso comer! Estava meio sonolenta, mas vi Théo se aproximar de mim e segurar meus braços. Ele falava algo, mas ouvia sua voz distante. Logo ele me sacode e parece que meu cérebro volta pro lugar.

— Você está bem?

— Não.

— O que é?

— Preciso comer.

— Vou buscar algo pra você – Eduardo sai da sala. Ainda me sentia tonta. Théo me leva até o sofá e me faz sentar. Olho na direção de Mark e Frank e eles me encaram de braços cruzados. Desvio o olhar deles.

Ficamos em silencio absoluto enquanto Eduardo não voltava. Estava encostada no sofá, praticamente deitada. Me sentia bastante fraca e agora para completar estava com dor de cabeça, mas não sei se era pela falta de comida ou pela situação... Os três estavam com os braços cruzados e se encaravam o tempo todo. Não sei quais são os planos desse cara, mas não gostei de ser negociada.

Eduardo apareceu com comida e eu comi como se estivesse a dias sem colocar nada no estômago. Precisava muito de forças para enfrentar o que quer que ia acontecer comigo agora. É muito ruim viver na adrenalina... E essa dúvida do que Théo vai fazer comigo não ajuda em nada!

— Como descobriu ela? – pergunta Frank.

— Senti o cheiro.

— Mas ela estava longe.

— Anos de prática – responde com uma sobrancelha levantada.

— Está certo... E por que quer ela? Tanta coisa para pedir.

— Eu gostei dela – diz me olhando. Desvio o olhar dele. Mark, Frank e Eduardo trocam olhares.

— Podemos negociar isso?

— Claro, em quanto isso fico aqui. Por que tem ela na casa?

— Isso é coisa nossa Théo – Frank responde com deboche.

— Não ficaria assim tão seguro de si se estivesse devendo tanto Frank – ele fica em silencio o encarando, seu olhar mostra claramente, ele odeia Théo e está com muita raiva dele no momento. No entanto Théo parece não se importar com Frank.

— Isso é um assunto nosso – responde Mark. Apesar de estar nervoso ele mostrava calma. Conheço muito bem meus sugadores...

— Tudo bem então. Mas seja lá o que fazem com ela, não vão fazer em quanto eu estiver aqui – olho pra ele com os olhos arregalados.

 

Sofia: http://tv.i.uol.com.br/televisao/2010/03/04/paloma-bernardi-atriz-em-entrevista-ao-canal-zap-marco2010-1267745029921_300x420.jpg


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